quinta-feira, abril 12, 2007
A solução do PS para o BCN
Na passada 5ª feira, 5 de Abril de 2007, o BCN – Ballet Contemporâneo do Norte enviou aos pais dos alunos que frequentavam as aulas de ballet, uma carta a dar conhecimento de que “o BCN não tem futuro em Estarreja”, atribuindo a responsabilidade do encerramento ao actual executivo da Câmara Municipal de Estarreja e deixando o seu “adeus agradecido”.
O PS Estarreja considera que é mais uma lamentável perda para o concelho, a par de tantas outras perdas a que temos assistido, não só no domínio cultural, como noutras áreas.
O PS, ao contrário do que sucede agora com a actual coligação no poder, tinha e tem um projecto de intervenção cultural para Estarreja. Nesse projecto, como já foi amplamente divulgado, há lugar para a actividade cultural desenvolvida por amadores e há lugar para a actividade cultural desenvolvida por profissionais.
Assim, enquadrado nesse pressuposto, a solução para a continuidade em Estarreja do BCN passaria pelo seu enquadramento num projecto estruturante, que previa a utilização da antiga Escola Padre Donaciano e, naturalmente, o Cine-Teatro de Estarreja, que é o espaço de trabalho por excelência das companhias profissionais residentes.
A antiga Escola Padre Donaciano, que já foi Escola Secundária, foi adquirida pela Câmara Municipal antes da Coligação PSD/CDS-PP ter ganho as autárquicas de 2001.
O PS tinha a intenção de fazer obras no edifício e instalar ali uma Escola de Artes, com as componentes de Dança, Música, Teatro e Pintura. Tantos anos depois, o edifício continua sem qualquer intervenção, a degradar-se dia após dia, apenas com algumas salas ocupadas.
Nesse edifício existe, como se sabe, um ginásio.
Mesmo que não se tivessem realizado obras de fundo e dada a urgência da situação do BCN, teria sido relativamente simples adaptar o ginásio para criação e ensaios da companhia, bem como para ministrar as aulas de ballet. Também estão disponíveis salas para instalar a parte administrativa. A Câmara teria a seu cargo prestar o apoio na mudança, reutilização e reaplicação de materiais que estão neste momento no antigo auditório do BCN, para o ginásio da ex-escola.
Deste modo, ficava desde já solucionado o problema da renda, que é um dos maiores custos fixos da companhia.
Para além da questão material, a Câmara teria também a seu cargo um parte importante na promoção do BCN, promovendo intercâmbios com outras autarquias e mesmo com outros países (a propósito: o que aconteceu à geminação com La Riche que parece ter-se evaporado?)
É fácil perceber o quanto teria a ganhar a autarquia nesta parceria: quanto mais a Câmara promovesse a companhia e tendo em conta a sua altíssima qualidade, mais ganharia Estarreja por ver o seu próprio nome promovido, e mais facilidade teria o BCN em estabelecer contactos e vender mais espectáculos, o que lhe permitiria aumentar os seus fundos próprios, dependendo menos do apoio camarário. E quanto mais a Câmara se envolvesse, mais fácil seria convencer o tecido empresarial a investir na companhia, tendo em conta os benefícios fiscais que poderiam obter. Além disso, era essencial estabelecer um calendário de espectáculos a promover nas freguesias, bem como um trabalho continuado a nível das escolas, de forma a que as crianças criassem laços com o ballet. Assim se garantia o público, os profissionais e os políticos do futuro.
Além disso, também há maneira de financiar os grupos profissionais em Estarreja: este e outros. Também para isso o PS tem uma solução. Mas essa questão fica para a campanha eleitoral. Agora é tempo de ver o que vale o Dr. José Eduardo Matos e a sua equipa. Afinal ganharam por mais de 60% dos votos.
Esta é, sucintamente, a nossa solução para o caso concreto. Jamais deixaríamos morrer um projecto como o BCN.
O BCN vai fazer falta a todos aqueles que gostam de Estarreja e por isso a têm em alta consideração.Etiquetas: Política Estarrejense