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segunda-feira, junho 18, 2007

Mais uma do Jovens com Cabeça, desta vez da autoria de um certo e determinado indivíduo... :)

KISS Principle

Se aplicado ao futuro da Ordem dos Farmacêuticos, o KISS Principle (Keep It Simple, Stupid) assumiria claramente a forma de "É a Política, estúpido!". De facto, quando se chega ao fim da discussão e se acabam de carpir os males, é à Política que tudo se resume.
Como o Prof. Batel Marques tantas vezes tem referido nas suas intervenções pelo país, com a aprovação da nova lei da propriedade das farmácias, a Ordem dos Farmacêuticos passará a ser a única estrutura nacional com peso político e importância para representar os Farmacêuticos.
De facto, a ANF (que é uma associação de proprietários de farmácias), cujo papel e elevado perfil político e público até agora têm sido extremamente positivos e importantes para a promoção social dos méritos científicos dos Farmacêuticos (não só os de Oficina), passará mais cedo ou mais tarde a ter como sócios pessoas que são proprietárias de farmácias e não são Farmacêuticos, sob pena de perder representatividade no universo das Farmácias nacionais. É uma evolução inevitável à luz da nova lei e é a que melhor defende os interesses da ANF e dos seus associados. Não nos devemos lamentar quando isso acontecer (e vai acontecer), mas sim procurar alternativas.
As associações existentes noutras áreas profissionais nunca tiveram a mesma capacidade da ANF de condicionar a agenda política e mediática. No caso das Análises Clínicas, a recente e inteligente fusão entre as associações de laboratórios propriedade de Farmacêuticos e Médicos fez com que na prática também nesta área se criasse uma necessidade acrescida de representatividade.
Ou seja, resta-nos a Ordem. Não é uma segunda escolha, mas antes um regresso às origens. Segundo o Prof. Sousa Dias, "a Sociedade Farmacêutica (antecessora da Ordem dos Farmacêuticos) nasceu das aspirações de justiça criadas pelas ideias liberais. Em Julho de 1834, cerca de centena e meia de farmacêuticos de Lisboa subscreveram uma petição pedindo a suspensão das inspecções do físico-mor, a liberalização dos preços dos medicamentos e a reforma da legislação sobre o exercício farmacêutico. (...) Directa ou indirectamente, a Sociedade influenciou as reformas e a produção legislativa de importância para a farmácia. A sua campanha pela reforma da ensino e do exercício farmacêutico produziu frutos. Em 1836 foram criados os cursos farmacêuticos e no ano seguinte foi criado o Conselho de Saúde Pública que substituiu o físico-mor e integrava dois farmacêuticos. A Sociedade teve um papel igualmente pioneiro no campo do mutualismo, com a instituição em 1838 do Montepio Farmacêutico."
Historicamente, é sobre a Ordem dos Farmacêuticos que recai o ónus da representação política e social dos Farmacêuticos. E é por isso que a Ordem deve valorizar a sua intervenção pública e política. A recente entrevista de Aranda da Silva ao DN é um excelente exemplo do que deve ser feito: após um período de dois anos em que a Ordem dos Farmacêuticos lutou contra tudo e contra todos pelo reconhecimento social da sua existência (por exemplo, não é admissível que o Ministro da Saúde privilegie o contacto com a ANF em detrimento da OF na definição de políticas de saúde), Aranda da Silva tornou-se uma personalidade conhecida e com peso político suficiente para que as suas opiniões mereçam destaque na imprensa. E é exactamente isso que tem feito falta aos Farmacêuticos. Façamos um exercício rápido: sem recorrer ao Google, pensem no nome dos três últimos Bastonários das Ordens dos Advogados e dos Médicos. Rogério Alves, José Miguel Júdice e Pires de Lima. Pedro Nunes, Germano de Sousa e Soares Ribeiro. Agora peçam a um Advogado ou a um Médico para fazerem o mesmo em relação à Ordem dos Farmacêuticos. Aposto que vão ter apenas duas respostas: João Cordeiro e, na melhor das hipóteses, Aranda da Silva.
É isto que vamos ter que mudar no futuro da OF. Temos que ter ideias organizadas, pessoas com capacidade de intervenção e prontas a intervir rápida e frequentemente. Temos que ter os assuntos estudados e temos que analisar e prever cenários e actuações dos outros stakeholders políticos e da área da Saúde.
Enfim, a OF tem que passar a funcionar como um partido político.

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