sexta-feira, junho 29, 2007
Apenas contabilizada a recolha nas farmácias
Desperdício de medicamentos aumentou 22 por cento
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O desperdício de medicamentos e embalagens vendidos nas farmácias aumentou mais de 22 por cento em 2006 face ao ano anterior, para 576 toneladas, desconhecendo-se o valor no meio hospitalar, segundo o Ministério da Saúde e a Valormed.
A questão foi levantada durante um encontro sobre “Gestão em Saúde” realizado na Ordem dos Engenheiros esta semana. Convidado a participar neste evento, o ministro da Saúde, Correia de Campos, referiu que “toda a gente sabe” que há desperdício de medicamentos, nomeadamente porque por vezes os utentes compram unidades a mais do que necessitam.
A propósito de uma interpelação do secretário-geral da ANF, Paulo Duarte, que exibiu um saco com medicamentos não utilizados, mas dentro do prazo, no valor de 1.700 euros, Correia de Campos sugeriu a entrega das sobras de medicamentos “a pobres” como forma de evitar o desperdício de fármacos. Mais tarde, o ministro reconheceu que se tratava de uma resposta jocosa a uma pergunta encenada, não se coibindo no entanto de falar também sobre a distribuição em unidose como forma de reduzir o desperdício de medicamentos.
A Valormed ainda não divulgou os dados sobre o volume de recolhas de resíduos nas farmácias aderentes ao sistema nos primeiros meses deste ano e o Ministério da Saúde não está na posse qualquer estudo ou relatório global que contabilize o desperdício de medicamentos fornecidos nos hospitais. Ainda assim, a tutela admite-se a existência de desperdício, mas a partir dos doentes: depois dos fármacos serem distribuídos nos hospitais, os pacientes podem gerar desperdício quando não os tomam na íntegra. A mesma fonte do Ministério esclareceu, por outro lado, que as farmácias hospitalares fazem uma gestão rigorosa dos medicamentos, controlando a entrega aos doentes.
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