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sábado, julho 07, 2007

Depois de alguns dias de ausência, espero poder regressar ao ritmo de boa produção blogosférica. Entretanto, aqui fica o texto do artigo que ontem saiu no Jornal de Estarreja:

Chicotada Psicológica

Marisa Macedo tem sido a grande revelação, ou melhor, confirmação do panorama político Estarrejense. De facto, a forma como a líder da concelhia do PS tem sabido despejar uma verdadeira avalanche de vitórias políticas sobre um José Eduardo de Matos cada vez mais isolado na solidão do seu gabinete tem sido absolutamente impressionante: nos últimos tempos tudo parece falhar ou correr mal ao PSD, enquanto, pelo contrário, o PS e a sua líder parecem investidos de um autêntico toque de Midas político.
Foi assim no caso da sociedade gestora do Parque Eco-Empresarial (que depois das queixas apresentadas pelo PS acabou extinta pelo Tribunal Administrativo de Coimbra e com a Associação Portuguesa para o Investimento a fugir a sete pés de Estarreja), foi assim no caso do IKEA (para o qual tantas vezes o PS alertou relativamente às fragilidades da candidatura de Estarreja), foi assim no caso do roubo de areias do Eco-Parque (denunciado pelo PS e novamente sob investigação do Ministério Público depois da Câmara o ter ignorado), foi assim no caso dos múltiplos crimes ambientais que ocorreram no concelho (perante a passividade da Câmara e as denúncias da oposição e de vários cidadãos), foi assim no caso do IC1 (em que José Eduardo de Matos se agarrou com unhas e dentes a um projecto absurdo apresentado por Marques Mendes em Fermelã e ignorou os múltiplos avisos do PS relativamente ao andamento que o projecto a Nascente estava a ter) e por último foi assim no caso do Hospital Visconde de Salreu, em que depois de meses de inactividade da Câmara de Estarreja, acabam por ser a Assembleia Municipal e a Comissão de Utentes a apresentar a única proposta válida e viável que surgiu até agora.
Perante isto, as consequências estão à vista e já começaram a rolar cabeças: como em todas as equipas que acumulam derrotas, o treinador é o primeiro a quem se abre a porta de saída. E desta vez a fava calhou a José Cláudio Vital, que foi substituído na liderança da bancada da coligação PSD/CDS na Assembleia Municipal de Estarreja. Devo dizer que considero esta uma medida absolutamente injusta: ainda antes da saída de José Cláudio Vital da vereação camarária (a que pertenceu no mandato anterior), já eu tinha escrito mais que uma vez que aquele era o elo mais forte da governação social-democrata. De facto, as poucas obras que José Eduardo de Matos tem para apresentar após quase seis anos de governação devem-se principalmente a José Cláudio Vital (o caso mais emblemático é o do BioRia). E a recente despromoção da liderança da bancada parlamentar parece mais um caso de rivalidade pela liderança do que propriamente de insatisfação com o desempenho do ex-Vereador da Cultura... Por outro lado, e voltando à metáfora futebolística, quando os jogadores não correm, bem podem substituir dez vezes o treinador que não é por isso que a equipa vai passar a ganhar!
Para o lugar de José Cláudio vai José Augusto Matos, meu amigo e companheiro de blogosfera. Parece-me uma boa escolha, dada a grande capacidade política de José Augusto Matos (capaz de enfrentar e defender José Eduardo de Matos mesmo nas situações mais adversas e, porque não dizê-lo, absurdas), até agora claramente subaproveitado pela máquina política do PSD Estarrejense. No entanto, paradoxalmente, é também uma opção surpreendente: José Augusto Matos ocupava o décimo-segundo lugar da lista do PSD/CDS na Assembleia Municipal, inclusive atrás... do próprio líder da concelhia laranja, Valdemar Ramos!
Ou seja, apetece dizer que isto está pior do que alguns clubes de futebol: é cada vez mais difícil encontrar alguém que aceite pegar nesta equipa e que a leve até ao fim deste penoso final de mandato (que, curiosamente, ainda nem sequer vai a meio...)!
Enfim, mas isto são zangas de comadres que em nada interessam à população de Estarreja, que quer é ver os seus problemas resolvidos, não interessa por quem. E é por isso que iniciativas como as que Marisa Macedo tem tido nos últimos tempos (cujo exemplo mais recente é o do Hospital) são louváveis e constituem um excelente exemplo de como se deve fazer política. Mesmo que se esteja na oposição, é de soluções construtivas que todos precisamos. Aliás, também é para isto que serve a oposição.

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