sexta-feira, outubro 05, 2007
Eu gosto é do avião (principalmente quando são os outros a pagar)
A campanha eleitoral no PSD ficou marcada pela viagem de Luís Filipe Menezes aos Açores, num jacto privado, e que foi paga por um empresário do sector hoteleiro com interesses em Vila Nova de Gaia. Os aviões parecem, de resto, ser uma constante na carreira política de Menezes.
Há quase 20 anos, este homem que se apresenta agora como a renovação da classe política, já era deputado e foi um dos principais protagonistas das lamentáveis "viagens fantasma", tendo uma "conta conta-corrente numa agência de viagens, alimentada com as verbas que a Assembleia da República lhe pagava a título de despesas de deslocação. As viagens requisitadas não eram feitas e a conta-corrente serviu para pagar despesas particulares - entre as quais uma viagem da sua mulher a Paris, estadas em hotéis em Vilamoura e na Madeira e ainda entradas no Casino Estoril". (Expresso, 11 Setembro 1999)
Acusado de "burla" pelo Ministério Público, "forneceu às autoridades uma morada inexistente, comprometeu-se a comparecer no Ministério Público (MP) para prestar declarações, mas faltou, apresentou um atestado médico e, depois, ausentou-se para Paris", levando o MP a concluir que estava «objectivamente obstaculizando o célere andamento» da Justiça. A reacção de Menezes contra o Ministério Público foi contundente, envolvendo-se numa guerra de insultos e garantindo, taxativamente, que não seria julgado. Arrogante? Claro, mas sabia do que falava. O processo prescreveu. O Portugal que conhecemos tem décadas. E Menezes, que se apresenta como a renovação da classe política, tem andado sempre por aí.
Luís Filipe Menezes trocou, em 1988 e 1999, as "viagens fantasma", que (não) fez quando era deputado, por bilhetes nos Casinos do Estoril e de Vilamoura para assistir aos espectáculos de Roberto Carlos e de Diane Warwick.
(é por isto que eu até gosto do PSD... o que seria da blogosfera sem esta gente?)
Etiquetas: Política Nacional