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segunda-feira, novembro 26, 2007

Durante os tempos em que fui deputado na AM de Estarreja (2001-2005) havia uma intervenção cíclica que abalava o plenário: o deputado Manuel "Almeida", do PS, periodicamente apresentava estudos que defendiam a construção de uma "hídrica" no rio Antuã. A proposta era sempre encarada com paternalismo pelo executivo camarário, que a chutava para canto com um arrogante sorriso nos lábios.
É, por isso, com a mesma expressão facial que leio a notícia do Diário Digital...

O presidente da Câmara Municipal de Estarreja, José Eduardo Matos, defendeu hoje a construção de uma barragem sob a auto-estrada A1, para o aproveitamento hidroeléctrico do Rio Antuã.

José Eduardo Matos, que hoje visitou com os técnicos e jornalistas as obras de limpeza e requalificação do Rio Antuã na cidade de Estarreja, comentou que, com os trabalhos em curso, a possibilidade de cheias fica reduzida, mas só uma barragem a montante resolverá os problemas.

«O Antuã é um rio selvagem, com grandes diferenças de caudal e problemas complexos, que só retomando um projecto que houve há décadas para construir uma barragem ficarão resolvidos», comentou.

Segundo o autarca, a exploração energética «é hoje uma janela de oportunidade» para que seja retomado o projecto, construindo uma barragem hidroeléctrica sob a ponte da auto-estrada A1.

«Trata-se de aproveitar uma grande quantidade de água que é desperdiçada no Inverno, resolvendo o problema das cheias de vez, e será uma solução sustentável, quer pelo aproveitamento para a produção de energia, quer do ponto de vista do abastecimento de água às populações», defendeu.

José Eduardo Matos referiu já ter exposto a ideia ao Instituto Nacional da Água (INAG) e em várias reuniões de avaliação das carências de água do Complexo Químico de Estarreja, que por vezes tem de suprir as suas necessidades com recurso ao aquífero subterrâneo.

Por outro lado, o autarca salienta que a construção de uma barragem no Rio Antuã pode garantir reservas de água para o abastecimento público, em alternativa ao sistema multimunicipal do Carvoeiro, que ainda há dois anos esteve no limite da sua capacidade.

As obras em curso em Estarreja são da responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e contemplam a limpeza do leito e vegetação marginal, entre a «ponte velha» e a foz, a construção de um açude e um descarregador de cheias.

«Trata-se de uma acção de manutenção que vínhamos reclamando desde há cinco anos e que esperamos que a futura Administração Regional Hidrográfica venha a fazer regularmente», esclareceu José Eduardo Matos.

Além da limpeza de infestantes, que «fazia com que ninguém aproveitasse o Rio», está também já em execução o desvio do leito para a construção do açude que vai permitir manter no Verão um espelho de água de 1,20 metros de profundidade, valorizando o parque da cidade.

Em relação às cheias que ciclicamente invadem as margens, o autarca está convencido que a construção de um descarregador na margem sul e a maior secção com que o Rio fica até à foz, minimizarão os seus efeitos.

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