quinta-feira, janeiro 10, 2008
O Burro não sou eu
Além da sempiterna falta de tempo, o principal motivo que me fez não intervir na discussão sobre o orçamento da CME para 2008 foi o facto de estar farto de ver os mesmos argumentos falaciosos serem repetidos ano após ano.
Este ano existiram duas novidades: a insólita adesão da CDU a esta estratégia e o facto das vítimas que este modo de actuar inevitavelmente cria se terem começado a queixar.
Enquanto fui deputado municipal (2001-2005) analisei três orçamentos apresentados por José Eduardo de Matos e todos apresentavam o mesmo defeito: o baralhar e dar de novo das obras não executadas no ano anterior, que obviamente aumentava o valor do orçamento para o ano seguinte. E o pior é que, perante a indecência da situação (também originada por regras do POCAL, mas que o executivo nada fez por clarificar - cheguei a propor na AM a apresentação de um outro documento apenas com valores executáveis, mas JEM e o PSD nem sequer responderam à minha proposta...) criada pelo facto da inacção do executivo camarário gerar orçamentos cada vez maiores de ano para ano, tanto maiores quanto menos a CME fizesse no ano anterior, a CME sistematicamente fazia publicar, a expensas dos cidadãos, documentos laudatórios da sua própria ineficácia, vangloriando-se dos "maiores orçamentos de sempre", omitindo que a dimensão dos orçamentos apenas era o reflexo da falta de capacidade de concretização de projectos que herdou do passado.
Aparentemente, como o Camilo Rego mostra de uma forma que não deixa dúvidas (ao contrário da manipulação de números apresentada pela CME, perdão, pelo José Matos...) voltou-se a passar o mesmo com o orçamento para 2008: depois de pouca obra e muitos adiamentos, a CME utilizou estes últimos para engrossar o bolo dos projectos para Canelas, mascarando uma enormíssima diminuição do investimento naquela freguesia.
Ainda assim, e mesmo face a esta cascata de actos arrogantes perante a sociedade e a própria oposição (interna e externa), tinha decidido não me pronunciar sobre isto, tantas foram as vezes que já dei para este peditório.
No entanto, o José Matos incluiu-me nas respostas que escreveu. E como facilmente se percebe, eu já não poderia deixar passar mais esta.
É lamentável que a CME tenha entrado na fase em que quem está contra é tratado como o tolinho da aldeia, o atrasado mental sem acesso à informação, que diz coisas só para armar estrilho. Ainda por cima quando do outro lado apenas saem desonestidades intelectuais e fraudes políticas.
Como em tempos aqui escrevi, ninguém consegue enganar toda a gente durante todo o tempo. E é com isso que o José Matos tem dificuldade em conviver.
Caro José: o paternalismo não é uma boa estratégia de discussão. E não faz com que passes a ter razão. Aliás, antes pelo contrário: o paternalismo é a reserva dos poderes absolutos quando absolutamente mais ninguém quer saber deles.
A governação de José Eduardo de Matos está em profunda decadência e sem saber para onde se virar. Embora tenham passado pouco mais de 6 anos desde que chegou ao poder, o actual executivo camarário apresenta todos os defeitos de exaustão, cansaço, derrotismo e falta de ideias dos regimes antigos e nenhuma das virtudes que a experiência poderia proporcionar.
Por mim já não me ralo: o que não admito é que tratem os cidadãos como imbecis. E este texto faz isso.
Além da sempiterna falta de tempo, o principal motivo que me fez não intervir na discussão sobre o orçamento da CME para 2008 foi o facto de estar farto de ver os mesmos argumentos falaciosos serem repetidos ano após ano.
Este ano existiram duas novidades: a insólita adesão da CDU a esta estratégia e o facto das vítimas que este modo de actuar inevitavelmente cria se terem começado a queixar.
Enquanto fui deputado municipal (2001-2005) analisei três orçamentos apresentados por José Eduardo de Matos e todos apresentavam o mesmo defeito: o baralhar e dar de novo das obras não executadas no ano anterior, que obviamente aumentava o valor do orçamento para o ano seguinte. E o pior é que, perante a indecência da situação (também originada por regras do POCAL, mas que o executivo nada fez por clarificar - cheguei a propor na AM a apresentação de um outro documento apenas com valores executáveis, mas JEM e o PSD nem sequer responderam à minha proposta...) criada pelo facto da inacção do executivo camarário gerar orçamentos cada vez maiores de ano para ano, tanto maiores quanto menos a CME fizesse no ano anterior, a CME sistematicamente fazia publicar, a expensas dos cidadãos, documentos laudatórios da sua própria ineficácia, vangloriando-se dos "maiores orçamentos de sempre", omitindo que a dimensão dos orçamentos apenas era o reflexo da falta de capacidade de concretização de projectos que herdou do passado.
Aparentemente, como o Camilo Rego mostra de uma forma que não deixa dúvidas (ao contrário da manipulação de números apresentada pela CME, perdão, pelo José Matos...) voltou-se a passar o mesmo com o orçamento para 2008: depois de pouca obra e muitos adiamentos, a CME utilizou estes últimos para engrossar o bolo dos projectos para Canelas, mascarando uma enormíssima diminuição do investimento naquela freguesia.
Ainda assim, e mesmo face a esta cascata de actos arrogantes perante a sociedade e a própria oposição (interna e externa), tinha decidido não me pronunciar sobre isto, tantas foram as vezes que já dei para este peditório.
No entanto, o José Matos incluiu-me nas respostas que escreveu. E como facilmente se percebe, eu já não poderia deixar passar mais esta.
É lamentável que a CME tenha entrado na fase em que quem está contra é tratado como o tolinho da aldeia, o atrasado mental sem acesso à informação, que diz coisas só para armar estrilho. Ainda por cima quando do outro lado apenas saem desonestidades intelectuais e fraudes políticas.
Como em tempos aqui escrevi, ninguém consegue enganar toda a gente durante todo o tempo. E é com isso que o José Matos tem dificuldade em conviver.
Caro José: o paternalismo não é uma boa estratégia de discussão. E não faz com que passes a ter razão. Aliás, antes pelo contrário: o paternalismo é a reserva dos poderes absolutos quando absolutamente mais ninguém quer saber deles.
A governação de José Eduardo de Matos está em profunda decadência e sem saber para onde se virar. Embora tenham passado pouco mais de 6 anos desde que chegou ao poder, o actual executivo camarário apresenta todos os defeitos de exaustão, cansaço, derrotismo e falta de ideias dos regimes antigos e nenhuma das virtudes que a experiência poderia proporcionar.
Por mim já não me ralo: o que não admito é que tratem os cidadãos como imbecis. E este texto faz isso.
Etiquetas: Política Estarrejense
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