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quinta-feira, outubro 23, 2008

Uma muito interessante notícia do DN, a mostrar como é que as coisas podem e devem ser feitas...


20% das complicações devem-se à medicação
A principal causa de complicações em doentes nos hospitais está associada à prescrição de medicamentos. Dados internacionais, confirmados numa unidade portuguesa, demonstram que "20% dos problemas se devem à toma de fármacos, sobretudo a reacções adversas", diz José Lopes Feio, da Comissão de Farmácia e Terapêutica dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

O responsável refere mesmo que entre 20% e 30% do total das reacções adversas ocorrem em hospitais, gerando custos de tratamento da ordem dos cinco mil euros por doente.

Um simples ajustamento do processo organizativo evitaria "60% dos erros fatais, fora as complicações mais ligeiras", admite ao DN. Erros de prescrição são 56% do total dos erros evitáveis; a administração, 34%; e transcrição da informação, 6%.

Esta é uma realidade que já está a ser combatida em vários hospitais, mas o melhor exemplo é o dos HUC. Desde 2000, "e em apenas dois anos, poupámos oito milhões de euros. Anualmente, a despesa caiu de 70 para 60 milhões de euros", diz, lembrando que os maiores ganhos foram na segurança do utente.

O sistema visa sobretudo auxiliar o médico na prescrição, feita online, de um remédio. No acto, o responsável tem acesso a toda a informação sobre os medicamentos, como as doses recomendadas. No grosso dos casos, a informação é validada pelo farmacêutico, o que ajuda a reorganizar.

Uma forma de aumentar a segurança e controlar os gastos é colocar mais farmacêuticos nos serviços clínicos hospitalares, uma ideia também defendida pela bastonária Elisabete Faria. Actualmente, há 20 hospitais com apenas um farmacêutico, o que significa que são necessários mais 300 na rede (que tem 500). José Lopes Feio reconhece que há um aumento dos custos com medicamentos em todos os hospitais. Se entre Janeiro e Julho subiram 5,5% em relação ao período homólogo (acima dos 3,9% previstos) foi porque "o número de doentes aumentou. "Houve uma subida de 17% a 18% nos gastos com doentes com artrite reumatóide ou com cancro. À Lusa, os administradores hospitalares defenderam a uniformização da prescrição para controlar os gastos.|

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