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sexta-feira, novembro 14, 2008

Seis e meia da tarde de um dia perfeitamente normal em Espinho. Entro na Farmácia mais próxima para comprar uma embalagem de leite em pó. Oito pessoas à espera (eu era o nono). Ao balcão apenas um simpático e idoso técnico de farmácia, que com a maior das naturalidades ia flirtando com uma igualmente idosa velhinha, alternando os sorrisos com informações tecnicamente erradas sobre os medicamentos que estava a dispensar.
Do interior da farmácia ouviam-se vozes e gargalhadas - aquele era claramente um local alegre, pelo menos para o técnico, para as vozes internas e para a velhinha. Dez minutos depois continuava tudo na mesma, apenas com a diferença de naquela fase já sermos doze almas penadas a partilharem o martírio comum. Obviamente fui-me embora.
Um pouco contra os meus princípios, mas sobretudo porque estava cheio de pressa, dirigi-me a uma parafarmácia que ficava ali perto. O cenário não poderia ser mais diferente: na loja estavam duas funcionárias indiferenciadas e nenhum cliente. Quase surpreendidas por me verem, trataram-me como um Rei e acompanharam-me a uma ampla secção de leites para crianças. Impressionado com a simpatia de que estava a ser alvo, decidir beneficiar do tratamento personalizado:
- Qual é a diferença entre este leite e este? - perguntei eu à solícita funcionária, apontando para duas embalagens da mesma marca, apenas separadas pela designação "comfort".
Quebrou-se o encanto. Os primeiros 7 centésimos de segundo foram passados de olhos esbugalhados a olhar para mim, os restantes 93 serviram para a minha interlocutora franzir o sobrolho e ao fim de 2 segundos a resposta lá surgiu, com a precisão de um míssil iraniano:
- Os pediatras umas vezes receitam um e outras vezes receitam outro.
Agradeci o brilhantismo da resposta, paguei e fugi apavorado.

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Comments:
Podia sempre ter reclamado na farmácia! Afinal de contas, a presença de um farmacêutico é obrigatória por lei! Infelizmente assiste-se à presença de ajudantes de farmácia (pseudo-técnicos)um pouco por todo o país! Todos sem conhecimentos de farmacologia suficientes para aconselhar o que quer que seja!Muito se fala na segurança da dispensação de medicamentos realizada por farmacêuticos....mas vê-los nas farmácias (na maioria parte dos casos)......às vezes é uma raridade!
Quanto à Parafarmácia.....não surpreende....vai no mesmo sentido da contratação de ajudantes de farmácia...! Por isso a diferença é nenhuma!
 
Perdoe o atraso do comentário...

Entre a fila de 9 pessoas, conselhos técnicos e (cada vez mais recorrente) pretensiosismo de quem está atrás do balcão na farmácia, e a disponibilidade da parafarmácia, criada, não tenho qualquer dúvida, pela incapacidade dos investidores em perceber que para montar uma parafarmácia não basta conhecer o nome dos produtos em stock, como numa casa de parafusos...
Venha o diabo e escolha!

Sinceramente, para ficar a perceber qual a diferença entre o "confort" e o "não confort" preferia visitar o site da empresa. Tirar as dúvidas... e encomendar online!
 
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