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terça-feira, setembro 22, 2009

Ainda estou para perceber exactamente o que me aconteceu naquele dia em que, ia eu nas calmas e a pensar na vidinha, quando de repente me vi estatelado no chão, com as calças rotas em dois sítios, a sangrar do joelho, com o telemóvel desfeito em 112 pedaços espalhados num raio de 5 metros à minha volta e um pequeno grupo de transeuntes a olharem curiosos para mim. Tinha chovido, havia um buraco num passeio e provavelmente alguém teve o cuidado de revestir cuidadosa e abundantemente toda a zona circundante com vaselina. Não sei. Só sei que de repente, lá estava eu, a olhar aparvalhado para as velhinhas solícitas que me rodeavam e ofereciam ajuda. Levantei-me com a dignidade possível, falei mal da Câmara (felizmente era do PSD), da Junta (do mesmo partido), do tempo, da má sorte em geral e dos calceteiros em particular. Recolhi as peças do telemóvel, voltei para o carro para lamber as feridas, cuspi pela janela os pedaços de pele lacerada e segui viagem, ainda combalido.
Não sei porquê, lembrei-me disto ao ver o que o "episódio Fernando Lima" fez à campanha do PSD e à suposta "política de verdade": Lima era o homem fiel de Cavaco (aliás, tão fiel que ainda continua em silêncio, apesar da humilhação pública) e fora nomeado pelo governo Durão Barroso-Ferreira Leite para a Direcção do DN. Lima era, pois, o professor e guru espiritual de todo o relacionamento social-democrata com a imprensa.
Ao fazer rolar a cabeça de Lima para cima da campanha eleitoral, Cavaco sabe que está a fazer com que Ferreira Leite tropece e fique de repente sem assunto, a 5 dias do fim da campanha. É por estes exemplos de sacodegatismo incontrolável (Cavaco não tolera que lhe pisem os calos, nem com uma flor) que o PSD é, de facto, o mais interessante de todos os partidos políticos.

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