sábado, janeiro 26, 2008
Há dias em que percebemos que de facto estamos todos a ficar doidos e que a nossa sociedade caminha numa direcção absolutamente assustadora.
Como se não bastassem a cruzada fascizóide da ASAE contra as colheres de pau, barrigas de freira, alheiras e chouriços, o moralismo social da lei do tabaco, o jogging de Sócrates ou as tentativas de uniformização, certificação, padronização, normalização e sei lá mais o quê das diversas "instâncias" europeias, há agora um novo movimento social que dá mais algumas boas razões para se bater fortemente com a cabeça nas paredes: são as empresas e indivíduos que se auto-flagelam, inventando fantasmas em actos perfeitamente banais do dia-a-dia.
Comprei anteontem um conjunto de três pacotes de bolachas da Nestlé que vêm com oferta de uma vulgar caneca (de loiça) para o leite. No entanto, colado no plástico que envolvia o conjunto (aliás, o kit), lá estava o aviso: "se a caneca que é oferecida juntamente com este produto estiver partida ou tiver alguma imperfeição, por favor devolva-nos todo o conjunto de produtos, pois o seu consumo pode envolver graves riscos para a saúde"!!! Estamos a falar de três pacotes de bolachas, embrulhados em "papel de embrulhar pacotes de bolachas", que por sua vez estavam envolvidos num pouco de película aderente, num pacote conjunto que também incluía uma caneca de porcelana! Como é possível que alguém tenha tido sequer imaginação para prever um risco destes?
Estamos, obviamente, a ficar todos esquizofrénicos. E as empresas começam a tratar os cidadãos como atrasados mentais, numa insólita febre de demonstrar responsabilidade social, mesmo quando é preciso fazê-la nascer a partir das pedras da calçada.
Nestas ocasiões lembro-me sempre do choque que senti quando, na primeira vez que fui aos EUA, reparei no autocolante que se via em todos os retrovisores dos automóveis: "objects in mirror are closer then they appear".
Como se não bastassem a cruzada fascizóide da ASAE contra as colheres de pau, barrigas de freira, alheiras e chouriços, o moralismo social da lei do tabaco, o jogging de Sócrates ou as tentativas de uniformização, certificação, padronização, normalização e sei lá mais o quê das diversas "instâncias" europeias, há agora um novo movimento social que dá mais algumas boas razões para se bater fortemente com a cabeça nas paredes: são as empresas e indivíduos que se auto-flagelam, inventando fantasmas em actos perfeitamente banais do dia-a-dia.
Comprei anteontem um conjunto de três pacotes de bolachas da Nestlé que vêm com oferta de uma vulgar caneca (de loiça) para o leite. No entanto, colado no plástico que envolvia o conjunto (aliás, o kit), lá estava o aviso: "se a caneca que é oferecida juntamente com este produto estiver partida ou tiver alguma imperfeição, por favor devolva-nos todo o conjunto de produtos, pois o seu consumo pode envolver graves riscos para a saúde"!!! Estamos a falar de três pacotes de bolachas, embrulhados em "papel de embrulhar pacotes de bolachas", que por sua vez estavam envolvidos num pouco de película aderente, num pacote conjunto que também incluía uma caneca de porcelana! Como é possível que alguém tenha tido sequer imaginação para prever um risco destes?
Estamos, obviamente, a ficar todos esquizofrénicos. E as empresas começam a tratar os cidadãos como atrasados mentais, numa insólita febre de demonstrar responsabilidade social, mesmo quando é preciso fazê-la nascer a partir das pedras da calçada.
Nestas ocasiões lembro-me sempre do choque que senti quando, na primeira vez que fui aos EUA, reparei no autocolante que se via em todos os retrovisores dos automóveis: "objects in mirror are closer then they appear".
Etiquetas: Coisas da Vida, Portugal
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