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segunda-feira, março 24, 2008

Tenho a comunicar-vos que de facto não há, nem pode haver, um período de tempo mais longo e que confuso do que 9 meses. Felizmente só falta 1. Quer dizer, já passaram 34 semanas, o que dá 8 meses e meio. Mas para as 40 semanas ainda faltam 6 (isto é, 1 mês e meio). Ou seja, segundo a matemática obstétrica, aos 8 meses e meio falta 1 mês e meio para os 9...! Aparentemente isto explica-se (?) porque 40 semanas são 10 meses e não 9. Ao que parece, o truque está na forma de contar: segundo os actuais métodos, conta-se a partir da data da última menstruação. Esta teoria, embora possa ser muito prática, transforma as mulheres numa cambada de abortadeiras: a partir da puberdade todas as menstruadas (mesmo as virgens) estiveram grávidas de pelo menos 2 semanas! A alternativa é contarmos a partir da data da fecundação. E no meu (isto é, no nosso) caso tiramos 2 semanas às 34, o que dá 32 (8 meses). Retomando a teoria dos 9 meses, 32 mais 4 dá 36, o que corresponde a um bebé prematuro. Ou seja, quem nascer aos 9 meses será prematuro, tal como todos os outros bebés, a não ser os filhos das elefantas.
Se reduzirmos o problema aos dias a coisa ainda fica mais confusa: 9 meses são 270 dias. E 270 dias são 38,6 semanas. No entanto, 9 meses também são 36 semanas (252 dias). Ou seja, há 18 dias (2 semanas e 4 dias) em terra de ninguém. Mas não é bem assim: se a criança nascer às 37 semanas (259 dias, ou seja, 9 meses e 1 semana) já não é prematura. A não ser que se esteja a contar desde a data da última menstruação - e nesse caso 259 dias são apenas 245 (35 semanas).
Enfim, para já acho que este é o menor dos meus problemas. Aliás, o facto de estar aqui a escrever este texto é a prova disso mesmo (hã?!).
Tenho, no entanto, duas certezas: 1) os obstetras não sabem fazer contas; 2) 9 meses é um período de tempo tão interminável que, como se demonstrou, nem sequer chega para se fazer um bebé não prematuro, qualquer que seja a forma de contagem.

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Vistas com a distância de quem, como eu, está fora dos meandros da política local de Estarreja, as recentes posições do PSD estarrejense são ainda mais absurdas.
De facto, recapitulemos o que aconteceu nos últimos tempos:
- O Jornal de Estarreja e a Rádio Voz da Ria (e curiosamente também o blogue Terra Nostra...) publicitaram com grande destaque o conteúdo de uma carta anónima em que se atacava a administração do Hospital Visconde de Salreu (para além de vários insultos directos a funcionários do HVS, embora estes só tenham sido publicados pelo José Matos);
- Quando instada a comentar o assunto, a concelhia do PS respondeu do modo que seria de esperar que todos se tivessem comportado naquele momento: com bom senso, dizendo que uma carta daquelas deveria estar no caixote do lixo desde a primeira hora e lamentando que não tivesse sido dado o mesmo destaque a assuntos muito mais graves e importantes que se passaram em Estarreja nos últimos tempos (alguns dos quais foram novamente referidos pelo Diário de Aveiro na semana passada);
- Na sequência deste caso, o PS de Estarreja queixou-se publicamente de falta de imparcialidade da imprensa local;
- Perante a acusação, o PSD de Estarreja exigiu que a direcção da RVR tomasse publicamente uma posição sobre o assunto;
- Não havendo resposta da parte da direcção da RVR, o PSD de Estarreja suspendeu a sua colaboração com o programa "Pensar Estarreja" enquanto a direcção da rádio "não esclarecesse publicamente as razões de tal silêncio";
- A direcção da RVR reafirmou publicamente os princípios da sua imparcialidade;
- O jornalista Severiano de Oliveira demitiu-se;
- O José Matos (líder parlamentar do PSD na AM de Estarreja) acusou a direcção da RVR de "falta de independência perante um partido político".

Em primeiro lugar, analisemos o que se passou neste caso: um partido político queixou-se da forma como é tratado pela imprensa. Nada mais normal: José Sócrates, Luís Filipe Menezes, Marques Mendes, Pedro Santana Lopes e Hillary Clinton, entre milhares de outros, fizeram recentemente o mesmo. Aliás, até o José Matos fez o mesmo. E normalmente estes casos resolvem-se com respostas dos jornalistas envolvidos, comunicados da redacção dos órgãos de comunicação social, ou simplesmente são chutados para canto, tão banais são estas situações. A jornalista responsável pelo JE optou por responder na mesma edição em que publicou as queixas e a RVR poderia de facto ter dado uma resposta jornalística no momento certo. Optou por não o fazer, o que, sendo discutível, não deixa de ser uma opção legítima e perfeitamente normal.
Ou seja, a reacção do PSD de Estarreja, ao exigir uma resposta pública da parte da direcção da RVR é o único facto verdadeiramente inovador neste caso. Nunca se tinha visto um partido político tomar as dores de um órgão de comunicação social. E é também a primeira vez em que se vê um partido político acusar a administração de um órgão de comunicação social quando o que está em causa é uma questão meramente jornalística. É como se José Sócrates, perante a polémica sobre os projectos das obras que assinou nos anos 80 se tivesse queixado publicamente da Sonae ou do Eng. Belmiro de Azevedo e não do critério jornalístico do jornal Público! Num caso destes, quando muito, a Direcção da rádio apenas poderia ter feito o que fez: reafirmar a defesa de princípios de independência jornalística.
Este caso seria apenas insólito se não houvesse uma intenção política clara no meio de tudo isto: o actual Presidente da Direcção da RVR é Manuel Pinho Ferreira, vereador do PS. Ora, todos sabemos que em Estarreja a Direcção das colectividades locais sempre foi ocupada por pessoas ligadas aos partidos políticos. A própria RVR sempre teve líderes com actividade política e penso que é a primeira vez que alguém do PS ocupa este cargo. E todos os que estão ou estiveram quer na RVR, quer na política local, sabem perfeitamente que as sucessivas direcções da rádio nunca interferiram com os critérios jornalísticos - os cargos de direcção na rádio local são normalmente fretes ocupados por pessoas que altruisticamente perdem algum do seu tempo pessoal a tratar de assuntos que são de todos.
É por isso que o que o PSD de Estarreja fez neste caso não é só insólito, mas é também profundamente injusto: quer Pinho Ferreira, quer o jornalista Severiano de Oliveira estavam a trabalhar sem benefício pessoal (antes pelo contrário) numa causa que é de todos. E atacá-los desta maneira é um acto de aproveitamento político de um acontecimento banal (e recorrente) que, sem a pressão do PSD local, seria rapidamente esquecido e ultrapassado. Por muito que a partir de agora se argumente, esta triste medalha ninguém a tirará do peito do PSD de Estarreja: até agora, nunca um partido político tinha tido tamanho efeito destrutivo num órgão de comunicação social local.

PS - Aproveito a ocasião para deixar aqui um abraço ao Severiano de Oliveira, a alma da RVR durante os últimos 20 anos, com quem tive diversas vezes a oportunidade de estar no "ar". Mesmo que não tenhamos estado sempre de acordo, há uma coisa que ninguém pode deixar de reconhecer: a vida pública de Estarreja tem uma enorme dívida para com o Severiano e na RVR haverá sempre um "antes" e um "depois" do Severiano. Eu ainda acredito que o "depois" possa ser apenas um pequeno intervalo antes de um novo "durante". Ainda assim, obrigado Severiano, por todo o teu enorme esforço pessoal e excelente contributo para a formação de um espaço público de discussão política e social em Estarreja.

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Diário de Aveiro, 21 de Março de 2008

Marisa Macedo, deputada e presidente do PS/Estarreja:

«Temos um presidente com uma mentalidade de junta de freguesia»

Marisa Macedo, recentemente reeleita líder concelhia de Estarreja do PS, faz um retrato negro do trabalho da coligação PSD/CDS que dirige a autarquia. «Estarreja está a regredir de dia para dia», adverte em entrevista ao Diário de Aveiro e à Aveiro FM. O principal alvo é José Eduardo Matos, o presidente do município «com uma mentalidade de junta de freguesia», que «por incompetência» não consegue «fazer de Estarreja uma cidade». Deputada na Assembleia da República desde 15 de Outubro de 2007, Marisa Macedo, actualmente com 38 anos, alerta: «Há imensa mesquinhez na política. Sobretudo quando se é mulher»

O objectivo do PS passa por retomar o poder na autarquia em 2009?
Claramente. Esse é o nosso objectivo. Aliás, esta estratégia não começou com estas eleições para a concelhia mas da primeira vez que fui candidata, há dois anos atrás. Aquilo que estamos a fazer em Estarreja é com o objectivo de ganhar a Câmara e o maior número de juntas de freguesias.

É possível alcançar essa meta já no próximo ano?
Em Estarreja é sempre difícil. O concelho desde sempre que vota maioritariamente no PSD e no CDS. Quando eu entrei no PS, com quase 18 anos, o partido era a terceira força política, a seguir ao PSD e ao CDS. Mas a história do concelho diz-nos que votam nos candidatos do PS se confiarem e se se revirem neles, e foi isso que aconteceu na altura do dr. Vladimiro Silva, quando ganhámos a Câmara em 1994.

Qual vai ser a aposta para vencer as eleições? Manter uma postura crítica perante o Executivo e apresentar propostas alternativas?
As críticas ao actual Executivo, mesmo que queiramos, não as conseguimos evitar, porque não nos revemos minimamente nas políticas que o dr. José Eduardo Matos e a coligação têm para Estarreja. Temos diferentes ideias de como Estarreja pode ser e a partir daí é evidente que as críticas vão continuar a surgir. Mas não vão ser só críticas, como é óbvio – a partir do momento em que tomarmos posse, vamos reunir as pessoas para escolher os candidatos à Câmara e às juntas de freguesia, e depois vamos trabalhar em propostas claras e perceptíveis e que as pessoas sintam que é possível realizar. Não vamos prometer o céu, como normalmente o PSD faz e não concretiza.

Já tem uma ideia de quem poderá ser o candidato à Câmara?
Eu pessoalmente tenho, mas não posso revelar, por uma questão de solidariedade com as pessoas do meu partido. Vamos começar as reuniões entre todos e o candidato será aquele de nós que reunir mais condições para ganhar a Câmara. Julgo que lá para Junho isso poderá ser revelado.

A Marisa Macedo poderá ser a candidata?
Eu faço parte do PS e sou presidente da comissão política, e com certeza que a minha própria posição será discutida… Vamos ver… Será aquele de nós que mais condições reunir para ganhar.

Em Janeiro disse ao Diário de Aveiro que não há-de morrer sem ser presidente da Câmara de Estarreja…
Isso é uma verdade, só que eu tenho 38 anos e espero durar pelo menos até aos 80… Mas reafirmo que não hei-de morrer sem ser presidente da Câmara de Estarreja. Não sei é quando.

Gostava, portanto, de exercer esse cargo.
Gostava muito, e não é de agora. É um sonho.

Tem sido difícil fazer oposição à actual maioria?
Muito difícil. O dr. José Eduardo Matos tem um feitio que é o de parecer simpático. Eu, por outro lado, tenho outro tipo de feitio, sou muito mais de dizer e defender aquilo que penso, mesmo quando nem toda a gente compreende. É o risco de tomar posição. O dr. José Eduardo Matos é aquele género de pessoa que não toma posição. Na última manifestação do hospital, por exemplo, ele esteve presente mas não disse nem sim nem não, e já tinha assinado um protocolo que prevê o encerramento das urgências entre as 24 e as 8 da manhã. Ele vive neste limbo… Aliás, ele é um acérrimo defensor do dr. Luís Filipe Menezes e o registo é o mesmo: não toma posição, diz umas coisas hoje, depois diz outras amanhã… Por outro lado, está numa terra de direita e tem os órgãos de comunicação social muito afectos à Câmara, o que se compreende.

Como assim?
Dependem dos subsídios da Câmara. Eu também tenho um jornal – apesar de estar suspenso – e sei que as coisas são difíceis de pagar. Em terras pequenas, em que a Câmara dá um subsídio grande – nomeadamente à rádio –, é mais difícil dar voz às pessoas da oposição. Mas voltando atrás: a oposição é difícil também porque esta coisa de ser mulher não é fácil em política. Há muito mais tendência para criticar as mulheres, e a primeira reacção do PSD – não do CDS – foi passar uma imagem de mim que estou sempre do contra, a reclamar… Denegrir, no fundo. E depois as mulheres têm o problema de se deixarem abater por isso. Como eu já sabia que aquilo ia acontecer, porque já conheço o terreno onde me movo, isso não surtiu efeito e já ultrapassámos essa fase, e entretanto fui para a Assembleia da República e ultrapassei-os a todos pela direita e ficaram todos baralhados. É preciso gostar e é preciso saber para onde se vai, porque a política não é para quem sofra do coração ou para quem se aflija com o que andam a dizer de nós.

Há muita mesquinhez na política?
Há imensa mesquinhez na política. E sobretudo quando se é mulher, porque passa por ataques baixos.

Sente que isso se nota mais a nível local ou nacional?
Muito mais a nível local. Mas depende das pessoas e não quer dizer que seja assim em todo o lado. Em Estarreja temos um presidente de Câmara com uma mentalidade de junta de freguesia que não consegue fazer de Estarreja uma cidade por algum motivo: por incompetência e por não saber o que há-de fazer com uma cidade. E isso transporta-se para as relações pessoais – quanto menos aberta a pessoa for e quanto menos informação e perspectiva global tiver, mais mesquinhez existe.

Uma das questões que mais tem dividido a maioria e o PS diz respeito ao Eco-parque empresarial. Porquê?
Eu não admito que mintam, mesmo em política, onde às vezes as fronteiras são um bocado difíceis de definir. Há coisas que não admito e uma delas é mentirem, sobretudo sobre a herança do PS. Nós temos muito orgulho no que fizemos durante oito anos – o dr. Vladimiro foi o melhor presidente de Câmara que Estarreja teve até hoje, e quando me dizem, por exemplo, que não foram deixados terrenos, é evidente que faço disso um cavalo de batalha porque estão a mentir. Há escrituras e documentos. Não aceito que se branqueie a história. Deixámos terrenos, deixámos o concurso público adjudicado… Quando saímos da Câmara, em 2001, a empreitada do parque industrial estava entregue à Mota e Companhia – que agora se chama Mota Engil – e pronta para ir para o terreno. O dr. José Eduardo Matos, com a sua mentalidade de junta de freguesia, suspendeu a obra e ‘encazinou’ de tal forma o processo que neste momento temos um parque industrial com empresas que se transferiram de outros municípios – poucas, mas algumas – sem que estejam sequer feitas as escrituras públicas (só foi feita uma). Isto é terrível, porque ele anda de 2001 até hoje a tentar resolver a questão dos terrenos do parque industrial, quando toda a gente sabia que foram deixados terrenos, e que não eram suficientes para toda a obra. Mas também já se sabia qual era o problema: os terrenos pertencem a muitas pessoas e muitas delas não se sabe onde estão ou emigraram… Como é que se resolve? Com processos de expropriação. Simples. Já se sabia isto em 2001, só que ele só fez esse processo de expropriação em 2005, quando deu entrada o processo no tribunal. O que é que esteve a fazer entre 2001 e 2005? Ele empatou e neste momento não temos o problema resolvido, e no meio disto perdemos o Ikea, que era a salvação de Estarreja. E o Ikea queria vir para Estarreja por causa das localizações. Isto é um ónus com que ele tem de viver porque a culpa é exclusivamente dele.

Se o PS estivesse no poder, Estarreja não tinha perdido o Ikea?
Não. Em 2001, já estava adjudicada a questão do parque e estavam previstos 18 meses para a conclusão do trabalho. É evidente que teríamos de resolver a questão do resto dos terrenos, mas teria sido por expropriação. Quando o Ikea, em 2007, colocou a hipótese de vir para Estarreja, é evidente que estaria resolvido, mesmo com atrasos. Sendo certo que agora ninguém sabe por quanto vai ficar esta empreitada, porque ninguém ouve a Mota Engil dizer o que quer que seja. Ganhou o concurso e algum dia vai-nos ser apresentada a factura.

Teme que a Câmara venha a sofrer algum prejuízo decorrente deste processo?

Claro que vai dar grande prejuízo. Uma empresa ganha o concurso, não faz o concurso e está anos à espera de ver o que vai dar… Acho que alguma coisa dará. Vamos ver qual será a factura. Não ouvimos a Mota Engil dizer nada, nem o presidente da Câmara, só sabemos é que há juros e indemnizações que algum dia surgirão.

O projecto da nova piscina também divide maioria e oposição. Por que contestam o projecto?

Não é propriamente não concordar, mas a questão é que é muito dinheiro que Estarreja não tem, porque não se está a criar uma dinâmica que permita que haja mais dinheiro. O presidente da Câmara não consegue atrair qualquer tipo de investimento que faça com que Estarreja tenha mais dinheiro. Além de que está a pôr cada vez mais gente na Câmara e 60 por cento do orçamento vai para pagar a funcionários.

Esses novos funcionários são desnecessários?
Por exemplo: ainda na semana passada, saiu uma sentença do Tribunal Administrativo de Viseu a anular um concurso público feito em 2004 por falta de fundamentação. Voltando à pergunta anterior: o dr. José Eduardo Matos não consegue resolver o problema de Estarreja. Estarreja está a regredir de dia para dia. Nós vemos os outros municípios, mesmo à volta, a terem equipamentos novos e outras dinâmicas mas em Estarreja não acontece nada. Uma coisa que não temos é um pavilhão multiusos. Se quisermos fazer uma feira industrial, por exemplo, não temos onde a fazer. E há outras coisas que são precisas. Mas não vale a pena gastar tanto dinheiro para fazer coisas iguais às que já temos, como é o caso das piscinas.

A questão das areias do parque industrial é outra das vossas preocupações.
Foram roubados do nosso parque industrial em camiões com matrículas falsas sem que o dr. José Eduardo fizesse nada. E cada metro cúbico é um balúrdio.

O PS levou esse caso a tribunal.
Apresentámos queixa no Ministério Público, porque o valor em areia que saiu do parque industrial dava para pagar pelo menos metade dos custos previstos para a sua construção. Não estamos a falar de tostões. Apresentámos o caso no Ministério Público, dissemos para onde ia parte da areia – tínhamos fotografias e filmes –, mas foi arquivado no ano passado. Fui ver por que tinha sido arquivado e o que se passa é lamentável. A investigação é lamentável. Mas ficou provado que a areia saiu do parque industrial em camiões com matrícula falsa… Fiquei indignada com o arquivamento e escrevemos à dra. Maria José Morgado, que mandou reabrir o processo. Só aí, anos depois da denúncia, é que eu e outras pessoas que assistimos a tudo o que se passou fomos ouvidos no Ministério Público e nos foram pedidas as fotografias e os filmes… Parte da nossa areia está à entrada de Albergaria-a-Nova e não há-de demorar muito tempo a ter uma urbanização em cima... Isto indigna. Como é que uma Câmara consegue dizer às pessoas que não tem dinheiro para pagar subsídios ou fazer casas às pessoas pobres, quando deixa roubar o que é nosso? Aquilo passava-se à luz do dia em pleno centro de Estarreja…

Por que é acha que a Câmara nunca actuou?
Eu sei é que nós actuámos porque não tínhamos nada a ver com o assunto. Andamos aqui sem telhados de vidro. Quando a dra. Maria José Morgado disse que o processo tinha de ser reaberto, veio o dr. José Eduardo Matos dizer que as investigações tinham de ser levadas até ao fim doesse o que doesse, quando ele próprio, na altura em que viu as filmagens e lhe foi dada conta da situação, disse que não havia problema nenhum e que era para colocar o terreno à cota da estrada, quando nas filmagens se vê um camião a desaparecer num buraco e a tornar a aparecer. É por isso que o PS está nos antípodas do dr. José Eduardo Matos – não nos revemos nesta política, não somos assim e não queremos ser, esta nebulosidade não tem nada a ver connosco.

Está a insinuar que a Câmara pactuou de alguma maneira com ilegalidades cometidas nesse caso?
O que lhe posso dizer é que se fosse eu a presidente da Câmara de Estarreja ou outras pessoas do PS, qualquer um de nós ia lá e seríamos os primeiros a pôr o caso no Ministério Público. Ainda por cima com aquelas provas.

Vladimiro Silva é candidato à Direcção dos Bombeiros de Estarreja. Acha que se trata de um regresso à vida política em Estarreja?
Ele diz que não. O dr. Vladimiro sabe que o tempo dele enquanto presidente da Câmara de Estarreja passou. E não o estou a ver a meter-se numa aventura dessas. Ele foi um excelente presidente da Câmara, e essa é uma dificuldade que vamos ter no PS quando ganharmos a Câmara em 2009: para quem quer que seja o candidato do PS, o objectivo é ser melhor que o dr. Vladimiro, o que é difícil. Ser melhor que o dr. José Eduardo Matos é muito fácil, qualquer um no PS consegue; mas ser melhor que o dr. Vladimiro será difícil. O que o dr. José Eduardo Matos inaugurou foi o que o dr. Vladimiro deixou. O dr. José Eduardo Matos é bem o exemplo de que se pode ganhar uma grande herança e conseguir desperdiçá-la.

A verdade é que as pessoas elegeram-no e reelegeram-no.
Eu sei porquê. As pessoas elegeram o PSD em 2002 porque deram ouvidos a uma campanha pessoal denegridora contra o dr. Vladimiro.

Feita por quem?
Pela coligação. E depois reelegeram-no porque nós passámos por um processo interno muito complicado – o dr. Vladimiro era para ser o candidato à Câmara mas o PS retirou-lhe a confiança e isso causou-nos grandes perturbações.

O que é que o PS defende quanto às urgências do hospital de Estarreja, que o Governo pretende encerrar?
O PS lançou, a 29 de Maio do ano passado, a base do protocolo assinado entre a Câmara e o Ministério. Tínhamos chegado a um impasse: faziam-se as manifestações em que o dr. José Eduardo Matos andava com uma vela, mas ideias para sair do impasse não havia nenhuma. O PS entende que, quando temos um problema, temos de o resolver da melhor maneira possível. O que sabemos em Estarreja é que as pessoas que recorriam às urgências – que, aliás, não era nenhum serviço de urgências – eram sistematicamente transferidas para Aveiro. Era uma farsa, e não tivemos, antes desta, uma administração que tivesse lutado pelo hospital de forma a que conseguisse justificar que era imprescindível. Quando um hospital transfere sistematicamente todas as pessoas para Aveiro, é natural que o Ministério da Saúde entenda que o melhor é enviá-las directamente. Temos de ser realistas e ver o que podemos ganhar com esta ministra da Saúde. Entre fechar de vez e limitarmo-nos a fazer manifestações, achámos que era melhor fazer uma proposta concreta – que o dr. José Eduardo Matos depois acabou por assinar – de forma a que o hospital pudesse ficar aberto e melhor.

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quinta-feira, março 13, 2008

Um comunicado do PS de Estarreja com uma boa notícia...

Estarreja beneficiada no novo mapa judiciário

O PS Estarreja vem congratular-se com a decisão do Governo de beneficiar o concelho de Estarreja, no novo mapa judiciário.
É certo, desde hoje – por ter sido aprovado em Conselho de Ministros -, que o Tribunal de Estarreja continuará a dispor de competência em questões cíveis e em matéria criminal.
Mas o que mais nos deve congratular é o facto de ganharmos um Juízo de Família e Menores, que abrangerá não só o nosso concelho, como outros vizinhos. Por isso, todas as matérias referentes a menores, bem como os divórcios litigiosos dos concelhos de Ovar, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Murtosa passarão a decorrer no Tribunal de Estarreja.
Esta decisão governamental vem, assim, ao encontro das aspirações do PS Estarreja, que tudo fez para que este desfecho fosse possível.

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domingo, março 09, 2008

A política local de Estarreja tem vivido dias particularmente agitados.
Tudo começou quando, num espaço de poucos dias, o blogue Terra Nostra, a Rádio Voz da Ria e o Jornal de Estarreja publicitaram uma carta anónima com insultos gratuitos a vários funcionários e administradores do Hospital Visconde de Salreu, bem como insinuações avulsas e não fundamentadas sobre alegadas irregularidades de gestão. É importante referir que a RVR e o JE apenas divulgaram as acusações relacionadas com a gestão do HVS, ao contrário do José Matos, que surpreendentemente publicou a totalidade da carta, incluindo todos os insultos pessoais. Por coincidência, o PSD de Estarreja aproveitou logo a ocasião para pedir a demissão da Administração do HVS...
Continuo sem perceber as razões que fizeram com que o José Matos tivesse esta atitude, que considero profundamente lamentável e até estranha, pois não encaixa na postura a que sempre nos habituou nos anos que já leva de blogosfera! A maioria dos visados na carta nem sequer tem actividade política, pelo que sinceramente acho que a carta tem muito mais de intriga de cabeleireiro do que qualquer assunto que possa interessar à sociedade ou à análise política concelhia. Além disso, em Estarreja há infelizmente uma longa tradição de produção de cartas anónimas com fins políticos, algumas delas com acusações bem mais sérias e graves que a que agora foi publicada. No entanto, até agora os órgãos de comunicação social sempre ignoraram este tipo de iniciativas, mesmo nos casos em que as notícias eram bastante suculentas.
Enfim, mudam-se os tempos, mudam-se os critérios jornalísticos... este assunto em concreto tem muito pouco interesse, a não ser pelos outros efeitos que provocou - a publicação desta notícia levantou uma questão bem mais importante: a da imparcialidade e influência da imprensa local de Estarreja.
Historicamente, quer o Jornal de Estarreja, quer a Rádio Voz da Ria, sempre foram extremamente importantes para a construção da imagem dos políticos locais. A informação veiculada por qualquer um destes órgãos de comunicação social tem um efeito multiplicativo, pois as pessoas que os consultam tendem a influenciar outras, numa cascata que tem um efeito real no eleitorado. Se analisarmos os perfis dos vencedores de eleições no concelho, poderemos observar que foram sempre pessoas com intervenção regular na rádio e jornais e que sempre souberam insinuar-se de modo a projectar, através daqueles órgãos de comunicação social, uma imagem que agradava ao eleitorado. Ou seja, os políticos não são o que são, mas sim aquilo que os órgãos de comunicação social os fazem ser. Quer em termos nacionais, quer localmente, a maioria dos eleitores não conhece pessoalmente os candidatos, pelo que baseia a opinião que tem deles na informação que obtém através dos media.
Ou seja, sobretudo quando as eleições são disputadas, são os órgãos de comunicação social quem as decide, embora indirectamente, através da imagem que passam de cada candidato.
Há outro dado que é importante ter em consideração: os media locais resultam do trabalho abnegado, muitas vezes em part-time e com grande sacrifício pessoal, de pessoas que são cidadãos como os outros, com gostos, afeições, preferências e inclinações como qualquer ser humano. E é aqui que entra a objectividade jornalística - os jornalistas, e é justo dizer que de um modo geral isso acontece em Estarreja, tentam ignorar a sua própria humanidade e, muitas vezes fazendo das tripas coração, procuram dar uma imagem tão neutra quanto possível da realidade. Uma das técnicas jornalísticas que mais resulta nestas situações é a da quantificação, em minutos no caso da rádio, em caracteres no caso da imprensa escrita, do tempo de antena que se dá a cada um dos intervenientes no processo político. E, mais uma vez parece-me justo reconhecê-lo, parece-me que em Estarreja as coisas têm estado equilibradas sob esse ponto de vista.
No entanto, isto não chega - há outros aspectos, subjectivos e muitas vezes subliminares que também contribuem para definir a imparcialidade da imprensa: o modo como as notícias são publicadas (com mais ou menos destaque, com ou sem fotos, na primeira página ou no interior do jornal, em páginas pares ou ímpares, antes ou depois de notícias menores, etc.) é também altamente influenciador da impressão com que as pessoas ficam da realidade.
E é aqui que chegamos neste caso: o PS de Estarreja, os blogues locais e o jornal Voz de Estarreja denunciaram situações muito mais graves que a polémica carta anónima e que foram tratadas de um modo muito menos destacado do que este.
É evidente que também há aqui uma questão de critério jornalístico que deve ser respeitado, por muito que se discorde dele.
Na minha opinião o que se passou não chega para dizer que a imprensa local de Estarreja favorece o PSD em detrimento do PS, pois este foi um caso isolado e que nem sequer tem muito a ver com política, mas apenas com trocas de insultos entre funcionários de um hospital.
Contudo, acho que o que aconteceu pode servir como sinal de alerta:
- Para a imprensa local, que deve ter cuidados acrescidos no tratamento deste tipo de "cavalos de Tróia" com objectivos políticos que mais tarde se tornam óbvios;
- Para os blogues locais, que com excesso de voluntarismo acabam por correr o risco de serem utilizados por anónimos cobardes como veículo para trocas de insultos contra quem tem mais sucesso profissional que eles próprios;
- Para os partidos políticos, que têm que ter mais precupações com a clareza da mensagem que passam, pois a importância dos factos não depende só do interesse que estes possam ter, mas também da forma mais apelativa como estes são apresentados aos media.

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Francisco Batel Marques deu uma excelente entrevista ao Diário de Coimbra na semana passada, a provar que a Ordem dos Farmacêuticos continua a existir e que por muito que a Direcção Nacional se cale, haverá sempre uma vez em Coimbra que se preocupa com o futuro da profissão. Eis um pequeno excerto:

O responsável da OF considera importante esclarecer o que se espera dos farmacêuticos. «Vão as farmácias passar a fazer testes? Temos já lojas ditas de saúde a fazer medições de hemoglobina. Tenho algumas dúvidas sobre a validade técnico-científica e estamos a falar de meios que servem para ajudar a estabelecer um diagnóstico e monitorizar terapêuticas», diz.Outro tema que interessa à Ordem tem a ver com a reforma dos cuidados primários de saúde, «uma bandeira política do Governo». Apesar de concordar com alguns dos seus aspectos, Batel Marques repara que «a reforma dos cuidados primários vai no sentido inverso à reforma da farmácia e do medicamento». Se, por um lado, «procuram criar-se estruturas multidisciplinares de proximidade ao utentes», por outro «liberaliza-se a farmácia e trata-se o medicamento apenas como bem de consumo, num mercado que todos sabemos ser imperfeito».

A entrevista completa pode ser lida aqui.

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Depois de mais um interregno forçado por compromissos profissionais, espero poder retomar a normal actividade blogosférica... os próximos posts servirão para pôr a escrita em dia relativamente a vários assuntos.

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domingo, março 02, 2008

Quem, como eu, está por fora da cena política estarrejense não pode deixar de ficar em estado de choque com algumas das coisas que vão acontecendo. O Jornal de Estarreja fez manchete com uma carta anónima (que presumo ser a mesma que o José Matos, líder do PSD na AM de Estarreja, divulgou no seu blogue) que pouco mais parece ser do que um exercício de maledicência gratuita e não fundamentada contra funcionários e administradores do Hospital Visconde de Salreu. Ao que parece, a RVR também deu grande destaque ao mesmo tema.
E a pièce de résistance surgiu quando alguém comparou o tratamento jornalístico dado a este caso com as alusões públicas a cartas anónimas sobre... a árvore de Natal que esteve instalada em frente à CME!!!! Como se a qualidade dos serviços hospitalares fosse um tema sequer minimamente comparável com uma árvore de Natal!!!!
De facto, tudo isto é profundamente chocante e até surpreendente: os mesmos partidos políticos e órgãos de comunicação social que ostensivamente ignoraram denúncias muitíssimo mais graves (e devidamente fundamentadas, muitas vezes até com documentos, vídeos e fotos!!!) apresentadas pelo PS, pelo jornal Voz de Estarreja e por alguns blogues locais, surgem agora como fundamentalistas defensores da investigação jornalística de tudo quanto seja insinuação, mesmo que esta apenas apareçam na forma de uma carta anónima que, vá lá saber-se porquê, não teve o destino natural e óbvio de todas as cartas anónimas: o caixote do lixo.
O caso seria apenas insólito e mais um fait-divers totalmente irrelevante da vida política estarrejense (que até teria mais perfil para ser incluído nas páginas de lazer dos jornais do que em qualquer outro local), se não revelasse também sinais muito preocupantes de falta de imparcialidade na imprensa local de Estarreja.
Marisa Macedo (que lidera o PS de Estarreja e esteve na origem de grande parte das denúncias anteriormente referidas) tem aquilo a que habitualmente se designa por "má imprensa", embora este seja um fenómeno apenas local, pois os órgãos de comunicação social regionais e nacionais têm dado o merecido destaque e relevo às iniciativas da deputada e líder da concelhia do PS de Estarreja. As próximas eleições autárquicas servirão para demonstrar se a imprensa local tem ou não força suficiente para destruir uma candidatura que neste momento se afigura como natural, forte e vencedora.
Quanto ao HVS, aqui fica o comunicado de defesa da honra do Conselho de Administração, que não merecia que o tivessem tratado desta forma:

MEMORANDO DE 1 ANO DE ACTIVIDADE

HOSPITAL VISCONDE DE SALREU

O actual Conselho de Administração, iniciou funções no princípio do ano de 2007 encontrando um Hospital com os problemas que se seguem e para os quais procurou soluções. Assim:

1 – BLOCO OPERATÓRIO - fechado desde 29/11/2006, por avaria do ar condicionado, com prejuízo evidente para a produção hospitalar. Este Conselho de Administração procedeu à aquisição e consequente instalação de 1 nova unidade de Ar Condicionado, tendo o Bloco Operatório reiniciado a sua actividade, em 05 de Março de 2007;

2 – ACESSO DOS DOENTES AO BLOCO OPERATÓRIO – Como é do conhecimento geral os doentes transportados em macas, entravam e saíam do Bloco Operatório, através da porta de acesso junto ao Serviço de Radiologia, com passagem obrigatória pelo átrio principal, onde habitualmente se encontram visitas, utentes a aguardar Consulta Externa e outros.

Este Conselho de Administração, aproveitando o encerramento do Bloco Operatório para instalação do Ar Condicionado, procedeu à construção de um novo acesso que, com dignidade, passou a fazer-se sem exposição indevida do doente, directamente de e para a enfermaria de cirurgia;

3 – SERVIÇO DE RADIOLOGIA - estava avariada a ampola de um dos aparelhos, impossibilitando a realização de exames radiológicos, com necessidade de recurso a serviços do exterior.

Esta ampola foi substituída rapidamente, para normalização do serviço;

4 – LABORATÓRIO – Uma avaria do aparelho de refrigeração dos reagentes, levou a que fossem inutilizados produtos no valor de vários milhares de euros. Procedeu-se à reparação do respectivo aparelho;

5 – ENFERMARIAS – As especialidades cirúrgicas acomodavam os seus doentes em camas lado a lado com os doentes de Medicina, levando ao cruzamento inevitável de infecções. Procedeu-se à sua separação física;

6 – PORTA ACESSO DO ÁTRIO AO SAP/SU – Por força do detector automático, a antiga porta, face á proximidade de alguém, abria, expondo inevitavelmente os doentes que se encontravam em tratamento no SAP/SU, violando o seu direito à privacidade. Esta situação foi devidamente corrigida;

7 - GABINETE DE ATENDIMENTO ÚNICO – Existiam vários balcões para atendimento aos utentes, com prejuízos manifestos para os mesmos e para a rentabilidade dos serviços.

Criou-se um serviço de atendimento único, que de certa forma, é inovador em termos hospitalares, pois apresenta simultaneamente sinalética horizontal figurativa para melhor orientação dos utentes.

Conjuntamente com esta iniciativa instalou-se uma porta de vidro, no acesso principal, de forma a proteger das intempéries quem recorre ao HVS ou nele trabalha;

8 – SALÃO NOBRE – Encontrámos o Salão Nobre transformado em sala de formação, sem dignificação do espaço. Foram recuperadas as cadeiras que se encontravam amontoadas no coro da capela e a mesa que estava desfeita e degradada num armazém.

Como é visível hoje, o espaço encontra-se recuperado, dignificado e apropriado à sua função. Com a colaboração da Junta de Freguesia de Salreu, foi ainda possível restaurar o quadro que se encontra no Salão Nobre e que retrata o grande benemérito Visconde de Salreu;

9 – PINTURA EXTERNA DO HOSPITAL – Também como é do conhecimento geral as paredes do exterior do Hospital encontravam-se com aspecto degradado, tendo-se procedido à pintura das mesmas, com excepção da parede frontal, contando em parte, com a colaboração, voluntária, de alguns amigos do HVS;

10 – RUA DE ACESSO AO SAP/SU- Esta encontrava-se em muito mau estado de conservação e, depois de vários apelos deste Conselho de Administração junto da Câmara Municipal, foi finalmente pavimentada;

11 – CONSULTAS DE ESPECIALIDADE – Por força de um despacho ministerial (Despacho de Suas Excelências a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, de 22 de Dezembro de 2006, o Secretário de Estado da Administração Pública, de 29 de Dezembro de 2006, e o Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, de 29 de Dezembro de 2006) e porque não houve a adequada salvaguarda em tempo oportuno pela anterior Administração, deixaram de ser realizadas consultas em várias especialidades, designadamente, Pneumologia, Nefrologia, Pediatra, Ginecologia, Fisiatria. Com a celebração de novos contratos e protocolos já se procedeu à recuperação de consultas de especialidade e foi conseguido apoio diferenciado nos serviços já existentes. Nomeadamente:

- Protocolo com o Hospital Infante D. Pedro para a criação da Unidade de Recuperação de AVC (URAVC)

- Protocolo com o Hospital de Tondela para Anestesia

- Protocolo com o Hospital Ovar na área de Pediatria

- Protocolo com o Centro de Saúde de Stª Maria da Feira na área da imuno-alergologia

- Protocolo com os Hospitais da Universidade de Coimbra na área de Pneumologia

- Protocolo com a Cerciesta na área de Psicologia

- Protocolo com o Hospital de Cantanhede na área de Medicina Interna e Contabilidade

- Protocolo com o Hospital Distrital de Águeda na área de Medicina Interna

- Parceria com a Câmara Municipal de Estarreja e o IDT (Instituto da Droga e Toxicodependência) na criação de Consulta de Desenvolvimento de competências. dirigida à prevenção de comportamentos aditivos dos nossos jovens.

12 – SITUAÇÃO NA MEDICINA INTERNA – Por falecimento de 1 especialista, por cessação de contrato de outra, por efeito de baixa prolongada (cerca de 9 meses) da única especialista do quadro e ainda porque o concurso nesta categoria não se encontrava resolvido, só graças ao elevado esforço deste Conselho de Administração, que contou com a colaboração de especialistas externos dos Hospitais de Cantanhede e Ovar, foi possível não encerrar este serviço.

13 – REFORÇO DE EQUIPAS MÉDICAS E DE ENFERMAGEM – Nos períodos de maior afluência de utentes ao SAP/SU foram reforçadas as equipas com mais um médico e mais um enfermeiro neste Serviço no período das 20 – 24h, bem como mais um enfermeiro no turno da manhã e da noite no internamento de Medicina;

14 – DIVIDAS A PESSOAL REFERENTES A ANOS TRANSACTOS – Como é sabido, os funcionários que se desligam do serviço por aposentação ou fim do contrato, obrigam a instituição ao pagamento suplementar do chamado “acerto de contas”, a realizar entre a Instituição e o funcionário. Assim, encontrámos por pagar a diversos ex-funcionários, valores referentes aos anos de 2004, 2005 e 2006.

Também se encontravam por efectuar acertos a pessoal de Enfermagem, referentes a mudanças de escalão do ano de 2003 e 2004.

Procedeu-se aos pagamentos devidos, bem como aos de 2007, os quais juntam as indemnizações por falecimento de 2 funcionários.

Neste momento esta situação encontra-se regularizada, conforme o prazo estipulado por lei;

15 – DIVIDAS A FORNECEDORES – Estavam por pagar a fornecedores externos, dividas dos anos de 2004, 2005 e 2006. Actualmente encontram-se saldadas as dívidas desses anos (com excepção dos organismos do SNS) faltando saldar parte de 2007;

16 – LIGA DOS AMIGOS DO HVS – Sendo um projecto antigo, o mesmo encontrava-se estagnado.

Teve eco o nosso apelo junto dos voluntários que levou ao seu ressurgimento, contando para tal com a imprescindível colaboração de empenhados Estarrejenses que investem parte do seu tempo no bem estar dos doentes e na promoção do HVS.

17 – I JORNADAS CLINICO-SOCIAIS DA CIDADE DE ESTARREJA – Mostrando a abertura deste Conselho de Administração ao envolvimento/colaboração das Instituições relevantes do Concelho, realizámos as I Jornadas Clínico-Sociais da Cidade de Estarreja que contaram com as parcerias da Câmara Municipal de Estarreja, Centro de Saúde de Estarreja, Liga de Amigos do HVS e ainda a colaboração da Escola Secundária de Estarreja, Cerciesta, Stª Casa da Misericórdia de Estarreja, Empresas da Pacopar, Indústria Farmacêutica, Governo Civil do Distrito de Aveiro, APAV, Reverendíssimo Bispo de Aveiro, Universidade de Coimbra, várias entidades do Concelho de Estarreja e de fora, de que destacamos o Prof. Doutor Nuno Grande.

Este Simpósio foi aclamado por todos os que tiveram o privilégio de nele participar.

18 – É importante lembrar como exemplo de excelentes práticas que no Inverno passado, uma fuga de Cloro no Parque Químico de Estarreja teve a resposta pronta de todos os profissionais do HVS a qual foi elogiada pelos parceiros sociais.

O HVS, que conta com profissionais competentes e motivados, tem pela 1ª vez definido um plano estratégico com futuro (Homologado a 24.07.07 pelo Sr. Ministro da Saúde, celebrado entre a ARSC,I.P e a CME) que integra a vontade e os necessários recursos do poder central, a colaboração da Câmara Municipal, das instituições e da comunidade.

Neste contexto salientamos:

- No dia 26 de Novembro de 2007 reunião com o Presidente da ARSC,I.P(Dr. João Pimentel)com a Coordenadora Nacional da RNCCI (Drª Inês Guerreiro) e o Conselho de Administração do HVS.

- No dia 21 de Fevereiro de 2008, reunião de trabalhos com responsável Engº Director das construções Hospitalares da ARSC,I.P, Engº responsável do Ministério da Saúde pelas remodelações hospitalares para integrar a RNCCI, Sr. Presidente da Câmara Municipal e o Director do Urbanismo da Câmara Municipal, a Provedora e um mesário da Stª Casa da Misericórdia de Estarreja e o Conselho de Administração do HVS. Discussão relativa às alterações do edifício para acomodar cerca de 30 camas de convalescença, bem como para melhorar todas as restantes valências previstas na nossa Missão.

Este é apenas um resumo de 1 ano de actividade deste Conselho de Administração que desde já agradece o empenho, dedicação e contributo de todos os que com ele colaboram.

Estarreja, HVS 26 de Fevereiro de 2008

O Conselho de Administração

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