<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, julho 30, 2004

Os Incêndios - II

O José Matos não concorda com os meus últimos argumentos sobre esta matéria. Embora ele não me tenha referido directamente, enfio perfeitamente a carapuça. Deixo, no entanto, uma nota: eu próprio classifiquei o meu texto como perverso... Já agora, a resposta: Ok, a Grécia tem 24 Canadairs e não foi por isso que deixou de ter submarinos e carros de combate e sei lá mais o quê, embora seja um país pobre, enquanto que nós não temos nem o equipamento militar, nem os Canadairs. O que eu acho é que se temos que começar por algum lado, parece-me que a prioridade deveria ir obviamente para os Canadairs em detrimento dos submarinos. E também não tenho a certeza que dentro da área militar os submarinos fossem prioritários.

Mas este post é para deitar mais uma acha para a fogueira:
Depois dos fogos de 2003 o governo anunciou a criação de uma taxa sobre os combustíveis cuja receita seria totalmente canalizada para o combate e prevenção dos incêndios florestais. Penso  que se tratava de uma taxa fixa, o que quer dizer que a sua receita final apenas dependeria do consumo de combustível e não do preço final do mesmo (o que sucederia se se tratasse de uma percentagem). Ou seja, tratava-se de um valor facilmente previsível, pois não me consta que tenham existido grandes variações no consumo dos combustíveis, embora o seu preço tenha aumentado. Contudo, ainda não ouvi ninguém dizer quanto dinheiro é que já se conseguiu arrecadar, nem em que é que ele foi aplicado. Alguém sabe?

follow me on Twitter

quinta-feira, julho 29, 2004

Os Incêndios

Estive hoje a ouvir com alguma atenção o fórum TSF dedicado aos incêndios, durante o qual, entre as banalidades do costume surgiram também várias ideias extremamente interessantes e sobretudo foi possível ter a noção fundamental de que no nosso país a população começa a aperceber-se de vários factores que fazem com que estas sucessivas vagas de fogo sejam se não uma imolação voluntária, pelo menos uma imolação por negligência. Passo a explicar a primeira delas:

Um responsável por um instituto público cujo nome agora não me recordo referiu que, até há 3 anos, estimava-se que os gastos anuais em alugueres de aviões Canadair seriam cerca de 3 milhões de contos, um valor com tendência para aumentar. Se admitirmos que estes custos ainda estão actualizados em 2004, basta fazer as contas para perceber que este valor serviria para contratar 2142 pessoas com um ordenado de 500 € depois de impostos, 14 meses por ano. Como para patrulhar eficazmente as nossas florestas 24 horas por dia, 365 dias por ano, talvez não fosse necessário contratar tanta gente (é que entre militares, guardas florestais e outros funcionários públicos, o país já dispõe  de muita gente...), para além do facto dos meses de Novembro a Fevereiro serem praticamente livres de incêndios, é fácil de perceber os ganhos que um bom programa de prevenção poderia proporcionar ao país. É que não nos podemos esquecer que nestas contas não entraram os prejuízos económicos e ambientais da floresta ardida. Se quisermos tornar esta análise um bocadinho mais perversa, também se pode colocar a questão noutros termos:
- Se em vez de 10 estádios só tivéssemos construído 9, provavelmente pouparíamos bem mais de 3 milhões de contos (talvez até mais de 20 milhões, conforme o estádio a excluir!);
- Se em vez de submarinos tivéssemos comprado aviões Canadair talvez poupássemos alguns hectares da Serra da Arrábida ou do Parque Nacional da Peneda-Gerês, já para não falar nas casas e até nas vidas de muitas pessoas;
- E se em vez de uma frota de aviões Falcon como a que existe na Força Aérea portuguesa e que só servem para o transporte de individualidades, tivéssemos alguns Canadair? Algum governo teria a coragem política para acabar com os Falcon (vendendo-os, por exemplo) e utilizar os recursos necessários para a sua manutenção em aviões Canadair?

Ou seja, estaria perfeitamente ao nosso alcance, com o mesmo tipo de gastos que actualmente temos, reduzir de uma forma muitíssimo significativa este flagelo. Já agora, outra pergunta: como é que é possível que estejamos a utilizar aviões gregos nos nossos incêndios? A Grécia é um país mais quente, mais pobre e bastante maior que o nosso. Como é possível que eles tenham Canadairs de sobra e nós não tenhamos nenhum? É que actualmente na Grécia está muito mais calor do que em Portugal (ou seja, o risco de incêndios é maior), para além do facto de estarmos a poucas semanas dos Jogos Olímpicos (seria trágico que estes se disputassem com nuvens de fumo em pano de fundo...)! Alguém me explica?

follow me on Twitter

terça-feira, julho 27, 2004

Passei toda a manhã a trabalhar com a transmissão televisiva do debate parlamentar sobre a apresentação do programa do novo governo em pano de fundo. Embora não tenha estado com a atenção que gostaria, registo desde já alguns factos:
- Ao contrário de Durão Barroso, Santana Lopes é um parlamentar fraquíssimo - perdeu todas as discussões em que se viu envolvido, com todos os deputados que o afrontaram. Depois de termos tido dois primeiros ministros fortes no parlamento (Guterres e Durão), aqui está a maior novidade deste executivo: Santana é um autêntico saco de boxe parlamentar, que toda a gente parece querer utilizar durante pelo menos um bocadinho. Chega a ser constrangedor, como no caso da intervenção de Francisco Louçã, que autenticamente trucidou politicamente o nosso PM. Que desgraça a nossa...
- É também perturbadora a falta de preparação de Santana para as questões técnicas: uma pequena pergunta de Louçã sobre o carácter progressivamente mais privado do SNS levou a uma resposta evasiva, que basicamente consistiu na repetição nervosa e insegura da pergunta que havia sido feita. Será que Santana sabia sequer de que é que se estava a falar? Será que ele já ouviu falar na Lei de Bases da Saúde? Aqui fica o link, para os menos esclarecidos...
- Foi curiosa a forma que Santana encontrou para justificar a falta de preparação dos membros deste governo-refugo: segundo ele, é perfeitamente natural que os Ministros e Secretários de Estado não tenham um conhecimento profundo sobre as matérias que vão tutelar!!!! É verdade, ele disse mesmo isto!!!! E várias vezes!!!! Embora esta justificação permita perceber a aparente falta de fundamento de várias nomeações, ela é tudo menos aceitável. Como é que um primeiro-ministro pode dizer uma barbaridade destas?

Enfim, o debate ainda está a decorrer, mas é absolutamente lamentável a falta de capacidade de resposta de Santana. É como se o país estivesse entregue a uma versão masculina e ligeiramente mais nova de Lili Caneças, que de vacuidade em vacuidade vai distribuindo sorrisos e microlições de etiqueta parlamentar, sem ter sequer a menor ideia de quão ocas são as suas palavras.

Pobre país o nosso, em que o cargo de próximo primeiro-ministro vai ser disputado entre duas das mais acéfalas figuras quer do PS, quer do PSD: respectivamente Sócrates e Santana. Quando olho para cada um deles lembro-me sempre do olhar distante de quem não percebe nada do que se passa à sua volta de George W. Bush. Oxalá esteja enganado...


follow me on Twitter

sexta-feira, julho 23, 2004

Carlos Paredes, provavelmente o melhor guitarrista português de sempre, trabalhou toda a vida como arquivista de radiografias num hospital de Lisboa. Porque, como ele dizia, "gosto demasiado da música para viver às custas dela".

follow me on Twitter

quarta-feira, julho 21, 2004

Com o anonimato que a excelência normalmente acaba por merecer, acabou esta semana o melhor programa televisivo português de todos os tempos: o Gato Fedorento, transmitido a horas praticamente aleatórias pela SIC radical, disponível apenas para quem tem TV por cabo.
Como homenagem, aqui ficam algumas citações do blogue homónimo, de longe as melhores sobre o novo governo e este insólito primeiro-ministro:

"hoje, Santana Lopes foi indigitado como primeiro-ministro. Confesso que estive presente em manifestações contra o homem – mas a contragosto: para quem escreve textos humorísticos, esta era, sem dúvida nenhuma, a melhor solução"
(Ricardo Araújo Pereira)
 
"A NATUREZA HUMANA: Que tipo de pessoa chora quando está a condecorar jogadores de futebol mas não verte uma única lágrima quando condena dez milhões de almas a serem governadas por Santana Lopes?"
(Ricardo Araújo Pereira)
 
"Creio que Santana Lopes pode fazer um bom trabalho. Vi-o a dizer, na SIC, que enquanto houver um desempregado em Portugal, não dormirá descansado. Acredito. Aliás, julgo que é exactamente por isso que aproveita as noites para fazer outras coisas que não dormir. "
(Ricardo Araújo Pereira)
 
"DESCENTRALIZE-SE: Qual é o problema? A Direcção Geral de Contribuições e Impostos ficava com o trabalho facilitado se se mudasse para as Caimão. "
(Zé Diogo Quintela)
 
Estes gajos são uns senhores!


follow me on Twitter

domingo, julho 18, 2004

Recebi alguns protestos em relação ao post anterior, mesmo de pessoas que eu sei que concordam comigo em relação aos assuntos abordados. Ou seja, tenho que concluir que não me soube expressar adequadamente e porisso aqui ficam algumas clarificações:
1. Eu acho que o erro de Jorge Sampaio não esteve na nomeação de Santana, mas sim no momento em que autorizou Durão Barroso a sair;
2. Eu não considero Jorge Sampaio o "Freitas do Amaral da esquerda". Esta referência apenas está no texto como alusão ao modo como algumas pessoas "de esquerda", supostamente a maioria dos eleitores do actual PR, encaram (injustamente, na minha opinião) a nomeação de Santana em vez da convocação de eleições. Ao contrário de Freitas do Amaral, que actualmente defende de uma forma pública e consistente ideias semelhantes às do Bloco de Esquerda, depois de ter sido o fundador do partido mais à direita da nossa democracia, Jorge Sampaio não alterou as suas convicções - o facto de não ter convocado eleições não foi um acto ideológico, mas apenas o resultado de uma reflexão pessoal sobre qual seria a melhor solução para o país;
3. Embora eu não concorde com a decisão de Sampaio em relação às eleições, dou-lhe o benefício da dúvida: Sampaio escolheu a solução mais difícil em vez da fácil satisfação imediata do seu eleitorado e tenho a certeza de que reflectiu profundamente sobre as consequências da sua escolha. Para além disso, tenho a certeza de que Sampaio estaria naquele momento certamente muito mais bem informado do que eu (e a população em geral) em relação à guerra de clãs que se vivia no interior do PS.
 

follow me on Twitter

sexta-feira, julho 16, 2004

A importância das cunhas
 
Esta oportuna observação do Fernando Mendonça fez-me lembrar o provincianismo com que em Estarreja reagimos às idas de Carlos Tavares para o Ministério da Economia e de Regina Bastos para o Parlamento Europeu. Quer no caso de Durão Barroso, quer no dos estarrejenses que passaram a frequentar as altas esferas do poder, o motivo que levou à alegria geral da respectiva população foi o facto de passarmos, os portugueses e os estarrejenses, a dispor de uma importante cunha num lugar-chave.
Ora, perante isto, apenas existem duas opções: ou os eleitos (ou nomeados) exercem o seu cargo com seriedade e não cedem a pressões ou cunhas, ou então estão a trair a esperança que o povo provinciano neles depositou.
É por isso que ninguém quer saber do Sudão - Kofi Annan é um homem sério.
É por isso que ninguém sabe que Carlos Tavares é de Estarreja - ele nunca usou a sua influência para beneficiar ilegitimamente o nosso concelho.
É por isso que se o motivo pelo qual Jorge Sampaio deixou que esta trapalhada acontecesse foi o "interesse nacional" (cuja tradução directa para a linguagem de rua é "a cunha"), então temos todos muito mais para lamentar, para além da tristeza de Santana ser primeiro-ministro: é que o nosso presidente da república cedeu, não a interesses como injustamente o acusaram, mas a uma enorme, triste e saloia tentação provinciana que não tem qualquer interesse nem consequência para o país, pois eu estou convencido que Durão vai exercer um bom cargo (e como tal ninguém se vai lembrar que ele é português).
Ou seja, Sampaio transformou-se no "Freitas do Amaral da esquerda" (a citação não é minha) porque, em primeira instância, apoiou as ambições pessoais de Durão com base num pressuposto completamente errado e irrelevante. E num momento de irreflexão colocou em causa todo um prestígio político conquistado ao longo de anos. Em relação à nomeação de Santana em vez das eleições de celebração de Ferro, deixarei para um próximo post a minha opinião.

follow me on Twitter
O governo Santana é de facto atípico: para além da originalidade de ter sido eleito apenas por uma única pessoa, existe também a curiosidade de, ao contrário do que é habitual, em que os novos governantes começam os mandatos com grande força, mobilizando até pessoas a mais e com dificuldades perante o excesso de oferta quando se trata de escolher os nomes dos titulares das pastas ministeriais, estamos a assistir ao anúncio a conta-gotas de uma série de segundas escolhas para os diversos ministérios:
- Um diplomata de carreira sem qualquer experiência política para o politicamente importante cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros;
- Depois deter surgido na imprensa uma sucessão de nomes sonantes, o cargo de Ministro das Finanças é ocupado pela transferência de Bagão Félix, o que constitui uma decepção para quase toda a gente, da direita populista à esquerda radical. Independentemente de até me parecer uma boa escolha, todos percebemos que não foi a primeira, mas apenas um recurso. No entanto, é para já o único ponto positivo do futuro governo;
- Para a Economia, depois de Carlos Tavares, teremos um ex-Ministro da Agricultura, num claro erro de casting, ou então numa nova solução de recurso...
- Para as Obras Públicas vai o ex-presidente da Galp, uma personalidade sistematicamente referida para a Economia;
- Para o Ambiente (e esta é, até agora e de muito longe, a pior das escolhas) vai o secretário de Paulo Portas, perdão, o dirigente do PP Luís Nobre Guedes, uma nomeação de favor completamente despropositada.
Ou seja, temos um governo que começa já em crise, pois os seus cinco primeiros nomes são obviamente 5 suplentes, cujo treinador nem sequer parece saber as posições que devem ocupar em campo!
 
Aproveito para deixar aqui os meus parabéns a Pacheco Pereira pela dignidade com que recusou o anunciado tacho na UNESCO. Sinceramente, há poucas pessoas em Portugal com uma espinha dorsal tão vertical. Goste-se ou não dele (eu gosto), há que reconhecer que infelizmente já não há muitos políticos assim. Aliás, por algum motivo Pacheco Pereira está hoje fora de combate!


follow me on Twitter

quinta-feira, julho 15, 2004

Vi no Abrupto de Pacheco Pereira um link para um texto notável do Jaquinzinhos, sobre o primeiro dos populismos de Santana (que antes mesmo de ser nomeado primeiro ministro já tinha começado a distribuir brindes). A visita é mesmo obrigatória.
Será que Santana faz sequer a mínima ideia das implicações da proposta que fez? Coitado do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor do assessor que tentar pôr a ideia em marcha...

Já agora, mais uma nota: António Monteiro e Bagão Félix são boas notícias, embora sejam claramente duas segundas (ou terceiras, ou quartas...) escolhas, o que só prova que há muito pouca gente válida com paciência para aturar Santana. E os poucos que o fazem têm bons motivos. Aliás, estou convencido que no fim da actual legislatura o Ministro das Finanças já não se chamará Bagão Félix. Vai uma aposta?

follow me on Twitter

quarta-feira, julho 14, 2004

O José Cláudio Vital tem promovido uma curiosa votação sobre as vantagens e desvantagens de se ter Santana Lopes no governo (ou na liderança do PSD?). Aqui fica o meu contributo:

Vantagens
As únicas que conheço são-no apenas para o próprio, para o seu séquito de assessores e para o seu partido enquanto organização que luta por vitórias eleitorais. Quer se queira, quer não, Santana Lopes é um ganhador de eleições profissional. É populista e por isso é popular. Apesar de não saber o que fazer com as vitórias eleitorais, Santana está disposto a submeter-se todos os sacrifícios para garantir o seu sucesso, mesmo que esse venha acompanhado de inevitáveis consequências nefastas na (falta de) qualidade com que exerce os cargos que tem ocupado, desde a Secretaria de Estado da Cultura (!!!!) à presidência do Sporting ou da Câmara de Lisboa...

Desvantagens
Há um post no Serra-a-Velha que fala por si. Mas é sempre engraçado recordar alguns dos maiores flops da carreira de Santana:
- Falar dos concertos de Chopin para violino como sendo as suas músicas favoritas, quando se sabe que Chopin nunca escreveu para violino. Quando disse esta frase, Santana era Secretário de Estado da Cultura...
- O romance com Christiane Torloni e a respectiva roupa suja lavada em público;
- As previsões astrológicas (Durão Barroso chegou a chamar-lhe "Zandinga") em que dizia que estava escrito que um dia iria ser líder do PSD;
- A presidência do Sporting;
- O acesso aéreo que iria ligar as esplanadas da Figueira da Foz à praia (obra nunca realizada);
- A promessa de um estádio de 30 mil lugares para a Figueira da Foz (obra nunca realizada);
- A promessa de transformação do aeródromo da Figueira num aeroporto com voos regulares (obra nunca realizada);
- A promessa de transformação da "margem sul" da Figueira numa zona "tipo Docas" (obra nunca realizada);
- O anúncio público de abandono da política, com pedido de audiência ao Presidente da República;
- A promessa implícita de candidatura à Câmara Municipal de Coimbra;
- O casino no Parque Meyer;
- O casino no Jardim do Tabaco;
- O túnel do Marquês;

... e as desvantagens de se ter um primeiro ministro capaz de tudo isto são, obviamente, óbvias.

É completamente absurdo que alguém com este currículo chegue um dia a primeiro-ministro de um país civilizado, mesmo que sem eleições (nem sequer no próprio partido...). Aliás, estou convencido que se Durão pedisse ao partido, de uma forma não condicionada como esta, que indicasse um sucessor para o seu lugar, os militantes do PSD nunca elegeriam Santana Lopes.

Oportunamente falarei do PSD, de Durão Barroso, de Jorge Sampaio e do Ninho de Vespas, perdão, do PS actual.

follow me on Twitter

terça-feira, julho 13, 2004

O Manuel Silva deixou este texto na secção de comentários deste blogue. Porque esta é uma questão recorrente e bastante pertinente (até que ponto é que os governantes locais, eleitos para períodos de tempo definidos, têm o direito de eternizar a sua presença no concelho através da introdução de "marcas" ou "selos" próprios nas estruturas públicas), aqui o reproduzo, com o destaque que me parece que merece:

mensagem enviada ao SR. Presidente da Câmara,

"...sr. presidente, é inquestionável o valor do trabalho desenvolvidos pelos ateliers de cerâmica da CERCI, será também por mérito próprio daqueles a quem se vão atribuindo o nome das ruas do nosso concelho, mas diga-me o que fazem as suas bateiras em tão reqintada obra gráfica, a das novas placas? o que acha que vai acontecer, às placas, quando outros donos de outras bateiras se apoderarem do seu lugar na câmara municipal?... pois é... entende o sr presidente que as suas bateiras tão bem "retrétadas" no logótipo da CME reflectem e representam de modo unanime o concelho de estarreja? ou por outro lado terá o sr. presidente pensado que na impossibilidade descarada de colocar em todas as novas placas o seu nome seria mais discreto colocar um dos seus mais queridos haveres!... ainda bem que a encomenda das placas é anterior à sua nova aquisição..."

follow me on Twitter

segunda-feira, julho 12, 2004

Caros leitores, voltei. Muito obrigado aos que mesmo assim continuaram a visitar este blogue, de uma forma propositada ou acidental. Uma saudação especial para o marinhao (sem acento), que parece disposto a regressar ao activo...

Para começar, o futebol: detesto perder de cabeça erguida. Tenho uns maus fígados que até me arrepiam. E ainda por cima contra uma equipa como a grécia (a minúscula está aqui de propósito), que faz de um jogo de futebol um espectáculo apenas marginalmente mais interessante que as eliminatórias regionais do campeonato mundial de luta na lama... Jogar contra a grécia é o mesmo que praticar futebol em melaço, com todos os jogadores previamente amarrados a uma camisa de forças! Mas a verdade é que eles nos ganharam mesmo e sem a ajuda do dentista do treinador... Raios os partam por isso!

Depois, a política: Santana conseguiu. Tal como em tempos havia previsto, o poder caiu-lhe nos braços. E nem sequer teve que se esforçar... A culpa de tudo isto é principalmente de Durão Barroso (que não devia ter aceite sair) e do próprio PSD (que deveria ter encontrado alguém melhor). Sampaio optou por entregar o poder ao PSD e não ao desagregado PS. Talvez tenha feito bem, mas eu no lugar dele teria convocado eleições. Até porque se Santana nem sequer a Câmara de Lisboa consegue gerir, quanto mais o país...

Enfim, oportunamente voltarei a este último tema. Mas voltei de férias com uma selecção derrotada e um primeiro ministro que me dá vómitos e para o qual infelizmente parece não existir alternativa.
Embora, se eu fosse a ser mesmo sincero, acho que, tal como provavelmente a maioria dos portugueses, não me importava de fazer um acordo com deus em que trocava uma vitória no Euro pela entrega do poder a Santana Lopes... o pior é que assim temos o pagamento do negócio celestial sem termos o correspondente benefício desta hipotética transacção! Isto realmente foi mesmo muito mal negociado...

follow me on Twitter

This page is powered by Blogger. Isn't yours?