sábado, julho 30, 2005
E depois queixem-se da ANF
sexta-feira, julho 29, 2005
Limpeza de balneário
Dois dos quatro vereadores actualmente em funções no executivo camarário (José Cláudio Vital e Armando Correia) não concorrem às próximas eleições em lugares elegíveis. Para os mesmos lugares, a coligação aposta em dois nomes sem experiência política. Com José Eduardo de Matos, só Abílio Silveira é que ficou.
Goraram-se as expectativas criadas em torno da possibilidade de José Fernando Correia entrar para a vereação, muito provavelmente devido à impossibilidade (aqui referida em posts anteriores) de convívio com Abílio Silveira.
Nos próximos textos tentarei escrever sobre os factos que levaram ao desmoronar da actual equipa que governa Estarreja e que conduziram a todas estas alterações. Como primeira nota, é inegável que há pelo menos uma promessa que José Eduardo de Matos não vai poder fazer aos eleitores: a estabilidade governativa, tornada impossível com as revoluções na lista de candidatos a vereadores. Neste cenário, o slogan da coligação não poderá ser algo muito diferente do "desta vez é que vai ser", o que aliás era esperado depois do monumental falhanço que foram estes quatro anos de governação municipal. Também conto escrever algo sobre as razões que levaram à quebra de José Eduardo de Matos, que poucos esperavam ser tão forte e muito poucos acreditavam ser tão precoce e notória.
Dois dos quatro vereadores actualmente em funções no executivo camarário (José Cláudio Vital e Armando Correia) não concorrem às próximas eleições em lugares elegíveis. Para os mesmos lugares, a coligação aposta em dois nomes sem experiência política. Com José Eduardo de Matos, só Abílio Silveira é que ficou.
Goraram-se as expectativas criadas em torno da possibilidade de José Fernando Correia entrar para a vereação, muito provavelmente devido à impossibilidade (aqui referida em posts anteriores) de convívio com Abílio Silveira.
Nos próximos textos tentarei escrever sobre os factos que levaram ao desmoronar da actual equipa que governa Estarreja e que conduziram a todas estas alterações. Como primeira nota, é inegável que há pelo menos uma promessa que José Eduardo de Matos não vai poder fazer aos eleitores: a estabilidade governativa, tornada impossível com as revoluções na lista de candidatos a vereadores. Neste cenário, o slogan da coligação não poderá ser algo muito diferente do "desta vez é que vai ser", o que aliás era esperado depois do monumental falhanço que foram estes quatro anos de governação municipal. Também conto escrever algo sobre as razões que levaram à quebra de José Eduardo de Matos, que poucos esperavam ser tão forte e muito poucos acreditavam ser tão precoce e notória.
quarta-feira, julho 27, 2005
Faites vos jeux
Mais alguns comentários trazidos para a primeira página...
A coligação vai apresentar os seus candidatos na proxima 5ª! Chegaram à redação da agencia roiters as seguintes noticias:
Lista CME
1º José Eduardo Matos (conforme já anunciado publicamente)
2º José Fernando Correia (a troca de um independente, por um homem de peso do psd)
3º José Claúdio Vital (nunca houve duvidas!)
4º Isabel Simóes Pinto (depois de uma grande entrada na Camara de Albergaria-a-Velha, virá para vereadora)
5º Vitor Ramos (numa aposta clara de atingir o historico 5-2 e ter um vereador arquitecto!!!)
Na Assembleia Municipal
1º Alcides Esteves - (a confirmação)
2º Agostinho Valente (um peso pesado do PSD)
3º Rui Mota ( um prémio para o mais partidário de todos os elementos)
4º Hilário Matos (lider da JSD, ficará por Estarreja)
5º Teixeira Valente (mais um peso pesado do PSD)
6º Pedro Matos (ex-lider da JSD)
7º Paulo Vigário (uma antiga jovem promessa do PSD!)
8º Leonel Almeida (um jovem avancanense)
9º Armando Correia ( em troca interna CDS-PP), entre outros....Será isto que vai ser noticiado na proxima 5ª feira!!!
Agencia Roiters 07.26.05 - 7:21 pm #
Interessante o comentário da agência "Roiters", mas aqui fica o novidade segundo a "Fransse Prece":
Câmara:
1º JEM (ex-jornalista, ex-independente, ex-dirgente associativo, ex-quase tudo...)
2º AS (ex-mau aluno)
3º JFC (ex-pecialmente para substituir o JCV)
4º VR (ex-assessor, ex-presidente de ex-partido)
Assembleia:1º ASE (ex-nº2 que era afinal nº1)
2º AV (ex-futuro dr, ex-extinto)
3º Hilário (ex-fado)
4º Mota (ex-veículo motorizado de baixa cilindrada)
5º TV (ex e futuro comerciante-mor)
6º AC (antes de cristo. Sim, sim, ele já era nascido nessa época!)
7º PV (ex-pecialmente mal colocado)
Quem souber mais que corrija!!!
Anonymous 07.27.05 - 6:08 am #
Mais alguns comentários trazidos para a primeira página...
A coligação vai apresentar os seus candidatos na proxima 5ª! Chegaram à redação da agencia roiters as seguintes noticias:
Lista CME
1º José Eduardo Matos (conforme já anunciado publicamente)
2º José Fernando Correia (a troca de um independente, por um homem de peso do psd)
3º José Claúdio Vital (nunca houve duvidas!)
4º Isabel Simóes Pinto (depois de uma grande entrada na Camara de Albergaria-a-Velha, virá para vereadora)
5º Vitor Ramos (numa aposta clara de atingir o historico 5-2 e ter um vereador arquitecto!!!)
Na Assembleia Municipal
1º Alcides Esteves - (a confirmação)
2º Agostinho Valente (um peso pesado do PSD)
3º Rui Mota ( um prémio para o mais partidário de todos os elementos)
4º Hilário Matos (lider da JSD, ficará por Estarreja)
5º Teixeira Valente (mais um peso pesado do PSD)
6º Pedro Matos (ex-lider da JSD)
7º Paulo Vigário (uma antiga jovem promessa do PSD!)
8º Leonel Almeida (um jovem avancanense)
9º Armando Correia ( em troca interna CDS-PP), entre outros....Será isto que vai ser noticiado na proxima 5ª feira!!!
Agencia Roiters 07.26.05 - 7:21 pm #
Interessante o comentário da agência "Roiters", mas aqui fica o novidade segundo a "Fransse Prece":
Câmara:
1º JEM (ex-jornalista, ex-independente, ex-dirgente associativo, ex-quase tudo...)
2º AS (ex-mau aluno)
3º JFC (ex-pecialmente para substituir o JCV)
4º VR (ex-assessor, ex-presidente de ex-partido)
Assembleia:1º ASE (ex-nº2 que era afinal nº1)
2º AV (ex-futuro dr, ex-extinto)
3º Hilário (ex-fado)
4º Mota (ex-veículo motorizado de baixa cilindrada)
5º TV (ex e futuro comerciante-mor)
6º AC (antes de cristo. Sim, sim, ele já era nascido nessa época!)
7º PV (ex-pecialmente mal colocado)
Quem souber mais que corrija!!!
Anonymous 07.27.05 - 6:08 am #
terça-feira, julho 26, 2005
Mais um artigo de Paulo Mendo (Médico, ex-Ministro da Saúde PSD) no Primeiro de Janeiro (o original pode ser lido aqui) sobre a luta de Correia de Campos contra as farmácias:
Medicamentos mais uma vez
Paulo Mendo*
Confesso que me custa a perceber o interesse prioritário que o Ministro da Saúde põe na reformulação dos regulamentos sobre farmácias e medicamentos.Em relação às farmácias já em várias ocasiões tive oportunidade de dizer que não me parece boa estratégia a modificação de um sistema que funciona bem, com qualidade e satisfação geral do consumidor. Ainda por cima quando esta estranha prioridade se baseia em algumas premissas que são falsas e nada mais são do que mitos ideológicos.Uma delas, talvez a mais badalada e de aceitação quase universal, é a da necessidade de acabar com o monopólio dos farmacêuticos na propriedade das farmácias.Ainda há pouco, na secção Opinião da revista da Ordem dos Médicos ( nº 58 de Junho de 2005), o Dr. Martins do Vale referia que a propriedade das farmácias constitui um monopólio corporativo e que “nada justifica cientificamente a posse exclusiva das farmácias pelos farmacêuticos”.O que é verdade.È realmente um monopólio como o é o exercício da Medicina, ou a construção de pontes E, realmente, nada justifica cientificamente tal facto, porque não estamos numa disciplina científica.Mas, não é o ser monopólio, ou não ter justificação científica, que destrói a bondade da propriedade de uma farmácia por um farmacêutico.Vejamos o assunto á luz do seu interesse social.Temos actualmente cerca de duas mil farmácias , pertencentes a outros tantos profissionais, o que equivale a dizer que as farmácias constituem um universo de duas mil pequenas empresas de índole familiar em que a responsabilidade técnica e empresarial pertence à mesma pessoa.Liberalizemos a propriedade e, seguramente, teremos dentro em pouco, em Portugal, o mesmo panorama que existe actualmente nos países onde a liberalização foi incrementada: redes de farmácias pertencentes a um grupo económico que comprou estas empresas familiares e desviou os lucros repartidos por milhares de famílias, para uma única, ou poucas, grandes empresas internacionais.É isso que queremos?Será isto vantajoso para o utente, para o profissional, para a economia do país, para a qualidade do serviço?Será que o monopólio da classe profissional respectiva é pior que o monopólio do mercado por uma multinacional, quando nada mostra que isso seja vantajoso para o cidadão? Este assunto não pode ser visto como uma luta entre a livre iniciativa e um oligopólio, mas sim como a escolha entre um monopólio profissional representado por dois milhares de pequenas empresas (PME) e um oligopólio de meia dúzia de grandes empresas internacionais.Decididamente escolho o monopólio profissional porque da segunda escolha não resultará nenhuma vantagem para o cidadão, para o país ou para a qualidade de um mercado social.Mas não é só esta simpática “aspiração de liberdade” que é perigosa , também a política de preços me parece poder comprometer o futuro em nome de princípios aparentemente cheios de bondade e bom senso.É evidente que é bom para o cidadão que os preços dos medicamentos sejam o mais baixos possível, mas a imposição administrativa de preços inferiores aos dos países que constituem actualmente a nossa referência, poderá ter como consequência a estagnação da nossa indústria farmacêutica e o afastamento dos grandes laboratórios inovadores, desinteressados do mercado nacional face ao seu pequeno tamanho e baixos preços exigidos.Será que já se pensou que 50% dos fármacos usados actualmente não existiam há dez anos e que dada a revolução tecnológica em marcha, cada vez há mais moléculas novas a chegarem ao mercado e a serem utilizadas porque mais eficazes e com menos acções colaterais?Ainda há dias uma notícia do Público ( 16 de Julho de 2005) referia que a culpa do aumento de 9% na despesa com medicamentos de 2003 para 2004 se devia sobretudo à prescrição médica de remédios acabados de sair no mercado.Fenómeno evidentemente imparável e não é pelo facto de nem todos estes medicamentos constituírem uma vantagem sobre medicamentos mais antigos que vão deixar de ser receitados, empurrando para o esquecimento os mais antigos e seus genéricos.Pensar o contrário e pretender racionalizar “cientificamente” a prescrição é desconhecer o que é a clínica, a relação médico-doente e o poder da informação junto do público e do doente interessado. Basear a política do medicamento numa luta ideológica contra as farmácias e na redução administrativa dos preços dos medicamentos terá apenas como resultado uma perturbação indesejada e nociva no actual eficaz sistema da sua distribuição e venda e o estrangulamento da nossa indústria farmacêutica ironicamente considerada prioritária e que, já atingida por uma política em avalanche de genéricos, se vê agora reduzida à penúria e impossibilitada de inovar e investigar.E entretanto pouco ou nada do que seria urgente incrementar como política do sector está a ser feito.Refiro-me ao fim do iníquo sistema de comparticipações aos medicamentos que beneficia cegamente ricos e pobres e que é urgente transformar em subsídios aos doentes necessitados de ajuda, e à introdução da venda por unidose, única forma de tornar racional a dispensa de medicamentos e de responsabilizar médicos e farmacêuticos no racional consumo de fármacos no nosso país. Mas parece que politicamente dá mais lucro obrigar os preços a baixar e satisfazer quem não gosta de monopólios legítimos e que funcionam bem, nem que isso signifique num futuro próximo o pagamento destes erros com língua de palmo!
*Médico, ex-ministro da SaúdeEscreve no JANEIRO, semanalmente, à quinta-feira
Medicamentos mais uma vez
Paulo Mendo*
Confesso que me custa a perceber o interesse prioritário que o Ministro da Saúde põe na reformulação dos regulamentos sobre farmácias e medicamentos.Em relação às farmácias já em várias ocasiões tive oportunidade de dizer que não me parece boa estratégia a modificação de um sistema que funciona bem, com qualidade e satisfação geral do consumidor. Ainda por cima quando esta estranha prioridade se baseia em algumas premissas que são falsas e nada mais são do que mitos ideológicos.Uma delas, talvez a mais badalada e de aceitação quase universal, é a da necessidade de acabar com o monopólio dos farmacêuticos na propriedade das farmácias.Ainda há pouco, na secção Opinião da revista da Ordem dos Médicos ( nº 58 de Junho de 2005), o Dr. Martins do Vale referia que a propriedade das farmácias constitui um monopólio corporativo e que “nada justifica cientificamente a posse exclusiva das farmácias pelos farmacêuticos”.O que é verdade.È realmente um monopólio como o é o exercício da Medicina, ou a construção de pontes E, realmente, nada justifica cientificamente tal facto, porque não estamos numa disciplina científica.Mas, não é o ser monopólio, ou não ter justificação científica, que destrói a bondade da propriedade de uma farmácia por um farmacêutico.Vejamos o assunto á luz do seu interesse social.Temos actualmente cerca de duas mil farmácias , pertencentes a outros tantos profissionais, o que equivale a dizer que as farmácias constituem um universo de duas mil pequenas empresas de índole familiar em que a responsabilidade técnica e empresarial pertence à mesma pessoa.Liberalizemos a propriedade e, seguramente, teremos dentro em pouco, em Portugal, o mesmo panorama que existe actualmente nos países onde a liberalização foi incrementada: redes de farmácias pertencentes a um grupo económico que comprou estas empresas familiares e desviou os lucros repartidos por milhares de famílias, para uma única, ou poucas, grandes empresas internacionais.É isso que queremos?Será isto vantajoso para o utente, para o profissional, para a economia do país, para a qualidade do serviço?Será que o monopólio da classe profissional respectiva é pior que o monopólio do mercado por uma multinacional, quando nada mostra que isso seja vantajoso para o cidadão? Este assunto não pode ser visto como uma luta entre a livre iniciativa e um oligopólio, mas sim como a escolha entre um monopólio profissional representado por dois milhares de pequenas empresas (PME) e um oligopólio de meia dúzia de grandes empresas internacionais.Decididamente escolho o monopólio profissional porque da segunda escolha não resultará nenhuma vantagem para o cidadão, para o país ou para a qualidade de um mercado social.Mas não é só esta simpática “aspiração de liberdade” que é perigosa , também a política de preços me parece poder comprometer o futuro em nome de princípios aparentemente cheios de bondade e bom senso.É evidente que é bom para o cidadão que os preços dos medicamentos sejam o mais baixos possível, mas a imposição administrativa de preços inferiores aos dos países que constituem actualmente a nossa referência, poderá ter como consequência a estagnação da nossa indústria farmacêutica e o afastamento dos grandes laboratórios inovadores, desinteressados do mercado nacional face ao seu pequeno tamanho e baixos preços exigidos.Será que já se pensou que 50% dos fármacos usados actualmente não existiam há dez anos e que dada a revolução tecnológica em marcha, cada vez há mais moléculas novas a chegarem ao mercado e a serem utilizadas porque mais eficazes e com menos acções colaterais?Ainda há dias uma notícia do Público ( 16 de Julho de 2005) referia que a culpa do aumento de 9% na despesa com medicamentos de 2003 para 2004 se devia sobretudo à prescrição médica de remédios acabados de sair no mercado.Fenómeno evidentemente imparável e não é pelo facto de nem todos estes medicamentos constituírem uma vantagem sobre medicamentos mais antigos que vão deixar de ser receitados, empurrando para o esquecimento os mais antigos e seus genéricos.Pensar o contrário e pretender racionalizar “cientificamente” a prescrição é desconhecer o que é a clínica, a relação médico-doente e o poder da informação junto do público e do doente interessado. Basear a política do medicamento numa luta ideológica contra as farmácias e na redução administrativa dos preços dos medicamentos terá apenas como resultado uma perturbação indesejada e nociva no actual eficaz sistema da sua distribuição e venda e o estrangulamento da nossa indústria farmacêutica ironicamente considerada prioritária e que, já atingida por uma política em avalanche de genéricos, se vê agora reduzida à penúria e impossibilitada de inovar e investigar.E entretanto pouco ou nada do que seria urgente incrementar como política do sector está a ser feito.Refiro-me ao fim do iníquo sistema de comparticipações aos medicamentos que beneficia cegamente ricos e pobres e que é urgente transformar em subsídios aos doentes necessitados de ajuda, e à introdução da venda por unidose, única forma de tornar racional a dispensa de medicamentos e de responsabilizar médicos e farmacêuticos no racional consumo de fármacos no nosso país. Mas parece que politicamente dá mais lucro obrigar os preços a baixar e satisfazer quem não gosta de monopólios legítimos e que funcionam bem, nem que isso signifique num futuro próximo o pagamento destes erros com língua de palmo!
*Médico, ex-ministro da SaúdeEscreve no JANEIRO, semanalmente, à quinta-feira
segunda-feira, julho 25, 2005
A propósito do debate sobre desporto promovido pelo PS de Estarreja (no qual não pude estar presente), aqui fica o conteúdo de um dos vários comentários sobre esta matéria:
Ora vamos lá a ver...Eu até compreendo o Light quando se refere à “falta de vibração” no encontro de "colectividades do fim-de-semana".Pois é, e passo a explicar:Não nos podemos esquecer que, apesar da presença da Andreia Tavares do Jornal de Estarreja, o outro jornalista de serviço era o Severiano Oliveira da RVR, que nem sequer lá esteve até ao fim! Ora, a 1.ª notícia sobre este encontro, realizado em 16/07, foi dada precisamente pela RVR 3 dias depois... Para além disso, tenho que concordar que o modo como o encontro foi noticiado deixou os ouvintes convencidos de que meia dúzia de pessoas, de diferentes colectividades do concelho de Estarreja, se haviam reunido para falarem sobre o Desporto. Eu diria mais... inicialmente, logo pela manhã, até se ficava com a sensação de que se havia falado praticamente de atletismo, sem se saber muito bem quem lá tinha estado. Realmente nada de brilhante nem vibrante... Passaram um excerto da intervenção do Elói Almeida, do Dr. Arlindo e do Eng.º Teixeira da Silva, um excerto dos comentários feitos pelo Paulo Vidal e pelo João Lemos na altura do debate. Só que o que o referido senhor se esqueceu de noticiar, porque nem sequer lá esteve do princípio ao fim, foi que o Partido Socialista, numa iniciativa inédita, realizou um encontro sobre Desporto que conseguiu juntar mais de 50 atletas, treinadores e dirigentes do concelho de Estarreja que, de uma ou outra forma, se destacaram nacional e/ou internacionalmente nas suas modalidades! Que me tenha apercebido nunca, em Estarreja, se debateu o desporto desse modo! Faltou ainda dizer que os lugares foram poucos para tanta gente e que muitos ficaram de pé! Faltou também dizer que o painel de abertura foi excelente com intervenções marcantes de Elói Almeida, Paulo Vidal, Gilda Correia, Prof. Doutor Luís Campos Ferreira, Cristina Morujão, Dr. Arlindo Cunha e Rui Silva. Faltou dizer que houve muita alegria e emoção! Que o digam Elói Almeida, Gilda Correia e seus pais, Alberto Vidal, Cristina Morujão, Paulo Vidal, Glória Marques e Rosa Mota entre outros... Mas esses não foram entrevistados! Talvez não interessasse! E talvez não interessasse entrevistar alguns jovens atletas que têm honrado o nome de Estarreja nacional e internacionalmente... Como compreendo o light!!! Tem toda a razão... com o jornalismo medíocre que temos já vamos estando habituados a isto!
ALGUÉM QUE TAMBÉM SABE 07.22.05 - 3:44 am #
... não comentando as referências à actuação da comunicação social, penso que o que mais importa salientar é o desprendimento com que toda esta gente foi falar do tema. Ao contrário do que se passa com os (ainda) membros do executivo camarário, não se perdeu tempo a falar dos opositores políticos ou de intriguices, mas simplesmente do desporto e da forma de melhor o promover. Aliás, o nervosismo do José Matos (que se pode ler aqui, aqui e sobretudo aqui) ilustra bem o impacto que uma mobilização tão generalizada teve sobre uma coligação em acelerado processo de desfragmentação e à qual só resta o seu próprio reflexo no espelho...
Ora vamos lá a ver...Eu até compreendo o Light quando se refere à “falta de vibração” no encontro de "colectividades do fim-de-semana".Pois é, e passo a explicar:Não nos podemos esquecer que, apesar da presença da Andreia Tavares do Jornal de Estarreja, o outro jornalista de serviço era o Severiano Oliveira da RVR, que nem sequer lá esteve até ao fim! Ora, a 1.ª notícia sobre este encontro, realizado em 16/07, foi dada precisamente pela RVR 3 dias depois... Para além disso, tenho que concordar que o modo como o encontro foi noticiado deixou os ouvintes convencidos de que meia dúzia de pessoas, de diferentes colectividades do concelho de Estarreja, se haviam reunido para falarem sobre o Desporto. Eu diria mais... inicialmente, logo pela manhã, até se ficava com a sensação de que se havia falado praticamente de atletismo, sem se saber muito bem quem lá tinha estado. Realmente nada de brilhante nem vibrante... Passaram um excerto da intervenção do Elói Almeida, do Dr. Arlindo e do Eng.º Teixeira da Silva, um excerto dos comentários feitos pelo Paulo Vidal e pelo João Lemos na altura do debate. Só que o que o referido senhor se esqueceu de noticiar, porque nem sequer lá esteve do princípio ao fim, foi que o Partido Socialista, numa iniciativa inédita, realizou um encontro sobre Desporto que conseguiu juntar mais de 50 atletas, treinadores e dirigentes do concelho de Estarreja que, de uma ou outra forma, se destacaram nacional e/ou internacionalmente nas suas modalidades! Que me tenha apercebido nunca, em Estarreja, se debateu o desporto desse modo! Faltou ainda dizer que os lugares foram poucos para tanta gente e que muitos ficaram de pé! Faltou também dizer que o painel de abertura foi excelente com intervenções marcantes de Elói Almeida, Paulo Vidal, Gilda Correia, Prof. Doutor Luís Campos Ferreira, Cristina Morujão, Dr. Arlindo Cunha e Rui Silva. Faltou dizer que houve muita alegria e emoção! Que o digam Elói Almeida, Gilda Correia e seus pais, Alberto Vidal, Cristina Morujão, Paulo Vidal, Glória Marques e Rosa Mota entre outros... Mas esses não foram entrevistados! Talvez não interessasse! E talvez não interessasse entrevistar alguns jovens atletas que têm honrado o nome de Estarreja nacional e internacionalmente... Como compreendo o light!!! Tem toda a razão... com o jornalismo medíocre que temos já vamos estando habituados a isto!
ALGUÉM QUE TAMBÉM SABE 07.22.05 - 3:44 am #
... não comentando as referências à actuação da comunicação social, penso que o que mais importa salientar é o desprendimento com que toda esta gente foi falar do tema. Ao contrário do que se passa com os (ainda) membros do executivo camarário, não se perdeu tempo a falar dos opositores políticos ou de intriguices, mas simplesmente do desporto e da forma de melhor o promover. Aliás, o nervosismo do José Matos (que se pode ler aqui, aqui e sobretudo aqui) ilustra bem o impacto que uma mobilização tão generalizada teve sobre uma coligação em acelerado processo de desfragmentação e à qual só resta o seu próprio reflexo no espelho...
sexta-feira, julho 22, 2005
O lado mais preocupante da saída de Campos e Cunha não é a saída de Campos e Cunha. São os motivos pelos quais ela aconteceu que verdadeiramente constituem razão de preocupação.
Campos e Cunha não tinha autoridade moral para ser ministro das finanças: por muito competente que seja, ninguém que receba do estado uma reforma de 8000 euros por 6 anos de trabalho pode pedir o mínimo sacrifício que seja aos portugueses. E essa era uma mancha da qual o ex-ministro nunca se iria livrar. Para além disso, Campos e Cunha cometeu o gravíssimo erro de subir o IVA de 19% para 21% e mostrou-se frouxo a actuar do lado da despesa.
No entanto, Campos e Cunha tinha razão nos casos que acabaram por lhe custar a cabeça: a Ota e o TGV são dois projectos megalómanos, desnecessários e cuja construção é um erro monumental, pelo menos nesta fase. Qualquer ministro das finanças com bom senso seria contra eles. E é preocupante que o primeiro-ministro não tenha tido a coragem de os parar (aliás, ao que parece, passou-se precisamente o contrário).
Campos e Cunha não tinha autoridade moral para ser ministro das finanças: por muito competente que seja, ninguém que receba do estado uma reforma de 8000 euros por 6 anos de trabalho pode pedir o mínimo sacrifício que seja aos portugueses. E essa era uma mancha da qual o ex-ministro nunca se iria livrar. Para além disso, Campos e Cunha cometeu o gravíssimo erro de subir o IVA de 19% para 21% e mostrou-se frouxo a actuar do lado da despesa.
No entanto, Campos e Cunha tinha razão nos casos que acabaram por lhe custar a cabeça: a Ota e o TGV são dois projectos megalómanos, desnecessários e cuja construção é um erro monumental, pelo menos nesta fase. Qualquer ministro das finanças com bom senso seria contra eles. E é preocupante que o primeiro-ministro não tenha tido a coragem de os parar (aliás, ao que parece, passou-se precisamente o contrário).
Realmente eu e o José Matos somos completamente diferentes. Quando passo pela rotunda do hospital penso exactamente no contrário: não teria sido possível fazer algo mais pequeno, poupando algumas árvores e uns milhares de euros? Neste caso, os únicos argumentos aceitáveis serão os técnicos (se existirem), pois a obra feita mostra que em termos estéticos e funcionais houve um sobre-dimensionamento da empreitada.
quarta-feira, julho 20, 2005
(continuação do post sobre a saída de José Cláudio Vital das listas da coligação PSD/CDS)
Independentemente das razões que levaram à saída de JCV, há pelo menos a certeza de que nem tudo corre bem pelos lados da coligação: se o próprio JCV, o CDS e/ou o PSD estivessem absolutamente felizes com a situação actual, certamente que se haveria de encontrar forma de tentar manter o vereador da cultura no exercício das suas funções (uma vez que penso que José Eduardo de Matos acredita na possibilidade de ser reeleito). O abandono (ou a exclusão) de JCV é obviamente a confirmação de que algo falhou no executivo camarário.
Caso se confirme a candidatura de José Fernando Correia (JFC) no terceiro lugar da lista, há vários factos interessantes a assinalar:
- O aparelho partidário do PSD de Estarreja continua na mó de baixo. Se em 2001 as divisões internas provocadas pela aliança ao CDS abriram o caminho à entrada de dois elementos novos (Silveira e Vital), desta vez entra um independente. Estaremos perante um simples caso de falta de quadros ou no PSD falta gente disposta a dar a cara por José Eduardo de Matos?
- Por outro lado, JFC tem um perfil profissional e político que o colocam mais ligado às áreas administrativa e financeira, ou seja, as mesmas de que actualmente se encarrega Abílio Silveira. É inevitável o conflito entre ambos, no caso da coligação PSD/CDS ganhar as eleições. Depois do rigor e seriedade mostrados por José Fernando Correia no exercício das suas funções no Secretariado e na Comissão Permanente da Assembleia Municipal, ninguém o imagina por exemplo a pactuar com os exercícios de desnexo que são as apresentações power point que Abílio Silveira leva para as discussões do orçamento ou da conta de gerência da CME… como conseguirão viver juntos?
- No caso da coligação ganhar as eleições, quem ficará com a cultura e acção social?
A eventual saída de JCV é um rude golpe para a coligação, que inevitavelmente passará a ter uma lista vocacionada para 4 anos de oposição e não para mais 4 anos de (des) governo do município. Não se esperava uma capitulação tão forte e tão cedo… neste cenário, o nome do quarto classificado na lista assume-se como perfeitamente irrelevante (apenas alternará com os três vereadores que em princípio serão eleitos, no caso de um destes faltar). Aguardam-se cenas dos próximos capítulos.
Última hora – os sempre atentos serviços secretos do Estarreja Efervescente encontraram rumores de que José Fernando Correia será o quarto classificado da lista, pois José Eduardo de Matos continua até à última a implorar a José Cláudio Vital que fique.
Independentemente das razões que levaram à saída de JCV, há pelo menos a certeza de que nem tudo corre bem pelos lados da coligação: se o próprio JCV, o CDS e/ou o PSD estivessem absolutamente felizes com a situação actual, certamente que se haveria de encontrar forma de tentar manter o vereador da cultura no exercício das suas funções (uma vez que penso que José Eduardo de Matos acredita na possibilidade de ser reeleito). O abandono (ou a exclusão) de JCV é obviamente a confirmação de que algo falhou no executivo camarário.
Caso se confirme a candidatura de José Fernando Correia (JFC) no terceiro lugar da lista, há vários factos interessantes a assinalar:
- O aparelho partidário do PSD de Estarreja continua na mó de baixo. Se em 2001 as divisões internas provocadas pela aliança ao CDS abriram o caminho à entrada de dois elementos novos (Silveira e Vital), desta vez entra um independente. Estaremos perante um simples caso de falta de quadros ou no PSD falta gente disposta a dar a cara por José Eduardo de Matos?
- Por outro lado, JFC tem um perfil profissional e político que o colocam mais ligado às áreas administrativa e financeira, ou seja, as mesmas de que actualmente se encarrega Abílio Silveira. É inevitável o conflito entre ambos, no caso da coligação PSD/CDS ganhar as eleições. Depois do rigor e seriedade mostrados por José Fernando Correia no exercício das suas funções no Secretariado e na Comissão Permanente da Assembleia Municipal, ninguém o imagina por exemplo a pactuar com os exercícios de desnexo que são as apresentações power point que Abílio Silveira leva para as discussões do orçamento ou da conta de gerência da CME… como conseguirão viver juntos?
- No caso da coligação ganhar as eleições, quem ficará com a cultura e acção social?
A eventual saída de JCV é um rude golpe para a coligação, que inevitavelmente passará a ter uma lista vocacionada para 4 anos de oposição e não para mais 4 anos de (des) governo do município. Não se esperava uma capitulação tão forte e tão cedo… neste cenário, o nome do quarto classificado na lista assume-se como perfeitamente irrelevante (apenas alternará com os três vereadores que em princípio serão eleitos, no caso de um destes faltar). Aguardam-se cenas dos próximos capítulos.
Última hora – os sempre atentos serviços secretos do Estarreja Efervescente encontraram rumores de que José Fernando Correia será o quarto classificado da lista, pois José Eduardo de Matos continua até à última a implorar a José Cláudio Vital que fique.
quinta-feira, julho 14, 2005
O Barnabé acabou. Alguém sabe se o Daniel Oliveira (um dos dois melhores motivos para se comprar o Expresso. O outro é este) tem algum blogue novo?
O Voz Regionalista anunciou a substituição de José Cláudio Vital por José Fernando Correia nas listas da coligação PSD/CDS, confirmando alguns rumores que circulavam pela secção de comentários deste blogue e que a rede de informadores do Estarreja Efervescente também já tinha encontrado. As razões apontadas foram pessoais e profissionais, mas falta ainda o anúncio oficial.
A notícia, embora surpreendente, levanta algumas questões, sobretudo porque JCV era reconhecidamente o elemento mais consistente do executivo camarário (independentemente de se concordar ou não com a política cultural da CME):
- Será esta uma manifestação do sentimento de fim de festa, em que elementos com maior vocação prática que política (como é o caso de JCV) não terão paciência nem perfil para o exercício das funções de vereador da oposição?
- Será esta a primeira fissura na aparentemente estável equipa do executivo camarário? Será que na origem deste abandono estará um certo ascendente moral de JCV sobre Abílio Silveira (um vereador com um perfil claramente mais subalterno do Presidente da Câmara) ou até José Eduardo de Matos, cujos preconceitos pessoais contra algumas entidades (por exemplo o ACTO ou a ASE) ou pessoas em muito prejudicaram o desempenho de JCV?
- Será que José Eduardo de Matos não gostou do trabalho de JCV?
- Será que JCV não gostou do trabalho de José Eduardo de Matos?
(este texto continuará num próximo post)
A notícia, embora surpreendente, levanta algumas questões, sobretudo porque JCV era reconhecidamente o elemento mais consistente do executivo camarário (independentemente de se concordar ou não com a política cultural da CME):
- Será esta uma manifestação do sentimento de fim de festa, em que elementos com maior vocação prática que política (como é o caso de JCV) não terão paciência nem perfil para o exercício das funções de vereador da oposição?
- Será esta a primeira fissura na aparentemente estável equipa do executivo camarário? Será que na origem deste abandono estará um certo ascendente moral de JCV sobre Abílio Silveira (um vereador com um perfil claramente mais subalterno do Presidente da Câmara) ou até José Eduardo de Matos, cujos preconceitos pessoais contra algumas entidades (por exemplo o ACTO ou a ASE) ou pessoas em muito prejudicaram o desempenho de JCV?
- Será que José Eduardo de Matos não gostou do trabalho de JCV?
- Será que JCV não gostou do trabalho de José Eduardo de Matos?
(este texto continuará num próximo post)
Mais um texto que passa da secção de comentários para a primeira página deste blogue...
Já souberam que um filho da puta de um iraquiano fez um ataque suicida e matou 32 crianças que rodeavam soldados americanos que procediam à distribuição de guloseimas? Mas que merda é esta? Não sou a favor da invasão do Iraque, mas caralho! Matar crianças cujo único pecado foi estender os seus braços para receber uns doces é mesmo de filho da puta! Apodrece no inferno cão imundo!
Já souberam que um filho da puta de um iraquiano fez um ataque suicida e matou 32 crianças que rodeavam soldados americanos que procediam à distribuição de guloseimas? Mas que merda é esta? Não sou a favor da invasão do Iraque, mas caralho! Matar crianças cujo único pecado foi estender os seus braços para receber uns doces é mesmo de filho da puta! Apodrece no inferno cão imundo!
quarta-feira, julho 13, 2005
Uma das qualidades dos políticos "afastados da política activa" é o deixarem de ter barreiras ou inibições e por isso falarem livremente do que lhes apetece, sem medos e correndo o risco inerente a todas as opiniões frontais. É neste estado de graça que estão por exemplo Pacheco Pereira (de quem sou adepto há vários anos) e Mário Soares (de quem nunca gostei nem gosto). Nas linhas que se seguem fica a reprodução de um recente texto do Abrupto (se eu pusesse só o link provavelmente ninguém lá ia...), a propósito dos sucessivos atentados ambientais contra a Ribeira dos Milagres, no distrito de Leiria. Salvaguardadas as devidas proporções, o texto faz lembrar o que se passa em Estarreja com os despejos de lixo em zonas protegidas: ao saber dos atentados ambientais em questão a primeira preocupação da Câmara não foi resolver o problema ou identificar e punir os responsáveis, mas sim acusar os denunciantes de "má fé na denúncia" ou "interesses políticos", como se o problema ambiental em questão existisse apenas nas páginas de um jornal ou nos microfones da Assembleia Municipal e não em plena zona protegida da Ria de Aveiro. A denúncia do caso foi mais perturbadora que o próprio caso... Mas isso são contas de outro rosário, e por isso cá fica o texto de Pacheco Pereira (no blogue há alguns comentários que vale a pena ler):
(Como o Público não tem ligações, e como penso que não se deve deixar cair estas coisas no imenso saco do encolher de ombros geral, e como sou adepto das micro-causas, aqui se reproduz o que publiquei na semana passada. )
Deixem-me rir, se fosse para rir. Um único caso mostra todos os dias, porque é que quase nada funciona em Portugal, porque é que ninguém acredita no estado, nas leis, nas autoridades, nas instituições: as descargas das suiniculturas na Ribeira dos Milagres. Foi anteontem, foi hoje, será amanhã. Já dura há vários anos, trinta, diz o Presidente da Junta. Todos sabem, ninguém quer saber. Ninguém actua. Nem autarquias, nem GNR, nem Ministério do Ambiente, nem o Ministério da Agricultura, com excepção de meia dúzia de agitadores, certamente subversivos, da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, que devem ser olhados de lado como inimigos do emprego e da economia.Este caso até já chegou à televisão, pelo que já se utiliza armamento pesado. Várias vezes, recorrentemente, em vários anos. Sem resultados. Há questões onde nem as armas navais, as de maior calibre, como é a televisão, servem para nada. O que se verifica é que há sítios muito elásticos do ponto de vista da resistência à legalidade, quando o estado é conivente e quer fechar os olhos, em nome dos interesses mais mesquinhos de uma economia predatória, com força na política local e nacional (no Ministério da Agricultura pelo menos) violando os direitos dos cidadãos, com a desculpa que ainda não há outra para absorver o desemprego.Sítios onde quem manda são 400.000 porcos (só no distrito de Leiria, que não é o único a ter estes problemas), o equivalente a um milhão e duzentas mil pessoas a poluir o ambiente. Esta economia das suiniculturas despejando a céu aberto, que vive na ilegalidade, à vista de toda a gente, ao olfacto de toda a gente, convive com outros sectores, como as pedreiras que também não cumprem a lei. Ora suiniculturas poluentes e pedreiras nas áreas protegidas não são actividades que possam passar despercebidas.Voltemos à nossa Ribeira malfadada. Vistas à luz do que acontece todos os dias, – e uma descarga numa ribeira é de difícil contestação, senão haveria alguém a dizer, com o mesmo estilo fabuloso mas eficaz de Artur Albarran, que nada acontece de especial, até verdadeiramente a água limpa é de cor preta e não transparente, como esses citadinos julgam -, as declarações das autoridades são patéticas. No Público, o Governo Civil de Leiria “pediu uma melhoria do relacionamento entre a população da freguesia dos Milagres e os empresários que estão a desenvolver um projecto de despoluição da ribeira”, ou seja, colaborai a bem, com quem vos dá cabo todos os dias da água, mesmo que a lei esteja do vosso lado e a ilegalidade do outro. Comportai-vos como iguais, porque é assim que o Governo Civil vos vê, ou diz que vos vê. Na verdade, o dito Governo Civil, ou seja o braço do governo em Leiria, não acha bem que eles sejam assim muito iguais, porque usa esta classificação para a outra parte, “os empresários que estão a desenvolver um projecto de despoluição da ribeira”, um fabuloso eufemismo porque se está mesmo a ver que são eles que a poluem.Os homens e mulheres dos Milagres estão claramente a “passar-se” como se costuma dizer. Já foram deitar baldes de porcaria em vários sítios. O subversivo da Comissão de Defesa da Ribeira, faz a pergunta certa, que já muita vez fez sem resultado: porque é que as suiniculturas identificadas como autoras das descargas não são encerradas? Não são. “O senhor governador disse-nos que não tem poder para encerrar as suiniculturas. Se ele não tem, quem é que tem?" Nos Paços do Conselho ficaram a saber a resposta: “que os protestos "foram feitos à porta errada", porque os responsáveis serão os ministérios do Ambiente e da Agricultura.” Típico, neste caso ninguém manda, ninguém pode, logo ninguém tem culpa.Mas o representante do Governo Civil explicou-lhe esta coisa tão miraculosa como o nome da ribeira: "A ribeira dos Milagres é a ribeira mais policiada do país". Também há dois anos o Secretário de Estado do governo da altura “prometeu uma "fiscalização muito rigorosa a partir de Janeiro". Janeiro era o de 2004, entenda-se, antes de muitas outras descargas poluentes acontecerem na “ribeira mais policiada do país.” Sim, de facto, se esta é a mais policiada e acontece o que acontece, então no resto do país é uma calamidade. Razão tem o presidente da Liga para a Protecção da Natureza, quando diz com o mesmo desespero de causa, “Não é ilegítimo que nós, cidadãos, questionemos por que é que temos que cumprir a lei quando há um sector que tem total liberdade para ter um tratamento completamente diferenciado por parte da lei”.Pensam que estas conversas que relato são o resultado da descarga de ontem? Engano. São de há já quinze dias, ou seja o tempo necessário para mais do que uma vez, sem consequências, a ribeira tornar ao seu estado normal de cloaca suína. São de há um ano, dois, três, quatro, sempre a mesma coisa. A lista de promessas é infinda, mas mesmo as promessas de limpar a Ribeira, que aliás já foi limpa e depois suja de novo, são uma distracção. A questão não é saber que a ribeira está poluída e que precisa de ser limpa, isso toda a gente sabe. A questão, essa sim maior do que o caso infeliz da Ribeira dos Milagres, é saber porque se pode continuar com impunidade a violar a lei e ninguém actua.Eu não sou um amador das chamadas “causas ecológicas” e tenho muitas objecções à visão abstracta e irrealista que têm do país e das suas necessidades. Nunca na minha vida pensei escrever sobre porcos, com desculpa a vossa mercê. Não é que o animal não seja nobre e não tenha qualidades imensas e a arte de o fazer em série não tenha a dignidade de todas as profissões. Mas cada vez mais estes pequenos incidentes me parecem reveladores daquilo que não tem qualquer justificação para continuar, a não ser pela nossa inércia colectiva. É preciso envergonhar publicamente as autoridades que não actuam. É preciso denunciar a complacência face à ilegalidade, muito mais perigosa para uma sociedade sadia do que, às vezes, a ilegalidade.Os homens e mulheres da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, de que não conheço nenhum, ou melhor ainda, a população de Milagres, terra a que nunca fui, merecem não ficar sozinhos porque não aceitaram a inevitabilidade de serem vítimas. Mais: o seu protesto, cuja razão é inequívoca, é também um símbolo do mar de ilegalidades que uma certa visão da actividade económica, típica de um país atrasado, permite subsistir. Tudo aquilo que não nos permite saltar em frente verifica-se neste pequeno caso, um entre muitos. Se ajudarmos a que não fique impune, melhoramos o nosso país.
MICRO-CAUSAS
AUTORIDADE DO ESTADO? LEIS? LEGALIDADE?VÃO EXPLICAR ISSO À POPULAÇÃO DE MILAGRES(Como o Público não tem ligações, e como penso que não se deve deixar cair estas coisas no imenso saco do encolher de ombros geral, e como sou adepto das micro-causas, aqui se reproduz o que publiquei na semana passada. )
Deixem-me rir, se fosse para rir. Um único caso mostra todos os dias, porque é que quase nada funciona em Portugal, porque é que ninguém acredita no estado, nas leis, nas autoridades, nas instituições: as descargas das suiniculturas na Ribeira dos Milagres. Foi anteontem, foi hoje, será amanhã. Já dura há vários anos, trinta, diz o Presidente da Junta. Todos sabem, ninguém quer saber. Ninguém actua. Nem autarquias, nem GNR, nem Ministério do Ambiente, nem o Ministério da Agricultura, com excepção de meia dúzia de agitadores, certamente subversivos, da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, que devem ser olhados de lado como inimigos do emprego e da economia.Este caso até já chegou à televisão, pelo que já se utiliza armamento pesado. Várias vezes, recorrentemente, em vários anos. Sem resultados. Há questões onde nem as armas navais, as de maior calibre, como é a televisão, servem para nada. O que se verifica é que há sítios muito elásticos do ponto de vista da resistência à legalidade, quando o estado é conivente e quer fechar os olhos, em nome dos interesses mais mesquinhos de uma economia predatória, com força na política local e nacional (no Ministério da Agricultura pelo menos) violando os direitos dos cidadãos, com a desculpa que ainda não há outra para absorver o desemprego.Sítios onde quem manda são 400.000 porcos (só no distrito de Leiria, que não é o único a ter estes problemas), o equivalente a um milhão e duzentas mil pessoas a poluir o ambiente. Esta economia das suiniculturas despejando a céu aberto, que vive na ilegalidade, à vista de toda a gente, ao olfacto de toda a gente, convive com outros sectores, como as pedreiras que também não cumprem a lei. Ora suiniculturas poluentes e pedreiras nas áreas protegidas não são actividades que possam passar despercebidas.Voltemos à nossa Ribeira malfadada. Vistas à luz do que acontece todos os dias, – e uma descarga numa ribeira é de difícil contestação, senão haveria alguém a dizer, com o mesmo estilo fabuloso mas eficaz de Artur Albarran, que nada acontece de especial, até verdadeiramente a água limpa é de cor preta e não transparente, como esses citadinos julgam -, as declarações das autoridades são patéticas. No Público, o Governo Civil de Leiria “pediu uma melhoria do relacionamento entre a população da freguesia dos Milagres e os empresários que estão a desenvolver um projecto de despoluição da ribeira”, ou seja, colaborai a bem, com quem vos dá cabo todos os dias da água, mesmo que a lei esteja do vosso lado e a ilegalidade do outro. Comportai-vos como iguais, porque é assim que o Governo Civil vos vê, ou diz que vos vê. Na verdade, o dito Governo Civil, ou seja o braço do governo em Leiria, não acha bem que eles sejam assim muito iguais, porque usa esta classificação para a outra parte, “os empresários que estão a desenvolver um projecto de despoluição da ribeira”, um fabuloso eufemismo porque se está mesmo a ver que são eles que a poluem.Os homens e mulheres dos Milagres estão claramente a “passar-se” como se costuma dizer. Já foram deitar baldes de porcaria em vários sítios. O subversivo da Comissão de Defesa da Ribeira, faz a pergunta certa, que já muita vez fez sem resultado: porque é que as suiniculturas identificadas como autoras das descargas não são encerradas? Não são. “O senhor governador disse-nos que não tem poder para encerrar as suiniculturas. Se ele não tem, quem é que tem?" Nos Paços do Conselho ficaram a saber a resposta: “que os protestos "foram feitos à porta errada", porque os responsáveis serão os ministérios do Ambiente e da Agricultura.” Típico, neste caso ninguém manda, ninguém pode, logo ninguém tem culpa.Mas o representante do Governo Civil explicou-lhe esta coisa tão miraculosa como o nome da ribeira: "A ribeira dos Milagres é a ribeira mais policiada do país". Também há dois anos o Secretário de Estado do governo da altura “prometeu uma "fiscalização muito rigorosa a partir de Janeiro". Janeiro era o de 2004, entenda-se, antes de muitas outras descargas poluentes acontecerem na “ribeira mais policiada do país.” Sim, de facto, se esta é a mais policiada e acontece o que acontece, então no resto do país é uma calamidade. Razão tem o presidente da Liga para a Protecção da Natureza, quando diz com o mesmo desespero de causa, “Não é ilegítimo que nós, cidadãos, questionemos por que é que temos que cumprir a lei quando há um sector que tem total liberdade para ter um tratamento completamente diferenciado por parte da lei”.Pensam que estas conversas que relato são o resultado da descarga de ontem? Engano. São de há já quinze dias, ou seja o tempo necessário para mais do que uma vez, sem consequências, a ribeira tornar ao seu estado normal de cloaca suína. São de há um ano, dois, três, quatro, sempre a mesma coisa. A lista de promessas é infinda, mas mesmo as promessas de limpar a Ribeira, que aliás já foi limpa e depois suja de novo, são uma distracção. A questão não é saber que a ribeira está poluída e que precisa de ser limpa, isso toda a gente sabe. A questão, essa sim maior do que o caso infeliz da Ribeira dos Milagres, é saber porque se pode continuar com impunidade a violar a lei e ninguém actua.Eu não sou um amador das chamadas “causas ecológicas” e tenho muitas objecções à visão abstracta e irrealista que têm do país e das suas necessidades. Nunca na minha vida pensei escrever sobre porcos, com desculpa a vossa mercê. Não é que o animal não seja nobre e não tenha qualidades imensas e a arte de o fazer em série não tenha a dignidade de todas as profissões. Mas cada vez mais estes pequenos incidentes me parecem reveladores daquilo que não tem qualquer justificação para continuar, a não ser pela nossa inércia colectiva. É preciso envergonhar publicamente as autoridades que não actuam. É preciso denunciar a complacência face à ilegalidade, muito mais perigosa para uma sociedade sadia do que, às vezes, a ilegalidade.Os homens e mulheres da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, de que não conheço nenhum, ou melhor ainda, a população de Milagres, terra a que nunca fui, merecem não ficar sozinhos porque não aceitaram a inevitabilidade de serem vítimas. Mais: o seu protesto, cuja razão é inequívoca, é também um símbolo do mar de ilegalidades que uma certa visão da actividade económica, típica de um país atrasado, permite subsistir. Tudo aquilo que não nos permite saltar em frente verifica-se neste pequeno caso, um entre muitos. Se ajudarmos a que não fique impune, melhoramos o nosso país.
terça-feira, julho 12, 2005
Palavras Cruzadas
Prefácio
Uma das principais críticas que normalmente se fazem aos autarcas tem a ver com o facto de se gastarem rios de dinheiro na construção de rotundas, passeios e embelezamentos diversos (meios fáceis de garantir reeleições), ao mesmo tempo que no concelho que dirigem falta o saneamento, as empresas não têm condições para se instalar, etc. Há dias Pacheco Pereira dizia exactamente isto na SIC e utilizava este como um argumento para se dar menos poder às autarquias locais e a conversa vinha a propósito da recente onda de autarcas-arguidos que pelos vistos vão ganhar as várias eleições a que concorrem (Gondomar, Amarante, Oeiras, talvez até Felgueiras).
Ouvi ontem na Rádio Voz da Ria mais uma longa intervenção do Sr. Presidente da Câmara de Estarreja, em que este, para além de ultrapassar o seu próprio record mundial de inclusão de advérbios de modo em entrevistas radiofónicas, falava sobre as rotundas que fez, as que não fez mas gostaria de fazer e as que vai fazer mas infelizmente não vão ficar prontas antes das eleições. Apesar dos advérbios de modo, notava-se que José Eduardo de Matos falava com entusiasmo de todos esses redondos projectos para o concelho.
Pelos vistos, quando se esgotam as ideias, as obras herdadas, não existem projectos para o futuro e não se gosta de fazer Palavras Cruzadas, o Presidente da Câmara de Estarreja dedica-se ao seu passatempo favorito: de compasso em punho, deve ser um regalo para os olhos vê-lo de volta das cartas topográficas do concelho, sempre à procura do melhor sítio onde colocar a sua marca, desta vez sem os problemas de legitimidade que outras placas inaugurativas lhe trouxeram.
Na referida entrevista houve, porém, uma novidade. Que eu tivesse reparado, não existiu nenhuma referência, directa ou indirecta, aos tempos em que o PS liderava a CME. Ao contrário do que sucedeu em outras ocasiões, José Eduardo de Matos estava absolutamente seguro de si e sem quaisquer necessidades de afirmação que o levassem a alertar os ouvintes para comparações distorcidas com os tempos dos que o antecederam. A maquilhagem urbana é mesmo a sua arte.
Prefácio
Uma das principais críticas que normalmente se fazem aos autarcas tem a ver com o facto de se gastarem rios de dinheiro na construção de rotundas, passeios e embelezamentos diversos (meios fáceis de garantir reeleições), ao mesmo tempo que no concelho que dirigem falta o saneamento, as empresas não têm condições para se instalar, etc. Há dias Pacheco Pereira dizia exactamente isto na SIC e utilizava este como um argumento para se dar menos poder às autarquias locais e a conversa vinha a propósito da recente onda de autarcas-arguidos que pelos vistos vão ganhar as várias eleições a que concorrem (Gondomar, Amarante, Oeiras, talvez até Felgueiras).
Ouvi ontem na Rádio Voz da Ria mais uma longa intervenção do Sr. Presidente da Câmara de Estarreja, em que este, para além de ultrapassar o seu próprio record mundial de inclusão de advérbios de modo em entrevistas radiofónicas, falava sobre as rotundas que fez, as que não fez mas gostaria de fazer e as que vai fazer mas infelizmente não vão ficar prontas antes das eleições. Apesar dos advérbios de modo, notava-se que José Eduardo de Matos falava com entusiasmo de todos esses redondos projectos para o concelho.
Pelos vistos, quando se esgotam as ideias, as obras herdadas, não existem projectos para o futuro e não se gosta de fazer Palavras Cruzadas, o Presidente da Câmara de Estarreja dedica-se ao seu passatempo favorito: de compasso em punho, deve ser um regalo para os olhos vê-lo de volta das cartas topográficas do concelho, sempre à procura do melhor sítio onde colocar a sua marca, desta vez sem os problemas de legitimidade que outras placas inaugurativas lhe trouxeram.
Na referida entrevista houve, porém, uma novidade. Que eu tivesse reparado, não existiu nenhuma referência, directa ou indirecta, aos tempos em que o PS liderava a CME. Ao contrário do que sucedeu em outras ocasiões, José Eduardo de Matos estava absolutamente seguro de si e sem quaisquer necessidades de afirmação que o levassem a alertar os ouvintes para comparações distorcidas com os tempos dos que o antecederam. A maquilhagem urbana é mesmo a sua arte.
Nunca pensei ser ultrapassado pela esquerda pelo José Matos. Mas a ingenuidade deste texto é quase absoluta: e o 11 de Setembro? e os atentados nos países árabes? e o USS Cole? e os ataques às embaixadas americanas (como por exemplo no Quénia e em Teerão)? E Lockerbie?
E já agora... e os países africanos e da América latina? Têm sido bem tratados?
E já agora... e os países africanos e da América latina? Têm sido bem tratados?
Dois comentários que merecem a primeira página:
Os funcionários da empresa que anda a asfaltar a Estrada Nacional em Salreu, têm horário de "funcionário público". Que luxo!Há dias passei numa terra um bocadinho mais organizada que Estarreja e, por acaso, os trabalhadores dos asfaltos e outras obras de "meio da estrada", trabalhavam à noite (justamente um horário ao contrário destes que nos calharam em sorte!), já que é altura em que por lá (e se calhar também por cá!) menos movimento há na rua e, como tal, menos prejudica quem anda na estrada a passear ou a trabalhar, com o direito de não ser incomodado para além do limite do razoável.Mas em Estarreja, não! E se perguntarem à Câmara qual a razão porque aquela gente não trabalha noutro horário para se evitar o triste espectáculo de quilómetros de filas de espera, de certeza que vos dirão que a culpa não é deles! Será do Instituto de Estradas, da Junta de Salreu, do Padre da Freguesia, da oposição, da Santinha da Ladeira ou do “raio que os valha”... mas ggora da Câmara, é que não! Como também não será da Câmara a culpa das obras da mega-rotunda do hospital se prolongarem infinitamente, sabe-se lá até quando!Tudo isto junto, tem feito com que muita gente que tem o azar de passar na EN-109, a única coisa que leva de Estarreja é a vontade de nunca mais cá pôr os pés!O problema é gravado pelo facto destas coisas acontecerem na Estrada Nacional 109, que mesmo sem obra nenhuma já é o “caos” que se conhece, depois que o Dr. José Eduardo e os seus amigos terem feito gato-sapato do IC1, até termos ficado com coisa nenhuma!Complicam quanto podem, inventam soluções de trânsito que não passa pela cabeça de ninguém, metem os pés-pelas mãos e no fim é isto o que vamos tendo!!!Enfim, triste poder político, triste Câmara, que em vez de resolver, só atrapalha! É uma dor de alma!Faz-me lembrar a história do escorpião que mordeu o sapo: ser assim tão medíocres, está-lhes no sangue!!!MEIA HORA NA FILA!!! 07.11.05 - 12:47 pm #
Acho que agora o PSD, com esta fila (a que eu tambem estive sujeito...) meteu-se no segundo lugar nas minhas escolhas para a camara... Gagu 07.11.05 - 4:38 pm #
Os funcionários da empresa que anda a asfaltar a Estrada Nacional em Salreu, têm horário de "funcionário público". Que luxo!Há dias passei numa terra um bocadinho mais organizada que Estarreja e, por acaso, os trabalhadores dos asfaltos e outras obras de "meio da estrada", trabalhavam à noite (justamente um horário ao contrário destes que nos calharam em sorte!), já que é altura em que por lá (e se calhar também por cá!) menos movimento há na rua e, como tal, menos prejudica quem anda na estrada a passear ou a trabalhar, com o direito de não ser incomodado para além do limite do razoável.Mas em Estarreja, não! E se perguntarem à Câmara qual a razão porque aquela gente não trabalha noutro horário para se evitar o triste espectáculo de quilómetros de filas de espera, de certeza que vos dirão que a culpa não é deles! Será do Instituto de Estradas, da Junta de Salreu, do Padre da Freguesia, da oposição, da Santinha da Ladeira ou do “raio que os valha”... mas ggora da Câmara, é que não! Como também não será da Câmara a culpa das obras da mega-rotunda do hospital se prolongarem infinitamente, sabe-se lá até quando!Tudo isto junto, tem feito com que muita gente que tem o azar de passar na EN-109, a única coisa que leva de Estarreja é a vontade de nunca mais cá pôr os pés!O problema é gravado pelo facto destas coisas acontecerem na Estrada Nacional 109, que mesmo sem obra nenhuma já é o “caos” que se conhece, depois que o Dr. José Eduardo e os seus amigos terem feito gato-sapato do IC1, até termos ficado com coisa nenhuma!Complicam quanto podem, inventam soluções de trânsito que não passa pela cabeça de ninguém, metem os pés-pelas mãos e no fim é isto o que vamos tendo!!!Enfim, triste poder político, triste Câmara, que em vez de resolver, só atrapalha! É uma dor de alma!Faz-me lembrar a história do escorpião que mordeu o sapo: ser assim tão medíocres, está-lhes no sangue!!!MEIA HORA NA FILA!!! 07.11.05 - 12:47 pm #
Acho que agora o PSD, com esta fila (a que eu tambem estive sujeito...) meteu-se no segundo lugar nas minhas escolhas para a camara... Gagu 07.11.05 - 4:38 pm #
segunda-feira, julho 11, 2005
O Brasil venceu ontem o campeonato do mundo de voleibol. No percurso até à final, apenas perdeu um jogo: contra Portugal.
sexta-feira, julho 08, 2005
O Atentado de Londres
Para além de todas as naturais considerações sobre quão miserável e cobarde foi este acto de terrorismo, há alguns factos que me parecem dignos de nota:
- O atentado falhou. Não proporcionou o show hollywoodesco de aviões a chocarem contra edifícios (como em Nova Iorque), nem grotescas imagens de sangue e destruição (como em Bali ou Madrid). Tudo se passou por baixo do solo e pouco sangue se viu. A Al-Qaeda perdeu pontos na escala do espectáculo do amedrontamento, que é o único objectivo prático de actos como este;
- Dizer que Portugal é o único país da cimeira dos Açores que ainda não teve um atentado é uma manipulação dos dados: por um lado porque os EUA tiveram o "seu" atentado antes da guerra do Iraque e por outro porque o governo de Portugal entretanto mudou, ao contrário do que aconteceu com Inglaterra e Espanha (no dia do atentado). Apesar da pouca racionalidade terrorista, não faria muito sentido atacar Portugal nesta fase;
- Pela primeira vez a Al-Qaeda fez coincidir um atentado com acontecimentos relevantes (início da cimeira do G8, anúncio das olimpíadas Londres 2012). Será este um novo padrão de actuação? Ou uma célula com iniciativa própria? Neste caso, será que a cúpula sediada no Afeganistão ainda controla a rede?
- Se o atentado foi concebido para coincidir com o anúncio das olimpíadas, será que estavam preparados também ataques para Moscovo, Paris, Nova Iorque e Madrid?
Depois há os argumentos que me irritam:
- A causa dos atentados é a guerra do Iraque - mas o 11 de Setembro foi antes da guerra e até serviu de argumento (falacioso) para a justificação desta...
- A causa dos atentados é a humilhação que o ocidente inflinge aos países árabes - então como explicar os atentados na Arábia Saudita, Turquia ou Marrocos?
- A causa dos atentados é a questão israelo-palestiniana - mas o estado de Israel foi criado em 1948 e o atentado às torres gémeas só aconteceu em 2001... para além disso, nos últimos anos a situação em Israel e na Palestina nunca esteve tão estável como agora...
Na minha opinião, estamos a assistir simplesmente a uma guerra de civilizações e a uma tentativa de implementar o califado em todo o mundo. Embora a Al-Qaeda tenha uma base social de apoio alicerçada na pobreza, não é justo dizer-se que esta existe devido a qualquer acção directa do ocidente. Os países do golfo pérsico têm quase todos petróleo e são riquíssimos. Os regimes corruptos que os governam é que conduziram a população ao estado de miséria humana, social e intelectual em que estes vivem. Enquanto as ditaduras corruptas governarem os países que servem de base social aos movimentos terroristas não haverá forma de acabar com este fenómeno. O grande erro do ocidente é a forma como a nossa dependência do petróleo nos faz amparar o jogo a toda esta gente, contribuindo para a legitimação de regimes como os que existem na Arábia Saudita, por exemplo.
Ou seja, o principal argumento dos partidos de esquerda (a base social pobre do terrorismo) acaba por ser precisamente a única razão pela qual uma intervenção como a que Bush e Blair fizeram no Iraque poderia de algum modo ser justificada (não estou aqui a discutir concretamente o caso da guerra do Iraque, que considero ter sido um erro)!
Para além de todas as naturais considerações sobre quão miserável e cobarde foi este acto de terrorismo, há alguns factos que me parecem dignos de nota:
- O atentado falhou. Não proporcionou o show hollywoodesco de aviões a chocarem contra edifícios (como em Nova Iorque), nem grotescas imagens de sangue e destruição (como em Bali ou Madrid). Tudo se passou por baixo do solo e pouco sangue se viu. A Al-Qaeda perdeu pontos na escala do espectáculo do amedrontamento, que é o único objectivo prático de actos como este;
- Dizer que Portugal é o único país da cimeira dos Açores que ainda não teve um atentado é uma manipulação dos dados: por um lado porque os EUA tiveram o "seu" atentado antes da guerra do Iraque e por outro porque o governo de Portugal entretanto mudou, ao contrário do que aconteceu com Inglaterra e Espanha (no dia do atentado). Apesar da pouca racionalidade terrorista, não faria muito sentido atacar Portugal nesta fase;
- Pela primeira vez a Al-Qaeda fez coincidir um atentado com acontecimentos relevantes (início da cimeira do G8, anúncio das olimpíadas Londres 2012). Será este um novo padrão de actuação? Ou uma célula com iniciativa própria? Neste caso, será que a cúpula sediada no Afeganistão ainda controla a rede?
- Se o atentado foi concebido para coincidir com o anúncio das olimpíadas, será que estavam preparados também ataques para Moscovo, Paris, Nova Iorque e Madrid?
Depois há os argumentos que me irritam:
- A causa dos atentados é a guerra do Iraque - mas o 11 de Setembro foi antes da guerra e até serviu de argumento (falacioso) para a justificação desta...
- A causa dos atentados é a humilhação que o ocidente inflinge aos países árabes - então como explicar os atentados na Arábia Saudita, Turquia ou Marrocos?
- A causa dos atentados é a questão israelo-palestiniana - mas o estado de Israel foi criado em 1948 e o atentado às torres gémeas só aconteceu em 2001... para além disso, nos últimos anos a situação em Israel e na Palestina nunca esteve tão estável como agora...
Na minha opinião, estamos a assistir simplesmente a uma guerra de civilizações e a uma tentativa de implementar o califado em todo o mundo. Embora a Al-Qaeda tenha uma base social de apoio alicerçada na pobreza, não é justo dizer-se que esta existe devido a qualquer acção directa do ocidente. Os países do golfo pérsico têm quase todos petróleo e são riquíssimos. Os regimes corruptos que os governam é que conduziram a população ao estado de miséria humana, social e intelectual em que estes vivem. Enquanto as ditaduras corruptas governarem os países que servem de base social aos movimentos terroristas não haverá forma de acabar com este fenómeno. O grande erro do ocidente é a forma como a nossa dependência do petróleo nos faz amparar o jogo a toda esta gente, contribuindo para a legitimação de regimes como os que existem na Arábia Saudita, por exemplo.
Ou seja, o principal argumento dos partidos de esquerda (a base social pobre do terrorismo) acaba por ser precisamente a única razão pela qual uma intervenção como a que Bush e Blair fizeram no Iraque poderia de algum modo ser justificada (não estou aqui a discutir concretamente o caso da guerra do Iraque, que considero ter sido um erro)!
quinta-feira, julho 07, 2005
Não estive na última Assembleia Municipal, mas não deixo de achar este texto do José Matos algo insólito. Então o verdadeiro problema não é o acto de despejar lixos em zonas protegidas, mas sim a "má fé da denúncia"?! Como nos tempos da Roma antiga, quando não se gosta da notícia, há que matar o mensageiro...
O John Fast enviou mais uma pérola para a caixa de correio do Estarreja Efervescente:
O Expresso foi o único jornal do Mundo que conseguiu ouvir o Ministro da Saúde, Correia de Campos, a comentar o apelo da ANF sobre o cumprimento da lei dos preços dos medicamentos.
Tratou-se de um notável esforço de investigação que estamos em condições de desvendar e só possível graças a um triângulo de comunicação estabelecido entre o Expresso, a Merck e o Ministério da Saúde.
É que a jornalista do Expresso que se dedica a estes assuntos é casada com o director da Merck que o Ministro tem no seu gabinete para falar com os jornalistas.
É aliás a Merck quem vai pagar ao Observatório da Imprensa uma interessante acção de formação para jornalistas especializados em saúde e que terá como orador principal (quem mais podia ser?) o Ministro da Saúde.
E esta, hein?
O Expresso foi o único jornal do Mundo que conseguiu ouvir o Ministro da Saúde, Correia de Campos, a comentar o apelo da ANF sobre o cumprimento da lei dos preços dos medicamentos.
Tratou-se de um notável esforço de investigação que estamos em condições de desvendar e só possível graças a um triângulo de comunicação estabelecido entre o Expresso, a Merck e o Ministério da Saúde.
É que a jornalista do Expresso que se dedica a estes assuntos é casada com o director da Merck que o Ministro tem no seu gabinete para falar com os jornalistas.
É aliás a Merck quem vai pagar ao Observatório da Imprensa uma interessante acção de formação para jornalistas especializados em saúde e que terá como orador principal (quem mais podia ser?) o Ministro da Saúde.
E esta, hein?
A forma como os candidatos do PS às Juntas de Freguesia de Beduído e Avanca foram atacados na secção de comentários deste blogue permite tirar algumas conclusões:
- É indisfarçável o nervosismo dos partidos que actualmente ocupam o poder: a aproximação do fim do mandato e o facto de pouco mais terem feito do que concluir lentamente as obras do mandato anterior criam uma enorme angústia e até intolerância a opiniões contrárias;
- A evidência dos fracassos na gestão de alguns temas chave do actual mandato (o flop do Eco-Parque, o desastre da falta de solução para o IC1) e a regularidade com que têm aparecido novas broncas (o caso Mariazinha, o caso do lixo despejado numa zona de protecção ambiental, o caso das árvores cortadas para construir a rotunda do hospital, os sucessivos casos de inauguração e colocação de placas em obras que não são da autoria do actual executivo, etc, etc...) fazem com que os exemplos de competência e sucesso vindos da oposição se tornem óbvios alvos de "ataques preventivos";
- Os partidos da coligação sabem que José Pinho e José Artur Pinho vão ganhar as respectivas eleições.
- É indisfarçável o nervosismo dos partidos que actualmente ocupam o poder: a aproximação do fim do mandato e o facto de pouco mais terem feito do que concluir lentamente as obras do mandato anterior criam uma enorme angústia e até intolerância a opiniões contrárias;
- A evidência dos fracassos na gestão de alguns temas chave do actual mandato (o flop do Eco-Parque, o desastre da falta de solução para o IC1) e a regularidade com que têm aparecido novas broncas (o caso Mariazinha, o caso do lixo despejado numa zona de protecção ambiental, o caso das árvores cortadas para construir a rotunda do hospital, os sucessivos casos de inauguração e colocação de placas em obras que não são da autoria do actual executivo, etc, etc...) fazem com que os exemplos de competência e sucesso vindos da oposição se tornem óbvios alvos de "ataques preventivos";
- Os partidos da coligação sabem que José Pinho e José Artur Pinho vão ganhar as respectivas eleições.
quarta-feira, julho 06, 2005
Caríssimos:
Já voltei há alguns dias, mas ainda não tive tempo nem de escrever, nem de ler os comentários que entretanto surgiram. No entanto, uma olhadela na diagonal pelo que por aqui se escreveu permitiu-me perceber que há quem continue a encarar a secção de comentários deste blogue como uma escarradeira e não como um espaço de debate e discussão de ideias. Agradeço a todos a participação nestes tempos de inactividade, mesmo aos que têm problemas de expectoração. Voltarei a este tema logo que possa.
Já voltei há alguns dias, mas ainda não tive tempo nem de escrever, nem de ler os comentários que entretanto surgiram. No entanto, uma olhadela na diagonal pelo que por aqui se escreveu permitiu-me perceber que há quem continue a encarar a secção de comentários deste blogue como uma escarradeira e não como um espaço de debate e discussão de ideias. Agradeço a todos a participação nestes tempos de inactividade, mesmo aos que têm problemas de expectoração. Voltarei a este tema logo que possa.