quarta-feira, julho 26, 2006
PS - É óbvio que a actual situação entre Israel e o Líbano foi deliberadamente provocada pelo Irão, por todos os motivos que se conhecem. Deliberadamente, Israel caiu na esparrela e está a fazer o trabalho sujo que todos gostariam de assumir e poucos têm condições políticas para o fazer. Sim, porque a derrota do Hezboullah (e indirectamente, do Irão em particular e dos guerrilheiros xiitas em geral) dará muito jeito a vários outros actores da região.
terça-feira, julho 25, 2006
Alegre vai receber mil euros mensais como reformado
Manuel Alegre vai receber mil euros mensais na sequência da sua reforma na RDP, rádio por onde passou durante apenas alguns meses pouco depois do 25 de Abril. O ex-candidato presidencial foi coordenador de programas de texto da rádio pública.
Manuel Alegre vai receber a partir de Agosto uma verba de mil euros mensais como reformado da RDP, onde durante alguns meses a seguir ao 25 de Abril de 1974 exerceu funções até ser eleito deputado nas primeiras eleições livres em Portugal em 1975.De acordo com o «Correio da Manhã», a verba que o ex-candidato presidencial receberia como reformado da rádio pública refere-se «a meses» de trabalho e ascende aos 3219,95 euros.Contudo, em declarações ao CM, o ex-coordenador de programas de texto da RDP diz que apenas optou por receber um terço desta reforma para continuar a auferir na totalidade o seu ordenado com deputado.Manuel Alegre acrescentou ainda que nada pediu relativamente a esta reforma e que esteve pouco tempo na RDP, experiência da qual admitiu já nem sequer se lembrar até que recebeu uma carta da Caixa Geral de Aposentações quando fez 70 anos em Maio.Nem a sua biografia como deputado nem como ex-candidato presidencial faziam referência a esta passagem pela RDP, experiência que, no entanto, é referida pela Enciclopédia Universal da Literatura Portuguesa, que recorda que Alegre foi director dos Serviços Criativos e Culturais da rádio pública.Apesar da sua curta passagem pela RDP, o poeta e deputado teve uma larga experiência durante dez anos na rádio «Voz da Liberdade», em Argel, durante o seu exílio na Argélia.
Ao que parece, Manuel Alegre trabalhou apenas 3 meses na RDP e considera-se merecedor da reforma em causa. Depois da ida para a caça com uma baixa fraudulenta, esta é a gota que faz transbordar o copo: estou oficialmente arrependido de ter votado Alegre nas presidenciais. A forma como um ex-combatente pela liberdade se transformou em mais uma das sanguessugas do sistema é profundamente repelente.
sexta-feira, julho 21, 2006
Gastos c/ Medicamentos - 1.º Sem. 2006
As vendas das farmácias comunitárias totalizaram 1.577.811.494 euros no 1.º semestre 2006, registando um crescimento de 0,5% relativamente ao período homólogo do ano anterior.
O número de embalagens vendidas, 122.240.043, regista uma variação negativa -0,6%, relativamente ao período homólogo de 2005, eventualmente explicável pela opção do prescritor por medicamentos de preços unitários mais elevados da mesma substância activa.link
As vendas de medicamentos genéricos, até final de Junho de 2006, totalizaram 233.743.977 euros, correspondente a uma quota de mercado de 14,81% a PVP e de 9,39% em embalagens. Como se sabe, esta grande diferença da quota a PVP e embalagens (5,42 pontos), única entre os países da EU, resulta dos preços elevados dos medicamentos genéricos no nosso país e da opção do prescritor pelos genéricos de preço mais alto.
De notar que apenas três substâncias: Omeprazol (19,0%), Sinvastatina (17,7%) e Fluoxetina (4,2%), representam 40,9% do nosso actual mercado de genéricos.
A comparticipação do Estado em medicamentos, prescritos aos doentes do SNS, registou, no final de Junho 2006, o valor acumulado de 714.932.082 euros, menos 2,7% que no primeiro semestre do ano transacto, resultado de várias medidas implementadas por este Governo.link
Desconhecemos o valor da redução dos encargos do Estado com a comparticipação de medicamentos resultante da transferência de encargos para os utentes do SNS.
A contabilidade de Gastos com Medicamentos dispensados aos doentes do SNS constitui um indubitável triunfo da política do medicamento de CC.
...sobre o qual eu produzi o seguinte comentário:
Não nos devemos esquecer que neste período sentiram-se os efeitos de várias medidas que só se podem tomar uma vez:
- O preço dos medicamentos comparticipados baixou 6%;
- Vários medicamentos foram descomparticipados;
- Acabou a majoração de 10% sobre a comparticipação dos genéricos;
- Criaram-se grupos homogéneos envolvendo moléculas muito importantes para o total de gastos (o que, mesmo que não se traduza em vendas de genéricos - graças à Ordem dos Médicos e às suas guidelines políticas - , tem um impacto significativo sobre os gastos públicos com a comparticipação dos medicamentos deste grupo).
Ou seja, neste contexto de medidas extraordinárias, uma redução de 2,7% é um mau resultado, que mascara um crescimento real dos gastos, pois esta diminuição não é sustentável (ou apenas será sustentável pela continuação da política de descomparticipação progressiva). Além do mais, seria interessante verificar quanto é que as famílias pagaram a mais para que o Estado pudesse poupar 2,7%...
E também seria curioso observar a evolução das vendas dos medicamentos comparticipados na indústria farmacêutica e nas farmácias no mesmo período...
Sem medidas efectivas do lado da prescrição, os gastos com medicamentos nunca diminuirão e viverão apenas de maquilhagens, medidas extraordinárias ou da solução-CC: as famílias que paguem os medicamentos que consomem (e não nos esqueçamos de acrescentar o enorme aumento do preço dos MNSRM, consequência directa de uma medida económica e tecnicamente errada de CC).
Em relação à prescrição, recordo dois aspectos perfeitamente absurdos da lei portuguesa:
- A existência de genéricos de marca (que apenas interessa à indústria e a quem quer cair nas suas boas graças...);
- O facto da comparticipação ser feita com base no MG mais caro de um determinado grupo homogéneo (o que explica a inevitável supremacia da percentagem de PVP sobre a do número de embalagens consumidas).
quarta-feira, julho 19, 2006
... para Pacheco Pereira. O Abrupto tem estado sob ataque (vejam as queixas aqui e aqui, por exemplo).
Será que o Estarreja Efervescente algum dia vai ser importante ao ponto de suscitar a atenção dos piratas da net?
... do governo em salvar a face no rotundo falhanço que foi a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias (a este propósito, recomendo a leitura deste post do Peliteiro). As novas lojas são financeiramente inviáveis e, por muito que isso doa a Correia de Campos, não têm qualquer hipótese de não venderem medicamentos mais caros que as farmácias. Os pouco mais de 100 proprietários destes estabelecimentos instalaram-nos essencialmente com a "fezada" de que, mais ano, menos ano, aparecerá algum ministro que as transforme em farmácias (o que se calhar até nem é assim tão improvável...).
No entanto, o princípio teórico de aumentar a auto-medicação e o número de MNSRM é tecnicamente errado e uma completa aberração. Correia de Campos, conhecido por ser um académico brilhante, ficará para a história como um dos Ministros da Saúde que mais asneiras fez sob o ponto de vista científico. E a atitude rude (para não dizer pior...) que mostra quando é confrontado com os seus próprios erros (veja-se o chorrilho de disparates proferido a propósito do Relatório da Primavera do Observatório Português para o Sistema de Saúde) acaba por ser o facto que melhor documenta a existência destes: ou seja, no fundo, no fundo, Correia de Campos sabe que está errado. Quanto a dar o braço a torcer, a história já é outra...
domingo, julho 16, 2006
quarta-feira, julho 12, 2006
Será criticável o facto de um indivíduo que já ganhou tudo o que havia para ganhar, que aos 34 anos levou uma selecção perfeitamente medíocre à final do Campeonado do Mundo e que naquele próprio jogo acabara de marcar o melhor penalty da história dos mundiais (queria ver o Panenka ter coragem de rematar devagarinho ao ângulo superior direito da baliza - nem dois guarda-redes a apanhavam!) e que mesmo assim espera pelos 110 minutos para espetar calma e fulminantemente uma cabeçada bem assente no meio do diafragma do idiota que lhe estava a azucrinar o juízo e a insultar a família? Zidane não perdeu a cabeça - aliás, antes pelo contrário: como era o último jogo da sua carreira, sabia que não seria castigado. E como só faltavam 10 minutos para o fim e o cansaço imperava, a sua eventual expulsão dificilmente seria relevante. Assim, Zidane fez o que tinha a fazer: aproximou-se calmamente de Materazzi e aplicou-lhe aquilo que ele possivelmente até mereceria. Quem não se sente não é filho de boa gente.
Para Materazzi as coisas nem sequer foram assim tão más, pois um jogador destinado ao anonimato futebolístico eterno ficará para a história do futebol como o "gajo que apanhou a cabeçada do Zidane". Pode ter doído, mas se calhar até compensou...
http://paginas.terra.com.br/arte/mariomoreno/zidane/
ou então
http://www.zappa.cc/zidane/
segunda-feira, julho 10, 2006
Em relação a Zidane, o que se pode dizer mais? Até na forma como cabeceou o peito do Materazzi o melhor jogador do mundial mostrou a sua classe. Foi uma cabeçada bem assente, puxada de trás, com força e direcção, inesperada e fulminante. Materazzi não caiu porque estava a fazer fita, mas sim pela força com que Zizou o atingiu. Brilhante! Parabéns, Zidane!
sábado, julho 08, 2006
quinta-feira, julho 06, 2006
De qualquer modo, e apesar da primeira parte da frase, no domingo estarei pela França.
quarta-feira, julho 05, 2006
terça-feira, julho 04, 2006
No sempre interessante The Sun:
Rotten Ron on for Real
REAL MADRID have not ruled out a move to rescue disgraced Cristiano Ronaldo from Manchester United.The striker’s future is in the hands of Fabio Capello, as his row with United team-mate Wayne Rooney exploded again yesterday.
Both players released statements trying to play down the World Cup bust-up.
But Rooney is still furious and Portugal star Ronaldo, 21, is desperate to head for the Bernabeu.
Capello, set to quit Juventus, is new Madrid president Ramon Calderon’s choice to take over as manager.
And Real’s director of sport Pedrag Mijatovic said: “Right now it’s in Fabio Capello’s hands.
“The first thing I would say about Ronaldo is he backed another candidate to become Real president. That is unfortunate.
“The second is we have others who can play in his favoured position, like David Beckham.
“The decision will depend entirely on whether Capello wants Ronaldo.”
Mijatovic’s refusal to rule out signing the £20million-rated winger is a massive boost to Ronaldo.
But Mijatovic’s top targets are Chelsea’s Arjen Robben, Cesc Fabregas of Arsenal and Brazil’s Kaka.
Árbitro garante: «Não tive dúvidas no cartão vermelho a Rooney» | ||
O argentino Horacio Elizondo, árbitro que dirigiu o Inglaterra-Portugal do passado sábado, aceitou falar sobre os «casos» do jogo que determinou a passagem da Selecção Nacional às meias-finais do Mundial-2006. | ||
Falando ao The Times, Elizondo deixa a garantia: «Foi jogo perigoso, por isso mostrei o cartão. As pessoas podem dizer o que quiserem, mas não fui influenciado por ninguém, pois normalmente não tomo atenção a esse tipo de pressões durante um jogo.» «Por isso, não tive dúvidas no cartão vermelho e não reagi perante os jogadores portugueses», prosseguiu o árbitro argentino, que admite ser seguidor do campeonato inglês e ter visto os quatro jogos anteriores da Selecção portuguesa no Mundial. «Vejo todos os jogos do campeonato inglês na televisão argentina e sei todos os resultados. Também vi os jogos anteriores de Portugal na competição e estava avisado ao seu estilo de jogo. Por isso, sabia o que poderia acontecer nas duas equipas. Mas, em geral, estou satisfeito com o espírito de ‘fair-play’ existente no jogo», disse, antes de revelar: «Sven-Goran Eriksson [o seleccionador de Inglaterra] entrou no meu balneário no final do jogo e deu-me os parabéns, salientando que tive razão em expulsar Rooney.» |
Todos os que já jogaram futebol de 11, mesmo que apenas em jogos de solteiros contra casados, sabem que não se pisam testículos por acaso. De qualquer modo, é sempre bom saber que há quem considere que Cristiano Ronaldo tem uma tão grande capacidade de influenciar um árbitro... é que expulsar um jogador de um país grande (num jogo desta importância contra um país pequeno) com o estádio cheio de adeptos ingleses e cercado por vários outros milhares de adeptos do mesmo país é um acto de coragem. Aliás, pode dizer-se que o árbitro mostrou ter aquilo que Ricardo Carvalho correu o risco de deixar de ter...