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sábado, janeiro 29, 2005

Sabiam que "tupperware" em espanhol diz-se "fiambrera" e que "fiambre" em espanhol diz-se "jamón york"?

(este post foi actualizado após o sábio comentário do kim)

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quinta-feira, janeiro 27, 2005

Se calhar ainda me hei-de arrepender do momento em que escrevi este post. Mas a pedido de várias famílias, cá vai ele:

Carnaval de Estarreja

Não sou, nem nunca fui, um grande carnavalista. Participava nas festas, bebia uns copos nos bares à noite, mas raramente ía ao cortejo. Ainda hoje é assim, tirando a parte nocturna...
Ou seja, sou muito provavelmente uma das pessoas com menos autoridade para dar opiniões sobre o Carnaval de Estarreja, a sua organização e sobretudo o seu financiamento. No entanto, há coisas que não abdico de dizer, até porque esta opinião já é bastante antiga: acho que em Estarreja a Câmara exagera nos apoios que dá ao Carnaval, sobretudo se os compararmos com os valores anuais que outras colectividades recebem. O Carnaval é uma festa curta e com um elevado risco de fracasso por más condições meteorológicas (uma probabilidade tão alta como a de chover no inverno...) e a sociedade civil sempre mostrou capacidade para o organizar de uma forma autónoma. Os apoios camarários deveriam cingir-se a aspectos logísticos e burocráticos. Tudo o resto deveria ser da responsabilidade dos grupos, patrocinadores e da sociedade em geral. É esta a minha opinião. E a vossa?

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quarta-feira, janeiro 26, 2005

E depois eu é que tenho a mania da perseguição

A Farmácia Campos, em Salreu (onde o autor deste blogue trabalha), esteve quase três dias sem telefones e internet porque, segundo a PT "no local onde se está a construir a nova rotunda do hospital, alguém terá cortado um cabo que servia a linha telefónica da farmácia ".
Primeiro as árvores e o trânsito, agora os cabos. O que será que vai ser cortado a seguir?

PS - embora engraçado, este acontecimento foi grave: é inadmissível que uma farmácia passe tanto tempo sem poder comunicar com o exterior (diariamente temos que contactar médicos, hospitais, centros de saúde, fornecedores, centros de informação sobre medicamentos, infarmed, etc), pois actualmente todas as reposições de stocks, avisos de retirada de medicamentos do mercado e outras informações semelhantes são feitas através de linhas dedicadas. E pensar que isto aconteceu no país do e-government!!!

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Boas Notícias

A televisão em Portugal está a atravessar um bom momento, sobretudo quando não se fala de política:
- A SIC Radical emite a toda a hora episódios de Seinfeld, a melhor série cómica de todos os tempos;
- A RTP1 comprou e já começou a transmitir aos sábados à tarde a terceira série de Smallville, uma série de culto que infelizmente tem passado de uma forma quase anónima pelos nossos ecrãs;
- A SIC Mulher está a passar em reposição a série Doido por Ti, com Helen Hunt e Paul Reiser, cujo compacto é emitido aos domingos à tarde.

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Sá Pinto e Ronaldinho Gaúcho mostraram-nos este fim de semana porque é que há coisas no futebol que ninguém consegue nem conseguirá explicar. O defesa do Santander que ainda hoje deve estar a recuperar do descolamento da retina provocado pela finta de Ronaldinho (feita poucos segundos antes dum remate seco à entrada da área directinho para o fundo da baliza) e o guarda-redes do Gil Vicente cujo pescoço quase se partiu ao tentar acompanhar a trajectória do remate que deu o segundo golo do Sporting ainda estão para perceber o que é que lhes aconteceu. Fantástico!

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segunda-feira, janeiro 24, 2005

A Assembleia Municipal realizada no passado sábado de manhã foi um dos acontecimentos mais cor-de-rosa (sem conotações partidárias) da política local estarrejense nos últimos tempos: cerca de 30 pessoas de vários partidos juntaram-se numa sala acolhedora e quentinha na nova Biblioteca Municipal para ouvirem a apresentação do relatório da Comissão de Economia e Finanças sobre a forma de atrair investidores para o futuro Parque Eco-Empresarial de Estarreja.
Este grupo de trabalho, sob a coordenação moral e dinamizadora do deputado José Fernando Correia (eleito pelo PSD) apresentou um documento notável: bem estruturado, organizado, profundamente sério, intelectualmente honesto e tecnicamente correcto.
Um grupo de sete estarrejenses que se encontraram 5 ou 6 vezes ao fim da tarde, visitaram 4 parques industriais e conversaram com algumas pessoas conseguiu disponibilizar gratuitamente para a CME um autêntico trabalho de consultoria, que provavelmente seria pago a peso de ouro caso tivesse um carimbo pomposo, por exemplo parecido com o que uma certa e determinada empresa colocou numa tão badalada como inútil auditoria funcional que em tempos se realizou por cá...
Mas passemos ao que interessa, ou seja, ao que se deve concluir deste trabalho:
- Em Estarreja existe massa crítica para discutir e estudar de forma séria as questões do desenvolvimento industrial e empresarial. Este relatório é uma prova cabal disso mesmo e é uma verdadeira bofetada de luva branca a todos os que sempre defenderam a tese da necessidade de importar conhecimentos nesta área;
- Este conhecimento instalado é uma importante mais-valia para o futuro Parque Eco-Empresarial, que dificilmente existirá noutras localidades sem a tradição e experiência industrial de Estarreja;
- O relatório da comissão é um excelente ponto de partida para uma série de acções que podem dar muito a ganhar ao Parque e ao concelho de Estarreja em geral. Seria uma pena que não tivessem seguimento ou que este trabalho terminasse aqui;
- A vertente "Eco" do Eco-Parque é claramente o ponto mais difícil de cumprir. É unânime o reconhecimento da sua necessidade, embora ainda não se perceba muito bem porque é que o Parque que se está a construir em Estarreja é "Eco" e os outros não...
- Há alguns problemas práticos no actual modelo do Parque Eco-Empresarial: o facto da Quimiparque (em cujo parque existem mais de 70 empresas) apenas alugar terrenos, quando o espírito do novo parque é a venda de terrenos e a instalação de um condomínio luxuoso cria algumas dificuldades de equidade de tratamento entre empresas, sendo que a Câmara Municipal não apresentou soluções convincentes para a compatibilização destas situações;
- O vice-presidente da Câmara fez uma declaração que me pareceu extremamente corajosa: disse claramente que se não fosse constituída uma ALE no Parque Eco-Empresarial de Estarreja, a Câmara Municipal iria accionar as cláusulas contratuais que lhe permitem tornar-se maioritária na Parquesta, o que, obviamente é uma magnífica notícia para Estarreja. Deixo aqui o meu aplauso sincero em relação a esta intenção (embora eu continue a defender que a ALE não deveria ser motivo para a CME ser minoritária);
- Há claras diferenças de empenho entre os sócios que constituem a Parquesta. Se a API e a CME parecem estar comprometidas seriamente com o projecto, o mesmo não se pode dizer da AIDA, que nem sequer respondeu aos pedidos de reunião com a Comissão de Economia e Finanças... será que esta fase inicial não deveria servir também para clarificar as águas? Será que vale a pena ter um parceiro que não se interessa pelo processo? Sinceramente, esta atitude da AIDA merece pelo menos um pedido de explicações. É que já existe uma associação comercial na Parquesta (a SEMA) e não sei se a existência de duas é algo assim tão indispensável...

De qualquer modo, acho que o relatório da Comissão de Economia e Finanças foi um importante passo na construção do Parque Eco-Empresarial de Estarreja. No entanto, estamos numa fase ainda muito embrionária e este trabalho tem mesmo que ter um seguimento activo e dinamizador. Até porque todos pudemos perceber que a concorrência é feroz!

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sexta-feira, janeiro 21, 2005

Finalmente tenho algum tempo para continuar o penúltimo post.

O Pior de Sempre – Parte II

A política do medicamento é outro dos símbolos do fracasso de Luís Filipe Pereira enquanto ministro da saúde, por vários motivos:
- A lei dos genéricos, que já existia nos mesmos termos há alguns anos, passou finalmente a ser aplicada na prática. No entanto, LFP conseguiu transformar aquilo que aparentemente seria uma boa notícia em mais um autêntico case-study: Portugal passou de uma situação em que a quota de mercado dos genéricos era inferior a 1% para o momento actual, em que o valor parece tender para estabilizar entre os 8 e 9%. Embora se ainda esteja longe dos quase 50% da Alemanha e de alguns países nórdicos, estamos já bastante afastados dos 3% da Grécia ou Itália. No entanto, enquanto em todo o mundo o crescimento do mercado de genéricos é sinónimo de poupança para o sistema de saúde, em Portugal LFP conseguiu a quadratura do círculo: as despesas com medicamentos subiram cerca de 11% de 2003 para 2004, um dos maiores aumentos de sempre!!! O aumento da despesa com medicamentos, que todos os anos era de 3 a 4%, passou a ser de 11% com a entrada dos genéricos no mercado!!! Razões para isto? Todos os que actuam neste sector as conhecem... mas terá que ser o ministério a explicá-las! Uma pista: os laboratórios farmacêuticos são uma indústria muito mais poderosa, organizada e inteligente que qualquer ministro da saúde... e naturalmente souberam preparar-se contra as adversidades que poderiam surgir, embora desta vez tenham tido algum excesso de zelo ou falta de confiança nas suas próprias capacidades...
- Ainda sobre os genéricos, Portugal e o ministro LFP passaram a ser conhecidos pela originalíssima invenção dos "genéricos de marca". Para quem não está habituado a esta terminologia, dizer "genérico de marca" é mais ou menos o mesmo que falar em negros de pele branca ou em café descafeinado com cafeína, ou seja, é uma completa contradição! Um medicamento só pode ter o estatuto de "genérico" depois de se sujeitar a uma série de testes realizados pelo infarmed (instituto tutelado pelo ministério da saúde), segundo critérios internacionalmente definidos, em que os candidatos a genérico são comparados com os medicamentos originais cuja patente já expirou. Ou seja, depois de se provar a sua equivalência segundo os tais critérios, o ministério da saúde certifica que todos os medicamentos nestas condições são considerados terapeuticamente iguais. O que automaticamente tem por consequência que não há diferenças consideradas significativas entre os medicamentos produzidos pelos diversos laboratórios farmacêuticos. Ou seja, é absurdo que medicamentos genéricos sejam distinguidos em função do laboratório que os fabrica. No entanto, em Portugal assiste-se por vezes ao absurdo das farmácias serem obrigadas a ter em stock mais de 15 apresentações diferentes para o mesmo princípio activo, na mesma dose! E se por acaso uma dessas apresentações estiver esgotada porque o seu fabricante entrou em rotura de stocks (o que acontece quase diariamente com vários medicamentos...), se os médicos não autorizarem que se dispense o mesmo medicamento fabricado por outro laboratório, as farmácias não podem dispensar qualquer medicamento aos doentes, que desse modo serão obrigados a voltar ao hospital, centro de saúde ou consultório, onde já haviam passado algumas horas... mesmo que nas prateleiras da farmácia existam mais de 50 caixas de medicamentos que o ministério da saúde diz serem bioequivalentes ao prescrito!!! Esta originalidade de LFP é ainda mais grave se nos lembrarmos que nem todos os medicamentos genéricos têm preços iguais, mesmo que tenham o mesmo princípio activo, na mesma dose e número de comprimidos...
- Outra das graves consequências da desastrosa política do medicamento do actual governo é a forma como foi implementado o sistema de preços de referência. Embora teoricamente este seja um processo justo, a verdade é que a sua aplicação prática teve por consequência um enormíssimo aumento das despesas dos cidadãos com medicamentos, sendo esse acréscimo bastante inferior ao que o estado poupou nos mesmos grupos terapêuticos... para quem ficou a diferença? Tentem adivinhar! Para além disso, com o actual sistema há vários casos de medicamentos que chegam a ter que ser vendidos a 3 preços diferentes num espaço de 10 dias, o que provoca situações de completo caos nas farmácias e na própria contabilidade das famílias!
- Para terminar a parte do medicamento, há que falar no actual descalabro das contas do SNS. Nos dois últimos anos, LFP tem recorrido a fundos do Tesouro para pagar as dívidas às farmácias, sendo que depois tem que ir à banca para pagar o empréstimo ao Tesouro, num processo de bola de neve em que o acumular de juros e de maquilhagens orçamentais para Bruxelas ver faz com que dívida total seja cada vez maior e cresça a um ritmo absolutamente assustador e assumidamente insustentável!

Por tudo isto, resta apenas dizer que felizmente que LFP vai deixar brevemente de ser ministro da saúde. Há ainda vários outros temas que poderiam ser abordados (como por exemplo o caso das parcerias público-privado para a construção dos novos hospitais), mas os sinais da catástrofe no sector são por demais evidentes. O SNS está de rastos e vão ser necessários alguns anos para recuperar os estragos deixados pela actual legislatura. Só a muito custo será possível manter o modelo de Beveridge, com um sistema de saúde universal e tendencialmente gratuito. Começa a existir na população um sentimento crescente de vontade de mudança, que advém principalmente da degradação a que os enormes fracassos dos últimos ministros da saúde (exceptuando Correia de Campos, que não teve tempo nem para o mal, nem para o bem) conduziram o país. Estão definitivamente abertas as portas aos privados e o sistema de saúde português é claramente um sector-alvo para os grandes grupos económicos, que aliás não perderam tempo e estão a investir fortemente.
Será que LFP afinal não falhou em nada do que fez e todas estas políticas foram deliberadas?
Independentemente de tudo isto, um título ninguém lhe tira: Luís Filipe Pereira vai ficar para a história como o pior ministro da saúde de sempre. Pelo menos na óptica dos doentes...

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quarta-feira, janeiro 19, 2005

Poucos minutos antes de ligar a internet, o meu objectivo blogosférico do dia ainda era terminar o texto sobre o pior ministro da saúde de sempre. No entanto, ao ouvir o noticiário da Antena 1 senti um daqueles arrepios na espinha que me fez vir a correr para o computador para escrever isto:

Sem Limites

Não tem limites a desfaçatez de alguns políticos. A Antena 1 noticiava esta tarde que o ainda ministro António Mexia disse que o país precisava de "um choque de gestão". A frase em si até é verdade. Mas António Mexia é provavelmente uma das pessoas com menos legitimidade para a dizer. Recordemos alguns factos:
- António Mexia tornou-se conhecido por ser o mais bem pago dos gestores públicos, no tempo em que era administrador da Galp. Os recentes acontecimentos de Leça da Palmeira (que o próprio tentou abafar...) vieram dar visibilidade a uma parte das muito graves deficiências de gestão que a petrolífera nacional parece ter: o relatório que o ministro Luís Nobre Guedes (por causa quem eu terei que dar a mão à palmatória num próximo post) divulgou não deixava dúvidas e só por uma enorme sorte é que Mexia não teve responsabilidade directa num acidente de gravidade muito superior à verificada;
- Depois de assumir o cargo no governo, Mexia foi o ministro que desperdiçou uma oportunidade única de promover a utilização dos transportes públicos. Num momento em que os preços dos combustíveis batiam records e que a DECO divulgava um estudo que demonstrava que no caso de alguns percursos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto era mais barato e mais rápido utilizar carro próprio do que transportes públicos, Mexia não tentou aproveitar a ocasião para promover estes, baixando os preços ou criando incentivos à sua utilização, mas fez precisamente o contrário: aumentou os preços dos transportes públicos, indexando-os aos preços dos combustíveis! Ou seja, não só desperdiçou esta ocasião única como garantiu que, no improvável acaso dela se repetir, voltaria a proceder da mesma forma!!!
- António Mexia foi também o ministro que propôs a aplicação de portagens em estradas para as quais não existe qualquer alternativa (casos do IP5 e IP3, que ainda nem sequer são SCUTs...), violando de forma frontal e grosseira as regras da União Europeia e também em estradas de importância estratégica para uma região importantíssima para o país, como é o caso da Via do Infante... como poderia o Algarve concorrer com o sul de Espanha se a Via do Infante tivesse portagem? Eu já senti na pele o que é demorar mais de 3 horas de Lagos a Albufeira e digo-vos: não gostei mesmo nada!
- Já depois de estar com o seu ministério em gestão corrente, Mexia teve o desplante de vir a público anunciar uma série de medidas que não fez quando teve poder e tempo para isso e que sabe nunca vir a poder fazer, incluindo a insólita construção de um TGV mais lento!
- Por último (estes são só os casos de que me lembrei imediatamente), hoje a TSF passou o dia a anunciar os protestos da oposição pela criação de mais um instituto público (adivinhem quem foi o ministro distribuidor de lições de moral sobre gestão responsável por esta decisão...), cuja directora terá um ordenado superior a mil contos por mês, isto numa fase em que até é discutível se o governo ainda terá poderes para o fazer... porque legitimidade todos sabem que não a tem(a este propósito, uma nota: fantástico o timing de Paulo Portas ao mandar ontem uma boca sobre estas matérias - sem dúvida um dos mais brilhantes actos políticos dos últimos tempos!)!!!


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terça-feira, janeiro 18, 2005

O Pior de Sempre

Tal como seria de prever, Estarreja foi um dos concelhos contemplados com uma etapa daquilo a que já se chama o "Paris-Dakar" dos ministros. Amanhã é a vez de Luís Filipe Pereira, ainda Ministro da Saúde e, esse sim, um verdadeiro "case-study".
Estou sinceramente convencido que Luís Filipe Pereira vai ficar para a história como o pior ministro da saúde de sempre. O caso deste ministro é digno de análise, sobretudo pela capacidade demonstrada de produzir resultados desastrosos a partir de medidas e decisões teoricamente acertadas. Vejam-se alguns exemplos:
- A decisão mais mediática deste ministro é obviamente a da criação de 31 hospitais SA. Se por um lado a empresarialização dos hospitais, com ganhos ao nível da agilidade e modernização da gestão é uma medida teoricamente correcta, a verdade é que o modo trapalhão, precipitado e intelectualmente desonesto com que foi posta em prática veio-se a revelar absolutamente desastroso. O principal problema deste modelo de gestão surgiu logo com a constituição dos conselhos de administração dos hospitais: assistiu-se a uma mega-injecção de hordas de gestores incompetentes e sem qualquer qualificação que não a política em cargos de grande responsabilidade, com as consequências que todos conhecemos. Todos os que trabalham na área da saúde já ouviram dezenas de histórias tragicómicas relacionadas com a actividade dos diversos conselhos de administração dos hospitais SA. Uma das mais famosas é pública (e por isso posso falar dela) e passou-se no hospital de Aveiro, cuja urgência deveria ter ficado pronta para o Euro2004, mas ainda hoje funciona em contentores pelos quais se pagam cerca de 25.000 euros por mês... A gestora responsável por esta brilhante decisão foi transferida para outro hospital, que por acaso até fica bastante mais próximo da sua residência... Ainda no campo dos hospitais SA, para além das evidentes práticas de desnatação, com desvio dos doentes menos interessantes para os hospitais que continuaram no sector público administrativo, é absolutamente chocante que se tenha criado um modelo como este sem qualquer tipo de acompanhamento técnico por parte de entidades independentes (por exemplo, universidades). As informações sobre o verdadeiro desempenho destes hospitais resultam apenas dos dados manipulados incluidos na publicidade paga pelo Ministério da Saúde que de vez em quando saem nos jornais. Não são utilizados indicadores internacionalmente aceites, não são divulgados os dados que serviram de base à informação disponibilizada e é negado o acesso a todos os que quiserem fazer outra análise aos mesmos dados. Tudo é opaco e secreto nos hospitais SA. A qualidade dos serviços prestados pelas instituições em causa caiu a pique e a desmotivação é enorme entre os profissionais de saúde que trabalham em cada instituição... Com esta aventura desmiolada apenas ganharam os tais "gestores", que passaram a auferir ordenados "à Mira Amaral" e as contas do défice, pois os hospitais SA permitiram desorçamentar cerca de 600 milhões de euros anualmente, um valor que atiraria o objectivo central de toda a nossa economia para valores bem acima dos 3%... Tudo isto até teria um lado bastante engraçado se não estivéssemos a falar da saúde das pessoas. Seria interessante fazer-se um estudo sério e independente sobre as consequências deste desnorte administrativo ao nível da saúde das populações. E seria também curioso ver que tipo de responsabilidades é que os intervenientes nestas decisões estariam dispostos a assumir...
Outro dos problemas da forma como todo este processo foi gerido é o efeito da prática sobre a teoria: tal como referi anteriormente, a empresarialização dos hospitais é um excelente conceito teórico que está a ser destruído por esta absurda aplicação prática. Pior que não aplicar medidas adequadas para resolver os problemas do país é assassinar potenciais soluções. E é isto que neste momento está a ser feito.

(a análise à actuação do pior ministro da saúde de sempre continua num próximo post)

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segunda-feira, janeiro 17, 2005

Durante o Académica-Porto de sábado assisti pela primeira vez ao vivo a um episódio de hooliganismo no seu estado mais puro, que não sei se as televisões transmitiram adequadamente. Poucos minutos antes do fim da primeira parte e sem que nada o fizesse prever, os elementos da claque dos Super Dragões começaram a abandonar a bancada em que se encontravam, atrás de uma das balizas (curiosamente a baliza para a qual o FCP iria atacar na segunda parte...). Após esta estranha movimentação, e já durante o intervalo, alguns destes elementos provocaram um pequeno incidente numa zona oposta do estádio, que atraiu a esse local uma parte significativa dos seguranças presentes. No momento em que a segurança do estádio se preocupava com o que mais tarde se veio a perceber ser uma mera manobra de diversão, a claque dos SD invadiu em bloco e em corrida a bancada central, onde se encontravam os sócios (eu incluído) e os elementos da Mancha Negra, a claque da Académica. As forças de segurança privada (os "stewards") acorreram imediatamente ao local e conseguiram suster a cavalgada daquele grupo de arruaceiros, que só recuaram quando a polícia de choque entrou em cena e distribuiu algumas (infelizmente muito poucas) bastonadas.
Já frequento estádios de futebol desde os meus seis ou sete anos e nunca tinha visto nada assim. Foi impressionante o carácter frio, metódico e organizado da iniciativa dos SD, que não estavam a responder a qualquer provocação, nem a reagir a qualquer momento mais emotivo do jogo. Tudo foi deliberado e adequadamente preparado. Ao invadirem a bancada central, os elementos dos SD iam arrancando cadeiras do estádio e distribuindo murros e pontapés por todos os espectadores que lá estavam instalados. No lugar imediatamente à minha frente estava um pacato adepto do FCP que foi agredido gratuitamente por um dos animais do grupo, simplesmente porque teve o azar de estar sossegadamente sentado no lugar errado da bancada, pelo qual havia pago 25 euros...
Perante esta cena, algumas reflexões:
- Em primeiro lugar, a qualidade da segurança nos estádios: a maioria dos adeptos da bancada dos sócios da Académica apercebeu-se e estranhou as movimentações prévias dos SD. Será que para os profissionais da segurança isso não deveria ter sido motivo de alerta imediato?
- Por outro lado, foi impressionante a facilidade com que uma claque que teoricamente estava confinada a uma bancada conseguiu galgar barreiras e atravessar o estádio, destruindo tudo pelo caminho e agredindo todos os que encontrava pela frente;
- Foi revoltante a falta de consequências deste acto: entre agressões e crimes de destruição de propriedade pública (o estádio de Coimbra é municipal), foram várias as infracções cometidas publicamente por um grupo bem identificado de pessoas. Será que alguém foi preso? Será que algum deles foi filmado e vai ser impedido de entrar em estádios de futebol? Será que algum deles vai indemnizar a Câmara de Coimbra pelos estragos provocados no estádio ou algum dos agredidos pelas ofensas corporais?
- A polícia nem sequer evacuou a bancada de onde vieram os agressores, tendo optado apenas por aumentar a vigilância...
Os elementos das claques comportam-se como inimputáveis, da mesma forma que clubes, dirigentes e jogadores se movimentam acima das leis. E o pior de tudo é que toda a gente parece achar isto muito normal: ainda não vi qualquer resumo de imagens do Académica-Porto de sábado, mas pelo que me contaram estes acontecimentos nem sequer foram notícia!

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quinta-feira, janeiro 13, 2005

Estabilidade

Algumas das pessoas mais estáveis que eu conheço estão no Largo da Igreja, em Salreu. Passam as tardes sentados naqueles banquinhos de jardim, ao sol quando este existe, de bengala na mão a olhar para os carros e sobretudo para quem passa a pé. São sempre os mesmos e a única variação deste quadro é uma ocasional troca de posição no banco: o da esquerda às vezes está do lado direito e vice-versa. E mais nada.
Lembrei-me disto quando verifiquei que a palavra mais utilizada para defender o actual executivo camarário é "estabilidade". Não é progresso, inovação, ousadia ou visão estratégica, mas sim "estabilidade", esse conceito abstracto que na maior parte das vezes é utilizado como eufemismo para quem não tem coragem de assumir que está a falar de estagnação!

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Está tudo doido

A blogosfera estarrejense está de facto ao rubro. No início da semana passada, o record de visitas diárias do Estarreja Efervescente era de 65. No entanto, esse valor foi ultrapassado diariamente todos os dias dessa semana e o novo máximo foi então fixado em 86 visitas num só dia. Esta semana as coisas estão a ir pelo mesmo caminho e ontem vieram 91 visitantes ao Estarreja Efervescente!
O número total de visitas desde a criação deste blogue (no dia 11/9/2003) está neste momento em 15324, com 29007 pageviews, embora estes valores estejam subavaliados, pois o sitemeter esteve inactivo durante 5 ou 6 semanas.
Para além disso, o número de comentários a cada texto não pára de aumentar e nas discussões sobre os posts há textos extremamente interessantes.
É impressionante a vontade de intervenção pública da sociedade estarrejense. E é precisamente este o objectivo dum site que se auto-denomina "efervescente".

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segunda-feira, janeiro 10, 2005

Aqui vai o texto da minha crónica de ontem na Rádio Voz da Ria:

A Ocasião Dourada

Quem tem que fazer crónicas radiofónicas nos primeiros dias de Janeiro tem a vida facilitada, pois há sempre um tema óbvio: o ano que acabou de começar e tudo o que nele previsivelmente se poderá passar. Este ano não é excepção e até se pode dizer que o terreno das previsões está especialmente fértil, sobretudo porque vamos ter eleições locais e nacionais num espaço de 10 meses.
Estarreja é um concelho onde nos últimos anos as pessoas têm sabido separar as águas e os representantes locais dos diversos partidos têm sido pouco afectados pelo desempenho dos seus congéneres nacionais. Exemplo disso é o facto de que, embora o PSD ganhe cronicamente as eleições legislativas no nosso concelho, tal facto não foi impeditivo da Câmara de Estarreja ter sido gerida pelo PS durante 8 anos. Mesmo perante a hecatombe nacional dos socialistas em 2001, em Estarreja o PS teve aquela que foi percentualmente a sua maior votação de sempre nas últimas autárquicas. Para vencer o PS, PSD e CDS tiveram que se coligar e mesmo assim tiveram menos votos quer que a soma das votações dos respectivos candidatos nas eleições anteriores, quer que o conjunto dos votos do PS e da CDU em 2001.
Ou seja, pode dizer-se que o PS enfrenta as próximas eleições autárquicas com a fasquia mais elevada do que nunca: o novo candidato à Câmara parte para as urnas com a responsabilidade adicional de quem vai suceder à maior votação de sempre do seu partido, em quaisquer eleições realizadas em Estarreja.
Para além disso, surgiu esta semana um dado novo na realidade política local, com a inclusão de Marisa Macedo na lista de candidatos a deputados pelo PS. Uma vez que na referida lista há nomes que provavelmente transitarão para o governo em caso de vitória e outros que passarão para o parlamento europeu, o décimo lugar de Marisa Macedo é uma posição claramente elegível. Deste modo, qualquer que seja o candidato à Câmara, este terá sempre que partilhar o protagonismo local com a mais que provável deputada Marisa Macedo.
As hipóteses do PS recuperar a Câmara de Estarreja são reais e muito mais fortes que aquilo que há algum tempo se pensava: por um lado, porque o executivo liderado por José Eduardo de Matos não consegue disfarçar a enorme falta de dinamismo causada pela conclusão das obras lançadas ainda no tempo do PS – as pessoas começam a perceber que para além da herança da administração socialista, pouco mais há que algumas igrejas iluminadas e 2 ou 3 novas rotundas. Por outro lado, pela primeira vez estão reunidas condições para que as eleições legislativas nacionais tenham consequências locais em Estarreja: o facto de quer o PS, quer o PSD elegerem cada um uma deputada para a Assembleia da República, aliado ao facto de termos tido estarrejenses nos dois últimos governos faz com que haja uma aproximação entre a realidade concelhia de cada partido e as estruturas nacionais. O PS de Estarreja é indissociável de Marisa Macedo, tal como o PSD local não é separável de Regina Bastos. Para além disso, a própria proximidade temporal de duas campanhas eleitorais que se prevêem intensas contribuirá para esta identificação, até porque a nível concelhio os protagonistas serão necessariamente os mesmos.
Ou seja, pela primeira vez em muitos anos, os estarrejenses olharão para as eleições locais como uma espécie de continuação do que se passou alguns meses antes a nível nacional, o que poderá ter vários efeitos extremamente interessantes:
- A confirmar-se a previsível vitória de José Sócrates, o PS estará em crescendo de popularidade, tal como sempre acontece aos governos em início de funções, desde que tenham sido legitimados pelo voto popular...
- Se as sondagens se confirmarem, a vitória do PS será extremamente forte e o PSD enfrentará uma crise de sucessão que dificilmente estará completamente resolvida no momento da realização das eleições autárquicas;
- O CDS/PP de Estarreja, que outrora foi o segundo maior partido do nosso concelho, estará perante uma das suas maiores crises existenciais de sempre: a sua progressiva perda de protagonismo na coligação local já fez com que, ao contrário do que vinha sendo tradição, não há nenhum estarrejense nas listas de candidatos a deputados do PP. Por outro lado, os louros de qualquer eventual vitória serão sempre atribuídos a José Eduardo de Matos e ao PSD, o que ainda é agravado pelo facto de nenhum dos vereadores a tempo inteiro ser militante do CDS/PP. Não é humanamente possível que não se comece a instalar pelo menos algum mal-estar. Até porque o CDS sabe que o PSD começa a precisar dos seus votos como de pão para a boca, sobretudo pela experiência passada, em que se demonstrou que, a nível local, desde 1989 (portanto há 15 anos) que o PSD não consegue ganhar umas eleições para a Câmara Municipal sozinho. E mesmo nessa altura só ganhou por 141 votos. A acrescer a todos estes factores estará provavelmente o exemplo do que aconteceu com o CDS a nível nacional: a sua saída da coligação fará certamente com que o partido aumente a sua representatividade e número de votos. Vai ser extremamente curioso verificar a forma como em Estarreja os populares vão escolher entre as suas naturais e legítimas emoções e ambições e a racionalidade puramente eleitoralista.

É este inesperado contexto que o próximo candidato socialista à Câmara Municipal de Estarreja vai encontrar: um complexo conjunto de factores faz com que as hipóteses de vitória passem a ser reais e muito maiores do que seria previsível à partida. O vasto conjunto de empreitadas e projectos herdados pelo actual Presidente da Câmara dava-lhe uma confortável almofada de segurança para enfrentar este mandato. No entanto, e sobretudo à medida que o tempo passa e o contexto político nacional evolui, José Eduardo de Matos começa a ter fortes razões para se preocupar. Até porque, em Estarreja, todos sabem quando é que as obras mais significativas se iniciaram.
Oxalá que o PS de Estarreja saiba aproveitar esta oportunidade, que é de ouro.

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sexta-feira, janeiro 07, 2005

Quando li a notícia tive um impulso imediato de escrever sobre ela. Mas depois senti-me tão constrangido que não fui capaz (sim, há limites para a minha maldade!). Contudo, ao ver este post do Zé Matos, o meu mau feitio regressou e não consigo conter a bílis que entretanto produzi... Haverá maior miserabilismo que ver uma Câmara a festejar o início de negociações com duas empresas que mostraram interesse em instalar-se no nosso Eco-Parque? Que raio de postura negocial é esta em que o vendedor antes de fazer o negócio anda a rastejar atrás dos clientes? Que condições é que a Câmara tem agora para vender os terrenos a estas duas empresas por um valor aceitável? E se as empresas agora disserem que não? Como é que a Câmara enfrenta os cidadãos? E que exemplo é este para outros eventuais interessados? Quem é que vai querer instalar-se num parque cujas primeiras empresas foram inicialmente anunciadas para 2003, depois para 2004 e que agora anuncia com grande alegria ter finalmente 2 potenciais clientes para 2005?

Arre... parecem o outro atrás do Portas! Mas lembrem-se: depois de levar com os pés do PP, o melhor que o Pedro conseguiu foi coligar-se com o PPM e com o Partido da Terra...!

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quinta-feira, janeiro 06, 2005

As Tampas

Levar tampa de Cavaco, Marques Mendes, Pacheco Pereira, Ferreira Leite, Marcelo, Paulo Portas ou Pôncio Monteiro até pode nem ser considerado preocupante... mas de Margarida Rebelo Pinto, que é jovem, bonita, escritora, jornalista, um pouco tonta e frequentadora do "socialite"?! Isso sim, é grave!
Quando o nosso nicho de mercado nos começa a dar com os pés, então se calhar estamos mesmo no fim. O que é o caso.

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terça-feira, janeiro 04, 2005

É completamente absurdo que os três primeiros "classificados" da lista de deputados do PS-Aveiro sejam impostos a partir de Lisboa. O sistema está totalmente desvirtuado e se é para isto mais vale existir uma lista única nacional... Já agora, duas notas:
- Porque raio é que a JS há-de ter deputados? Está mais que provado que as juventudes partidárias são a maior fonte de tachistas e carreiristas nos partidos. A inclusão de jovens nas listas deveria ser totalmente independente destas estruturas. Aliás, até deveria ser um pré-requisito de entrada numa lista de deputados: num mundo ideal, só quem não pertencesse a uma juventude partidária é que poderia concorrer! Para além disso, também deveria ser proibida a candidatura de indivíduos sem profissão ou experiência profissional ao parlamento.
- Parabéns à Marisa Macedo, que será muito provavelmente a primeira deputada estarrejense do PS desde há vários anos.

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O José Matos considera que o José Alberto Figueiredo (deputado municipal independente eleito pelas listas do PS) é um herói por ter votado a favor do orçamento proposto pela Câmara Municipal. O Caetano de Abreu acha que isso é sinal de que o orçamento era tão bom, que até a oposição gostou dele. Na minha opinião, nenhum dos dois tem razão. Aliás, nenhum dos três.
O orçamento é o documento base de toda a actividade de gestão autárquica: é nele que se reflectem o estilo de gestão do executivo, as prioridades na distribuição dos sempre escassos recursos disponíveis e também as convicções políticas, ideológicas e sobretudo programáticas de quem o elabora. E quem aprova um orçamento está automaticamente a dizer que concorda com tudo isto, sem excepção. Ora, o José Alberto Figueiredo pode não estar inscrito em nenhum partido, mas foi eleito numa lista claramente identificada com um programa eleitoral e uma filosofia de gestão autárquica completamente diferentes da da coligação PSD/CDS. E as pessoas que votaram nessa lista fizeram-no porque consideravam que as opções propostas pelo grupo do PS eram melhores. E o José Alberto Figueiredo foi eleito para representar esse ponto de vista na Assembleia Municipal.
Deste modo, penso que um voto como o do José Alberto Figueiredo teria que ser muito bem justificado para não se tornar incoerente, o que não aconteceu. Sinceramente, continuo sem saber quais as razões desta atitude, até porque este orçamento tem todos os defeitos dos orçamentos dos anos anteriores.
Esta atitude tresmalhada pode servir como motivo de gozo e/ou brincadeiras com o grupo municipal do PS, mas está muito longe de constituir um símbolo de heroísmo ou qualquer sinal de concordância da oposição com o orçamento.

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segunda-feira, janeiro 03, 2005

O Almocreve das Petas é o blogue mais fixe do mundo... Mais uma vez, muito obrigado!

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Para que conste...

... este blogue não tem estado tão inactivo como parece. No entanto, um problema técnico fez com que todo um longo, elaborado e bem pensado post sobre a última Assembleia Municipal de Estarreja fosse apagado por obra e graça não do Espírito Santo, mas provavelmente do Sr. Bill Gates ou dos gajos que inventaram o Blogspot... ou então por culpa minha, pois um dos graves defeitos que quer o software, quer o hardware actualmente existentes possuem é a irritante característica de quase só fazerem aquilo que nós mandamos...!
Com isto fica a ganhar o meu bom nome (é menos um disparate que é tornado público...) e provavelmente também os visados (seria indelicado dizer quem são), que deste modo esperam mais algumas horas antes de se irritarem comigo :)
Como está implícito na frase anterior, tentarei reescrever o tal texto em tempo útil.
Entretanto, feliz ano novo para todos!

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