sábado, junho 21, 2008
A saída prematura de Portugal do Euro foi uma espécie de eutanásia para uma selecção que de facto já estava moribunda. Aliás, em abono da verdade, penso que no fundo todos estamos contentes pelo sofrimento ter acabado já e não termos sido obrigados a agonizar até uma inevitável e previsível derrota nas meias-finais ou na final, seja com que selecção fosse.
Ao contrário da ideia que tantas vezes se tentou fazer passar, o único resultado que nos poderia deixar satisfeitos era mesmo a vitória no Euro, sobretudo depois do mega-barrete que foi a derrota com a Grécia em 2004 (qual é a probabilidade de, na única ocasião em que chegamos à final, estarmos simultaneamente a jogar contra a Grécia e em casa?) e também porque este ano tínhamos o melhor jogado do mundo. Portugal era claramente a selecção favorita à vitória, nem que fosse só por causa de Cristiano Ronaldo. Assim, se não era para ganhar, mais valia que tudo acabasse o mais depressa possível. Felizmente foi o que aconteceu.
Neste campeonato a derrota tem, contudo, um culpado bem definido: Luís Felipe Scolari. De facto, Scolari, o manipulador que conseguiu pôr uma nação satisfeita depois de uma derrota em casa contra uma equipa de sapateiros gregos, desta vez teve mais que fazer e, não tendo que lutar pela vidinha (leia-se renovar contrato), negligenciou por completo o seu papel de treinador.
Ao contrário do que sucede por exemplo no Manchester, Cristiano Ronaldo não teve uma equipa que jogasse para si e abrisse espaço para a sua genialidade (não é só no Euro que lhe caem 3 defesas em cima de cada vez que toca na bola!). Tacticamente Scolari não fez nada para maximizar o talento de Ronaldo e a selecção jogou da mesma forma que jogaria se em vez de Ronaldo tivéssemos Nani, Quaresma ou outro qualquer. Pior: em vez de tranquilizar o jogador e dissuadi-lo do disparate-Real Madrid, Scolari deitou achas para a fogueira e de uma forma bastante clara incentivou CR a trocar de clube (o que até favorece o Chelsea...). Ou seja, Ronaldo jogou sob fortíssima pressão psicológica e numa equipa que tecnicamente não o favorecia. Por outras palavras, o talento de Ronaldo foi simplesmente desperdiçado por Scolari.
O outro grande problema da selecção foi a grosseira impreparação táctica dos jogos. Se contra a Turquia e República Checa o aparecimento de golos em momentos cruciais e a genialidade de Deco e a força de Pepe ainda serviram para disfarçar a falta de ideias, contra a Alemanha foi gritante a falta de um treinador digno desse nome: Portugal sofreu três golos com as jogadas mais previsíveis que se poderiam imaginar (diagonais de Schweinsteiger, cruzamentos para jogadores altos que entram atrás dos centrais....), com a agravante dos 2 últimos terem sido fotocópias um do outro. Aliás, ficou-se com a sensação de que se tivessem havido 10 cruzamentos daqueles teríamos sofrido 10 golos...
De facto, era praticamente impossível ganharmos: em termos ofensivos não havia uma estratégia de rentabilização do enorme talento instalado (Ronaldo, Quaresma e Simão não existiram e Nani teve poucos minutos e nenhum apoio), tacticamente a selecção jogava sempre da mesma forma e era facilmente anulável e em termos defensivos não houve qualquer preparação do jogo com a Alemanha, que marcou golos de uma forma que seguramente não voltará a marcar a nenhum outro adversário.
É aliás irónico o destino de Portugal: depois de termos perdido em 2004 contra uma selecção que nos ganhou dois jogos a jogar da mesma forma e com a mesma táctica, desta vez fomos eliminados após dois golos previsíveis e iguais. Scolari simplesmente não aprende (aliás, recentemente voltámos a perder com a Grécia num jogo particular - e enquanto Scolari e Rehagel forem os respectivos treinadores perderíamos sempre....), nem depois de ouvir dezenas de vezes a mesma lição!
Faltou treinador a Portugal e hoje em dia já não é possível ganhar campeonatos com equipas em auto-gestão. Muito menos depois de uma semana de completa balda, com todos (a começar pelo próprio Scolari) a negociarem publicamente contratos, jogadores a sairem do estágio para assinarem pela equipa que iria ser treinada pelo treinador e todo um ambiente de descontracção e falta de rigor que acabou por ter uma tradução muito concreta em golos alemães.
Scolari é um manipulador por excelência e no fim haverá concerteza quem ache que a selecção fez tudo, teve azar e/ou foi mais uma vez vítima da arbitragem. No entanto, desta vez a verdade é indisfarçável. E fica mais uma vez a sensação de que bastava um bocadinho de preparação táctica para termos sido campeões, tão superior é o talento individual dos nossos jogadores.
Ao contrário da ideia que tantas vezes se tentou fazer passar, o único resultado que nos poderia deixar satisfeitos era mesmo a vitória no Euro, sobretudo depois do mega-barrete que foi a derrota com a Grécia em 2004 (qual é a probabilidade de, na única ocasião em que chegamos à final, estarmos simultaneamente a jogar contra a Grécia e em casa?) e também porque este ano tínhamos o melhor jogado do mundo. Portugal era claramente a selecção favorita à vitória, nem que fosse só por causa de Cristiano Ronaldo. Assim, se não era para ganhar, mais valia que tudo acabasse o mais depressa possível. Felizmente foi o que aconteceu.
Neste campeonato a derrota tem, contudo, um culpado bem definido: Luís Felipe Scolari. De facto, Scolari, o manipulador que conseguiu pôr uma nação satisfeita depois de uma derrota em casa contra uma equipa de sapateiros gregos, desta vez teve mais que fazer e, não tendo que lutar pela vidinha (leia-se renovar contrato), negligenciou por completo o seu papel de treinador.
Ao contrário do que sucede por exemplo no Manchester, Cristiano Ronaldo não teve uma equipa que jogasse para si e abrisse espaço para a sua genialidade (não é só no Euro que lhe caem 3 defesas em cima de cada vez que toca na bola!). Tacticamente Scolari não fez nada para maximizar o talento de Ronaldo e a selecção jogou da mesma forma que jogaria se em vez de Ronaldo tivéssemos Nani, Quaresma ou outro qualquer. Pior: em vez de tranquilizar o jogador e dissuadi-lo do disparate-Real Madrid, Scolari deitou achas para a fogueira e de uma forma bastante clara incentivou CR a trocar de clube (o que até favorece o Chelsea...). Ou seja, Ronaldo jogou sob fortíssima pressão psicológica e numa equipa que tecnicamente não o favorecia. Por outras palavras, o talento de Ronaldo foi simplesmente desperdiçado por Scolari.
O outro grande problema da selecção foi a grosseira impreparação táctica dos jogos. Se contra a Turquia e República Checa o aparecimento de golos em momentos cruciais e a genialidade de Deco e a força de Pepe ainda serviram para disfarçar a falta de ideias, contra a Alemanha foi gritante a falta de um treinador digno desse nome: Portugal sofreu três golos com as jogadas mais previsíveis que se poderiam imaginar (diagonais de Schweinsteiger, cruzamentos para jogadores altos que entram atrás dos centrais....), com a agravante dos 2 últimos terem sido fotocópias um do outro. Aliás, ficou-se com a sensação de que se tivessem havido 10 cruzamentos daqueles teríamos sofrido 10 golos...
De facto, era praticamente impossível ganharmos: em termos ofensivos não havia uma estratégia de rentabilização do enorme talento instalado (Ronaldo, Quaresma e Simão não existiram e Nani teve poucos minutos e nenhum apoio), tacticamente a selecção jogava sempre da mesma forma e era facilmente anulável e em termos defensivos não houve qualquer preparação do jogo com a Alemanha, que marcou golos de uma forma que seguramente não voltará a marcar a nenhum outro adversário.
É aliás irónico o destino de Portugal: depois de termos perdido em 2004 contra uma selecção que nos ganhou dois jogos a jogar da mesma forma e com a mesma táctica, desta vez fomos eliminados após dois golos previsíveis e iguais. Scolari simplesmente não aprende (aliás, recentemente voltámos a perder com a Grécia num jogo particular - e enquanto Scolari e Rehagel forem os respectivos treinadores perderíamos sempre....), nem depois de ouvir dezenas de vezes a mesma lição!
Faltou treinador a Portugal e hoje em dia já não é possível ganhar campeonatos com equipas em auto-gestão. Muito menos depois de uma semana de completa balda, com todos (a começar pelo próprio Scolari) a negociarem publicamente contratos, jogadores a sairem do estágio para assinarem pela equipa que iria ser treinada pelo treinador e todo um ambiente de descontracção e falta de rigor que acabou por ter uma tradução muito concreta em golos alemães.
Scolari é um manipulador por excelência e no fim haverá concerteza quem ache que a selecção fez tudo, teve azar e/ou foi mais uma vez vítima da arbitragem. No entanto, desta vez a verdade é indisfarçável. E fica mais uma vez a sensação de que bastava um bocadinho de preparação táctica para termos sido campeões, tão superior é o talento individual dos nossos jogadores.
Etiquetas: Futebol?
Uma magnífica iniciativa da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos:
No Diário de Coimbra:
Mais de 800 farmacêuticos já aderiram ao seguro de responsabilidade profissional contrata A Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos (OF) contratou para os seus membros um seguro de responsabilidade civil profissional, oferecendo-lhes uma protecção de que até agora não dispunham em caso de erro e eventuais danos para o doente. Até agora já aderiram mais de 800 farmacêuticos a este seguro, dos cerca de 1.200 que podem por ele ser cobertos na região.«O farmacêutico que lida com doentes, seja nas farmácias hospitalares, nas farmácias de oficina ou nos serviços de análises clínicas estão sujeitos a erros profissionais que podem causar danos aos doentes, por exemplo, a troca acidental de um medicamento», explica Francisco Batel Marques, presidente da Secção Regional de Coimbra da OF. Este seguro, criado em meados de Maio através de protocolo com uma mutualista que se dedica exclusivamente à protecção de profissionais de saúde, cobre até 50 mil euros por profissional e não custa nada aos farmacêuticos. «É completamente gratuito, os farmacêuticos só têm de aderir, já que o custo está incluído no valor das quotas que pagam à Ordem», frisou o responsável.A Secção de Coimbra da OF tem cerca de dois mil membros, mas nem todos beneficiam com este seguro de responsabilidade civil profissional. De fora ficam os que mão lidam com doentes – investigadores ou docentes, por exemplo – e outros cujo vínculo profissional responsabiliza não a eles mas a entidade para a qual trabalham. «A Ordem, com entidade reguladora da profissão, não tinha coberto esta necessidade importante dos seus membros», repara Batel Marques, desconhecendo se outras secções regionais tomaram ou não medidas idênticas. Além das consequências para o profissional – a indemnização, por exemplo -, o especialista sublinha eventuais prejuízos para o utente, que podem, assim, ser minimizados. Este seguro, apresentado ontem publicamente, surge, segundo o presidente da Secção, como uma medida preventiva e não devido a um número crescente de queixas sobre os farmacêuticos. Com a liberalização da propriedade das farmácias, os novos donos «podem não estar interessados em abranger todos os profissionais com seguro de responsabilidade civil», sendo este seguro uma alternativa gratuita para qualquer farmacêutico inscrito na Ordem. Batel Marques explica que «todas as farmácias de oficina sócias da Associação Nacional de Farmácias têm um seguro, no entanto fica ao critério dos proprietários a associação ou não a esta entidade». Farmacêuticos hospitalares estavam desprotegidosUma das grandes preocupações da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos foi proteger os farmacêuticos hospitalares. Segundo Batel Marques, estes profissionais fazem hoje «cedência de medicamentos para uso em ambulatório e não tinham, até aqui, qualquer cobertura a nível de seguros». O maior número de medicamentos disponível no mercado e as reacções que estes podem provocar, por um lado, e a cada vez maior informação e exigência dos utentes, por outro, fazem com que, a par das boas práticas e do rigor profissional, a OF se preocupe com a segurança dos profissionais. Ontem à noite, a Secção de Coimbra da OF realizou na sua sede um painel de debate subordinado a este tema da responsabilidade civil profissional dos farmacêuticos.
No Diário de Coimbra:
Mais de 800 farmacêuticos já aderiram ao seguro de responsabilidade profissional contrata A Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos (OF) contratou para os seus membros um seguro de responsabilidade civil profissional, oferecendo-lhes uma protecção de que até agora não dispunham em caso de erro e eventuais danos para o doente. Até agora já aderiram mais de 800 farmacêuticos a este seguro, dos cerca de 1.200 que podem por ele ser cobertos na região.«O farmacêutico que lida com doentes, seja nas farmácias hospitalares, nas farmácias de oficina ou nos serviços de análises clínicas estão sujeitos a erros profissionais que podem causar danos aos doentes, por exemplo, a troca acidental de um medicamento», explica Francisco Batel Marques, presidente da Secção Regional de Coimbra da OF. Este seguro, criado em meados de Maio através de protocolo com uma mutualista que se dedica exclusivamente à protecção de profissionais de saúde, cobre até 50 mil euros por profissional e não custa nada aos farmacêuticos. «É completamente gratuito, os farmacêuticos só têm de aderir, já que o custo está incluído no valor das quotas que pagam à Ordem», frisou o responsável.A Secção de Coimbra da OF tem cerca de dois mil membros, mas nem todos beneficiam com este seguro de responsabilidade civil profissional. De fora ficam os que mão lidam com doentes – investigadores ou docentes, por exemplo – e outros cujo vínculo profissional responsabiliza não a eles mas a entidade para a qual trabalham. «A Ordem, com entidade reguladora da profissão, não tinha coberto esta necessidade importante dos seus membros», repara Batel Marques, desconhecendo se outras secções regionais tomaram ou não medidas idênticas. Além das consequências para o profissional – a indemnização, por exemplo -, o especialista sublinha eventuais prejuízos para o utente, que podem, assim, ser minimizados. Este seguro, apresentado ontem publicamente, surge, segundo o presidente da Secção, como uma medida preventiva e não devido a um número crescente de queixas sobre os farmacêuticos. Com a liberalização da propriedade das farmácias, os novos donos «podem não estar interessados em abranger todos os profissionais com seguro de responsabilidade civil», sendo este seguro uma alternativa gratuita para qualquer farmacêutico inscrito na Ordem. Batel Marques explica que «todas as farmácias de oficina sócias da Associação Nacional de Farmácias têm um seguro, no entanto fica ao critério dos proprietários a associação ou não a esta entidade». Farmacêuticos hospitalares estavam desprotegidosUma das grandes preocupações da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos foi proteger os farmacêuticos hospitalares. Segundo Batel Marques, estes profissionais fazem hoje «cedência de medicamentos para uso em ambulatório e não tinham, até aqui, qualquer cobertura a nível de seguros». O maior número de medicamentos disponível no mercado e as reacções que estes podem provocar, por um lado, e a cada vez maior informação e exigência dos utentes, por outro, fazem com que, a par das boas práticas e do rigor profissional, a OF se preocupe com a segurança dos profissionais. Ontem à noite, a Secção de Coimbra da OF realizou na sua sede um painel de debate subordinado a este tema da responsabilidade civil profissional dos farmacêuticos.
Etiquetas: Farmácia
sexta-feira, junho 13, 2008
quarta-feira, junho 11, 2008
Deixo também mais um pequeno esclarecimento ao José Matos: ao contrário do que se possa pensar (ou eventualmente concluir pela leitura dos meus textos), eu por norma fundamento minimamente as coisas que por aqui escrevo - ou seja, isto dá-me um bocadinho mais de trabalho do que parece.
Assim, peço-te que, em vez de partires do arrogante pressuposto de que eu não estudei os assuntos sobre os quais escrevo, partas antes do pressuposto contrário e me acuses de ser atrasado mental (com o devido respeito pelos atrasados mentais) ou analfabeto por não conseguir chegar às mesmas brilhantes conclusões que tu explanas no teu blogue. Sinto-me melhor assim e pelo menos não estou a ser acusado daquilo que eu sempre critiquei a José Eduardo de Matos: não fazer o TPC.
Assim, peço-te que, em vez de partires do arrogante pressuposto de que eu não estudei os assuntos sobre os quais escrevo, partas antes do pressuposto contrário e me acuses de ser atrasado mental (com o devido respeito pelos atrasados mentais) ou analfabeto por não conseguir chegar às mesmas brilhantes conclusões que tu explanas no teu blogue. Sinto-me melhor assim e pelo menos não estou a ser acusado daquilo que eu sempre critiquei a José Eduardo de Matos: não fazer o TPC.
Etiquetas: Política Estarrejense
Alguns esclarecimentos ao José Matos:
- Eu não falei do TGV em 2003, mas sim em 2002;
- Só referi o assunto porque ele era mencionado no jornal Expresso dessa altura - não tive acesso a qualquer informação privilegiada (aliás, o governo até era PSD/CDS e dele fazia parte Carlos
Tavares, à época presidente da AM de Estarreja eleito nas listas da coligação PSD/CDS);
- Nunca ninguém me ouviu defender "de caras" a localização do TGV em Estarreja - apenas disse que este era um assunto que merecia ser discutido.
É hoje evidente que o José Matos, a Câmara de Estarreja e o respectivo presidente nunca tiveram qualquer opinião sobre este assunto e nem sequer se interessaram pelo tema. E, como todos sabemos e à semelhança do que se passou nos casos do IC1, do Ikea, das lamas, das areias de dezenas de outros, quando a CME decide enfiar a cabeça na areia e fingir que o futuro de Estarreja não é nada consigo, algo de mau está para acontecer.
No caso do TGV tiveram mais sorte que juízo: embora tudo tenha sido tratado nas costas de José Eduardo de Matos, por coincidência da conjugação dos astros naquela altura, tudo se arranjou de modo a que os danos em Estarreja serão mínimos - apenas temos a lamentar o facto de não termos sido ouvidos no caso da localização da estação.
É pena ver que um assunto que há 6 anos era referido como uma possibilidade real por um cronista do jornal Expresso tenha sido ignorado pela Câmara de Estarreja. Agora nunca saberemos o que é que teria sido possível obter das negociações que nunca existiram!
- Eu não falei do TGV em 2003, mas sim em 2002;
- Só referi o assunto porque ele era mencionado no jornal Expresso dessa altura - não tive acesso a qualquer informação privilegiada (aliás, o governo até era PSD/CDS e dele fazia parte Carlos
Tavares, à época presidente da AM de Estarreja eleito nas listas da coligação PSD/CDS);
- Nunca ninguém me ouviu defender "de caras" a localização do TGV em Estarreja - apenas disse que este era um assunto que merecia ser discutido.
É hoje evidente que o José Matos, a Câmara de Estarreja e o respectivo presidente nunca tiveram qualquer opinião sobre este assunto e nem sequer se interessaram pelo tema. E, como todos sabemos e à semelhança do que se passou nos casos do IC1, do Ikea, das lamas, das areias de dezenas de outros, quando a CME decide enfiar a cabeça na areia e fingir que o futuro de Estarreja não é nada consigo, algo de mau está para acontecer.
No caso do TGV tiveram mais sorte que juízo: embora tudo tenha sido tratado nas costas de José Eduardo de Matos, por coincidência da conjugação dos astros naquela altura, tudo se arranjou de modo a que os danos em Estarreja serão mínimos - apenas temos a lamentar o facto de não termos sido ouvidos no caso da localização da estação.
É pena ver que um assunto que há 6 anos era referido como uma possibilidade real por um cronista do jornal Expresso tenha sido ignorado pela Câmara de Estarreja. Agora nunca saberemos o que é que teria sido possível obter das negociações que nunca existiram!
Etiquetas: Política Estarrejense
sábado, junho 07, 2008
Um campeonato da Europa de futebol jogado nos moldes em que este se vai jogar (isto é, nos mesmos moldes que os anteriores...) é inevitavelmente uma competição de sorte: jogadores que estão juntos há 15 dias depois de épocas extenuantes, selecções reunidas em grupos de competitividade completamente assimétrica e que se decidem em 3 jogos e no espaço de 10 dias, seguidos de uma competição a eliminar com penalties e prolongamentos, tudo isto são ingredientes para uma espécie de sorteio em que todas as equipas têm hipóteses mais ou menos semelhantes de ganhar.
Aliás, a vitória da Grécia no Euro 2004 é a prova disso mesmo: com um nível futebolístico quase residual, uma equipa com sorte e boa organização defensiva tornou-se rainha do futebol Europeu.
Sendo assim, à partida não haveria razão nenhuma para ligarmos a isto.
Continuarei este texto numa próxima oportunidade. O Euro já começou e a minha filha está a protestar.
Aliás, a vitória da Grécia no Euro 2004 é a prova disso mesmo: com um nível futebolístico quase residual, uma equipa com sorte e boa organização defensiva tornou-se rainha do futebol Europeu.
Sendo assim, à partida não haveria razão nenhuma para ligarmos a isto.
Continuarei este texto numa próxima oportunidade. O Euro já começou e a minha filha está a protestar.
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sexta-feira, junho 06, 2008
Na Gazzetta Dello Sport:
Maldini continua a giocare
Ao contrário dos portugueses, os italianos não são parvos e a idade dos jogadores vê-se no campo e não no BI. Quando acabar este contrato, Paolo Maldini, um jogador de campo, terá 42 anos.
Rui Costa foi quase unanimemente reconhecido como tendo sido o segundo melhor jogador do último campeonato (só atrás de Lisandro) e, aos 36 anos, não só fez uma das suas melhores épocas de sempre, como faz uma enorme falta à selecção nacional. Aliás, muito mais falta do que Figo (que também seria titular de caras).
No entanto, o Benfica nada fez para o segurar em campo ou para tentar contrariar uma intenção que não faz qualquer sentido em termos desportivos e Scolari não o convocou (tenho a certeza de que Rui Costa seria convencível). Felizes são o país e o clube que dispensam talentos destes...
Maldini continua a giocare
Un altro anno con il Milan
Il sito ufficiale del club comunica che il capitano rossonero, 40 anni il 26 giugno, ha rinnovato il contratto fino al 30 giugno 2009. Galliani aveva detto: "Dipende tutto da lui"
Paolo Maldini, 40 anni, capitano e bandiera del Milan. Afp
MILANO, 6 giugno 2008 - Paolo Maldini rinvia il suo addio al calcio. Il quasi 40enne capitano rossonero, infatti, ha deciso di giocare un'altra stagione e l'ufficialità arriva direttamente dal club di via Turati che "comunica di aver prolungato il contratto al proprio capitano Paolo Maldini fino al 30 giugno 2009". Sarà la sua 24ª stagione in rossonero. Maldini si è accordato con la società, accettandone l'offerta (la somma si aggirerebbe sul milione e mezzo di euro), e rinviando così l'addio al calcio. Risolta la questione contrattuale, Maldini dovrebbe partite domenica per le vacanze in Florida.
Ao contrário dos portugueses, os italianos não são parvos e a idade dos jogadores vê-se no campo e não no BI. Quando acabar este contrato, Paolo Maldini, um jogador de campo, terá 42 anos.
Rui Costa foi quase unanimemente reconhecido como tendo sido o segundo melhor jogador do último campeonato (só atrás de Lisandro) e, aos 36 anos, não só fez uma das suas melhores épocas de sempre, como faz uma enorme falta à selecção nacional. Aliás, muito mais falta do que Figo (que também seria titular de caras).
No entanto, o Benfica nada fez para o segurar em campo ou para tentar contrariar uma intenção que não faz qualquer sentido em termos desportivos e Scolari não o convocou (tenho a certeza de que Rui Costa seria convencível). Felizes são o país e o clube que dispensam talentos destes...
Etiquetas: Futebol?
Há qualquer coisa de tragicómico na postura que o texto do José Matos implicitamente defende. Pelo que hoje se sabe, o traçado do TGV começou a ser discutido em 2003 e aparentemente a Câmara Municipal de Estarreja não só esteve sempre fora do processo, como não fez nada para saber o que se passava (antes pelo contrário) e, tal como no caso do IC1, acabou por ser confrontada com um facto consumado depois de mais uma vez um Presidente da Câmara de um município vizinho ter tratado da vidinha e negociado com o governo o melhor para os seus interesses.
Agora foi Albergaria, no caso do IC1 tinha sido o Presidente da CM de Ovar, no do Ikea foi o de Paços de Ferreira, enfim... em todos os casos há um denominador comum: Estarreja dormiu enquanto outros trabalharam.
Este caso do TGV acaba por nem ter consequências graves, pois depois de perdida a estação, o que interessa a Estarreja é que o TGV passe o mais longe possível, não só por razões ambientais e urbanísticas, mas também para ajudar a esquecer a vergonha de mais uma humilhação negocial, esta perdida por falta de comparência. No entanto, façamos um pequeno exercício previsional: e se para o TGV ter a sua estação em Albergaria fosse necessário causar estragos em Estarreja? Como é que José Eduardo descalçaria esta bota?
O facto de se terem posto a discussão pública dois traçados em que um deles é absurdo mostra pelo menos duas coisas: que este processo foi estranho e que não se considerou seriamente a hipótese-Estarreja.
Pior que perder um jogo, é perdê-lo por falta de comparência. E pior que perder por falta de comparência é perder por falta de comparência sem sequer saber que havia jogo. Foi isto que Estarreja fez e aparentemente o José Matos achou muito bem. Teve mais sorte que juízo, pois se desse jeito a Albergaria os primeiros a sofrer os estragos do TGV seriam precisamente os fermelanenses!
Agora foi Albergaria, no caso do IC1 tinha sido o Presidente da CM de Ovar, no do Ikea foi o de Paços de Ferreira, enfim... em todos os casos há um denominador comum: Estarreja dormiu enquanto outros trabalharam.
Este caso do TGV acaba por nem ter consequências graves, pois depois de perdida a estação, o que interessa a Estarreja é que o TGV passe o mais longe possível, não só por razões ambientais e urbanísticas, mas também para ajudar a esquecer a vergonha de mais uma humilhação negocial, esta perdida por falta de comparência. No entanto, façamos um pequeno exercício previsional: e se para o TGV ter a sua estação em Albergaria fosse necessário causar estragos em Estarreja? Como é que José Eduardo descalçaria esta bota?
O facto de se terem posto a discussão pública dois traçados em que um deles é absurdo mostra pelo menos duas coisas: que este processo foi estranho e que não se considerou seriamente a hipótese-Estarreja.
Pior que perder um jogo, é perdê-lo por falta de comparência. E pior que perder por falta de comparência é perder por falta de comparência sem sequer saber que havia jogo. Foi isto que Estarreja fez e aparentemente o José Matos achou muito bem. Teve mais sorte que juízo, pois se desse jeito a Albergaria os primeiros a sofrer os estragos do TGV seriam precisamente os fermelanenses!
Etiquetas: Política Estarrejense
quarta-feira, junho 04, 2008
Os leitores deste blogue sabem que comecei por apoiar Hillary, cujas propostas eram claramente mais consistentes e realistas. No entanto, é inegável o mérito de Obama na campanha e a onda de entusiasmo criada. Quer um quer outro, seriam excelentes candidatos. Obama tem a vantagem de ser mais novo e de ser um candidato anti-establishment. Ainda por cima é brilhante nos discursos e na forma positiva como faz campanha.
Assim, fiquei feliz e sou Obamista desde pequenino.
(imagem: Público)
Etiquetas: Política Internacional
terça-feira, junho 03, 2008
Quem vos avisou vosso amigo foi
Este meu período de ausência blogosférica foi particularmente negro para José Eduardo de Matos. Noutros tempos não teria mãos a medir, tantas foram as broncas acumuladas.
Já se adivinhava que o TGV não viria para Estarreja. Aliás, nada vem para Estarreja, a não ser que os outros não o queiram.
Ainda assim, custa um bocadinho ver acontecer aquilo de que estávamos à espera.
Segundo o Presidente da Câmara de Albergaria, estas negociações começaram em 2003. É irónico recordar que eu falei neste assunto na Assembleia Municipal em 2002 e que na altura José Eduardo de Matos e Carlos Tavares riram-se de mim.
Riam-se agora dos de Albergaria!
Este meu período de ausência blogosférica foi particularmente negro para José Eduardo de Matos. Noutros tempos não teria mãos a medir, tantas foram as broncas acumuladas.
Já se adivinhava que o TGV não viria para Estarreja. Aliás, nada vem para Estarreja, a não ser que os outros não o queiram.
Ainda assim, custa um bocadinho ver acontecer aquilo de que estávamos à espera.
Segundo o Presidente da Câmara de Albergaria, estas negociações começaram em 2003. É irónico recordar que eu falei neste assunto na Assembleia Municipal em 2002 e que na altura José Eduardo de Matos e Carlos Tavares riram-se de mim.
Riam-se agora dos de Albergaria!
Etiquetas: Política Estarrejense
Interessante e muito oportuno debate sobre o futuro e profissão farmacêuticas no Impressões de um Boticário de Província, com continuação no grupo de discussão Farmacêuticos.
Etiquetas: Farmácia
O 99% Política Estarrejense fez uma interessante sondagem, em que, mais que a previsível vitória de Fernando Mendonça (e uma notável votação de Marisa Macedo, mesmo com toda a campanha pessoal que contra ela tem sido feita), é sobretudo de destacar a falta de entusiasmo em redor dos nomes "laranjas" sugeridos.
É evidente que estas coisas valem o que valem, tenho a certeza de que a amostra populacional de participantes na sondagem não é representativa e que daqui não se podem tirar quaisquer conclusões válidas, pelo menos em termos eleitorais.
De qualquer modo, parece-me inegável a falta de capacidade de mobilização das hostes do PSD estarrejense.
Etiquetas: Política Estarrejense
Magnífica referência a Marisa Macedo no DN de 10 de Maio, que sinceramente me deixou orgulhoso por ser amigo de quem teve coragem para dar esta pedrada no charco.
Tenho a certeza de que a Marisa teve esta atitude por convicção de quem em nenhumas circunstâncias tolera gente como o Cónego Melo e não em nome de qualquer protagonismo estéril.
É revoltante a forma como em Portugal se branqueou uma figura como o Cónego Melo e parabéns à Marisa por ter desfeito o silêncio cobarde e contemporizador da bancada do PS.
Etiquetas: Política Nacional
Começo por dar os meus parabéns atrasados ao Peliteiro: o Impressões de um Boticário de Província é já uma referência no mundo da Farmácia e hoje em dia não há farmacêutico informado que não o conheça. E na blogosfera cinco anos é uma eternidade!
Ter 10 minutos para escrever no blogue é um luxo de valor incomensurável nos dias que correm. Por isso, os próximos posts serão sintéticos e destinam-se apenas a pôr a escrita em dia relativamente a vários assuntos.
segunda-feira, junho 02, 2008
PS - Do concelho de Estarreja não se vê o mar (quer dizer, até se vê, mas muito ao longe - eu é que sou míope). De qualquer modo, é inegável que Estarreja é um óptimo sítio para ver passar navios.
Etiquetas: Política Estarrejense