quarta-feira, março 31, 2004
Uma parte significativa dos acessos ao Estarreja Efervescente resulta de pesquisas no Google envolvendo a palavra "Mourinho". Vejam esta pesquisa, em que a primeira página sugerida é precisamente o Estarreja Efervescente:
http://www.google.com/search?hl=en&ie=UTF-8&oe=UTF-8&q=mourinho+site%3A.blogspot.com
Há coisas mesmo estúpidas, não há?
http://www.google.com/search?hl=en&ie=UTF-8&oe=UTF-8&q=mourinho+site%3A.blogspot.com
Há coisas mesmo estúpidas, não há?
segunda-feira, março 29, 2004
Tenho andado um bocadinho arredado das minhas lides da blogosfera, mas aqui ficam algumas pequenas notas:
- o meu agradecimento ao Blog do Alex e ao Notícias de Aveiro pelos links para o Estarreja Efervescente;
- dois links para alguns dos melhores posts que tenho lido nos últimos tempos: este, do José Matos e este, do Ricardo Araújo Pereira - que maravilhas!
- os franceses deram uma merecida tareia a Chirac - até que enfim algo de bom vindo daqueles lados!
- e para terminar, um pequeno esclarecimento: eu faltei à última Assembleia Municipal. Se lá estivesse não teria votado favoravelmente a adesão de Estarreja à GAMA - um dia destes explico porquê.
PS - espero que já estejam resolvidos os problemas técnicos que nos últimos dias assombraram o arquivo deste blogue.
- o meu agradecimento ao Blog do Alex e ao Notícias de Aveiro pelos links para o Estarreja Efervescente;
- dois links para alguns dos melhores posts que tenho lido nos últimos tempos: este, do José Matos e este, do Ricardo Araújo Pereira - que maravilhas!
- os franceses deram uma merecida tareia a Chirac - até que enfim algo de bom vindo daqueles lados!
- e para terminar, um pequeno esclarecimento: eu faltei à última Assembleia Municipal. Se lá estivesse não teria votado favoravelmente a adesão de Estarreja à GAMA - um dia destes explico porquê.
PS - espero que já estejam resolvidos os problemas técnicos que nos últimos dias assombraram o arquivo deste blogue.
quinta-feira, março 25, 2004
O Fernando Mendonça continua a produzir material político a um ritmo assustador: depois da chocante reportagem do Voz Regionalista sobre o misterioso caso das areias desaparecidas dos terrenos do futuro Parque Industrial (que consequências é que a Câmara de Estarreja irá tirar desta tão grave denúncia? na minha terra a única atitude decente e insuspeita a tomar seria a apresentação de uma queixa-crime junto das autoridades policiais, para além do indispensável inquérito interno...), a crónica de hoje do Largo dos Combatentes é fortíssima, está muito bem construída e levanta uma questão interessante: por um lado, a intolerância queixosa compulsiva do Dr. José Eduardo de Matos é apenas uma forma de coerência com o seu passado de líder da oposição; por outro lado, contudo, estamos perante alguém com uma dupla personalidade política - o intolerante Mr. Hyde intercala os seus períodos de dominância com o populista Dr. Jekyll, iluminador de igrejas que leva os velhinhos a passear no Douro e dança com as senhoras nas festas da vila.
Ou seja, a bondade e benevolências externas de Dr. Jekyll são na realidade mantidas à custa de um comportamento implacável e absolutista de Mr. Hyde, que de uma forma mais controlada que na lenda, apenas aparece quando os seus serviços são necessários...
Ou seja, a bondade e benevolências externas de Dr. Jekyll são na realidade mantidas à custa de um comportamento implacável e absolutista de Mr. Hyde, que de uma forma mais controlada que na lenda, apenas aparece quando os seus serviços são necessários...
terça-feira, março 23, 2004
Os blogues e os bloggers de Estarreja estão novamente a dar cartas:
- O José Matos viu um texto seu (juntamente com um link para o Estrela Cansada) ser referido no Abrupto de Pacheco Pereira, provavelmente o blogue mais famoso de Portugal;
- O Plastificai e o Vela Latina têm dois textos magníficos sobre a temática por mim abordada no post anterior (a "bomba" na CME e a loucura de Mário Soares);
- O blogue de Tomar também incluiu o Estarreja Efervescente e o Estarreja Light na sua lista de blogues regionais. Para o seu autor, os meus agradecimentos.
- O José Matos viu um texto seu (juntamente com um link para o Estrela Cansada) ser referido no Abrupto de Pacheco Pereira, provavelmente o blogue mais famoso de Portugal;
- O Plastificai e o Vela Latina têm dois textos magníficos sobre a temática por mim abordada no post anterior (a "bomba" na CME e a loucura de Mário Soares);
- O blogue de Tomar também incluiu o Estarreja Efervescente e o Estarreja Light na sua lista de blogues regionais. Para o seu autor, os meus agradecimentos.
Os acontecimentos de ontem em Estarreja (leiam no Avanca Net) são bem o exemplo do estado de paranóia colectiva que se está a atingir no nosso país, em que pessoas com a importância histórica de Mário Soares dizem barbaridades como a que refiro no post anterior, com as quais inacreditavelmente até aparecem alguns indivíduos a concordar (vejam os comentários ao tal post - obrigado, Nádia). Pelo andar da carruagem, qualquer dia até sou acusado de com este blogue estar a colocar Estarreja entre os alvos do terrorismo internacional!!!
A este propósito tenho recebido na caixa de correio do Estarreja Efervescente alguns comentários e textos bastante interessantes, dos quais destaco este, assinado por alguém que apenas se identificava como "Dromedário Soares". Com os devidos agradecimentos ao autor, aqui fica:
Estava Mário Soares a conversar com um terrorista qualquer, quando este o ameaça:
- É pá, Mário, estou em luta contra a tua civilização e por isso vou matar a Maria Barroso e o João Soares...
- Calma Sr. Terrorista... isso não pode ser assim! Temos que negociar... não me vai matar os dois! Que tal matar só a Maria, que já é velhota e agora até foi despedida da Cruz Vermelha, e deixar-me o Joãozinho, pois o rapaz até quer ser líder do PS e teve um filho há pouco tempo?
- Ó Mário, com essa é que eu não contava!!! Mas também não vou ceder à primeira - até concordo com a ideia de matar só um, mas pelo menos tens que me deixar ferir o outro... e se eu matasse a Maria e cortasse o braço esquerdo ao João Soares. Assim ele ainda podia escrever....
- Ó Sr. Terrorista, o braço esquerdo não, que o meu filho é um homem de firmes convicções ideológicas... corte-lhe antes o direito, que até lhe faz bem aprender a escrever com a esquerda!
- Pronto, está bem, eu cedo!!! Fica então combinado: mato a Maria e corto o braço direito do João! Arre, que o Sr. Dr. é duro nas negociações!
- Sabe o que é... muitos anos na política! Mas ainda bem que negociámos e assim podemos viver em paz!
(fim de citação)
... uma autêntica delícia, não acham?
A este propósito tenho recebido na caixa de correio do Estarreja Efervescente alguns comentários e textos bastante interessantes, dos quais destaco este, assinado por alguém que apenas se identificava como "Dromedário Soares". Com os devidos agradecimentos ao autor, aqui fica:
Estava Mário Soares a conversar com um terrorista qualquer, quando este o ameaça:
- É pá, Mário, estou em luta contra a tua civilização e por isso vou matar a Maria Barroso e o João Soares...
- Calma Sr. Terrorista... isso não pode ser assim! Temos que negociar... não me vai matar os dois! Que tal matar só a Maria, que já é velhota e agora até foi despedida da Cruz Vermelha, e deixar-me o Joãozinho, pois o rapaz até quer ser líder do PS e teve um filho há pouco tempo?
- Ó Mário, com essa é que eu não contava!!! Mas também não vou ceder à primeira - até concordo com a ideia de matar só um, mas pelo menos tens que me deixar ferir o outro... e se eu matasse a Maria e cortasse o braço esquerdo ao João Soares. Assim ele ainda podia escrever....
- Ó Sr. Terrorista, o braço esquerdo não, que o meu filho é um homem de firmes convicções ideológicas... corte-lhe antes o direito, que até lhe faz bem aprender a escrever com a esquerda!
- Pronto, está bem, eu cedo!!! Fica então combinado: mato a Maria e corto o braço direito do João! Arre, que o Sr. Dr. é duro nas negociações!
- Sabe o que é... muitos anos na política! Mas ainda bem que negociámos e assim podemos viver em paz!
(fim de citação)
... uma autêntica delícia, não acham?
sexta-feira, março 19, 2004
É oficial: Mário Soares está definitivamente xexé! Negociar com a Al-Qaeda?!!!!!! Esta nem o Louçã seria capaz de sugerir!!!
Há frases que nem sequer merecem ser discutidas!
Há frases que nem sequer merecem ser discutidas!
quinta-feira, março 18, 2004
Não resisto a repetir este post da Rua da Judiaria: este rapaz recebeu 5 shekels (0,90 € à taxa de câmbio de hoje!!!!!!!!!) para transportar uma mochila com 10 kg de explosivos perto da cidade de Nablus!!!!
Mais algumas pequenas notas:
O blogue TMN Troca Pontos do salreense Armando Tavares tem novidades. Confesso que tenho alguma curiosidade por conhecer o desenlace desta cruzada solitária de um homem contra o sistema... a seguir com atenção!
Outro blogue do género contra-o-sistema é o Boicote ao Rock in Rio Lisboa, que também vale a pena visitar.
Para concluir, os meus agradecimentos ao Memória Virtual pela referência ao Estarreja Efervescente na sua lista de blogues aveirenses.
O blogue TMN Troca Pontos do salreense Armando Tavares tem novidades. Confesso que tenho alguma curiosidade por conhecer o desenlace desta cruzada solitária de um homem contra o sistema... a seguir com atenção!
Outro blogue do género contra-o-sistema é o Boicote ao Rock in Rio Lisboa, que também vale a pena visitar.
Para concluir, os meus agradecimentos ao Memória Virtual pela referência ao Estarreja Efervescente na sua lista de blogues aveirenses.
quarta-feira, março 17, 2004
Num comentário a este post, o Pedro Vaz discordava do que eu tinha escrito sobre Aznar. Senti necessidade de esclarecer algumas coisas:
Eu não gosto, nem nunca gostei, de Aznar. Durante a crise do Prestige cheguei mesmo a ter-lhe um ódio visceral. Sempre me irritou o baile que ele durante estes oito anos deu aos sucessivos governos portugueses. Guterres e Durão Barroso foram igualmente subservientes e enganados pelo governo espanhol. As empresas portuguesas praticamente não conseguiram entrar em Espanha (excepto 2 ou 3 honrosas excepções), enquanto que o contrário é o que se sabe... A nível europeu Espanha assumiu-se definitivamente como um dos países mais poderosos com o inacreditável acordo de Nice, enquanto que nós cá continuamos na cauda.
O desemprego espanhol, apesar de ainda bastante alto, é mais baixo do que era há alguns anos. Espanha teve o "desplante" de terminar o ano de 2003 com um "superavit" de 0,6%, enquanto cá em Portugal não há governo que o baixe de 4 ou 5%, maquilhagens orçamentais à parte.
É inegável que Aznar foi para os espanhóis um primeiro-ministro notável e provavelmente irrepetível, o que não quer dizer que a derrota do PP não tenha sido merecida (pelos motivos referidos no tal post e porque Rajoy não é Aznar...).
A vitória de Zapatero é uma boa notícia para a economia portuguesa, pois será inevitável a desaceleração espanhola, com consequente perda de competitividade (resta saber se conseguiremos aproveitar esta oportunidade ou se nos afundaremos em conjunto...), mas é uma má notícia para o mundo em termos internacionais: a retirada do Iraque neste contexto e nestas condições é uma demonstração de cobardia nacional como há anos não se via e que faz tristemente recordar os acordos de paz que Neville Chamberlain assinava com Hitler enquanto este construia calmamente o seu exército e começava a anexação de países como a Checoslováquia ou a Áustria... oxalá que eu me engane!
Eu não gosto, nem nunca gostei, de Aznar. Durante a crise do Prestige cheguei mesmo a ter-lhe um ódio visceral. Sempre me irritou o baile que ele durante estes oito anos deu aos sucessivos governos portugueses. Guterres e Durão Barroso foram igualmente subservientes e enganados pelo governo espanhol. As empresas portuguesas praticamente não conseguiram entrar em Espanha (excepto 2 ou 3 honrosas excepções), enquanto que o contrário é o que se sabe... A nível europeu Espanha assumiu-se definitivamente como um dos países mais poderosos com o inacreditável acordo de Nice, enquanto que nós cá continuamos na cauda.
O desemprego espanhol, apesar de ainda bastante alto, é mais baixo do que era há alguns anos. Espanha teve o "desplante" de terminar o ano de 2003 com um "superavit" de 0,6%, enquanto cá em Portugal não há governo que o baixe de 4 ou 5%, maquilhagens orçamentais à parte.
É inegável que Aznar foi para os espanhóis um primeiro-ministro notável e provavelmente irrepetível, o que não quer dizer que a derrota do PP não tenha sido merecida (pelos motivos referidos no tal post e porque Rajoy não é Aznar...).
A vitória de Zapatero é uma boa notícia para a economia portuguesa, pois será inevitável a desaceleração espanhola, com consequente perda de competitividade (resta saber se conseguiremos aproveitar esta oportunidade ou se nos afundaremos em conjunto...), mas é uma má notícia para o mundo em termos internacionais: a retirada do Iraque neste contexto e nestas condições é uma demonstração de cobardia nacional como há anos não se via e que faz tristemente recordar os acordos de paz que Neville Chamberlain assinava com Hitler enquanto este construia calmamente o seu exército e começava a anexação de países como a Checoslováquia ou a Áustria... oxalá que eu me engane!
terça-feira, março 16, 2004
E depois dos (a todos os títulos) preocupantes acontecimentos que se passaram (e ainda se estão a passar...) em Espanha, aqui vão algumas notas de política local:
O José Carlos Sá no Contra a Corrente refere uma deliberação da Alta Autoridade para a Comunicação Social sobre uma caricata queixa apresentada pelo Presidente da Câmara de Estarreja. Será que para o Dr. José Eduardo era mesmo necessário passar por esta humilhação? Sinceramente, e falo com a autoridade dada por alguns anos de leitura regular da imprensa local, já se viram artigos bem mais ofensivos e agressivos em relação a titulares de cargos políticos locais... aliás, pode mesmo dizer-se que em Estarreja os últimos 10 anos foram marcados por fortíssimas crispações políticas na imprensa escrita, pelo que este tipo de queixas não faz qualquer sentido: nem em relação ao visado (o Padre de Avanca, que nem sequer é um dos habituais comentadores políticos locais), nem em relação ao conteúdo (que era bem mais suave do que vários outros textos de personalidades que ainda hoje são politicamente activas), nem em relação à ocasião (a luta pelo traçado do IC1 foi inegavelmente um momento de grande comoção concelhia, especialmente em Avanca). Por tudo isto, o tantas vezes populista José Eduardo de Matos assumiu uma postura de intolerância de que, no mínimo, se poderá considerar insólita... é que, com o PP na coligação de poder em Estarreja, este anticlericalismo é no mínimo um acto de coragem política! Despropositado, mas arrojado!
A segunda referência vai para uma nota do Pedro Vaz no Prazer da Política: é verdadeiramente inaceitável este tipo de propaganda política. Paulo Portas veio cá como dirigente partidário e não como Ministro da Defesa - será que todos os dirigentes partidários vão ter o mesmo tratamento por parte da Câmara Municipal de Estarreja?
Para concluir, os meus parabéns ao Jornal de Estarreja, por ser o primeiro jornal do nosso concelho a ter uma edição on-line. Podem visitá-la aqui.
O José Carlos Sá no Contra a Corrente refere uma deliberação da Alta Autoridade para a Comunicação Social sobre uma caricata queixa apresentada pelo Presidente da Câmara de Estarreja. Será que para o Dr. José Eduardo era mesmo necessário passar por esta humilhação? Sinceramente, e falo com a autoridade dada por alguns anos de leitura regular da imprensa local, já se viram artigos bem mais ofensivos e agressivos em relação a titulares de cargos políticos locais... aliás, pode mesmo dizer-se que em Estarreja os últimos 10 anos foram marcados por fortíssimas crispações políticas na imprensa escrita, pelo que este tipo de queixas não faz qualquer sentido: nem em relação ao visado (o Padre de Avanca, que nem sequer é um dos habituais comentadores políticos locais), nem em relação ao conteúdo (que era bem mais suave do que vários outros textos de personalidades que ainda hoje são politicamente activas), nem em relação à ocasião (a luta pelo traçado do IC1 foi inegavelmente um momento de grande comoção concelhia, especialmente em Avanca). Por tudo isto, o tantas vezes populista José Eduardo de Matos assumiu uma postura de intolerância de que, no mínimo, se poderá considerar insólita... é que, com o PP na coligação de poder em Estarreja, este anticlericalismo é no mínimo um acto de coragem política! Despropositado, mas arrojado!
A segunda referência vai para uma nota do Pedro Vaz no Prazer da Política: é verdadeiramente inaceitável este tipo de propaganda política. Paulo Portas veio cá como dirigente partidário e não como Ministro da Defesa - será que todos os dirigentes partidários vão ter o mesmo tratamento por parte da Câmara Municipal de Estarreja?
Para concluir, os meus parabéns ao Jornal de Estarreja, por ser o primeiro jornal do nosso concelho a ter uma edição on-line. Podem visitá-la aqui.
segunda-feira, março 15, 2004
Aznar foi provavelmente o primeiro-ministro que mais fez progredir a Espanha em toda a sua história democrática. Obteve resultados fantásticos em termos económicos e colocou a Espanha no mapa da Europa e até do mundo, com uma importância que há séculos que não se verificava. Depois de fazer tudo isto, tinha preparado a mais digna das saídas: sem se recandidatar, iria deixar (por vontade própria) ao seu sucessor um partido no governo do país, talvez até com maioria absoluta. Tudo isto era verdade até 4ª feira passada. Contudo, quatro dias foram suficientes para estragar tudo: à semelhança do que já se verificara no caso do Prestige, Aznar provou ser um péssimo gestor de crises, com uma forte tendência autoritária, secretista e manipuladora do aparelho de estado, o que em democracia é inaceitável. E foi isso que aconteceu nos últimos dias. A forma desastrosa como se tentou manipular a informação sobre os atentados teve os custos inevitáveis que se adivinhavam. E, apesar dos 8 anos anteriores de extraordinário desempenho governamental (tomara a nós termos cá em Portugal um governo assim...), há que reconhecer que o PP teve o que mereceu.
No entanto, há aqui um problema novo: se Zapatero, tal como tudo o indica, cumprir o que prometeu e retirar as tropas espanholas do Iraque, estará precisamente a fazer o jogo dos terroristas, que vêm que com atentados se conseguem mudar governos e políticas externas de países democráticos. E se os atentados resultaram em Espanha, também poderão resultar noutros locais...
Com isto não estou a aderir à teoria do "castigo" da al-Qaeda a Espanha pelo seu apoio aos EUA e Inglaterra: na minha opinião Bin Laden ataca onde e quando quer que seja, sem precisar sequer de motivo. Veja-se os casos de Bali (a Indonésia até é um país muçulmano que não apoiou a guerra), do ataque a Sérgio Vieira de Melo (que até era contra a guerra...) ou dos atentados na Arábia Saudita, Marrocos e Turquia (todos países árabes...). . Por outro lado, ainda não houve mais nenhum atentado nos EUA ou em Inglaterra.
Ou seja, a solução para combater o terrorismo não passa pelo encolhimento cobarde com medo de irritar Bin Laden, pois este não precisa que o irritem para colocar bombas onde lhe apetecer, mas sim por uma acção determinada e forte da comunidade internacional, sobretudo contra os financiadores destes bárbaros.
Não é aceitável que se branqueiem organizações terroristas (a ETA saiu limpa desta história toda - o partido nacionalista basco até teve uma das suas maiores votações de sempre!), pois não existem terroristas bons e com causas justas (como diz Mário Soares em relação aos palestinianos) e terroristas maus (al-Qaeda, IRA, ETA), nem povos que podem sofrer (alguém reparou que ontem morreram mais 20 israelitas noutro atentado?) e povos cuja dor vale mais que a dos outros (é mais fácil ouvir falar de 500 mortos na Libéria do que de 200 mortos em Madrid)...
No entanto, há aqui um problema novo: se Zapatero, tal como tudo o indica, cumprir o que prometeu e retirar as tropas espanholas do Iraque, estará precisamente a fazer o jogo dos terroristas, que vêm que com atentados se conseguem mudar governos e políticas externas de países democráticos. E se os atentados resultaram em Espanha, também poderão resultar noutros locais...
Com isto não estou a aderir à teoria do "castigo" da al-Qaeda a Espanha pelo seu apoio aos EUA e Inglaterra: na minha opinião Bin Laden ataca onde e quando quer que seja, sem precisar sequer de motivo. Veja-se os casos de Bali (a Indonésia até é um país muçulmano que não apoiou a guerra), do ataque a Sérgio Vieira de Melo (que até era contra a guerra...) ou dos atentados na Arábia Saudita, Marrocos e Turquia (todos países árabes...). . Por outro lado, ainda não houve mais nenhum atentado nos EUA ou em Inglaterra.
Ou seja, a solução para combater o terrorismo não passa pelo encolhimento cobarde com medo de irritar Bin Laden, pois este não precisa que o irritem para colocar bombas onde lhe apetecer, mas sim por uma acção determinada e forte da comunidade internacional, sobretudo contra os financiadores destes bárbaros.
Não é aceitável que se branqueiem organizações terroristas (a ETA saiu limpa desta história toda - o partido nacionalista basco até teve uma das suas maiores votações de sempre!), pois não existem terroristas bons e com causas justas (como diz Mário Soares em relação aos palestinianos) e terroristas maus (al-Qaeda, IRA, ETA), nem povos que podem sofrer (alguém reparou que ontem morreram mais 20 israelitas noutro atentado?) e povos cuja dor vale mais que a dos outros (é mais fácil ouvir falar de 500 mortos na Libéria do que de 200 mortos em Madrid)...
sexta-feira, março 12, 2004
Há dias em que a incoerência e a falta de lógica dos raciocínios dos media portugueses me deixam doido. Hoje é um deles. Senão, vejamos:
Diz-se que o motivo pelo qual a al-Qaeda terá (eventualmente) colocado as bombas em Madrid é o facto de Aznar ter apoiado Bush na questão da guerra do Iraque.
Ora, mas a al-Qaeda não atacou os EUA antes destes terem declarado guerra ao Iraque? Aliás, desde as guerras dos EUA contra o Iraque e o Afeganistão, a al-Qaeda nunca mais atacou interesses americanos! E um dos motivos apresentados pelos contestatários da intervenção americana no Iraque não era precisamente o facto da al-Qaeda não ter nada a ver com o regime de Saddam Hussein? Há alguém que me explique a lógica destes argumentos?
Diz-se que o motivo pelo qual a al-Qaeda terá (eventualmente) colocado as bombas em Madrid é o facto de Aznar ter apoiado Bush na questão da guerra do Iraque.
Ora, mas a al-Qaeda não atacou os EUA antes destes terem declarado guerra ao Iraque? Aliás, desde as guerras dos EUA contra o Iraque e o Afeganistão, a al-Qaeda nunca mais atacou interesses americanos! E um dos motivos apresentados pelos contestatários da intervenção americana no Iraque não era precisamente o facto da al-Qaeda não ter nada a ver com o regime de Saddam Hussein? Há alguém que me explique a lógica destes argumentos?
Em todas as reacções às tragédias há sempre alguém que consegue ter uma frase supreendentemente idiota. Em Portugal esta honra coube, mais uma vez, ao Bloco de Esquerda. Esta picadazita ideológica ("acto criminoso e fascizante") não só é completamente despropositada, como até é incorrecta, pois todos sabem que o Batasuna (o braço político da ETA) sempre foi considerado como um partido de extrema esquerda (tal como o Bloco). Para além disso, uma declaração destas vinda de um partido que sempre tentou desculpabilizar a ETA e os extremistas muçulmanos é, no mínimo estranha: será que a tentativa de desviar as atenções (como se isso fosse possível...) é propositada?
Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta! Já cá canta!
.... o bilhete para ver os Pixies no próximo dia 11/6/2004, ao vivo no Festival Super Bock super Rock!!!!
.... o bilhete para ver os Pixies no próximo dia 11/6/2004, ao vivo no Festival Super Bock super Rock!!!!
Explosões simultâneas em vários locais.
Um bombista suicida.
Uma carrinha com cassetes em árabe.
Alvos exclusivamente civis.
Inocentes mortos num dia de trabalho perfeitamente banal.
Dia 11.
Cartas reivindicativas para jornais árabes.
É necessário um doutoramento em espionagem para perceber que a Al-Qaeda está envolvida? Só falta aparecer um video amador a mostrar um barbudo com panos na cabeça a colocar as bombas!
A única verdadeira questão nesta matéria é saber se a ETA também participou. Eu acho que sim, até porque a Al-Qaeda nunca poderia fazer atentados em Espanha sem ajuda local. Ontem à noite Ângelo Correia defendia a tese de se ter tratado de um outsourcing da ETA, que teria encomendado um atentado a Bin Laden. Eu acredito mais na teoria contrária e que o outsourcing tenha sido da Al-Qaeda, pois apesar de tudo, o terrorismo etarra nunca foi tão devastador e cruel como o dos grupos árabes (Al-Qaeda, Hamas, Jihad islâmica, Mártires de Al-Aqsa, etc.).
Depois das eleições espanholas certamente que a verdade virá ao de cima.
Já agora, para o caso de se demonstrar que eu tenho razão, juro que não sei de nada!
Um bombista suicida.
Uma carrinha com cassetes em árabe.
Alvos exclusivamente civis.
Inocentes mortos num dia de trabalho perfeitamente banal.
Dia 11.
Cartas reivindicativas para jornais árabes.
É necessário um doutoramento em espionagem para perceber que a Al-Qaeda está envolvida? Só falta aparecer um video amador a mostrar um barbudo com panos na cabeça a colocar as bombas!
A única verdadeira questão nesta matéria é saber se a ETA também participou. Eu acho que sim, até porque a Al-Qaeda nunca poderia fazer atentados em Espanha sem ajuda local. Ontem à noite Ângelo Correia defendia a tese de se ter tratado de um outsourcing da ETA, que teria encomendado um atentado a Bin Laden. Eu acredito mais na teoria contrária e que o outsourcing tenha sido da Al-Qaeda, pois apesar de tudo, o terrorismo etarra nunca foi tão devastador e cruel como o dos grupos árabes (Al-Qaeda, Hamas, Jihad islâmica, Mártires de Al-Aqsa, etc.).
Depois das eleições espanholas certamente que a verdade virá ao de cima.
Já agora, para o caso de se demonstrar que eu tenho razão, juro que não sei de nada!
terça-feira, março 09, 2004
A actividade virtual dos blogonautas de Estarreja está definitivamente relançada: o Tirópassarinho lançou-se numa estranha orgia obcessiva de contagem de palavras...
....capaz de causar inveja ao mais eficaz dos contadores!
Já o Plastificai surgiu de novo em grande, com um post de puro (mas benigno) terrorismo intelectual, a fazer recordar o melhor dos seus velhos tempos de blogue jovem, pujante e fogoso! Os meus parabéns ao Toni Gasosa!
....capaz de causar inveja ao mais eficaz dos contadores!
Já o Plastificai surgiu de novo em grande, com um post de puro (mas benigno) terrorismo intelectual, a fazer recordar o melhor dos seus velhos tempos de blogue jovem, pujante e fogoso! Os meus parabéns ao Toni Gasosa!
domingo, março 07, 2004
O fim do período carnavalesco veio associado a um regresso do número de visitantes deste blogue a números próximos dos verificados em Janeiro e no início de Fevereiro (cerca de 50 visitas por dia, incluindo as do próprio autor...), o que me deixa obviamente bastante satisfeito.
Aproveito para deixar algumas pequenas notas:
1. O José Cláudio Vital incluiu nos comentários ao meu último post sobre Israel uma referência a um artigo da revista Forbes de que eu também já tinha citado algures neste blogue. Aqui fica o respectivo link directo, com os indispensáveis agradecimentos pela agradável colaboração. Já agora, a próxima pessoa que me voltar a falar em "grupo de pobres desgraçados cujas únicas armas são pedras" leva com uma revista Forbes na cabeça;
2. O Marinhão, que tal como a blogosfera estarrejense, já não tem o fulgor de outrora, foi encontrar um motivo altamente rebuscado para justificar o meu interesse pelas questões do Médio Oriente no seu comentário ao post referido no item anterior: desengane-se, meu caro... eu nem sabia dessa visita! Já agora, houve outro encontro cultural entre Estarreja e Israel, no início dos anos 90, quando a equipa de andebol da Escola Secundária de Estarreja (campeã nacional de escolas!) foi a Israel disputar o campeonato do mundo (?) em representação do nosso país. Mais ou menos nessa altura, a então Presidente da Câmara, Maria de Lurdes Breu, chegou a referir a existência de contactos para uma eventual geminação de Estarreja com uma cidade Israelita, cujo nome neste momento não me recordo;
3. O Hadji (outro comentador de que já começava a ter saudades...) deu conta da existência de mais um blogue estarrejense: o Contra a Corrente, do jornalista José Carlos Sá, outra página que mostra bem a qualidade da escrita e discussão política que se faz na nossa terra;
4. Para terminar, um pouco de política nacional: o PS oficializou este fim de semana uma lista para as eleições europeias que mais parece uma lista de candidatos a um centro de dia para ex-titulares de cargos políticos importantes. Os meus parabéns ao aveirense Afonso Candal pela coragem que teve ao estragar uma tão lamentável unanimidade.
Aproveito para deixar algumas pequenas notas:
1. O José Cláudio Vital incluiu nos comentários ao meu último post sobre Israel uma referência a um artigo da revista Forbes de que eu também já tinha citado algures neste blogue. Aqui fica o respectivo link directo, com os indispensáveis agradecimentos pela agradável colaboração. Já agora, a próxima pessoa que me voltar a falar em "grupo de pobres desgraçados cujas únicas armas são pedras" leva com uma revista Forbes na cabeça;
2. O Marinhão, que tal como a blogosfera estarrejense, já não tem o fulgor de outrora, foi encontrar um motivo altamente rebuscado para justificar o meu interesse pelas questões do Médio Oriente no seu comentário ao post referido no item anterior: desengane-se, meu caro... eu nem sabia dessa visita! Já agora, houve outro encontro cultural entre Estarreja e Israel, no início dos anos 90, quando a equipa de andebol da Escola Secundária de Estarreja (campeã nacional de escolas!) foi a Israel disputar o campeonato do mundo (?) em representação do nosso país. Mais ou menos nessa altura, a então Presidente da Câmara, Maria de Lurdes Breu, chegou a referir a existência de contactos para uma eventual geminação de Estarreja com uma cidade Israelita, cujo nome neste momento não me recordo;
3. O Hadji (outro comentador de que já começava a ter saudades...) deu conta da existência de mais um blogue estarrejense: o Contra a Corrente, do jornalista José Carlos Sá, outra página que mostra bem a qualidade da escrita e discussão política que se faz na nossa terra;
4. Para terminar, um pouco de política nacional: o PS oficializou este fim de semana uma lista para as eleições europeias que mais parece uma lista de candidatos a um centro de dia para ex-titulares de cargos políticos importantes. Os meus parabéns ao aveirense Afonso Candal pela coragem que teve ao estragar uma tão lamentável unanimidade.
sexta-feira, março 05, 2004
E eis que nasceu mais um! O Largo dos Combatentes, o tão solicitado blogue do meu amigo Fernando Mendonça é o mais recente membro da cada vez maior comunidade blogosférica estarrejense e é sem dúvida uma visita obrigatória!
O Homem-a-Dias, um dos mais respeitáveis blogues do éter nacional, publicou um interessante texto sobre o bluff "palestiniano" (estas aspas não estão aqui por acaso), que eu me atrevi a reproduzir na íntegra, pois parece-me que um simples link não é suficiente:
«A única dominação árabe [na ‘Palestina’] desde a Conquista de 635 durou, no máximo, 22 anos...»
- Comentários do Líder da Delegação Síria à Conferência de Paz de Paris, 1919
«Consideramos a Palestina como parte integrante da Síria Árabe, da qual nunca esteve separada.»
- Resolução do Primeiro Congresso de Associações Cristãs e Muçulmanas, 1919
«É tempo de que a ‘cidadania’ palestiniana deva ser reconhecida por aquilo que, de facto, é: nada mais que uma fórmula legal sem significado moral.»
- Relatório da British Palestine Royal Commission, 1937
«Não existe nenhum país chamado Palestina! Esse é um termo inventado pelos sionistas! Não há Palestina na Bíblia. A nossa terra foi durante séculos parte da Síria.»
- Depoimento de Auni Abdul-Hadi, líder árabe local, à Comissão Peel, 1937.
«A região foi chamada de Palestina pelos romanos de forma a erradicar qualquer vestígio da sua história judaica.»
- Reverendo James Parks, «Whose Land?», 1970
«A palavra Palestina não existe no Antigo Testamento. (...) nem no Novo.»
- Bernard Lewis, «The Palestinians and the PLO, a Historical Approach, 1975
«A adopção oficial do nome Palestina pelos romanos para designar os territórios dos antigos judeus, sobretudo da Judeia, parece ser posterior à supressão da grande revolta judaica de Bar-Kokhba em 135 Antes da Era Comum. (...) parece que o nome Judeia foi abolido (...) e a região renomeada Palestina ou Palestina Síria, com a intenção de obliterar a sua identidade judaica. O nome anterior não terá desaparecido completamente, já que no século IV, ainda encontramos um autor cristão, Epiphanius, referir-se à ‘Palestina, isto é, Judeia’.»
- Bernard Lewis, idem.
«O nacionalismo palestiniano-árabe é sobretudo um fenómeno posterior à I Grande Guerra, e que só se tornaria um movimento político significativo após a Guerra dos Seis Dias e a anexação, por Israel, da Faixa Ocidental.»
- Mitchell Bard, «Myths and Facts, a Guide to the Arab-Israeli Conflict», 2002
«’Palestina’ é algo que definitivamente não existe em termos históricos.»
- Depoimento ao Comité de Inquérito Anglo-Americano do Prof. Philip Hitti, árabe, opositor da criação de Israel, 1946.
«Politicamente, os árabes da Palestina não são independentes no sentido em que constituam uma entidade política autónoma.»
- Representante do Alto Comité Árabe para as Nações Unidas em declarações à Assembleia-Geral das ditas, 1947.
«É do conhecimento comum de que a Palestina não é mais do que o sul da Síria.»
- Ahmed Shuqeri, antigo líder da OLP, citado em Avner Yaniv, «PLO», 1974.
«As comunidades de língua árabe na ‘Palestina’ pensavam em si enquanto ‘otomanos ou turcos’, sírios do sul ou ‘povo árabe’ - mas nunca como ‘palestinianos’.»
- Joan Peters, «From Time Immemorial», 1984.
Queixinhas acerca das contradições entre as afirmações acima, assim como da recusa de certos países em aceitar receber aqueles a que chamam de ‘irmãos’, devem ser endereçadas a quem de direito. Para mim, chega. Discutir com escumalha, ainda vá. Com um simples idiota, não tenho paciência.
(fim de citação)
Embora a noção de estado "palestiniano" seja um fenómeno com poucas dezenas de anos, isso não justifica todas as atitudes de Sharon. No entanto, às vezes é interessante encontrarem-se textos que explanem de forma clara a artificialidade de um conflito de elites que tem como principal vítima o povo anónimo de ambos os lados.
A propósito, já vos contei que o vencedor do Big Brother de Israel foi um árabe israelita? Quem terá votado nele?
«A única dominação árabe [na ‘Palestina’] desde a Conquista de 635 durou, no máximo, 22 anos...»
- Comentários do Líder da Delegação Síria à Conferência de Paz de Paris, 1919
«Consideramos a Palestina como parte integrante da Síria Árabe, da qual nunca esteve separada.»
- Resolução do Primeiro Congresso de Associações Cristãs e Muçulmanas, 1919
«É tempo de que a ‘cidadania’ palestiniana deva ser reconhecida por aquilo que, de facto, é: nada mais que uma fórmula legal sem significado moral.»
- Relatório da British Palestine Royal Commission, 1937
«Não existe nenhum país chamado Palestina! Esse é um termo inventado pelos sionistas! Não há Palestina na Bíblia. A nossa terra foi durante séculos parte da Síria.»
- Depoimento de Auni Abdul-Hadi, líder árabe local, à Comissão Peel, 1937.
«A região foi chamada de Palestina pelos romanos de forma a erradicar qualquer vestígio da sua história judaica.»
- Reverendo James Parks, «Whose Land?», 1970
«A palavra Palestina não existe no Antigo Testamento. (...) nem no Novo.»
- Bernard Lewis, «The Palestinians and the PLO, a Historical Approach, 1975
«A adopção oficial do nome Palestina pelos romanos para designar os territórios dos antigos judeus, sobretudo da Judeia, parece ser posterior à supressão da grande revolta judaica de Bar-Kokhba em 135 Antes da Era Comum. (...) parece que o nome Judeia foi abolido (...) e a região renomeada Palestina ou Palestina Síria, com a intenção de obliterar a sua identidade judaica. O nome anterior não terá desaparecido completamente, já que no século IV, ainda encontramos um autor cristão, Epiphanius, referir-se à ‘Palestina, isto é, Judeia’.»
- Bernard Lewis, idem.
«O nacionalismo palestiniano-árabe é sobretudo um fenómeno posterior à I Grande Guerra, e que só se tornaria um movimento político significativo após a Guerra dos Seis Dias e a anexação, por Israel, da Faixa Ocidental.»
- Mitchell Bard, «Myths and Facts, a Guide to the Arab-Israeli Conflict», 2002
«’Palestina’ é algo que definitivamente não existe em termos históricos.»
- Depoimento ao Comité de Inquérito Anglo-Americano do Prof. Philip Hitti, árabe, opositor da criação de Israel, 1946.
«Politicamente, os árabes da Palestina não são independentes no sentido em que constituam uma entidade política autónoma.»
- Representante do Alto Comité Árabe para as Nações Unidas em declarações à Assembleia-Geral das ditas, 1947.
«É do conhecimento comum de que a Palestina não é mais do que o sul da Síria.»
- Ahmed Shuqeri, antigo líder da OLP, citado em Avner Yaniv, «PLO», 1974.
«As comunidades de língua árabe na ‘Palestina’ pensavam em si enquanto ‘otomanos ou turcos’, sírios do sul ou ‘povo árabe’ - mas nunca como ‘palestinianos’.»
- Joan Peters, «From Time Immemorial», 1984.
Queixinhas acerca das contradições entre as afirmações acima, assim como da recusa de certos países em aceitar receber aqueles a que chamam de ‘irmãos’, devem ser endereçadas a quem de direito. Para mim, chega. Discutir com escumalha, ainda vá. Com um simples idiota, não tenho paciência.
(fim de citação)
Embora a noção de estado "palestiniano" seja um fenómeno com poucas dezenas de anos, isso não justifica todas as atitudes de Sharon. No entanto, às vezes é interessante encontrarem-se textos que explanem de forma clara a artificialidade de um conflito de elites que tem como principal vítima o povo anónimo de ambos os lados.
A propósito, já vos contei que o vencedor do Big Brother de Israel foi um árabe israelita? Quem terá votado nele?
terça-feira, março 02, 2004
É pena não ter mais tempo para "efervescer" as linhas deste blogue... agradeço, no entanto, a todos aqueles que apesar disso me têm continuado a visitar, e em especial aos que me têm abordado pessoalmente: é graças a esses pedidos (que nem sequer são todos de pessoas que concordem com o que eu aqui escrevo) que ainda vou produzindo algum material, embora reconhecidamente sem a qualidade e pujança de outros tempos.
Na passada 6ª feira tivemos mais uma interessante Assembleia Municipal. Os assuntos em discussão não auguravam grandes debates (caso do quadro de pessoal da CME e da actividade municipal) e alguns temas diziam respeito até a discussões relativamente gastas (como o conturbado processo da proposta da elevação de Estarreja a cidade e de Salreu e Pardilhó a vilas). No entanto, o rato pariu uma montanha: ao contrário do que seria de esperar, o executivo camarário falhou na defesa de uma das suas medidas mais emblemáticas, como era a tão anunciada apresentação de um novo quadro de pessoal para a CME, consequência lógica da tão polémica auditoria funcional - recordo este post sobre o tema).
De facto, em várias assembleias municipais dos últimos meses, havia sido anunciado aos deputados que o quadro de pessoal actualmente existente era totalmente inadequado às necessidades operacionais da CME: existiam lugares por preencher que não interessavam para nada (soube na 6ª feira que eram 83 vagas-fantasma!!!) e que, por outro lado, era necessário criar novos postos de trabalho para alguns trabalhadores que exerciam funções indispensáveis ao normal funcionamento da CME. A auditoria funcional era apresentada como a prova cabal disto mesmo, e era considerada urgente a criação de um quadro de pessoal mais moderno e eficiente no aproveitamento dos recursos humanos existentes.
Ora, o que se verificou na 6ª feira é que a CME não apresentou à AM qualquer esquema do novo quadro de pessoal, que para além de manter as "antigas" 83 vagas em aberto, criava ainda mais 27. Ou seja, mesmo que o actual executivo não admitisse qualquer novo trabalhador na CME, a verdade é que com este quadro de pessoal (que foi criado para reger o funcionamento da CME não só neste mandato, mas também nos posteriores...) estaria criada uma situação de legitimidade legal para a admissão de 110 novos trabalhadores para a CME, o que poderia ser absolutamente catastrófico em termos financeiros para o nosso concelho. Foi exactamente este problema que fez com que o Dr. Carlos Tavares, Presidente da AM, chamasse a atenção para a necessidade da comissão permanente analisar com profundidade este documento, especialmente as suas implicações económicas imediatas e futuras. Se por um lado é verdade que as contingências da lei das autarquias locais não dão grande margem de manobra aos executivos camarários, por outro lado há exemplos de outras estruturas com regras semelhantes (como o próprio Ministério da Economia, segundo o seu titular...) que conseguiram "emagrecer" quadros de pessoal excessivos e desadaptados da realidade. A própria bancada parlamentar do PSD viu-se forçada a concordar com estes argumentos: embora tivessem vontade de aprovar imediatamente este documento (veja-se este post do José Matos), a verdade é que tinham que reconhecer que o Dr. José Eduardo e o Dr. Abílio não souberam defender-se de todas as dúvidas levantadas pelo plenário.
É que, ao contrário do que acontecera em ocasiões anteriores, desta vez a CME desleixou-se na justificação das suas medidas - até acredito que possa ser impossível fazer um quadro de pessoal mais pequeno e adequado, mas que o resultado à primeira vista é decepcionante (sobretudo tendo em conta a veemência com que se defendeu a validade da auditoria funcional), lá isso é.
Para a próxima sessão voltaremos a este tema (já devidamente analisado pela Comissão Permanente), bem como ao da dupla proposta de elevação de Estarreja a cidade e Salreu e Pardilhó a vilas. Não me enganei: a proposta é dupla porque foi feita duas vezes, com mais de 2 anos de intervalo... onde é que ela terá andado nesse período de tempo?
Na passada 6ª feira tivemos mais uma interessante Assembleia Municipal. Os assuntos em discussão não auguravam grandes debates (caso do quadro de pessoal da CME e da actividade municipal) e alguns temas diziam respeito até a discussões relativamente gastas (como o conturbado processo da proposta da elevação de Estarreja a cidade e de Salreu e Pardilhó a vilas). No entanto, o rato pariu uma montanha: ao contrário do que seria de esperar, o executivo camarário falhou na defesa de uma das suas medidas mais emblemáticas, como era a tão anunciada apresentação de um novo quadro de pessoal para a CME, consequência lógica da tão polémica auditoria funcional - recordo este post sobre o tema).
De facto, em várias assembleias municipais dos últimos meses, havia sido anunciado aos deputados que o quadro de pessoal actualmente existente era totalmente inadequado às necessidades operacionais da CME: existiam lugares por preencher que não interessavam para nada (soube na 6ª feira que eram 83 vagas-fantasma!!!) e que, por outro lado, era necessário criar novos postos de trabalho para alguns trabalhadores que exerciam funções indispensáveis ao normal funcionamento da CME. A auditoria funcional era apresentada como a prova cabal disto mesmo, e era considerada urgente a criação de um quadro de pessoal mais moderno e eficiente no aproveitamento dos recursos humanos existentes.
Ora, o que se verificou na 6ª feira é que a CME não apresentou à AM qualquer esquema do novo quadro de pessoal, que para além de manter as "antigas" 83 vagas em aberto, criava ainda mais 27. Ou seja, mesmo que o actual executivo não admitisse qualquer novo trabalhador na CME, a verdade é que com este quadro de pessoal (que foi criado para reger o funcionamento da CME não só neste mandato, mas também nos posteriores...) estaria criada uma situação de legitimidade legal para a admissão de 110 novos trabalhadores para a CME, o que poderia ser absolutamente catastrófico em termos financeiros para o nosso concelho. Foi exactamente este problema que fez com que o Dr. Carlos Tavares, Presidente da AM, chamasse a atenção para a necessidade da comissão permanente analisar com profundidade este documento, especialmente as suas implicações económicas imediatas e futuras. Se por um lado é verdade que as contingências da lei das autarquias locais não dão grande margem de manobra aos executivos camarários, por outro lado há exemplos de outras estruturas com regras semelhantes (como o próprio Ministério da Economia, segundo o seu titular...) que conseguiram "emagrecer" quadros de pessoal excessivos e desadaptados da realidade. A própria bancada parlamentar do PSD viu-se forçada a concordar com estes argumentos: embora tivessem vontade de aprovar imediatamente este documento (veja-se este post do José Matos), a verdade é que tinham que reconhecer que o Dr. José Eduardo e o Dr. Abílio não souberam defender-se de todas as dúvidas levantadas pelo plenário.
É que, ao contrário do que acontecera em ocasiões anteriores, desta vez a CME desleixou-se na justificação das suas medidas - até acredito que possa ser impossível fazer um quadro de pessoal mais pequeno e adequado, mas que o resultado à primeira vista é decepcionante (sobretudo tendo em conta a veemência com que se defendeu a validade da auditoria funcional), lá isso é.
Para a próxima sessão voltaremos a este tema (já devidamente analisado pela Comissão Permanente), bem como ao da dupla proposta de elevação de Estarreja a cidade e Salreu e Pardilhó a vilas. Não me enganei: a proposta é dupla porque foi feita duas vezes, com mais de 2 anos de intervalo... onde é que ela terá andado nesse período de tempo?