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sábado, junho 30, 2007


Muito provavelmente este blogue vai parar durante cerca de uma semana.

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sexta-feira, junho 29, 2007

Por muito que a imprensa o queira proteger (e quer muito), o homem não se aguenta...
(no Portugal Diário)

Ministro da Saúde, Correia de Campos (Foto Inácio Rosa, Lusa)

Ministro quer evitar desperdício de medicamentos

Alegada contradição explicada por Correia de Campos

O Ministério da Saúde esclareceu que Correia de Campos se referia a sobras de medicamentos deixados nas farmácias e não a remédios fora de prazo quando quinta-feira aconselhou a entrega dos desperdícios «a pobres».

Esta nota surge depois de a rádio TSF ter noticiado que Correia de Campos aconselhou, numa conferência da Ordem dos Economistas, a entrega «a pobres» de medicamentos fora de prazo, como forma de evitar o desperdício de fármacos. Esta reacção teria surgido na sequência de uma interpelação de um representante da Associação Nacional de Farmácias, que exibiu um saco com medicamentos fora de prazo, no valor de 1.700 euros.

Em declarações à Lusa e à própria TSF, a assessora de imprensa de Correia de Campos esclareceu que o representante da ANF não disse que se tratava de medicamentos fora de prazo, mas sim remédios entregues nas farmácias. O próprio ministro esclareceu, entretanto, à SIC Notícias que nunca se referiu «a medicamente fora de prazo»

Esta discussão surgiu quando foi abordado um estudo realizado em 2005 pela ANF e pela Administração Regional de Saúde do Centro sobre desperdício de medicamentos.

A TSF noticia, igualmente, que o ministro da Saúde referiu que «toda a gente sabe que há desperdício de medicamentos, nomeadamente que por vezes os utentes compram unidades a mais do que necessitam». «Certamente essa Associação [Associação Nacional de Farmácias, a que pertence o participante] tem pobres inscritos. Talvez pudesse facultar esses produtos farmacêuticos para serem utilizados», recomendou o ministro.

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No site da Ordem dos Farmacêuticos...

Apenas contabilizada a recolha nas farmácias
Desperdício de medicamentos aumentou 22 por cento
29-06-2007
De acordo com a Valormed, a recolha de resíduos de embalagens e medicamentos nas farmácias tem vindo a aumentar

O desperdício de medicamentos e embalagens vendidos nas farmácias aumentou mais de 22 por cento em 2006 face ao ano anterior, para 576 toneladas, desconhecendo-se o valor no meio hospitalar, segundo o Ministério da Saúde e a Valormed.

A questão foi levantada durante um encontro sobre “Gestão em Saúde” realizado na Ordem dos Engenheiros esta semana. Convidado a participar neste evento, o ministro da Saúde, Correia de Campos, referiu que “toda a gente sabe” que há desperdício de medicamentos, nomeadamente porque por vezes os utentes compram unidades a mais do que necessitam.

A propósito de uma interpelação do secretário-geral da ANF, Paulo Duarte, que exibiu um saco com medicamentos não utilizados, mas dentro do prazo, no valor de 1.700 euros, Correia de Campos sugeriu a entrega das sobras de medicamentos “a pobres” como forma de evitar o desperdício de fármacos. Mais tarde, o ministro reconheceu que se tratava de uma resposta jocosa a uma pergunta encenada, não se coibindo no entanto de falar também sobre a distribuição em unidose como forma de reduzir o desperdício de medicamentos.

A Valormed ainda não divulgou os dados sobre o volume de recolhas de resíduos nas farmácias aderentes ao sistema nos primeiros meses deste ano e o Ministério da Saúde não está na posse qualquer estudo ou relatório global que contabilize o desperdício de medicamentos fornecidos nos hospitais. Ainda assim, a tutela admite-se a existência de desperdício, mas a partir dos doentes: depois dos fármacos serem distribuídos nos hospitais, os pacientes podem gerar desperdício quando não os tomam na íntegra. A mesma fonte do Ministério esclareceu, por outro lado, que as farmácias hospitalares fazem uma gestão rigorosa dos medicamentos, controlando a entrega aos doentes.

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quinta-feira, junho 28, 2007

Correia de Campos, o impune

(Notícia do Diário Digital)

Ministro sugere dar remédios fora de prazo «aos pobres»
O ministro da Saúde, Correia de Campos, aconselhou a entrega «a pobres» de medicamentos fora de prazo, como forma de evitar o desperdício de fármacos.

De acordo com a TSF, Correia de Campos intervinha numa conferência na Ordem dos Economistas quando foi interpelado por um dos participantes, da Associação Nacional de Farmácias, que exibiu um saco com medicamentos fora de prazo, no valor de 1.700 euros.

O ministro da Saúde referiu que «toda a gente sabe» que há desperdício de medicamentos, nomeadamente que, por vezes, os utentes compram unidades a mais do que necessitam. «Certamente essa Associação a que pertence tem pobres inscritos. Talvez pudesse facultar esses produtos farmacêuticos para serem utilizados», recomendou o ministro.

Tal é a confiança de Correia de Campos na eficácia das suas políticas, que agora os sócios da ANF (pois são os únicos inscritos na "associação a que pertence".... o elemento da ANF!) até já são referidos como "pobres"....:-)
A propósito, agora que os Relatórios secretos estão na moda, alguém sabe o que é que aconteceu ao trabalho do Infarmed sobre desperdício de medicamentos?

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quarta-feira, junho 27, 2007

As lamas na lama

Confesso que estou absolutamente espantado.
Numa comunicação datada de 22 de Maio de 2007 (que reproduzi aqui, a partir do Notícias da Aldeia), alguém da CCRC dizia que, 8 meses depois de terem sido recolhidas as amostras das lamas de Canelas, não tinha ainda sido possível divulgar os resultados relativos às análises que deveriam ter sido efectuadas "por motivos que se prendem com problemas técnicos no equipamento científico utilizado na determinação de pesticidas".
Esta resposta era, obviamente, muito estranha, por várias razões: se problema era com a determinação de pesticidas (que, como sabemos, seriam o menor dos problemas...), porque não divulgar as análises relativas às bactérias, vírus e parasitas, que por razões técnicas naquela altura já teriam que estar concluídas há pelo menos 7 meses e meio? Não houve qualquer explicação. A Câmara de Estarreja, mais uma vez, disse que não era nada consigo. O José Matos defendeu publicamente essa posição.
Agora, aparentemente, o José Matos já conhece os resultados das análises e diz, sem conter a euforia (como se isto fosse alguma espécie de vitória política...), que afinal "as lamas tinham sido efectivamente tratadas antes da deposição em Canelas e que do ponto de vista orgânico não eram perigosas". Novamente, nem uma palavra sobre bactérias, vírus ou parasitas.
O Abel Cunha percebeu o oportunismo político e respondeu à letra, aqui e aqui (chamo no entanto a atenção para a injustiça da omissão do papel da oposição camarária - nomeadamente o PS, através de Marisa Macedo, que levou o assunto à Assembleia Municipal -, sem o qual José Eduardo de Matos ainda teria fugido mais depressa com o rabo à seringa... assim pelo menos foi escrevendo meia dúzia de cartas).
De facto, o assunto causa perplexidade.
Eu cheirei as lamas de Canelas. Eu vi as montanhas de bosta, com milhões de moscas e um odor insuportável, que se sentia quase a 1 km de distância. Obviamente que a presença de pesticidas ou outros agentes químicos era algo que importava pesquisar e não deveria ser descurado. No entanto, o principal problema não era esse, mas sim a mais que provável presença de um perigosíssimo cocktail de bactérias, vírus e parasitas, a céu aberto, em vários locais da freguesia e em claríssimo risco para a Saúde Pública. Aparentemente ainda ninguém respondeu a esta questão. No entanto, o José Matos já canta vitória. Vá lá saber-se porquê.

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Pois...


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terça-feira, junho 26, 2007


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segunda-feira, junho 25, 2007

Descobri hoje um novo e muito promissor blogue: Nas Trombas de Falópio, de vários autores anónimos. A não perder!

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sexta-feira, junho 22, 2007

Ir ao jogo com o duque de paus (sendo o trunfo ouros), ou alguns posts sobre as eleições para a Ordem dos Farmacêuticos que publiquei no Jovens com Cabeça...

Rescaldo pessoal

Embora a Lista a que pertenço tenha ganho na Secção Regional de Coimbra, estou obviamente bastante desiludido com os resultados das eleições.
De facto, continuo a achar que as propostas apresentadas por Filomena Cabeça e pela Lista A eram as melhores e as que mais defendiam os interesses da profissão. Embora durante a campanha a estratégia (infelizmente bem sucedida) dos nossos adversários eleitorais passasse por associar à nossa lista uma imagem de estagnação e pouca inovação, a verdade é que eu acho que era exactamente o contrário que se iria passar: a única verdadeira mudança que estava em causa era a proposta por Filomena Cabeça, que passava pela afirmação técnica e social dos Farmacêuticos enquanto classe fundamental para o Serviço Nacional de Saúde, da qual inevitavelmente seria possível tirar consequências políticas.
No entanto, a verdade é que perdemos. E por muito injusto que consideremos o resultado (sobretudo à luz de alguns tristes episódios que caracterizaram a campanha), temos que o aceitar e respeitar. Continuamos todos a ser Farmacêuticos e resta-nos esperar que quem vai passar a governar a Ordem o faça da melhor forma.
Pessoalmente, devo confessar que vivi dias extraordinários. Tive o privilégio de fazer parte de uma Lista constituída por pessoas com uma enorme capacidade intelectual, que não conhecia pessoalmente, mas apenas nas suas dimensões públicas e profissionais.
O Prof. Batel Marques foi uma das mais agradáveis confirmações desta campanha e com ele partilhei horas de trabalho que naturalmente espero serem o início de três anos de intensa e fértil actividade da Secção Regional de Coimbra. Penso que a forma como a Lista E conduziu a sua campanha é um exemplo para futuras eleições na OF: humildade na forma como se encarou a necessidade de contactar directamente com os Farmacêuticos, organizando sessões em todos os distritos abrangidos pela Secção; profissionalismo e grande organização da campanha; clareza na mensagem; mobilização ordenada dos recursos humanos da Lista; produção de ideias e programa eleitoral próprios, sempre em coordenação com a Candidatura à Direcção Nacional; elevação do perfil político e social da Ordem dos Farmacêuticos e da própria candidatura; total controlo da agenda política e mediática da candidatura. O resultado obtido pela Lista E foi uma consagração para a forma como foi possível construir esta candidatura e constitui uma enorme vitória pessoal do Prof. Batel Marques, sobretudo porque foi obtida no terreno da nova Bastonária. De facto, Batel Marques sai destas eleições com um peso político próprio, que excede a dimensão da própria Secção Regional de Coimbra e com o qual Irene Silveira terá que saber conviver. Da nossa parte (e aqui falo enquanto elemento da Lista E) haverá toda a disponibilidade para trabalhar em prol dos Farmacêuticos. No entanto, não nos esqueceremos de que fomos eleitos com um programa próprio, amplamente validado na urnas pelos Farmacêuticos da Secção Regional de Coimbra.
O que mais custa nesta noite eleitoral é o facto de Filomena Cabeça não ter sido eleita Bastonária. De facto, mais que a força própria das ideias apresentadas e a qualidade das propostas e da equipa que constituía a Lista A, era a candidata a Bastonária a principal razão para votar A. Não tenho dúvidas de que Filomena Cabeça teria sido uma excelente Bastonária. A forma como tem as ideias organizadas e conhece profundamente o SNS e a própria OF, o facto de ser alguém que sabe o que quer, que sabe de onde vem e para onde vai, a sua capacidade de liderança e a firmeza no debate são qualidades invulgares e que muita falta farão à Ordem dos Farmacêuticos, sobretudo nos tempos que se avizinham. Foi uma enorme honra ter feito parte desta candidatura (embora formalmente apenas pertencesse à Lista E, vesti com todo o gosto e empenho a camisola da Lista A) e agradeço publicamente a oportunidade que me foi dada.
Enfim, todas as eleições têm um risco e neste caso perdemos. Há mais marés do que marinheiros, lá diz o povo. E a vida é, seguramente, muito mais do que isto!
No entanto, que raio... tinha que ser logo um momento político como este o escolhido pelos Farmacêuticos para darem uma mensagem de descontentamento à OF...! Não sei porquê, mas imagino que algures na Avenida Miguel Bombarda há um sexagenário sentado no seu gabinete, com um sorriso rasgado e a brindar a este resultado... oxalá que me engane!

Ainda não tenho os resultados finais, mas...

... neste momento parece ser um dado adquirido que os vencedores das eleições são:

- Direcção Nacional: Irene Silveira;
- Secção Regional de Coimbra: Francisco Batel Marques;
- Secção Regional do Porto: Franklim Marques;
- Secção Regional de Lisboa: João Mendonça.

A todos, os nossos parabéns e votos de felicidades no exercício dos cargos.
Brevemente publicaremos os resultados definitivos, bem como a respectiva análise política e outros factos relevantes. Quando terminar o período de ressaca eleitoral, este blogue encerrará a sua actividade, embora se mantenha online para que ocasionalmente o possamos revisitar e reviver estes dias verdadeiramente frenéticos.

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Sempre tive jeito para reacções em noites eleitorais. Escrevi isto no Jovens com Cabeça, enquanto divulgava os resultados da contagem dos primeiros 15% de votos das eleições para a OF:

Resultados da votação presencial*

*correspondentes a cerca de 15% do total de votantes.

Direcção Nacional
Lisboa: Filomena Cabeça 91, Irene Silveira 167
Coimbra: Filomena Cabeça 34, Irene Silveira 61
Porto: Filomena Cabeça 55, Irene Silveira 69
Total: Filomena Cabeça 180, Irene Silveira 297

Secção Regional de Coimbra: Batel Marques 60, António Antunes 37
Secção Regional do Porto: José Mingocho 50, Franklim Marques 53, Florentina Nogueira 30
Secção Regional de Lisboa: Marques da Costa 100, João Mendonça 156

Ou seja, se admitirmos que estão contados 15% do total de votos (ainda desconhecido, pois faltam chegar alguns votos por correspondência), então Filomena Cabeça para já tem 5,7% dos votos e Irene Silveira 9,3%.
Assim, e assumindo como válido o pressuposto dos 15%, Filomena Cabeça precisaria de mais 1411 votos para vencer as eleições e Irene Silveira de mais 1294.
Ou seja, para Filomena Cabeça ganhar, terá que ter pelo menos 52,2% dos votos por correspondência, o que parece perfeitamente alcançável.

Eu acredito!

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O regresso à vaca fria...

O Atento escreveu isto no Impressões de um Boticário de Província:

Desculpe lá, mas tenho vindo a ler as suas opiniões e tenho umas questões para lhe fazer:

1) Acena várias vezes com a ameaça da monopolização da propriedade das farmácias por meia dúzia de multinacionais poderosas e com interesses meramente económicos. No entanto, a legislação irá prever que cada proprietário só poderá ser proprietário de, no máximo, 4 farmácias. Como explica isto?

2) Outros "negócios" altamente lucrativos, como as clínicas médicas privadas (provavelmente não tão lucrativos quanto as farmácias, mas na mesma "bons negócios"), têm a sua propriedade liberalizada e não exclusiva a médicos. No entanto, arrisco dizer que a maioria dos seus proprietários continuam a ser médicos e que, até agora, em tantos anos, ainda não há nenhuma rede multinacional à lá McDonald's da Medicina que se tenha "apropriado" das clínicas médicas. Como explica isto?

...ao que o Peliteiro respondeu (e bem) assim:

Caro Antento, agradeço as suas questões a que vou tentar responder o mais clara e sucintamente possível.
Não se trata de matéria assim tão simples quanto parece numa primeira abordagem. Muito boa gente, muito bem pensante, disse já tremendas enormidades sobre o tema. Infelizmente alguns - menos, muito menos - continuam dizendo.
Saúde e dinheiro são dois bens pouco miscíveis e este meu texto procura ter o mesmo registo que o seu: falando de negócios.

Para facilitar o entendimento das minhas respostas, dois pontos de esclarecimento preliminares:
i Esta ligação que permite ler muito do já escrevi sobre o tema e
ii aquilo que eu considero ser o cerne, a alma, o âmago da problemática (tudo o resto é acessório, menor, irrisório) - O NÚMERO DE FARMÁCIAS

Passemos então às respostas concretas:

1) Não explico. Nunca disse isso. Não acontecerá. A não ser que a legislação tal como é conhecida dê lugar a algum "buraco legal" não haverá grandes cadeias de Farmácias.
O que ocorrerá - com mais ou menos testas-de-ferro - é a propriedade de umas quantas farmácias na mão de uma família ou grupo de pequenos empreiteiros, madeireiros ou picheleiros (sem ofensa para estes empresários, como exemplo apenas), na mão dos filhos dos actuais farmacêuticos proprietários armados em gestores, na mão de uns patos-bravos que pensam que encontraram a árvore das patacas e ficarão enterrados em consumições e dívidas ou outros cenários similares.
A meia dúzia de multinacionais poderosas a que se refere ocorreriam num cenário de liberalização de instalação que não acontecerá.

2) Não concordo. Basta ler os jornais económicos para ver que a medicina privada está cada vez mais concentrada na mão de uns poucos grupos económicos; por enquanto todos nacionais mas logo veremos se assim continua. Ah, e as Misericórdias e o Monjardino. As pequenas clínicas de bairro a que penso que se refere são um negócio residual, progressivamente insignificante.


... e eu, qual opinador irrequieto, acrescentei isto:

Caro Peliteiro:

Permite-me que discorde parcialmente de ti.
Tens razão quando dizes que não vamos ter multinacionais com a nova lei. De facto, assim é. No entanto, com a entrada de novos agentes no sector vamos assistir (aliás, já estamos a começar a assistir) a um novo fenómeno: a criação de redes de farmácias, mesmo que sob diferentes proprietários (filosofia do master/franchisado-McDonald's). E há alguns grupos económicos importantes que se estão a aproximar do sector com esta filosofia, obviamente para mais tarde entrarem de uma forma mais alargada (quando alguém finalmente liberalizar a instalação).

Em relação ao comentário do "Atento", há um aspecto que não é de somenos importância: é que há enormes diferenças entre farmácias e clínicas médicas privadas. Estas dependem do trabalho de meia dúzia de profissionais quase sempre pouco disponíveis e com uma enorme variabilidade de produção quer entre médicos, quer entre especialidades. Nas clínicas tudo é mais variável, menos repetitivo, menos standardizável. O risco é maior, não tanto pela concorrência, mas pela própria natureza do serviço (por exemplo, "mexer" em doentes é mais agressivo que vender-lhes medicamentos) e pela forma como os clientes/utentes percepcionam o serviço prestado.
Numa perspectiva meramente empresarial as farmácias (mesmo que liberalizadas na sua instalação) são muito mais interessantes, dado o grau de controlo que o "gerente" tem possibilidade de exercer sobre o desempenho dos profissionais de saúde, o que já não acontece nas clínicas (os Administradores geralmente não têm capacidade para interferir em decisões sobre utilização de recursos como por exemplo análises ou MCDTs).
Estes aspectos explicam algumas das razões pelas quais há menos McDonalds da Medicina do que haveria da Farmácia, caso a liberalização da instalação avançasse. As outras explicou-as o Peliteiro. De qualquer modo, penso que todos conhecemos alguns exemplos de redes de clínicas (sobretudo na área da Medicina Dentária) em que as coisas já estiveram mais distantes deste cenário...

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terça-feira, junho 19, 2007


A proposta final sobre o HVS
(clicar na imagem para aumentar)

... é bastante boa. Aliás, é manifestamente melhor do que eu julgava possível. Os meus parabéns a todos os que participaram na respectiva elaboração. Inclusive ao José Matos, que em nome do interesse concelhio aprovou uma proposta que não era a sua. Muito bem.

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Serviço Público no Efervescente

O relatório secreto sobre a Sustentabilidade do SNS foi descoberto pelo jornalista Carlos Enes, da TVI e está disponível online aqui.

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segunda-feira, junho 18, 2007

Obtido a partir do Saúde SA:

PPB, entrevista à GH


Pedro Pita Barros deu uma entrevista à Gestão Hospitalar, conduzida como habitualmente pela Marina Caldas, que achamos do maior interesse trazer aqui à SaudeSA link

Gestão Hospitalar(GH)– O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é ou não sustentável?
Pita Barros (PB)
Se está a falar da questão financeira… a sustentabilidade financeira de qualquer serviço nacional de Saúde é o que os cidadãos do país quiserem que seja.

GH – Isso significa o quê?
PB
Significa que é uma escolha da sociedade no sentido de canalizar ou não recursos para sustentar o sistema.

GH
– E a melhor maneira de canalizar recursos seria através de que medidas?
PB
(risos) Eu respondo a todas as perguntas sobre sustentabilidade financeira quando estiver desligado da comissão para o estudo da sustentabilidade do financiamento.
GH – Não está descontente com o facto do ministro da Saúde ainda não ter revelado o vosso estudo?
PB
Descontente não estou. Quem nos pediu o trabalho foram os ministérios da Saúde e das Finanças. O que eles fazem com o trabalho é uma decisão política.
Havia uma expectativa de haver uma discussão pública sobre o tema, mas não é forçoso que assim seja. Até porque, se vir o despacho da constituição da comissão, não está dentro dos passos pedidos um período de discussão pública. Se os ministros quiserem manter o estudo reservado e só o divulgarem daqui a um mês, dois meses, um ano, estão no seu direito.
Como investigador, o que me custa é não me desligar do processo ao fim do tempo previsto para a realização do trabalho

GH
– E poder falar sobre a matéria…
PB
Sim… Obviamente respeitando, como em todos os trabalhos que faço, a confidencialidade.

GH
– Acha que o trabalho está a ser retido porque algumas das medidas que propõe são difíceis de aplicar?
PB
Para dizer a verdade, não sei. Pode ser por muitas e variadas razões. Desde acharem que não é possível implementar nada; acharem que não querem colocar a matéria em discussão pública agora, porque desviaria a atenção de outros assuntos que querem tratar, porque a implementação precisava de alguma tempo para ser pensada e eles não têm esse tempo para pensar; ou porque simplesmente eles acham que o trabalho é uma porcaria e que não vale a pena discuti-lo.

GH
– Mas como investigador não tem a ideia de que algumas das medidas serão muito complicadas para implementar, como o aumento dos impostos?
PB
Não sou eu que tenho de fazer esse julgamento. Mas a questão do aumento dos impostos surgiu através de uma notícia e não pela divulgação da comissão.
Se nós temos um determinado montante de prestações de cuidados de Saúde que recebemos; se temos preços e custos para essas prestações que recebemos; se estamos a dizer que estamos a baixar um bocadinho os custos mas que os custos da Saúde vão subir; se dizemos que queremos continuar a dar mais às pessoas… o que se gasta tem de ser pago por alguém. E o que se paga são impostos, pagamentos directos, contribuições de seguros privados voluntários, contribuições de subsistemas, são deduções fiscais. Isto significa que, se se aumenta de um lado tem de se aumentar do outro. Se se fizer uma lista de coisas que têm de acontecer uma delas é aumentar os impostos.
Como outra possibilidade é o racionamento. Imaginemos que, no limite, dizemos que só queremos gastar este montante daqui para o futuro. O Ministério disse que o Orçamento para 2007 iria ser constante até 2010.
Se eu estou a fixar as receitas que tenho, o que vai acontecer é que eu vou deixar de prestar alguns cuidados de Saúde. Como é que nós organizamos isso? Deixamos que seja aleatoriamente, ou seja, os últimos a chegar são os que são pior tratados porque já não há recursos para os tratar?
Não é uma questão de querermos aumentar os impostos. Não podemos querer ter ao mesmo tempo mais prestação de cuidados de Saúde e não pensar onde vamos buscar o dinheiro.
De certa forma, nós vamos tendo mais impostos quando a economia cresce, a colecta aumenta e isso permite que se gaste mais dinheiro do Estado em tudo. Agora, estamos num esforço de contenção orçamental global e dentro desse esforço há opções políticas que têm de ser tomadas.
GH – Então onde é que se pode cortar para não cortar tanto na Saúde?
PB
Ao fazer esta pergunta já está a assumir uma das soluções possíveis. Se eu tiver preços – custos - a aumentarem e não pensar que tenho de aumentar o financiamento de alguma forma, vou ter racionamento, que é uma palavra que as pessoas não gostam. O racionamento significa que alguns não vão ser tão bem tratados como outros. Eu posso querer organizar este racionamento ou nem sequer me preocupar com isso. Se um hospital tiver um determinado orçamento e o gastar no início do ano, chega ao final do ano e tem menos dinheiro, dá menos àqueles que lá estão nessa fase. Mas isto é aleatório.
Em que é que ficamos? Se os preços estão a subir e não mexemos em impostos, nem em contribuições, nem em prémios, tem de se fazer face à situação através de pagamentos directos; se não queremos mexer nos pagamentos directos, tem de ser outra coisa.
A grande esperança de toda a gente é que vamos conseguir manter os custos. Nós sabemos que os impostos estão a crescer porque a economia cresce e há sempre uma folgazinha todos os anos. Por outro lado, temos a ideia que há imensa ineficiência no sistema, o que significa que há prestações que, se calhar, não precisam de ser dadas, como, se calhar também, há custos excessivos. Diminuir a ineficiência significa, com os mesmos fundos, tentar fazer o mesmo ou melhor.
GH – Mas tem de se optar por cortar em alguma coisa.
PB
Se eu conseguir cortar o desperdício e a ineficiência pura e simples eu arranjo folga para fazer mais (...)
GH n.º 27

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Mais uma do Jovens com Cabeça, desta vez da autoria de um certo e determinado indivíduo... :)

KISS Principle

Se aplicado ao futuro da Ordem dos Farmacêuticos, o KISS Principle (Keep It Simple, Stupid) assumiria claramente a forma de "É a Política, estúpido!". De facto, quando se chega ao fim da discussão e se acabam de carpir os males, é à Política que tudo se resume.
Como o Prof. Batel Marques tantas vezes tem referido nas suas intervenções pelo país, com a aprovação da nova lei da propriedade das farmácias, a Ordem dos Farmacêuticos passará a ser a única estrutura nacional com peso político e importância para representar os Farmacêuticos.
De facto, a ANF (que é uma associação de proprietários de farmácias), cujo papel e elevado perfil político e público até agora têm sido extremamente positivos e importantes para a promoção social dos méritos científicos dos Farmacêuticos (não só os de Oficina), passará mais cedo ou mais tarde a ter como sócios pessoas que são proprietárias de farmácias e não são Farmacêuticos, sob pena de perder representatividade no universo das Farmácias nacionais. É uma evolução inevitável à luz da nova lei e é a que melhor defende os interesses da ANF e dos seus associados. Não nos devemos lamentar quando isso acontecer (e vai acontecer), mas sim procurar alternativas.
As associações existentes noutras áreas profissionais nunca tiveram a mesma capacidade da ANF de condicionar a agenda política e mediática. No caso das Análises Clínicas, a recente e inteligente fusão entre as associações de laboratórios propriedade de Farmacêuticos e Médicos fez com que na prática também nesta área se criasse uma necessidade acrescida de representatividade.
Ou seja, resta-nos a Ordem. Não é uma segunda escolha, mas antes um regresso às origens. Segundo o Prof. Sousa Dias, "a Sociedade Farmacêutica (antecessora da Ordem dos Farmacêuticos) nasceu das aspirações de justiça criadas pelas ideias liberais. Em Julho de 1834, cerca de centena e meia de farmacêuticos de Lisboa subscreveram uma petição pedindo a suspensão das inspecções do físico-mor, a liberalização dos preços dos medicamentos e a reforma da legislação sobre o exercício farmacêutico. (...) Directa ou indirectamente, a Sociedade influenciou as reformas e a produção legislativa de importância para a farmácia. A sua campanha pela reforma da ensino e do exercício farmacêutico produziu frutos. Em 1836 foram criados os cursos farmacêuticos e no ano seguinte foi criado o Conselho de Saúde Pública que substituiu o físico-mor e integrava dois farmacêuticos. A Sociedade teve um papel igualmente pioneiro no campo do mutualismo, com a instituição em 1838 do Montepio Farmacêutico."
Historicamente, é sobre a Ordem dos Farmacêuticos que recai o ónus da representação política e social dos Farmacêuticos. E é por isso que a Ordem deve valorizar a sua intervenção pública e política. A recente entrevista de Aranda da Silva ao DN é um excelente exemplo do que deve ser feito: após um período de dois anos em que a Ordem dos Farmacêuticos lutou contra tudo e contra todos pelo reconhecimento social da sua existência (por exemplo, não é admissível que o Ministro da Saúde privilegie o contacto com a ANF em detrimento da OF na definição de políticas de saúde), Aranda da Silva tornou-se uma personalidade conhecida e com peso político suficiente para que as suas opiniões mereçam destaque na imprensa. E é exactamente isso que tem feito falta aos Farmacêuticos. Façamos um exercício rápido: sem recorrer ao Google, pensem no nome dos três últimos Bastonários das Ordens dos Advogados e dos Médicos. Rogério Alves, José Miguel Júdice e Pires de Lima. Pedro Nunes, Germano de Sousa e Soares Ribeiro. Agora peçam a um Advogado ou a um Médico para fazerem o mesmo em relação à Ordem dos Farmacêuticos. Aposto que vão ter apenas duas respostas: João Cordeiro e, na melhor das hipóteses, Aranda da Silva.
É isto que vamos ter que mudar no futuro da OF. Temos que ter ideias organizadas, pessoas com capacidade de intervenção e prontas a intervir rápida e frequentemente. Temos que ter os assuntos estudados e temos que analisar e prever cenários e actuações dos outros stakeholders políticos e da área da Saúde.
Enfim, a OF tem que passar a funcionar como um partido político.

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Com a actividade blogosférica dividida entre O Efervescente e as eleições para a Ordem dos Farmacêuticos, deixo aqui algumas coisas que têm surgido no Jovens com Cabeça:

Em contra-ciclo

Esta campanha para a eleição na Ordem dos Farmacêuticos evidenciou o que há muito temia: um grupo societário de mal consigo próprio sem perceber porquê.
Determinadíssimo e muito forte na defesa daquilo que a sociedade tem sistematicamente vindo a rejeitar - grupos que se pretendem impor à custa de valores que a sociedade já não percebe nem assume como seus -, mas muito frágil na captação de reconhecimentos exteriores que alavaquem a sua projecção sócio-política: procurar encher o tanque pelo ralo do escoamento constituiu um traço comum a muitas mensagens "oficiais" de campanha, e a muitos comentários "bloguísticos".

Pena que assim seja !

O mais pequeno esgar de proposta intelectualmente mais elaborada ou foi alvo de plágio, ou foi alvo de desdém.

Exigia-se a qualquer candidato que não fizesse apelo a sentimentos primários nem a ressentimentos indesejáveis. Infelizmente a campanha de Irene Silveira em nada ultrapassou esta pobre parametrização. Penso que não o fez por mal, mas simplesmente porque agiu tal como é.

O roubo de ideias foi aqui, mais de que um plágio, uma demonstração de incontida vaidade. Um outro eixo determinante de uma candidatura que deveria incomodar as meninges funcionantes.

Mas a cosmética eleitoral não disfarça o misticismo integralista que subjaz a um pretenso discurso de mudança. Assim foi também em 28 de Maio de 1926.

E é precisamente aí que residem os maiores riscos: o fenómeno da refracção na política.

A 1ª República finou-se porque apostou na defesa das colónias. Daí a participação na 1ª Grande Guerra que lhe foi política, económica e financeiramente fatal.

A 2ª República caiu porque insistiu na defesa das colónias. Daí a Guerra colonial que lhe foi politicamente fatal.

Quem tinha razão ? Eram os Homens do 28 de Maio progressistas ? Eram os pais da 1ª República conservadores ?

A motivações aparentemente iguais nem sempre correspondem causas semelhantes.

O fenómeno Irene Silveira nada tem a ver com outras eleições em que dois candidatos se defrontaram. O fenómeno Irene Silveira é um sinal da uma crise mais profunda: o da existência de uma corrente de pensamento e de opinião em contra-ciclo com a história.

Mas não foi Portugal sempre assim ?

Ordem para Intervir

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sábado, junho 16, 2007

Só mais uma nota: continuo sem perceber a proposta do José Matos relativamente ao HVS. No entanto, pelo que consigo perceber das entrelinhas do seu texto e desta notícia do Diário As Beiras, trata-se de um pequeno (e pouco exequível) acrescento à proposta do PS. Tudo bem, desde que os outros pressupostos se mantenham.
De qualquer modo, deixo algumas notas para reflexão:
- Segundo o INEM, "a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) é um veículo de intervenção pré-hospitalar, concebido para o transporte rápido de uma equipa médica directamente ao local onde se encontra o doente. Com uma equipa constituída por um médico e um enfermeiro ou tripulante de ambulância de socorro, dispõe de equipamento de Suporte Avançado de Vida. Actuando na dependência directa dos CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes), as VMER têm base hospitalar, tendo como objectivo a estabilização pré-hospitalar e o acompanhamento médico durante o transporte de vítimas de acidente ou doença súbita em situações de emergência."
- O Hospital de Aveiro já tem uma VMER há 7 anos, que é a única do distrito.

Ou seja, o José Matos acha que se deveria pedir uma VMER (que tem um médico e um enfermeiro ou, segundo as novas ideias de Correia de Campos, só um enfermeiro) para funcionar em dedicação exclusiva a transportar doentes para um hospital onde não haverá um único médico durante a noite? Ou será que o que propõe é uma segunda VMER para o Hospital de Aveiro?
Admito que o José Matos não tenha querido abrir o jogo. A proposta da Câmara de Estarreja não poderia ser só isto...

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A vida tem destas ironias. O José Matos diz que os meus textos são "um discurso partidário", que o "cansa profundamente". E o mais absurdo é que escreveu estas linhas a propósito dos casos do HVS, dos atentados ambientais que a Câmara ignora (e o José Matos acha muito bem que ignore) e do roubo de areias de que a Câmara também não quer saber (e o José Matos acha muito bem que não queira saber).
Entendamo-nos e façamos um "ponto de ordem à mesa":
Ao contrário do José Matos, não sou militante de nenhum partido.
Ao contrário do José Matos, não sou deputado municipal (embora tenha sido no mandato anterior e nas últimas eleições tenha feito parte das listas do PS) e não participei numa única sessão da AM do actual mandato.
Assim que o problema do HVS saltou para a esfera pública, escrevi de imediato a minha opinião sobre o tema (no dia 16/9/2006), que só agora (no dia 31/5/2007) passou a ser coincidente com a do PS de Estarreja. Como todos sabemos, durante este período o José Matos esteve sempre de acordo com a posição oficial do PSD de Estarreja, mesmo quando esta era inexistente ou nos casos em que esta é particularmente absurda (como nesta situação, em que se diz que deve ser o governo a apresentar propostas de negociação contrárias às iniciativas... do próprio governo!!!).
Os casos dos atentados ambientais foram denunciados por cidadãos sem actividade partidária (como por exemplo o Abel Cunha) e só por extrema má-fé podem ser classificados como iniciativas políticas da oposição. A única coisa que eu aqui contestei foi a forma empenhada como a Câmara procura lavar as suas mãos destes assuntos (com a honrosa e pontual excepção - de resto, prontamente corrigida - duma intervenção televisiva de Abílio Silveira). O José Matos esteve de acordo com José Eduardo de Matos quando este defendeu que a Câmara não deveria fazer nada nestes casos e esteve de acordo com Abílio Silveira quando este (talvez exaltado pela presença das câmaras de TV) defendeu exactamente o contrário.
No caso do roubo das areias as únicas intervenções públicas do PSD de Estarreja foram no sentido de atacar o mensageiro (embora haja vídeos de camiões com matrículas falsas a transportarem toneladas de areia...) e dizer que esta denúncia tem motivações políticas. Nem uma palavra de preocupação sobre o património municipal alegadamente roubado. O José Matos concorda e também não acha isto preocupante!
E no fim ainda me vem dizer que se sente profundamente cansado com o meu discurso partidário! O José Matos, que é especialista em questões espaciais, só pode estar completamente na Lua!

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sexta-feira, junho 15, 2007

Mesmo sem tempo para escrever é irresistível responder aos últimos dois textos do José Matos, pois são bons retratos da inacção e total incapacidade política do PSD de Estarreja.
- Comecemos pela fábula da raposa: com este texto o José Matos pretende dizer que há males que acontecem ao município relativamente aos quais a Câmara deve lavar as suas mãos. Não é verdade. Se o problema das raposas existisse no concelho de Estarreja, a Câmara deveria lutar politicamente para que fossem tomadas medidas de protecção da raposa no seu habitat natural e deveria também promover a construção de vedações que impedissem, quer as raposas de sair e causar danos à população, quer a população de entrar desordenadamente e causar danos às raposas. Ou seja, mesmo no cenário traçado pelo José Matos, a Câmara teria responsabilidades relativamente às quais não poderia encolher os ombros da mesma forma que faz em tudo o resto. É que há assuntos que só se podem resolver politicamente. E a Câmara Municipal de Estarreja e o seu Presidente da Câmara são as principais instituições políticas do concelho. E é para eles que temos o direito de nos virar nos momentos de aflição ou quando as coisas correm mal. E eles não têm o direito de nos ignorar e assobiar para o lado;
- Em relação ao texto sobre o HVS, continuo siderado pela ginástica (contraditória) das palavras do José Matos: é com a maior ansiedade que aguardo a divulgação pública do modo como vai funcionar esse anunciado novo paradigma nos serviços públicos de Saúde, que consegue simultaneamente prestar serviços médicos durante 24 horas e manter o SU do HVS fechado.

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quinta-feira, junho 14, 2007

Notícia do Diário de Notícias

Na recta final do seu mandato, Aranda da Silva surge em grande forma e com um discurso absolutamente demolidor:






Alegações finais de Aranda da Silva (BASTONÁRIO DA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS): "Muita coisa no acordo não está no papel"





Mais de um ano depois, o acordo entre o Governo e a Associação Nacional de Farmácias [ANF] está na maioria por cumprir. Isso é bom ou mau?

Deve fazer essa pergunta ao dr. João Cordeiro [presidente da ANF]. Eu não fui ouvido. Como foi feito sem garantias, o Governo está a avançar apenas com as medidas prejudiciais para as farmácias.

Acredita que alguma vez será todo cumprido?

Tenho muitas dúvidas. O Governo, e em especial o ministro da Saúde, é autista em relação aos estudos com consistência técnica e minado por preconceitos ideológicos.

Alguma vez imaginou que seria o último bastonário dos Farmacêuticos enquanto proprietários únicos?

Foi uma grande surpresa. Não conhecia essa posição ao PS, que sempre defendeu que a liberalização não era solução. E não constava do programa de Governo. A medida lança a suspeita de ser uma cedência a interesses que mais cedo ou mais tarde vão ser conhecidos.

Quer concretizar?

A saúde é um grande negócio. Vamos assistir à entrega a grupos económicos que nada têm a ver com a saúde, que vêem o sector como actividade comercial, desligando-o da sua essência e tendo como objectivo o lucro. É conhecida desde 2004 a posição dos grossistas exigindo ao Governo a liberalização...

A ANF é a face do sector, e a Ordem dos Farmacêuticos (OF) ficou na sua sombra?

Há um movimento do Governo de limitar o papel das ordens. O neoliberalismo é a corrente ideológica dominante. É preocupante que hoje não seja a Organização Mundial da Saúde a determinar as políticas, mas a OCDE, uma organização de carácter económico e de mercado. Estamos a assistir a uma desregulamentação da farmácia e também do farmacêutico e de outras profissões. Enviámos propostas sem qualquer tipo de acolhimento, com o argumento de que não era prioritário.

Porque é que acha que a OF ficou de fora?

O Governo sabe a nossa posição e sabe que não a negociamos. A OF não ia ceder, tem interesses muito diferente dos da ANF, que só representa os proprietários. E foi marginalizada.

Está a dizer que João Cordeiro negociou o que não devia ser negociado...

O acordo andou a ser negociado durante meses. Deve haver muita coisa no acordo que não consta do papel mas que mais cedo ou mais tarde se vai saber.

Em fim de mandato, arrependeu-se de alguma coisa? Sentiu-se isolado, mesmo em relação à ANF?

Sim, senti que a ANF devia ter falado com a OF e não o fez. Em termos políticos, há também um grande isolamento das nossas posições. É muito difícil ter feito diferente. Havia consenso de todos os partidos, menos do PCP. Há nitidamente uma influência económica na definição das políticas. Cada vez mais o poder económico está perto do poder político. O poder político está capturado por interesses económicos.

No confronto Correia de Campos-João Cordeiro, quem saiu perdedor?

Os dois. Os farmacêuticos. Principalmente os doentes.

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Excelente discurso de Marisa Macedo ontem nas comemorações do Dia do Município de Estarreja:

DIA DO MUNICÍPIO

13.Junho.2007

Comemora-se hoje o dia do município.

Justamente no dia 13 de Junho, dia de Santo António, uma data de raiz religiosa que o município adoptou para seu feriado municipal.

Compreende-se que assim seja e deseja-se que assim se mantenha.

Estarreja terá certamente uma riqueza histórica importante, no entanto pouco dela se sabe. Algumas investigações – quase sempre amadoras ou obtidas por via indirecta – reflectem apenas lampejos de uma história muito pouco conhecida, mais especulada do que rigorosa.

Ainda que indiscutivelmente rica, está por saber muito daquilo que é a história desta terra.

A data de outorga do Foral Manuelino - no dia 15 de Novembro de 1519 - aparece como um dado do nosso passado que alguns tentaram sugerir como a efeméride sobre a qual de deveria celebrar o dia do município.

Sem querer entrar em polémicas, não nos parece necessário que a tradição consolidada venha agora dar lugar a outras datas ou a criar factos onde eles não existem. Comemore-se, pois, o foral, na sua data própria, com a dignidade que a ocasião exige, mas na balança da importância voltemo-nos mais para o respeito para com as gerações passadas, que souberam criar e manter a tradição, continuando a comemorar, como sempre, este dia 13 de Junho, dia de Santo António, como o dia do nosso município.

Numa época em que, não raras vezes, os feriados nacionais são desrespeitados e ignorados a favor do interesse comercial de alguns – falo dos exemplos recentes da autorização da realização dos mercados em dias de feriado nacionais, como o 1º de Maio, por exemplo – muito mau seria, sobretudo para as novas gerações, este novo exemplo de desprezo para com o passado, deitando-se fora a tradição secular de comemoração do Feriado Municipal de Estarreja neste dia.

O respeito pelos valores saudáveis do nosso passado, mais do que um legado que importa trazer às novas gerações, constitui uma obrigação de todos nós, como parte da sua educação e formação cívica.

Este é, pois, um dia de Festa e é por isso que aqui nos reunimos.

Nós, os políticos eleitos, aqueles que, tendo-se disponibilizado e sujeitado a uma eleição, têm agora a responsabilidade da condução dos destinos de Estarreja. Uns, o do executivo, cuja obrigação é governarem bem, assumindo os compromissos com os quais se comprometeram; e os outros, os dos órgãos deliberativos, cuja obrigação é deliberar e fiscalizar, com a liberdade e a honestidade de dizer, claramente, como fariam se estivessem no lugar dos primeiros.

É isto a democracia, é isto a liberdade, é isto a política, base sobre a qual seria bom e desejável que todos nos entendêssemos, sem margens para dúvidas.

E é, também por isso, que hoje homenageamos aqueles que pela primeira vez foram eleitos depois do 25 de Abril.

Associando-nos naturalmente a esta homenagem, partilhando do seu simbolismo, gostaríamos de dizer, contudo, que é importante não esquecermos que a construção da democracia e da liberdade não se esgotaram nesse momento inicial.

Depois destes autarcas, que com o seu trabalho, fazendo aquilo que puderam, conforme puderam e souberam, contribuíram para a consolidação democrática e para o desenvolvimento do concelho, muitos outros autarcas, igualmente empenhados e laboriosos, se lhes seguiram.

E nesta hora em que homenageamos os primeiros, não pudemos esquecer os segundos, aos quais tanto deve o árduo trabalho de consolidação democrática e de prossecução de desenvolvimento de Estarreja.

Estarreja hoje é o espelho do que correu bem e do que não correu tão bem nestes últimos trinta anos de poder autárquico. Afinal como todas as terras. O reflexo de quem nos governou está espelhado de forma indelével, de norte a sul do país. Se é certo que as condições de vida das populações melhoraram muito consideravelmente, em Portugal, nos últimos trinta anos, não menos certo é que o estado actual de cada uma das localidades reflecte bem a competência de quem a governou e governa.

Se há quem pense que a democracia é apenas o meio de obter o poder de exercer poder a todo o custo, desengane-se. Em democracia quem exerce o poder tem que ter a percepção de que o seu exercício é, antes de mais, uma missão ao serviço dos mais elementares interesses da população, essa mesma população que escolhe e que elege. Só assim é possível haver confiança nos eleitos, só assim é possível haver vontade popular na participação democrática.

É justamente por haver quem se engane neste conceito de poder – julgando que pode ser déspota em democracia ou, por qualquer deformação, não saber lidar com os instrumentos de poder – que hoje em dia os políticos têm a imagem negativa que diariamente teima em fazer primeiras páginas de jornais e aberturas de telejornais.

A nobre função política – diria antes a nobre missão política –, ostenta hoje uma imagem pública que vive muito dos actos da gente que a exerce e exerceu. Como noutras funções, a política tem a sua gente sem escrúpulos, que vive apenas para o seu egoísmo, para a sua vaidade ou, pior do que tudo, para o seu próprio benefício material. O poder local, pelo que hoje se vê e ouve, está a tornar-se uma vítima disso mesmo. Mas o que hoje se fala de forma tão clara na comunicação social, mais não é do que o culminar de anos e anos em que as coisas iam acontecendo sem que delas a população tivesse percepção, unicamente porque não transpareciam na comunicação social, o que não significa que não existissem. O caciquismo, os favores que tolhem a liberdade de uns e de outros, a falta de transparência das condutas, algum dia teriam de dar mau resultado. E neste quadro, é a própria democracia que está em risco. Quando os cidadãos não acreditam nos políticos é mau para todos, porque não é possível viver em sociedade sem que haja quem governe.

Mas a política, é bom não esquecer, também é feita por muita gente honrada e competente. Gente que pode e anda na rua de cara levantada, que defende as suas ideias com elevação, que não tem medo, que luta pelos valores em que acredita e que acredita na tal missão que não se compadece com corrupção ou com obtenção de vantagens materiais.

É nestes políticos que reside a esperança do nosso sistema democrático e a construção democrática que se vai fazendo no dia-a-dia, para que os cidadãos sintam vontade de participar civicamente na gestão dos destinos da sua terra e possam ser agentes de mudança.

Nestes políticos reside a esperança de uma radical mudança da imagem negativa que teima em transparecer.

Todos nós temos aqui um papel de grande importância a desempenhar. Sempre na consciência de que ninguém na política pode ter verdadeira liberdade se dela, nalgum momento, prescindir.

Permitam-me, assim, que enalteça o momento que aqui se vive hoje, cujo sentido é de grande simbolismo.

Homenagear os primeiros autarcas eleitos é uma simbólica homenagem a todos os autarcas eleitos no pós-25 de Abril. É assim que interpretamos esta homenagem.

Faria porventura sentido que todos eles aqui estivessem sentados. Presidentes de Câmara, vereadores, Presidentes de Assembleia Municipal, Deputados Municipais, Presidentes de Junta, Deputados das Assembleias de Freguesia…

Aquilo que a nossa terra é, hoje em dia, a todos eles o devemos. Aos primeiros, é certo, que tiveram a felicidade histórica de ali estarem no momento da primeira eleição, mas também aos que lhes seguiram. Estarreja é hoje, em tudo, para o bem e para o mal, a imagem do trabalho de muita gente ao longo dos anos.

Mas permitam-me a inserção de um parêntese para dizer que antes das eleições livres, houve um momento a seguir ao dia 25 de Abril de 1974, em que foi necessário desbravar o terreno para a realização dessas mesmas eleições livres, em democracia. E nesse espaço de tempo de ano e meio – sensivelmente, entre Abril de 1974 e 1976 –, houve que tomar conta dos destinos desta terra, tendo essa missão sido desempenhada por uma Comissão Administrativa de estarrejenses que, neste momento de festa e de homenagem, não pode nem deve ser esquecida. O trabalho desses homens foi igualmente um trabalho de construção democrática, um trabalho preparatório notável que contribuiu para a estabilização política do município e do país e para a realização de eleições livres.

A Comissão Administrativa, não pode por isso ser esquecida e é nosso dever moral aqui assinalar o seu trabalho.

Antes de terminar, quero salientar o trabalho e o esforço destes jovens atletas naturais de Estarreja que merecem o voto de louvor de todos nós. Sendo certo que o sítio onde cada um nasce, cresce e vive pode condicionar decisivamente o seu futuro, eles são o exemplo de que é possível atingir-se projecção nacional a partir de Estarreja.

Cada um deles conseguiu-o por si, por ter aptidões naturais concerteza, mas não tenho dúvidas que o seu sucesso também se deve a outros que lhe deram a oportunidade de crescer nas suas modalidades, tantas vezes os seus treinadores, os pais e outros familiares, que também devem ser louvados.

Cada um dos atletas, concerteza, que ainda nos trará mais motivos de orgulho. Mas gostava de salientar que são um símbolo de confiança para o município. Eles acreditaram e por isso conseguiram. E vão conseguir muito mais.

A nota final quero dirigi-la à única mulher que hoje aqui está a ser formalmente homenageada: a Exmª Srª Dª Maria de Lurdes Breu.

Não nos revíamos no projecto político que, juntamente com o seu partido – o PPD -, preconizava para Estarreja. Essa foi até uma das razões pelas quais, pessoalmente, me filiei no Partido Socialista, na época a terceira força política do concelho.

Mas para lá das opções políticas que cada um toma enquanto exerce o poder, está a pessoa que o detém. Quando os mandatos terminam, nem sempre sobra consideração por quem exerceu esse mesmo poder. Não é este o caso.

Se hoje ainda não é fácil para uma mulher exercer uma actividade política ou um cargo político; se hoje é ainda difícil uma mulher fazer-se ouvir verdadeiramente antes da inevitabilidade do descrédito a que as suas primeiras intervenções estão, normalmente, condenadas; se hoje é difícil a qualquer mulher afirmar-se politicamente sem que antes tenha de dar, mais do que qualquer homem, provas da sua determinação, do seu valor, da sua coragem; se hoje é difícil mostrar que à mulher está reservado muito mais do que meras funções secundárias com que muitos na nossa sociedade ainda a vêm… imagina-se como seria em 1976, numa terra com as características de Estarreja.

Ter conseguido impor-se nessa eleição e, depois disso, ter conseguido ser Presidente de Câmara durante 16 anos, é hoje um facto indesmentível de tenacidade, inteligência e uma demonstração clara de muito valor pessoal.

A Exmª Srª Dª Maria de Lurdes Breu teve de ser uma mulher especial.

E é a esta mulher especial, que presto, particularmente, esta homenagem.

O poder local, estou certa, será também, cada vez mais, um espaço de igualdade de oportunidades e de direitos, isento de discriminações, como aquele que queremos que seja, afinal, a sociedade no seu todo.

Neste dia de festa, fazemos votos para que cada um de nós acredite que é possível fazer sempre mais e melhor. Que cada um de nós trabalhe e lute para que Estarreja possa ser um local de felicidade para o próprio país. E que cada um nunca se resigne perante as dificuldades da vida, como os nossos atletas, nem perante as dificuldades que o país atravessa. O esforço de cada um pode não conseguir transformar o mundo. Mas se cada um fizer o seu melhor, concerteza o futuro de todos será mais sorridente.

Neste dia de festa, desejamos mais do que um dia de festa, uma festa todos os dias.

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quarta-feira, junho 13, 2007

EN 1982 ESTA POPULAR MASCOTA INUNDÓ NUESTRO PAÍS

Naranjito y el Mundial de España cumplen 25 años

Por JOSÉ LUIS HURTADO y HUGO CEREZO
Érase una vez el Mundial 82. Para un loco del fútbol, un cumpleaños de un mes; para un enemigo del balón, una tortura. Como no era normal que un fiestorro así cayera en manos de España, el país se revolucionó.


Los estadios se dieron una extensa mano de chapa y pintura. Una media de 40.571 aficionados acompañó cada partido. La FIFA extendía por primera vez el torneo a 24 equipos. Se abría así paso a Camerún, Kuwait, Honduras, El Salvador y otros países sin tradición con el balón.

El deporte español vivía de magos como Ballesteros y Ángel Nieto, reyes en un desierto. Nadal no había nacido, Fernando Alonso tenía once meses y Gasol, un par de años.

España presentó una selección con extraña química entre jugadores del Real Madrid y la Real. No se esperaba el título, pero tampoco que se empatara con Honduras y se perdiera con Irlanda del Norte. Así que lo más inolvidable de España es Naranjito, una mascota que se ha hecho un lifting en el siglo XXI.

También pasó que Brasil vino con Eder, Zico, Sócrates, Falcao, Junior o Cerezo. Argentina, con Maradona, Kempes, Ardiles o Ramón Díaz. Alemania, con Breitner, Kaltz, Rumenigge o Stielike; Francia, con Platini, Tigana, Giresse o Rocheteau. Pero el Mundial se lo llevó Italia con Rossi, Antognoni, Conti, Zoff y muchos guerreros. Hay cosas que no cambian.

Ao contrário do que se possa pensar, lembro-me perfeitamente deste Mundial. Aliás, foi o meu primeiro Mundial (tinha 6 anos...). Vibrei com o Brasil de Zico e Sócrates, desesperei com a lesão de Maradona e tornei-me fã dessa fantástica equipa na qual jogavam Paolo Rossi, Marco Tardelli e Bruno Conti, entre outros. Fiz a colecção de cromos do Mundial, que só acabei quando troquei um maço de cerca de 100 repetidos por um único cromo, o Surjak, da Jugoslávia. A troca decorreu no recreio da Escola Primária de Salreu (Escola das Laceiras) e foi o corolário de cerca de 15 dias de intensa negociação com o Pires, um daqueles alunos maiores e mais velhos, que tinha o desagradável hábito de bater nos mais novos (eu até me dava moderadamente bem com ele). A transacção foi dificultada pelo facto do Pires também só ter um cromo do Surjak. Com os repetidos que eu lhe arranjei, ele ficou com a caderneta quase completa de um dia para o outro. Mas nunca a chegou a acabar, porque o Surjak não voltou àquelas paragens. Naquele tempo não era possível pedir pelo correio os cromos que faltavam...
Durante muitos anos não voltei a ver o Pires (disseram-me que tinha emigrado não sei para onde). Vi-o há dias na rua, em Salreu. Cruzámo-nos e eu cumprimentei-o. A saudação não foi devolvida. Penso que ambos nos recordámos daquelas sessões de negociação. Pelo menos eu lembrei-me. E sorri com um certo triunfalismo ao passar por ele...

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terça-feira, junho 12, 2007

Confesso que aguardo com as maiores expectativas as explicações sobre as diferenças entre "serviço médico 24 horas" e "urgências 24 horas".
Será esta a solução de Correia de Campos para acabar com as listas de espera para consultas externas?
(este post do Pedro Mazzoni é absolutamente pertinente)

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Dois novos links para blogues ligados a Estarreja: o Poeta do Além e o Psicologiaveiro (este mais de Albergaria-a-Velha).

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E como não há três sem quatro...

Afinal não são só os Canelenses que têm mau feitio. Pobre José Eduardo de Matos - a estranha mania dos cidadãos exigirem responsabilidades à Câmara Municipal de Estarreja está a alastrar... (publicado no Diário de Notícias)


Populares intimam autoridades a agir contra empresa de peles





Fartos do mau cheiro e dos problemas ambientais causados por uma instalação que seca peles de lebres em Avanca (Estarreja), os populares da freguesia vizinha da Válega (Ovar) querem obrigar as autoridades a agir. Até porque, alegam, as instalações não estão legalizadas e ocupam uma Reserva Agrícola Nacional. Por isso, interpuseram uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu (TAFV), exigindo medidas à Câmara de Estarreja, à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e à Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral (DRABL), além da condenação da própria empresa Lepus.

O problema em Avanca iniciou-se no princípio do ano passado, quando, conta um dos moradores e autores da acção popular, "começaram a aparecer as estufas". Inicialmente, sem qualquer contestação dos vizinhos, porque "pensava-se que eram flores". Mas rapidamente, um cheiro que "provocava náuseas" levantou preocupações. "Fomos à junta de freguesia, à câmara", conta.

Porque uma mudança legislativa recente sujeita a licenciamento o tratamento de peles de animais, a Lepus, no decorrer de 2006, tentou pedir a licença para a sua actividade. O licenciamento, atribuído pela Direcção-Geral de Veterinária, resulta de um processo coordenado pela DRABL. No âmbito dos procedimentos, a Câmara Municipal de Estarreja foi chamada a pronunciar-se e deu um parecer negativo à localização destas instalações, já que, no âmbito do PDM, as entidades que produzam cheiro não são autorizadas no concelho. Com esta posição da autarquia, a DRABL considerou encerrado o processo que visava o licenciamento. "Ninguém fez mais nada a seguir, apesar de haver entidades com poder de fiscalização", explica Elizabeth Fernandez, a advogada dos populares. E, depois de instalar um sistema para redução de cheiros, a "Lepus fez um novo pedido de licen- ciamento", adianta ainda.

Fartos de esperar, os populares fizeram primeiro um abaixo-assinado com 89 pessoas e decidiram recorrer a tribunal, aguardando agora a decisão do juiz do TAFV. O delegado de Saúde também foi chamado ao local e detectou "focos de doença". "Não se pode viver lá e não sabemos que controlo sanitário é feito, se é feito", resume um dos moradores.|

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segunda-feira, junho 11, 2007


Mais um fim de semana negro para José Eduardo de Matos

Às vezes é assim: sem que se perceba muito bem porquê, as coisas caem todas ao mesmo tempo.
O caso do HVS, o regresso do problema das lamas de Canelas e agora também novamente o problema das areias.
Três situações graves, três situações diferentes e três casos em que o imobilismo da Câmara Municipal de Estarreja originou ou agravou problemas existentes. Paradoxalmente, são também três casos que já poderiam estar resolvidos, caso a postura de José Eduardo de Matos fosse outra.
E agora, José?

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Estarreja regressou "em grande" aos jornais diários. No Correio da Manhã:

Duas romenas perseguidas
Falso peditório indignou paroquianos de Estarreja

d.r.
Presidente da Junta conteve fúria popular
Presidente da Junta conteve fúria popular
Duas imigrantes romenas escaparam por pouco à ira popular quando faziam um peditório à porta da igreja de Pardilhó, Estarreja, alegadamente para angariar dinheiro para o transplante de um rim destinado a um menino de cinco anos.

O presidente da Junta de Freguesia ia à celebração eucarística do Corpo de Deus às 08h00 e viu uma rapariga romena de 15 anos a entregar panfletos contando a ‘trágica’ história.

Perguntou-lhe se estava autorizada pelo padre a pedir naquela zona, já no ‘guarda-vento’, no interior da igreja, e ela disse que sim. Afinal, depois de confirmar com o padre, o autarca viu que o tinham enganado.

No fim da missa, ao ver a rapariga romena, acompanhada pela mãe, a recolher dinheiro dos paroquianos, avisou alto e bom som que se tratavam de burlonas.

Tal bastou para que as duas mulheres fosse perseguidas e apanhadas pelo povo, que só não as agrediu porque o presidente da Junta, alarmado com a ameaça iminente de violência, acalmou os ânimos.

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sábado, junho 09, 2007

O Kimikkal (a.k.a. José Pontes), o mais antigo dos bloggers estarrejenses e autor do 7 meses, emigrou para a Bélgica.
Embora não nos conheçamos pessoalmente, a cumplicidade blogosférica faz-me sentir como se estivesse a ver partir um amigo... mesmo que ele continue a postar a partir de Genk, não é a mesma coisa.
Obviamente que continuarei a visitar o 7 meses, que sem qualquer desprimor para o que ele aqui escrevia antes, tem estado nos últimos dias ainda mais interessante. Um grande abraço e votos de felicidades!

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Allons enfants de la patrie, le jour de gloire est arrivé!


Roselyne Bachelot-Narquin, a nova Ministra da Saúde francesa, é Farmacêutica.

(publicado também no Jovens com Cabeça)

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sexta-feira, junho 08, 2007

Notícia d'O Aveiro:




ed. 798
07 de Junho de 2007






















Socialistas querem discutir “proposta abrangente” para apresentar ao Governo

PS propõe reunião para ‘segurar’ urgências


O Partido Socialista (PS) de Estarreja propõe uma reunião entre os partidos políticos representados na Assembleia Municipal, o executivo camarário, representantes da Comissão de Utentes do Hospital Visconde Salreu (HVS), da Liga de Amigos do Hospital e da Administração do HVS no sentido de "se discutir seriamente o problema" relativo às urgências e "tentar chegar a uma solução" que envolva a comunidade.

Num comunicado à imprensa, os socialistas defendem que a solução que sair dessa reunião seja "apresentada ao Governo, como proposta de Estarreja".

"Caso não seja encontrada uma solução que possa envolver o Governo e a Câmara, corremos o risco de ver fechado o serviço de urgência, o que pode implicar o seu encerramento a breve prazo", adverte o partido.

Como base para a discussão, os socialistas indicam a proposta que já apresentaram em 29 de Maio de 2007, aceitando discuti-la de forma a ser possível chegar a uma "proposta abrangente, com o contributo de todos".

Na proposta avançada no final de Maio, o PS dizia ser "a favor da negociação", admitindo o fecho do serviço entre as 24h00 horas e as oito da manhã, "desde que haja contrapartidas". Isto porque a realidade mostra que nesse período "são atendidas duas ou três pessoas por noite, que mais precisam de uma consulta do que de um verdadeiro atendimento de serviço de urgência".

Telemedicina e cirurgia laparoscópica

"Podemos ceder até aqui, desde que, das oito da manhã às 24h00 tenhamos um verdadeiro serviço de urgência, com dois médicos, dois enfermeiros e possibilidades de realizar exames auxiliares de diagnóstico em permanência. Ao mesmo tempo devemos lutar pela instalação de serviços de telemedicina, o que evitaria muitas transferências para outros hospitais, nomeadamente para o de Aveiro", salientava a proposta do PS.

A nota enviada às redacções acrescentava, ainda, a exigência de investimento na cirurgia laparoscópica, o investimento nas Consultas Externas, como a ginecologia, a pediatria, a fisioterapia, entre outras, e o reforço das especialidades actuais.

A proposta do PS consagra também a aposta nas Consultas de Alta Resolução, "onde as pessoas, numa manhã só, vêm à primeira consulta, de seguida fazem os exames necessários e são atendidos novamente pelo médico já com o resultado dos exames, de forma a deixarem o hospital com a cirurgia marcada, caso seja esse o caso".

ed. 798, 07 de Junho de 2007

















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