quarta-feira, janeiro 30, 2008
No dia 19 de Janeiro de 2004 (portanto, há pouco mais de 4 anos e em pleno governo Durão Barroso) escrevi neste blogue que Correia de Campos tinha sido "o melhor Ministro da Saúde dos últimos 10 anos". A este período correspondiam as passagens de Maria de Belém Roseira, Manuela Arcanjo e Luís Filipe Pereira - além do próprio CC no final do governo Guterres - pelo Ministério da Saúde. A ousadia destemperada (e frequentemente baseada em ignorância técnica) de LFP deixava de facto saudades de um ex-Ministro da Saúde que era unanimemente respeitado e até considerado como um dos portugueses que mais sabia de Economia da Saúde.
Foi com naturalidade e esperança que ouvi o anúncio da nomeação de CC por Sócrates, embora o encanto tenha desaparecido logo no dia da tomada de posse do governo.
Durante muito tempo arrependi-me amargamente daquela frase de há 4 anos, que não apaguei apenas por uma questão de ética blogosférica. A política do medicamento e o modo como CC geriu as questões das farmácias e sobretudo dos farmacêuticos fizeram-me escrever sequências de textos verdadeiramente demolidores e em muitos casos bastante exagerados sobre o actual ex-Ministro da Saúde. A determinada altura, CC tornou-se mesmo no alvo preferido deste blogue e sobre ele descarreguei litros e litros de bílis.
Até que, em 2007, tive uma inesperada oportunidade de conhecer pessoalmente Correia de Campos e trabalhar directamente com a sua equipa, num projecto que nada tinha a ver com o mundo da farmácia. A partir desse momento a minha opinião mudou. E é por isso que escrevo as linhas que se seguem agora, quando CC já não está no poder e ninguém me pode acusar de tachismo ou aproveitamento político.
Fiquei absolutamente surpreendido pela positiva: o gabinete de CC era composto por pessoas extremamente qualificadas, bem preparadas e ideologicamente fundamentalistas (no bom sentido) em relação à natureza pública, equitativa e universalista do SNS. Nas reuniões que tive com o próprio CC encontrei um político extremamente arguto, com uma enorme e rápida capacidade de análise das situações e, ao contrário da imagem que publicamente passou de si próprio, muitíssimo ponderado e até sensato.
Ao contrário do que provavelmente mereceria, fui extremamente bem tratado pela equipa de CC e é com muito orgulho que hoje recordo os 3 meses de verdadeiro frenesim em que tive oportunidade de colaborar com o Ministro da Saúde que hoje abandona o cargo.
Ironicamente, CC sai precisamente na altura em que o seu Ministério apresenta melhores indicadores e deixa projectos de grande qualidade (como o do financiamento da Procriação Medicamente Assistida, em que eu próprio também participei). Pior ainda, CC sai por causa de uma questão emblemática, que deveria ter sido assumida solidariamente pelo PS e pelo governo, e na qual CC tem toda a razão: a reorganização da rede de urgências (tal como antes o havia sido a da rede de maternidades) era (e continua a ser) um imperativo nacional e uma verdadeira necessidade de Saúde Pública. Os hospitais com os quais se celebraram protocolos vão prestar melhores serviços às populações e, de um modo geral (obviamente com necessidade de pequenos ajustes), as alternativas de prestação de cuidados de saúde foram salvaguardadas.
Enfim, CC cai porque Sócrates não resistiu à pressão mediática e à necessidade de começar a fazer flores para garantir a reeleição.
O sector farmacêutico está hoje em muito pior estado do que quando CC tomou posse. No entanto, não me parece justo culpar apenas CC: o lamentável "Compromisso com a saúde" foi um documento promovido e negociado por Sócrates contra a vontade de CC e a Ordem dos Farmacêuticos foi numa primeira fase bloqueada pela Associação Nacional das Farmácias e posteriormente cometeu "hara-kiri" quando a actual Bastonária(?) assumiu o cargo, ficando apenas reduzida a uma aldeia de Astérix coimbrã que tenta remar contra a maré e que, apesar da dimensão, consegue criar a falsa imagem de que a OF enquanto instituição ainda funciona. Ou seja, apesar de CC reconhecidamente não ter ajudado (antes pelo contrário), os farmacêuticos têm muito que se queixar de si próprios e da ineficácia das suas instituições. E não nos esqueçamos de que a medida que mais afecta as farmácias tal como as conhecemos (ou seja, a instalação de farmácias "normais" nas instalações dos hospitais) foi uma invenção de Sócrates acrescentada à última hora a um acordo (feito à revelia da OF) em que nenhuma das partes (governo e ANF) se apercebeu do que estava a fazer.
De qualquer maneira, para os farmacêuticos a saída de Correia de Campos é irrelevante: nada do que já se passou vai voltar atrás e não era provável que o governo introduzisse novas alterações antes do final da legislatura.
Há 4 anos não pensava vir a escrever o que escrevi durante os 3 anos seguintes. E durante esse período não imaginava que pudesse ser este o tom do texto que escrevo hoje. Mas a vida é mesmo assim, feita de altos e baixos, avanços e recuos e as primeiras impressões aparentemente são muito mais importantes do que as que se constroem a seguir.
Para mim, pessoalmente, é uma pena ver sair CC.
Etiquetas: Política de Saúde
terça-feira, janeiro 29, 2008
Se o que passou pelo meio das pernas do Helton tivesse antes cruzado os joelhos de Rui Patrício (ou, pior ainda, de Ricardo), haveria agora um guarda-redes verde a ser frito em azeite enquanto os doutos comentadores desportivos da nação perorariam sobre a "teimosia de Paulo Bento" para com Stojkovic.
Este Sporting-Porto acabou como o anterior: uma das equipas ganhou graças a erros do guarda-redes adversário e à inoperância de avançados alheios. A diferença é que desta vez a vitória do Sporting (2 secos que poderiam ser 3 se o Bosingwa fosse um homem normal e não corresse os 100 metros em menos de 9 segundos - estou a falar do lance do Liedson no fim do jogo) foi considerada "imerecida" e "exagerada" pelas habituais cabeças bem pensantes que regem o modo como devemos interpretar o futebol (ao contrário da vitória do FCP na primeira volta, que "premiou a eficácia"). Houve mesmo quem chegasse a insinuar que o Sporting ganhou graças a um erro do árbitro, que perante dois lances "iguais" decidiu uma vez bem e outra mal, beneficiando o SCP. Ora, mesmo sabendo que felizmente há poucos jesualdos e pedros emanuéis neste mundo, gostaria de desfazer o mito urbano que entretanto se instalou:
- Em primeiro lugar, os lances não são iguais: o golo anulado ao FCP resulta de um lance de bola parada em que Lisandro está (como aliás é habitual nele) estacionado sozinho no meio da área, 1,5 corpos à frente do último defesa do Sporting, pelo menos um minuto antes da bola sair dos pés de quem fez o cruzamento. Ou seja, o fiscal de linha teve tempo para se posicionar, olhar para o Lisandro, dizer-lhe adeus, avisá-lo de que ele estava fora de jogo, insistir com ele mesmo depois dele se recusar a sair de lá, perguntar-lhe pelos filhos, até que por fim teve mesmo que apitar quando a bola entrou. No caso do golo do Sporting, Vukcevic tem apenas uma cabeça fora de jogo e o lance é rápido e de bola corrida. Assinalar fora de jogo neste lance (mesmo que correctamente) seria um grosseiro acto de má fé e mereceria claramente uma referência no processo Apito Dourado. Era humanamente impossível perceber que Vukcevic estava fora de jogo. Aliás, se o penteado de Vukcevic fosse igual ao de Raul Meireles, duvido que mesmo as câmaras de televisão conseguissem identificar a ilegalidade;
- Em segundo lugar, uma pequena questão de matemática: o Sporting marcou dois e o Porto zero. Dois menos um dá um, que continua a ser mais que zero.
We went to the movies the other night. I sat in an aisle seat as I usually do because it feels a little roomier. Just as the feature was about to start, a blonde from the center of the row got up and started working her way across.
"Excuse me, sorry, oops, excuse me, pardon me, gotta hurry, oops, excuse me."
By the time the blonde got to me I was trying to see the screen and I was a little impatient so I said, "Couldn't you have done this a little earlier?"
"No!!"was the loud whisper, "The TURN OFF YOUR CELL PHONE PLEASE message just flashed up on the screen and mine is out in the car."
Etiquetas: Spellbound
sábado, janeiro 26, 2008
O Besugo escreveu isto:
Vamos deixar a Espanha inteira e pegar na Galiza. Pegadinha a Trás-os Montes e ao Minho, não é?, pois é, mas deixemos o Minho e a Galiza litoral, a das imigrações, a Galiza mais desenvolvida e povoada. Vamos pegar assim, para ficar mais ou menos equilibrado: Trás-os-Montes e Alto Douro é uma província? É. Ourense é uma província? Pois é, também.
E vamos agora acelerar, que a minha vida não é esta e tenho de me levantar cedo. São precisos dados? Muito bem.
A Província de Trás-os-Montes e Alto Douro tem 2 distritos, Vila Real e Bragança. Trás-os-Montes e Alto Douro tem, portanto, cerca de 400.000 habitantes, mais ou menos. A Província de Ourense tem à volta de 345.000 habitantes. Pode comparar-se assim? Penso que assim se pode.
A província de Trás-os-Montes e Alto Douro tem uma área de 11.000 Km2, enquanto a de Ourense tem, por alto, 7.300 Km2. Pode comparar-se: as pobrezas comparam-se em todas as dimensões.
Em Trás-os-Montes e Alto Douro é como se sabe. Posso fazer um desenho um dia destes, mas por hoje passo. Vamos à Província de Ourense, à Galiza interior. Vamos?
Bom. A Província de Ourense tem 92 concelhos. Vão de Avion a A Peroxa, Monterrá a Maside, Verin a O Barco de Valdeoros, de Ourense a Castrelo de Miño. São 92 concelhos. O curioso é que tirando Ourense (110.000 habitantes), o resto são pequenos povos. Tirando Verín (13.500), Barco de Valdeorras (13.300), O Carballiño (12.800) e, vá lá, Xinzo de Limia (10.000), o resto tem entre 600 e 4000 almas viventes. A Teixeira tem, mesmo, só 569 pessoas, sendo de referir que os concelhos de O Bolo e de A Bola, juntos, perfazem 2900 seres humanos. É assim, não vale a pena inventar.
Ora bem. Então e nestes 92 concelhos quantos Centros de Saúde há? Há 110. Porquê? Porque sim. Porque há 14 concelhos que têm mais que um. Ourense tem 5. E Castrelo de Miño, por exemplo, tem 3. Palavra de honra: tem 3, e tem 2095 habitantes. Deve ser, talvez, terra de pouca gente e muito ancha, não?
Desses Centros de Saúde, 15 têm Serviços de Urgências permanentes. Falo de Ourense, de Verín, mas também de Viana de Bolo, Xinzo de Limia, O Carballiño, O Barco de Valdeorras, Bande, Ribadavia, são 15. Ribadavia tem 5500 habitantes, por exemplo.
Os Centros de Saúde que não têm urgência "drenam" (detesto esta palavra, mas, como disse, não me pagam para escrever - quanto mais para escrever bem), num critério que não é outro senão o da proximidade, para o Centro de Saúde - com urgência - mais próximo.
Os Centros de Saúde com Urgência permanente têm, em mais de 60% dos casos, além de clínicos gerais (habilitados a fazer suporte básico de vida, que é fundamental pelos motivos que se prendem com aquela parte de o coração bater e de a gente respirar), pediatras, e enfermeiras de Obstretrícia. Em 25% deles há dentistas - cá, nem nos hospitais. Há Fisioterapia, em cerca de 10% dos Centros.
Nesses 110 Centros de Saúde trabalham, ao todo, salvo óbitos recentes ou intervenções externas de Correia de Campos, 275 médicos generalistas, 45 pediatras, 15 dentistas, um porradão de enfermeiras e enfermeiros, variadíssimos técnicos, assistentes sociais. Muitos desses Centros têm possibilidade de fazer análises clínicas e radiografias.
Ora bom, encurtando distâncias que ainda tenho de ir mandar um e-mail ao Paulo Bento: além destes Centros de Saúde, a Província de Ourense tem que mais?
E agora uma pausa educativa. Escutei assim uma pergunta, há bocadinho: "isso de Verín, com 13.000 habitantes, é preciso ver até que ponto vai o quase...".
Vai até aqui: 80 camas, 42 médicos, Medicina Interna, Cirurgia, Anestesiologia, Reanimação, Dermatologia, Unidade de Dor, Fisioterapia, Otorrino, Oftalmologia, Urologia, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Psiquiatria... por aí fora. A Régua, a cidade, tem 11.000 habitantes. E não tem quase nada.
Os cuidados de saúde são como o resto. Devem relacionar-se entre si da mesma maneira que se relacionam as pessoas: ou há relações - e têm de ser próximas, daí a importância dos lugares, porque os lugares são as pessoas em espaços pequenos, médios, do tamanho que tiverem - ou não as há e, nesse caso, que se foda a Bwin Liga.
Se é assim na Galiza Pobre, pensem como será na Galiza Rica. Na Catalunha, na Comunitat Valenciana, no País Basco, na Andaluzia, no caralho!
Repito: pode haver coisas boas nos lugares e haver, na mesma, estradas que nos transportem entre lugares.
Ao que o Maradona respondeu assim:
Deixando os particulares de lado, que com esperteza aqui esperteza ali toda a gente se consegue safar do que quer que seja (mais ou menos como fazer uma cassete para vender um jogador, com a excepção do romagnoli, que só se conseguirá vender apresentando um conjunto de fotografias pela lebowitz - nota: não estou a dizer que o besugo se tentou safar, estou a afirmar que eu me conseguiria safar dos pedacinhos mais levanta estádios do texto do besugo), os números queriam apenas dizer - e eu queria dizer apenas isso, por isso até me dei ao trabalho de só fazer contas de cabeça - que os aglomerados urbanos são maiores ali para os lados da Galiza do que para os lados de Trás-os-montes.
Eu não sei isso porque estudei (ninguém me pode acusar disso) mas porque é uma tendência que me disseram que há: país mais rico e eficiente, populações mais concentradas. Por isso Ourense produziu uma capital de 110 mil habitantes e Trás-os-montes produziu uma capital (digamos assim) de 50 mil habitantes. Era só isso. Este padrão repete-se quer no sentido ascendente da escala quer no sentido descendente, uma situação que traz dificuldades que não deviam ser esquecidas.
O besugo terá reparado que, aliado a isto, a Espanha é muito mais rica que Portugal (mais empresas e o caralho: só na galiza: pescanova e a zara e essas merdas). E não só: há ainda a particularidade de a Galiza ser uma provinvia autonómica de Madrid, que é quase tão bom como ser a Região Autónoma da Madeira de Lisboa. Será natural, portanto, que uma pessoa viva pior que os espanhois ali de Ourense. Viver pior quer dizer, por exemplo, também ter piores cuidados de saúde. Tudo o resto sendo igual (que não é, como defendo mais à frente), o que se segue, por muito que se martele, é também e em parte uma diferença de dinheiro:
Os Centros de Saúde com Urgência permanente têm, em mais de 60% dos casos, além de clínicos gerais (habilitados a fazer suporte básico de vida, que é fundamental pelos motivos que se prendem com aquela parte de o coração bater e de a gente respirar), pediatras, e enfermeiras de Obstretrícia. Em 25% deles há dentistas - cá, nem nos hospitais. Há Fisioterapia, em cerca de 10% dos Centros.
Nesses 110 Centros de Saúde trabalham, ao todo, salvo óbitos recentes ou intervenções externas de Correia de Campos, 275 médicos generalistas, 45 pediatras, 15 dentistas, um porradão de enfermeiras e enfermeiros, variadíssimos técnicos, assistentes sociais. Muitos desses Centros têm possibilidade de fazer análises clínicas e radiografias.
Sem querer parecer o Pacheco Pereira e ultrapassando a questão do volume de dinheiro das pessoas e do país, a questão que interessará explorar não será, portanto, a comparação directa entre número de centros de saúde e disponibilidades humanas e tecnologicas do hospital de Ourense e Vila real (que é uma adição, operação que até o Macário Correia fez em Tavira), mas uma coisa mais simples e muitíssimo mais complicada (mesmo para mim): como utilizar o que há (e que é, nem mais nem menos, o que há) de forma o mais espectacular possivel (que é uma operação distributiva, a que vulgarmente se dá o nome de administração pública).
É aqui que eu sempre quis chegar. Concordo com tudo: as estradas são menos imporantes que a saúde. Foda-se, mas eu disse outra coisa? A educação, a justiça, mesmo os centros de estágio, são menos importantes que a saúde, disse alguma coisa que contrariasse isto?
Mas a verdade é que Portugal não gasta menos em saúde que a Espanha. Gasta mais. Se gasta mais, e mesmo considerando que somos menos ricos, há razão para a diferença de quantidade de centros de saúde e de dentistas e e de máquinas com luzinhas e essas merdas entre Ourense e trás-os-montes?
É, como sempre, um problema de eficiência, que deriva, no meu entender (enfim), da cobardia dos politicos perante a natural resistência à mudança do portugues. Foda-se, eu não sei se o Correia de Campos é bom ou mau. Aliás, é unânime que na educação e na saúde nunca houve um bom ministro. O que eu tenho é uma sensação louca de que isto, com pouco esforço e um bocadinho de peito, poderia estar muito melhor.
Parte da minha familia é de Alcoutim, o concelho mais pobre de Portugal. Em 1960 Alcoutim tinha 10 mil habitantes. Hoje tem, salvo erro, 3 mil. As pessoas não desapareceram, foram para Faro, como fez a minha familia (demoraram 3 dias).
Faro tinha, em 1960, 35 mil habitantes; agora tem 60 mil. Esta merda não exigiu que se mudassem medicos de Alcoutim para Faro? Por acaso não, porque o que se fez foi produzir mais médicos. Mas Portugal só tem um bocadinho de menos médicos por mil habitantes que a espanha, e mais que a Inglaterra, que o Luxemburgo e o Japão. Porque é que há gajos nas avenidas novas sem médico de familia e terras sem serviços de saúde em trás os montes? O que é que se passa aqui?
Eu não sei o que é que se passa aqui. Tenho a certeza é que o país muda, muda, muda e muda mais; estou até convencido que o país pode embracar todo amanhã para a Republica Centro Africana, mas o caralho dos serviços publicos ficariam cá a garantir que nada feche e que, claro está, nada abra.
Não tenho nenhum conhecimento concreto das razões técnicas que levaram aos recentes fechos de estabeleciemntos de saúde em Trás-os-montes e noutros sitios. Mas, na minha irresponsabilidade, fico muito contente por ver um político a provocar protestos, revoltas e escândalo. Pena que sem cargas policiais, mas não se pode ter tudo.
E pronto, era isto. Como vê, besugo, eu não discordo de si. Eu tenho é mais tempo para estar aqui que você. 700 quadradinhos em branco para preencher numa folha excel não fazem barulho à porta do escritório.
PS: peço desculpa por não ter conseguido recuperar o texto que me valeu a gloria. estou um bocadinho farto das hortensias e estava a tentar substitui-las por qualquer outra coisa e vai daí aquilo desapareceu tudo. vidas.
PS - Correia de Campos tem razão na questão das urgências. Os problemas que decorrem de serviços médicos de má qualidade não fazem manchetes nos jornais e Portugal é o país do parolo que passa fome para ter um BMW estacionado à porta de casa (leia-se SAP aberto para ninguém lá ir ou para os que lá vão serem reencaminhados para o local onde deveriam ter ido inicialmente). No entanto, há aqui uma questão de fundo: o fecho de SAPs, verdadeiras e falsas urgências não pode ser feito sem um movimento que acautele os novos fluxos de doentes que previsivelmente existirão (veja-se o caso do Hospital de Aveiro, à volta do qual fecharão 5 urgências nocturnas). CC tentou fazer isso com base no programa de reforma da rede de urgências. Na minha opinião é aqui que está o problema: o relatório que deu origem a este processo não parece ter sido bem feito e seguramente falhou nas previsões de evolução da procura (pelo menos no caótico Hospital de Aveiro). Há uma outra questão que afecta o outcome de tudo isto e que na minha opinião é a mais importante: em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Espanha faz o que faz porque o Estado espanhol tem superavit e não défice e em Espanha há médicos a mais. Portugal e o SNS não têm nem dinheiro nem médicos. E quem não tem dinheiro não pode ter vícios (a abertura nocturna de serviços médicos que estão às moscas é um luxo que não pode ser tolerável num país como o nosso). Apesar de tudo prefiro a clareza: em concelhos como Estarreja não existe um verdadeiro serviço de urgência nocturna, pelo que o que vai fechar é outra coisa qualquer. E inteligentemente os políticos locais (num processo liderado pela AM) conseguiram trocar uma mão cheia de nada por um enorme pacote de benefícios para o hospital local. No fim das contas, a população não perde nada de noite e ganha muito de dia. E é assim que provavelmente vai acontecer em toda a parte. Hospitais XPTO como na Galiza? Esperemos pelo petróleo das Berlengas.Etiquetas: Política de Saúde, Política Estarrejense
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Como se não bastassem a cruzada fascizóide da ASAE contra as colheres de pau, barrigas de freira, alheiras e chouriços, o moralismo social da lei do tabaco, o jogging de Sócrates ou as tentativas de uniformização, certificação, padronização, normalização e sei lá mais o quê das diversas "instâncias" europeias, há agora um novo movimento social que dá mais algumas boas razões para se bater fortemente com a cabeça nas paredes: são as empresas e indivíduos que se auto-flagelam, inventando fantasmas em actos perfeitamente banais do dia-a-dia.
Comprei anteontem um conjunto de três pacotes de bolachas da Nestlé que vêm com oferta de uma vulgar caneca (de loiça) para o leite. No entanto, colado no plástico que envolvia o conjunto (aliás, o kit), lá estava o aviso: "se a caneca que é oferecida juntamente com este produto estiver partida ou tiver alguma imperfeição, por favor devolva-nos todo o conjunto de produtos, pois o seu consumo pode envolver graves riscos para a saúde"!!! Estamos a falar de três pacotes de bolachas, embrulhados em "papel de embrulhar pacotes de bolachas", que por sua vez estavam envolvidos num pouco de película aderente, num pacote conjunto que também incluía uma caneca de porcelana! Como é possível que alguém tenha tido sequer imaginação para prever um risco destes?
Estamos, obviamente, a ficar todos esquizofrénicos. E as empresas começam a tratar os cidadãos como atrasados mentais, numa insólita febre de demonstrar responsabilidade social, mesmo quando é preciso fazê-la nascer a partir das pedras da calçada.
Nestas ocasiões lembro-me sempre do choque que senti quando, na primeira vez que fui aos EUA, reparei no autocolante que se via em todos os retrovisores dos automóveis: "objects in mirror are closer then they appear".
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sexta-feira, janeiro 25, 2008
Nota à Imprensa
URGÊNCIAS ESTARREJA
1 –Face aos factos que têm vindo a público sobre o serviço de urgências no Hospital de Aveiro, nomeadamente esta última situação que envolveu directamente um cidadão de Estarreja, entende o Partido Socialista de Estarreja que, até estarem apuradas as conclusões do inquérito da Inspecção Geral de Saúde e até o Hospital de Aveiro dar garantias de poder assumir o pleno atendimento dos utentes provenientes de Estarreja como é exigível, as urgências do Hospital de Estarreja deverão permanecer abertas 24 horas, mesmo nas actuais condições.
2 – O Partido Socialista, na defesa intransigente da população de Estarreja, está a envidar esforços junto das estruturas do Ministério da Saúde – através dos seus deputados eleitos por Aveiro e, nomeadamente, da deputada Marisa Macedo - para que Estarreja venha a ter, no mais curto espaço de tempo possível, a ambulância prevista no protocolo, e que se avance, desde já, com a reestruturação das extensões de saúde do concelho, de forma a reforçar os cuidados de saúde primários, bem como pela concretização das medidas previstas no protocolo que ainda não estão implementadas.
3 - O Partido Socialista de Estarreja considera que o protocolo celebrado com o Sr. Ministro da Saúde, que prevê o encerramento entre as 24 e as 8 horas da manhã das actuais urgências (serviço que os estarrejenses julgavam ser um verdadeiro serviço de urgência), dado os benefícios que, por outro lado, introduzirá no Hospital Visconde de Salreu, tornará esta unidade hospitalar melhor, mais bem equipada e com maior capacidade de resposta desde que seja escrupulosamente cumprido.
24 de Janeiro de 2008
A Comissão Política do Partido Socialista de Estarreja
Entretanto, aqui ficam algumas das reacções ao comunicado:
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quarta-feira, janeiro 23, 2008
As reorganizações das maternidades e da rede de urgências estão seguramente entre as medidas mais correctas (e, reconheça-se, mais mal explicadas) de Correia de Campos.
O folclore que se criou à volta desta questão tem sido um perfeito desfilar de disparates.
A análise desta polémica por Luís Delgado e Rui Tavares ontem à noite na SIC notícias foi provavelmente um dos pontos mais baixos da análise às políticas de saúde em Portugal e houve momentos em que chegou mesmo a ser confrangedora. Luís Delgado (o mesmo que um dia disse algo do género "não se sentia mais burro que os americanos e por isso também tinha direito a comprar Aspirina num supermercado sem ninguém o chatear") chegou até a defender a existência de um hospital em cada povoação e o fim dos limites ao orçamento da saúde....!
Enfim, não vale a pena perder tempo com detalhes da desgraça alheia. A questão fundamental que se coloca é esta: como é que indivíduos tão mal preparados têm a coragem de se pronunciarem publicamente (ainda por cima em directo e para todo o país!) sobre um assunto relativamente ao qual percebem tão pouco? O refúgio no facto de se ter tratado de uma "análise política" e não técnica não vale para justificar tamanha ignorância. Simples descaramento e desejo de protagonismo? Não chega.
A explicação parece-me mais fácil e na minha opinião tem pouco a ver com os casos específicos da Saúde ou de Correia de Campos: em Portugal existe a tradição de bater nos fracos e estar ao lado dos fortes. Os mesmos que um dia eram santanistas contra Sócrates hoje surgem como socráticos contra Menezes ou, pior ainda, socráticos contra "alguns maus ministros". Neste momento CC está na mó de baixo e a habitual turba de yesmen do poder decidiu considerá-lo como um alvo a abater. A partir de agora as armas estão apontadas a CC e os jornalistas iniciaram uma marcação cerrada que só terminará quando o Ministro da Saúde sair.
No entanto, este tipo de tentativas de linchamento público não resultam com Sócrates: enquanto os jornais entrevistam as velhinhas de Anadia e perseguem CC, todo o resto do governo descansa e, pela calada, faz o que lhe apetece. Por outro lado, ao manter CC, Sócrates mostra que é determinado, leal aos seus amigos e imune a pressões externas, o que reforça a sua imagem enquanto primeiro-ministro.
Ou seja, a perseguição a CC funciona paradoxalmente como um seguro de vida para o próprio MS e um factor de unidade do governo. CC não vai cair, muito menos quando o que está em causa é uma das medidas mais correctas e emblemáticas do seu Ministério.
Os Luíses Delgados deste país bem podem estrebuchar, mas a verdade é que não passam de instrumentos que Sócrates utiliza com mestria para gerir o país e o governo.
Etiquetas: Política de Saúde, Política Nacional
segunda-feira, janeiro 21, 2008
A blind man wanders into an all girls biker bar by mistake.
He finds his way to a bar stool and orders some coffee. After
sitting there for awhile, he yells to the waiter, "Hey, you wanna
hear a blonde joke?"
The bar immediately falls absolutely silent.
In a very deep, husky voice, the woman next to him says, "Before you
tell that joke, sir, I think it is only fair -- given that you are
blind -- that you should know five things:
1. The bartender is a blonde girl with a baseball bat.
2. The bouncer is a blonde girl.
3. I'm a 6 foot tall, 175 lb. Blonde woman with a black belt in karate.
4. The woman sitting next to me is blonde and a professional weightlifter.
5. The lady to your right is blonde and a professional wrestler.
Now, think about it seriously, Mister. Do you still wanna tell that joke?"
The blind man thinks for a second, shakes his head, and mutters,
"No... Not if I'm gonna have to explain it five times."
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domingo, janeiro 20, 2008
Antes de prosseguir com este texto, devo fazer um pequeno parêntesis para uma pequena declaração de interesses: o blogger que escreve este texto às 9:28 de um domingo de manhã foi acordado por uma sequência de foguetes emitidos no centro de Santa Maria da Feira de uma forma metódica, de 30 em 30 segundos, entre as 9:00 e as 9:15 deste mesmo dia.
Continuando, dizia eu, não há (nem pode haver) ideia mais idiota que a do lançamento de foguetes: trata-se de uma actividade perigosa, barulhenta e que não é bonita (pois ocorre durante o dia e os ditos-cujos apenas emitem uma pálida e fugidia luz amarela ao estalarem - e mesmo assim temos que estar concentrados e a olhar na direcção certa para a vermos). Sendo assim, como justificar esta estupidez colectiva que consiste no lançamento de foguetes? Não me parece que o lobby da pirotecnia tenha poder suficiente para sustentar a renovação de incêndios florestais evitáveis e de sucessivas gerações de crianças queimadas, cegas ou manetas que a irresponsabilidade dos promotores da utilização destes produtos sempre origina.
Na minha opinião, qualquer tentativa de encontrar uma explicação racional para o surgimento do costume de lançar foguetes pirotécnicos constituirá sempre uma sobrevalorização do intelecto de quem inicialmente promoveu esta actividade. Ou seja, nem tudo na vida tem uma razão lógica: há momentos da história da humanidade que são simplesmente exemplos de estupidez no seu estado mais puro ou, se preferirmos, há momentos em que o ser humano tem uma aparentemente irresistível tentação por seguir a via menos racional. E, como se prova pelo caso dos foguetes, há ocasiões em que este tipo de atitudes funciona segundo uma dinâmica de grupo, que ninguém se atreve a contestar.
É neste grau de cretinice fascizóide que hoje vivemos: com a mesma cara com que aplaude de pé a lei que oprime os fumadores e o show-off da ASAE, a sociedade do politicamente correcto encolhe os ombros e sorri paternalista para a actividade de lançamento de foguetes. Estas três situações têm, no entanto, um ponto comum: a insustentável tentação de chatear o próximo. No meu caso, há que reconhecê-lo, estão de parabéns: o objectivo foi plenamente atingido.
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quarta-feira, janeiro 16, 2008
Etiquetas: Coisas da Vida
Faça como eu: transgrida! | ||||
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Reza a história que, certo dia, o marechal-de-campo Montgomery disse a Winston Churchill: "Não bebo, não fumo. Durmo bastante. É por isso que estou 100 por cento em boas condições físicas e mentais". Resposta pronta do primeiro-ministro britânico: "Bebo muito. Quase não durmo e fumo um charuto atrás do outro. É por isso que estou 200 por cento em boas condições físicas e mentais". Desde 1 de Janeiro que eu e todos os portugueses estamos proibidos de fumar um charuto que seja no Pap'Açorda ou noutros templos de culto da arte de bem viver. Portugal macaqueia assim a moda higiénica "made in USA" que invadiu a Europa nos últimos anos. Ainda me recordo da minha primeira visita a Nova Iorque, em 1993, quando tendo feito menção de acender um charuto, na zona de fumadores de um restaurante, para encerrar em beleza um magnífico jantar, fui ameaçado de ser posto na rua se me atrevesse a acender "that thing you have in your hand". Esta hostilidade desnecessária contra os fumadores está, 15 anos depois, institucionalizada no meu país. Há meses que zelosos inspectores da ASAE, cumprindo com escrúpulo inaudito directivas comunitárias transcritas para a ordem jurídica nacional, sem que o Governo contemple qualquer derrogação ou regime de excepção, fecham restaurantes, condicionam comércios e perseguem hábitos alimentares seculares que fazem parte da nossa tradição. No afã persecutório que tomou conta dos destinos da nação não há enchido que não esteja em causa, arroz de cabidela que seja permitido, papas de sarrabulho que passem a inspecção, jaquinzinho que cumpra a directiva, molho picante caseiro que possa ser usado, galheteiro que ouse ser manuseado. A obsessão leva o Estado também a proibir a venda directa do produtor ao consumidor: a fruta pode estar imprópria, o vinho e o azeite adulterados, a batata - quiçá - não estandardizada. Esta missão securitária levará o Estado, num próximo passo não muito distante, a invadir as nossas casas para regulamentar casas de banho, aferir cozinhas e utensílios (cuidado com as colheres de pau...) e, - por que não...? - vigiar comportamentos pessoais julgados menos higiénicos. No mundo moderno de que ansiosamente queremos fazer parte estimula-se a artificialidade: a comunicação social cultiva políticos de porte atlético e conduta 'própria', persegue figuras públicas que não tenham uma imagem 'imaculada'. No fundo, o que realmente se acaba por incentivar é a velha hipocrisia: públicas virtudes, vícios privados... Como a natureza humana não se modifica com o calendário e a tradição - felizmente - ainda é o que é, resta-nos fazer uso da deliciosa arte da transgressão. O meu convite ao leitor(a) é este: não se intimide com a cruzada higiénica. Faça como eu: transgrida, porque não há prazer maior que o proibido! É isso mesmo que tenciono fazer em 2008: ir pelas tascas do Minho bebendo vinho verde em malgas de porcelana gastas, devorar cabidelas, sarrabulhos e arrozes de forno de Ponte de Lima ao Douro, sorver sopas de pedra (com a dita no fundo da panela) por Almeirim e arredores, trincar inúmeras bolas de Berlim na praia, - sem celofane, por favor... E quando, em plena digestão de tanto prazer ilegal, abrir a TV e olhar o nosso PM, em pose atlética, a correr e dar voltas e voltas a uma qualquer marginal ou praça vermelha por esse mundo fora, desfazer-me-ei em gargalhadas alarves, qual animal feroz! Sempre de charuto na mão. Em honra a Winston Churchill e em nome da liberdade! |
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Hiro Nakamura!
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sexta-feira, janeiro 11, 2008
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quinta-feira, janeiro 10, 2008
Nos últimos dias Sócrates tem dado uma goleada a todos quantos ambicionam coçar as costas com o dedo mindinho do pé esquerdo enquanto tiram macacos do nariz com o calcanhar direito.
Os casos da quebra da promessa de referendo porque o tratado agora é "completamente diferente", da Ota que agora é Alcochete, das 14 prestações de 68 cêntimos que eram "muito melhores para os utentes" vieram reforçar o curriculum de um homem que já somava êxitos assinaláveis como a ausência de portagens nas SCUTs ou a promessa de não subir impostos.
PS - Eu até concordo com a inexistência de referendo. E também dou algum valor a opiniões como as que dizem que "só um idiota é que vota num partido porque ele promete que não há portagens numa estrada qualquer ou porque diz que vai fazer referendos por tudo e por nada" ou "mas há alguém que ainda acredite nas promessas dos políticos?". De qualquer modo, gostava que existisse alguma accountability também na política. A inexistência do PSD não deveria servir para justificar Sócrates.
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Além da sempiterna falta de tempo, o principal motivo que me fez não intervir na discussão sobre o orçamento da CME para 2008 foi o facto de estar farto de ver os mesmos argumentos falaciosos serem repetidos ano após ano.
Este ano existiram duas novidades: a insólita adesão da CDU a esta estratégia e o facto das vítimas que este modo de actuar inevitavelmente cria se terem começado a queixar.
Enquanto fui deputado municipal (2001-2005) analisei três orçamentos apresentados por José Eduardo de Matos e todos apresentavam o mesmo defeito: o baralhar e dar de novo das obras não executadas no ano anterior, que obviamente aumentava o valor do orçamento para o ano seguinte. E o pior é que, perante a indecência da situação (também originada por regras do POCAL, mas que o executivo nada fez por clarificar - cheguei a propor na AM a apresentação de um outro documento apenas com valores executáveis, mas JEM e o PSD nem sequer responderam à minha proposta...) criada pelo facto da inacção do executivo camarário gerar orçamentos cada vez maiores de ano para ano, tanto maiores quanto menos a CME fizesse no ano anterior, a CME sistematicamente fazia publicar, a expensas dos cidadãos, documentos laudatórios da sua própria ineficácia, vangloriando-se dos "maiores orçamentos de sempre", omitindo que a dimensão dos orçamentos apenas era o reflexo da falta de capacidade de concretização de projectos que herdou do passado.
Aparentemente, como o Camilo Rego mostra de uma forma que não deixa dúvidas (ao contrário da manipulação de números apresentada pela CME, perdão, pelo José Matos...) voltou-se a passar o mesmo com o orçamento para 2008: depois de pouca obra e muitos adiamentos, a CME utilizou estes últimos para engrossar o bolo dos projectos para Canelas, mascarando uma enormíssima diminuição do investimento naquela freguesia.
Ainda assim, e mesmo face a esta cascata de actos arrogantes perante a sociedade e a própria oposição (interna e externa), tinha decidido não me pronunciar sobre isto, tantas foram as vezes que já dei para este peditório.
No entanto, o José Matos incluiu-me nas respostas que escreveu. E como facilmente se percebe, eu já não poderia deixar passar mais esta.
É lamentável que a CME tenha entrado na fase em que quem está contra é tratado como o tolinho da aldeia, o atrasado mental sem acesso à informação, que diz coisas só para armar estrilho. Ainda por cima quando do outro lado apenas saem desonestidades intelectuais e fraudes políticas.
Como em tempos aqui escrevi, ninguém consegue enganar toda a gente durante todo o tempo. E é com isso que o José Matos tem dificuldade em conviver.
Caro José: o paternalismo não é uma boa estratégia de discussão. E não faz com que passes a ter razão. Aliás, antes pelo contrário: o paternalismo é a reserva dos poderes absolutos quando absolutamente mais ninguém quer saber deles.
A governação de José Eduardo de Matos está em profunda decadência e sem saber para onde se virar. Embora tenham passado pouco mais de 6 anos desde que chegou ao poder, o actual executivo camarário apresenta todos os defeitos de exaustão, cansaço, derrotismo e falta de ideias dos regimes antigos e nenhuma das virtudes que a experiência poderia proporcionar.
Por mim já não me ralo: o que não admito é que tratem os cidadãos como imbecis. E este texto faz isso.
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segunda-feira, janeiro 07, 2008
AINDA A AQUISIÇÃO DA "ÁRVORE DE NATAL"
Quando confrontado com o teor do Comunicado do PS acerca do alegado "negócio" da Árvore de Natal, o Sr. Presidente da Câmara de Estarreja, apenas disse "desconhecer".
"Desconhecer" ou "ignorar", são, aliás, dois dos verbos favoritos do Sr. Presidente da Câmara quando o assunto não lhe agrada. Assim foi com a denúncia do roubo de areias do Parque Industrial; assim foi aquando das descargas das lamas com mau cheiro nos campos de Canelas; assim foi aquando dos peixes mortos no esteiro de Canelas; assim tem sido em quase tudo o que exige explicações e esclarecimentos.
Uma vez mais, e numa altura em que sobre o negócio da aquisição da árvore se levantam rumores preocupantes e sobre o qual recaem dúvidas, no mínimo, muito pertinentes, nem uma palavra do Sr. Presidente da Câmara, quando foi a Câmara quem financiou a aquisição da árvore em perto de 36 mil e 300 euros.
Quanto à reacção da SEMA, que afirma ponderar participar do PS ao tribunal, apenas deixamos duas sugestões:
Quando enviar a queixa contra o PS para o Ministério Público, que aproveite e envie também o contrato de aquisição da arvore, a deliberação da Câmara sobre a atribuição do subsídio e as informações internas relativas a essa deliberação.
E já agora, que desses documentos envie também cópia para a Inspecção Geral da Administração Local (ex-IGAT) e para o Tribunal de Contas.
Como parte interessada no processo, se nada tem a temer, é o que a SEMA devia fazer, para não ficar mal ao lado do silêncio comprometedor do Sr. Presidente da Câmara.
Estarreja, 7 de Janeiro de 2007
A Presidente da Comissão Política do PS Estarreja
Marisa MacedoEtiquetas: Política Estarrejense
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sexta-feira, janeiro 04, 2008
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Eu também fiquei assim. Mas Obama também é uma boa solução. Sobretudo contra Huckabee, serão favas contadas!
Etiquetas: Política Internacional
O NEGÓCIO DA ÁRVORE
1. O Partido Socialista manifestou, em devido tempo, a sua discordância pelo facto da Câmara de Estarreja ter gasto 36 mil e 300 euros numa árvore de Natal, numa época em que não paga o que deve a tempo e horas, designadamente às colectividades e fornecedores. Não se trata de ser contra a árvore de Natal. O que aqui está em causa é o facto de se gastar esta quantia exorbitante num bem que qualquer pessoa vê que não tem, nem de perto, esse valor.
2. Além das evidências, o PS tem escutado os rumores e recebeu mesmo uma comunicação de um munícipe de Beduído, no qual eram denunciados factos no mínimo duvidosos, associados à aquisição da árvore e ao subsídio pago pela Câmara à SEMA.
3. Face a isto, o PS, através da sua líder da bancada na Assembleia Municipal, na última sessão desse órgão, confrontou o Presidente da Câmara, questionando-o se era, ou não, verdade que a Câmara deu esse subsídio à SEMA (Associação Comercial e Empresarial) não só para a aquisição da árvore, mas também para que esta pagasse a dívida que tem perante um fornecedor. E questionou igualmente se esse fornecedor era, ou não, um ex-líder da JSD local.
4. Face a essas perguntas, o Sr. Presidente da Câmara enredou-se numa argumentação que é mais própria de quem está comprometido, do que de quem não tem medo de esclarecer. Acrescente-se ainda que o secretário da mesa da Assembleia Municipal, eleito pelo PSD, é um dos dirigentes máximos da SEMA, que também ouviu e nada disse.
5. Assim, ficamos todos com a sensação que os rumores que correm em Estarreja, são verdadeiros, já que o senhor presidente e o dirigente da SEMA, perante tais acusações, não as negaram.
6. Assim, julgamos pertinente que sejam dados esclarecimentos sobre se o subsídio de 36 mil e 300 euros que a Câmara deu à SEMA, associação que é representada por um membro do PSD, foi, ou não, para pagar uma dívida de milhares de contos desta associação a um ex-líder da JSD.
7. Que a árvore veio com ferrugem, é um facto. Que aquilo que por ela foi pago é um verdadeiro insulto à inteligência dos estarrejenses, é outra evidência que ninguém pode negar, nem mesmo com a justificação "esfarrapada" de que o preço inclui a montagem durante cinco anos!
Um subsídio de mais de 7 mil contos a uma Associação Empresarial, dado por uma Câmara que não cumpre outros compromissos, aliado aos rumores sobre a finalidade desse subsídio, fazem desta história, já de si muito mal esclarecida, um imenso mar de dúvidas.
Um enfeite de Natal que não vale 1/10 daquilo que por ele foi pago, é, de certeza, um belo negócio para alguém!Etiquetas: Política Estarrejense
No dia seguinte, ouvindo na rádio as reacções ao acontecimento, verifiquei que o único líder político que protestara contra a manobra havia sido... Jerónimo de Sousa. Pensei, naturalmente, que "o burro devia ser eu", dado o aparente facto do meu único companheiro de opinião ser um reconhecido anti-capitalista.
Meteu-se o Natal, a passagem de ano e a lei do tabaco e a coisa lá passou (felizmente pelo meio houve mais adesões à causa dos que estranharam a situação - não quer dizer que não possam ter existido antes, mas como não as li... o que os olhos não lêem o coração não sente!) e eis que hoje o Público noticia isto.
Desta vez é demais. Não pode valer tudo. Para que servem o Banco de Portugal ou a Autoridade da Concorrência? Em qualquer outro sector da sociedade (incluindo o futebol) por muito menos já teria sido iniciado um apito dourado ou uma operação furacão.
Segundo a notícia, Santos Ferreira, na qualidade de CEO da CGD (e principal rival do BCP) autorizou o crédito, pela CGD, a alguns indivíduos, para que estes pudessem reforçar a sua posição no BCP e apoiassem a candidatura do próprio Santos Ferreira... a CEO do BCP! Moral da história: a CGD (banco do Estado...) fica sem o seu CEO (que leva consigo toda a informação operacional e estratégica do banco, a não ser que entretanto se cruze com o haitiano do Heroes) e também fica a arder com um empréstimo de 500 milhões de euros, cuja única finalidade é garantir a concretização de... algo que é prejudicial à própria CGD!
Qualquer outro accionista de qualquer outro banco faria tudo para que Santos Ferreira não fosse eleito CEO do BCP, sobretudo depois deste exercício de auto-flagelação da CGD. Aguardemos pela posição do Estado em toda esta matéria.
Cá fica o texto da notícia:
Hugo Delgado/PÚBLICO |
Banco estatal financiou compra de acções |
O PÚBLICO apurou que Joe Berardo, a família Moniz da Maia (Sogema), Manuel Fino, Pedro Teixeira Duarte e José Goes Ferreira receberam crédito da CGD para comprarem acções do BCP, o que lhes tem permitido ter uma palavra a dizer nos destinos do maior banco português.
Em causa estão operações de financiamento que, só no primeiro semestre de 2007, totalizaram mais de 500 milhões de euros, e serviram para adquirir o equivalente a cerca de cinco por cento do capital do BCP por um total de 22 accionistas, mediante recurso a financiamento da CGD.
Desta fatia, cerca de quatro por cento do capital foram adquiridos pelo grupo de cinco accionistas principais referidos durante aquele período. Neste grupo encontram-se os primeiros proponentes de Carlos Santos Ferreira para a presidência do BCP - Berardo e Moniz da Maia.
Conselho aprovou
A garantia destes financiamentos é feita em primeira linha pelos títulos adquiridos, sendo, nalguns casos, reforçada com outros activos de menor volatilidade, segundo informações apuradas pelo PÚBLICO.
Estas operações, que são legais, foram autorizadas pelo Conselho Alargado de Crédito da Caixa formado por cinco administradores: Carlos Santos Ferreira, o então CEO, o seu vice, Maldonado Gonelha, Armando Vara, Celeste Cardona e Francisco Bandeira. Com excepção de Bandeira, que vai integrar a equipa da CGD encabeçada por Faria de Oliveira, todos os restantes já saíram ou vão sair da gestão do banco público. Armando Vara tinha o pelouro do crédito bancário.
Além das dúvidas que podem levantar em termos de gestão de risco - uma vez que estão em causa clientes com carteiras de títulos de grande dimensão e cuja volatilidade envolve o risco de queda da cotação, como tem acontecido com o BCP -, estas operações resultaram em compromissos financeiros de accionistas do BCP aprovados, entre outros, por aqueles que agora são por eles apoiados na luta pela presidência do banco privado: Santos Ferreira e Vara. Todavia, quando o grupo estatal emprestou o dinheiro a Berardo, a Moniz da Maia, a Goes Ferreira e à Teixeira Duarte, não se previa ainda os acontecimentos mais recentes.
Reforço de posições
Este grupo de investidores tem vindo a reforçar a sua presença no BCP, o que lhes têm assegurado uma palavra a dizer no combate que se trava pelo controlo do poder no maior banco privado português. Actualmente, no quadro da assembleia geral de accionistas de 15 de Janeiro, todos eles subscreveram a lista que Santos Ferreira e Vara candidatam ao conselho de administração executivo (CAE). Admite-se ainda que Manuel Fino (que apoia Santos Ferreira) tenha igualmente financiamento da CGD.
No lote alargado de investidores do BCP com financiamento da CGD está mesmo José Goes Ferreira, um dos accionistas sob investigação das autoridades, dada a sua ligação a uma off-shore que comprou acções do BCP com crédito do próprio banco e que se suspeita que possa ser um testa-de -ferro do grupo fundado por Jardim Gonçalves (pelo que as acções não serão suas).
No primeiro semestre de 2007 a Sogema (holding Moniz da Maia) comprou dois por cento do BCP, reentrando no grupo que fundou em 1986, o que lhe permitiu posicionar-se na luta pelo banco, procurando travar Jardim Gonçalves (com o qual se incompatibilizou). Já a Teixeira Duarte, que tinha cinco por cento do BCP, aumentou nos últimos meses para 6,6 por cento, mas tem mantido um comportamento dúbio.
Por sua vez, Berado, que se opõe a Jardim, reforçou a sua presença em dois por cento, passando a deter sete por cento no primeiro semestre de 2007. Fonte ligada ao investidor admitiu ao PÚBLICO que Berardo tenha pedido um empréstimo adicional à CGD, equivalente a mais de um por cento do BCP, mas menos de dois por cento. Mas não confirmou a informação do PÚBLICO segundo a qual Berardo tinha já substituído na CGD a garantia de acções PT por acções BCP, o que implicaria, na prática, que os sete por cento que possui estivessem hipotecados ao grupo estatal. O mesmo responsável revelou que o crédito que Berardo recebeu tem uma cobertura acima de 100 por cento.
O PÚBLICO confrontou a CGD com estas informações, mas o banco preferiu não as comentar nem confirmar se alguns destes accionistas é seu cliente.
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quarta-feira, janeiro 02, 2008
Ainda hoje a imagem mais forte que guardo da minha ida ao World Trade Center é a da multidão engravatada que, com cinco graus negativos, fumava no exterior do edifício enquanto conversava animadamente, perante olhares julgadores e profundamente reprovadores de tudo quanto era pedaço de pulmão saudável (mesmo que envolto em artérias recheadinhas de pingue de primeira classe).
Bem sei que, enquanto há fumadores passivos, não há comedores de hamburgueres passivos, e que o problema da obesidade é muito mais individual e tem menos externalidades que o do tabagismo.
No entanto, a questão não era essa. Aliás, só por coincidência é que esta onda (mundial, reconheça-se) de políticas anti-tabágicas coincide com os interesses da Saúde Pública.
Aquilo que se passava nos EUA há pelo menos sete anos e que provavelmente também
passará a acontecer no Portugal pós-ontem é algo bem mais preocupante: chama-se moralismo social, fundamentalismo pela uniformidade e insustentável paixão pela opressão/repressão.
As sociedades modernas vivem sob a ditadura do politicamente correcto, dos mamilos quadriculados nos anúncios de gel duche, das esposas fiéis e que fazem sexo tântrico, dos primeiros-ministros que fazem jogging, do descafeinado, da manteiga sem sal e do L. casei imunitase.
Os primeiros a cair foram os fumadores, esse estranho grupo de masoquistas que sistematicamente são os principais defensores das medidas anti-tabágicas. A verdade é que eram um alvo fácil e que, reconheça-se, estava mesmo a pedi-las, tão patético é o seu gosto pela auto-flagelação.
A seguir, já está mais ou menos o processo em marcha, virão os gordos.
É estranha esta cíclica necessidade da humanidade de periodicamente encontrar um alvo para, numa primeira fase, azucrinar, mais tarde ostracizar e posteriormente exterminar. Os judeus já passaram por isto mais que uma vez, com as consequências que se conhecem. Desta vez, porém, as coisas são diferentes: os perseguidores já não matam e o ódio pelas vítimas é quase um passatempo social. No entanto, há um lado mais preocupante: agora o alvo somos todos nós.
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SABER FAZER CONTAS
Antes de mais, importa saber fazer contas. Não serei eu um ás nessa Ciência exacta que dizem ser a Matemática, mas saberei provavelmente o suficiente para esclarecer alguns aspectos ou, se quiserem, o suficiente para pôr os pontos nos ii.
- 2.500 euros para a elaboração do Projecto de Electrificação da Variante Sul - pois consta do Plano de Actividades e Orçamento para 2007 devendo ter tido início em Janeiro /2007 e sido concluído em Outubro/2007;
- 5.000 euros para elaboração do Projecto de Electrificação da rua do Picoto Sul com ligação à rua do Espinhal Norte - à semelhança do anterior deveria ter iniciado em Fev/07 e sido concluido em Maio/07;
- 75.500 euros para o alargamento da rua do Corgo que, tal como as anteriores, constava do Plano para 2007 devendo ter sido iniciada em Março/07 e concluída em Dezembro - começou em Dezembro 07;
- 45.000 euros para a beneficiação da rua Vale do Picoto. Deveria ter sido iniciada em Junho/07 e concluída em Dezembro;
- 2.500 euros para o projecto do Largo do novo Cemitério - estava no PA para 2007 devendo ter sido concluído em Dezembro 07;
- 2.500 euros para o projecto do Centro Cívico - constava já em 2007 devendo ter início em Fevereiro.
Importa dizer também que todas estas verbas, que no total ascendem a 133.000 euros, apareciam como financiamento definido para o ano 2007.
Ora bem, nesta altura, podem tirar-se já duas conclusões: a primeira, é que nenhuma das obras, inscritas no PA da CME para a freguesia de Canelas, foi realizada, com excepção da rua do Corgo que se encontra em andamento; a segunda é que os 133 mil euros não foram gastos aqui em Canelas, tal como devia ter acontecido.
Assim, é ilusório dizer-se que se vai aqui gastar mais 277 mil euros, quando 133 mil vêm do Orçamento de 2007 e não foram utilizados. Ficamos então a saber que, do novo Orçamento da CME, o que nos cabe são apenas 144.000 euros, isto contando que as obras venham a ser realizadas, claro!
As contas são estas. E, se imaginarmos que o orçamento para o Carnaval de Estarreja de 2008 é de 165 mil euros... está quase tudo dito.
Quase, porque falta ainda dizer que as obras que a CME teima em inscrever, ano após ano, no seu PA, não são as obras entendidas por prioritárias para os Canelenses.
E, como o Zé diz que está aberto a sugestões - perdoe-me o amigo, mas por momentos, cheguei a pensar que se assumia como elo de ligação entre o povo e a Câmara - aqui vão algumas:
- De nada nos serve o arranjo da zona do Ribeiro quando nada mais teremos para oferecer. Preferíamos a beneficiação dos caminhos que ladeiam o esteiro desde o Ribeiro até ao Porto, pelo menos, criando-se assim, condições para bons passeios de bicicleta ou a pé, através de uma zona magnífica dos campos do Baixo Vouga;
- A aposta num percurso Bioria que, sem desprimor para Salreu, tem condições de excelência nesta freguesia;
- O redefinição e arranjo do largo Campo da Cruz, criando condições para a dinamização desse espaço;
- A resolução do problema do estacionamento na rua Campo da Cruz;
- A ligação a Albergaria-a-Velha, cujo projecto deveria ter sido elaborado no corrente ano (tinha um financiamento definido para 2007 de 20.000 euros) e em cuja execução se previa gastar em 2008 e 2009, 425.000 euros;
- A conclusão das obras do saneamento - há ainda algumas ruas e vielas que não têm saneamento;
- A aplicação da Postura de Trânsito e consequente sinalização das ruas;
- A reparação de diversos caminhos agrícolas ou a cedência de meios para tal;
- A beneficiação da rua Vale do Picoto, uma vez mais adiada para o próximo ano;
- O alargamento e beneficiação do caminho existente no limite da freguesia que se configura como a mais natural variante a sul, tal como já foi proposto.
- A revisão urgente do PDM e a redefinição de novas zonas de construção - anteriormente o obstáculo era a definição do traçado da A29 ...
Fica ainda discutível a utilidade da construção de um novo Centro Cívico da freguesia, a sul, sendo certo que ele nunca deixará de ser o Campo da Cruz.
Talvez não seja necessário esse tal Plano Estratégico, que afinal parece não existir em lado algum, para que se faça alguma coisa por estes lados. Bastar-nos-ia que nos ouvissem, que percebessem aquilo que temos como prioritário e que não se fosse adiando, ano atrás de ano, o cumprimento dos Planos de Actividades, mesmo que eles não espelhem os anseios directos dos Canelenses.
Talvez agora se perceba o que motivou o Sr. presidente da Junta de Freguesia a ter aquela intervenção, e fica também o esclarecimento ao amigo Zé Matos acerca do (in)cumprimento dos Planos de Actividades da CME, bem como daqueles números que se inscrevem no Orçamento e que não passam disso mesmo - números - e ainda do que pretendem os Canelenses, que até nem são muito ambiciosos...
Queria que batêssemos palmas???
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